Aos 58 anos de idade, o paulista Edson Sorrentino se lançará ao desafio de percorrer o litoral do Brasil a pé. Intitulada “Expedição Litorânea” a jornada que deverá durar aproximadamente 500 dias começará nos primeiros dias de 2018 em Barra do Chuí (RS) e terminará em Cabo Orange (AP), extremos sul e norte do país, respectivamente.
Minimalista, Edson terá como casa sua mochila cargueira com aproximadamente 20 quilos. Uma barraca de cerca de 2 quilos também fará parte da expedição, assim como um pequeno fogareiro a gás – acessórios e equipamentos necessários à sua sobrevivência durante a empreitada. “O conforto será mínimo, mas o prazer, imenso”, comenta.
Ele fará sua própria alimentação matinal e noturna. Durante o dia se alimentará com barras de proteínas e frutas e vez ou outra também deve comer em bares, restaurantes e barraquinhas (onde houver) mas não deixando extrapolar o orçamento médio de R$ 50 diários que deverão pagar sua alimentação, camping etc. “O que eu não gastar num dia, economizo para os dias seguintes”, explica.
Para completar o trajeto, Edson pretende caminhar 25km em média por dia. Você deve estar se perguntando: “10.000Km? Se o litoral do Brasil tem 7.367Km…”. Considere reentrâncias, saliências e o que mais o aventureiro percorrerá e essa bela pernada chegará aos 10.000Km.
Além do desafio pessoal, outro objetivo da Expedição Litorânea é conhecer as maravilhosas praias brasileiras, suas cidades, seu povo, costumes e folclore. “O litoral brasileiro possui um patrimônio histórico, cultural e natural riquíssimo, que vai ser abordado [pela expedição] com um olhar de caminhante, como se as imagens estivessem em ‘slow motion'”, promete o expedicionário.
Outras aventuras
Sorrentino pratica excursionismo, montanhismo e escalada em rocha e gelo há pelo menos 30 anos. Sua primeira grande aventura foi escalar o Pico da Neblina (2.995m) em 1988. “Caminhar pela floresta amazônica e depois pelo platô encharcado e cheio de bromélias, na aproximação da base da maior montanha do Brasil não foi tarefa fácil”, admite o expedicionário que tem diversos cursos na área de excursionismo e esportes de aventura.
Nos anos seguintes ele escalou a maioria das montanhas com mais de 2.000m no Brasil. Em 1993 escalou o Aconcágua (6.962m) na Argentina; em 1996 o Mont Blanc (4.808m) na França e no mesmo ano fez a “escalaminhada” do Monte Kilimanjaro (5.895m), na Tanzânia.
Em 1995 deu a volta completa a pé nas Ilhabela (SP) e ilha de Santa Catarina (SC), aventuras que duraram 9 e 12 dias respectivamente.
Em 1998 fez curso de escalada em gelo na Bolívia e lá escalou diversas montanhas com mais de 5.000 metros de altura. Desde então vem realizando diversas caminhadas por parques nacionais, estaduais e reservas, as conhecidas “Travessias Clássicas”, por mais de uma vez.
Parou de escalar porque ao chegar a temperaturas negativas, ele perde completamente a sensibilidade nos dedos dos pés e das mãos (este problema é decorrente das baixíssimas temperaturas, nas altas montanhas que escalou), e descobriu que está com rompimento nos músculos dos ombros (direito e esquerdo). “Mas isso não impede que eu possa andar – vocês conhecem a Saga de Josepf Climber? – e será exatamente isso que farei em 2018, na Expedição Litorânea”, comenta entusiasmado.
A gente segue na torcida e acompanhando.
Você também poderá acompanhar a ‘Expedição Litorânea’ aqui no Mochila Brasil e também pelo Facebook (aqui) e YouTube (aqui).
Será que ele completou?
Fantástica a “pequena” aventura desse paulista diante de sua vida maravilhosamente aventurosa. Um dia — antes de completar noventa anos — ainda tomo a coragem de repetir essa saga. Com programa só de ida…