Texto adaptado por otterom
“É difícil separar a realidade objetiva do tempo de nossa percepção subjetiva e humana dele. Sendo seres humanos materiais, vivenciamos o tempo como algo que se alarga para trás e à frente de nós. Para nós, o tempo ou parece se mover à frente, ou nós parecemos nos mover adiante através do tempo. De qualquer maneira, percebemos o tempo como tendo um movimento de avanço.
Para manter registro desse avanço, construímos métodos elaborados de medição da passagem do tempo. Dividimos o tempo em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos etc. No momento em que estou escrevendo isto, são 18:00, Horário de Brasília, no dia 12 de dezembro de 2016*.
Esse fato é importante para a minha existência mundana porque me ajuda a me colocar em contexto quanto a minha rotina, mas, na verdade, ele tem pouca relevância pra mim.
Existe apenas um aspecto do tempo que tem verdadeira relevância, e esse é o momento presente ou o agora. As exceções a isso são quando precisamos separar uma duração para certo ato ou quando temos que ser pontuais em relação a certo compromisso.
A essência do tempo é a mudança sequencial. O número de mudanças que ocorrem dentro de cada momento é, verdadeiramente, infinito. Não existe estase – não existe um momento em que as mudanças cessam e tudo permanece o mesmo. Esse é o ponto crucial do que diferencia a nossa percepção subjetiva do tempo da realidade objetiva do tempo.
Como seres humanos materiais, não somos capazes de perceber o número infinito de mudanças que ocorre a cada momento. Tudo que podemos fazer é nos apercebermos de uma pequena quantidade de mudanças em um momento. Os mecanismos da percepção humana são tais que tiramos o equivalente a uma fotografia do momento presente – alterando-a para uma figura estática, imutável dos eventos – e então decodificamos a sua significância para nós. Isso acontece muito rapidamente e desenvolvemos uma cadeia dessas imagens de ação imóvel, e desse processo obtemos a impressão de movimento para frente similar àquele derivado de quando assistimos a um filme feito de 24 frames por segundo.
Isso tem o efeito de colocar-nos sempre ligeiramente fora da sincronia temporal e emocional com o tempo real ou tempo objetivo. No tempo objetivo, existe apenas uma parte – o momento presente ou o agora. Objetivamente, o Agora é eterno e num estado de mudanças que nunca cessa. Ele não tem movimento – ele apenas É.
O presente momento tem três componentes:
1) Mudança Infinita,
2) Continuidade Infinita.
Isso é o que torna um momento tão similar ao que o precede e ao que o segue.
3) “Agorismo”.
Essa é a sensação de imediatismo inerente à nossa experiência do momento presente.
Processado pelo cérebro humano, o momento presente infinito é sentido como uma sequência de momentos finitos. Dessa forma, sentimos que existem momentos passados, momentos presentes e momentos futuros. Mas deveríamos compreender claramente que, ao nível físico de nossa existência, o passado é apenas uma função da memória, e o futuro é apenas uma função de nossa imaginação criativa.
Nem o passado nem o futuro podem ser descritos, verdadeiramente, como existentes no presente.”
Adaptado de Rawn Clark
No início é difícil de entender, mas no momento em que realmente compreendemos o que está escrito, é como se sofrêssemos um ‘estalo’ em nossas mentes. Passamos a ver o quanto óbvio isso é e nossa percepção de mundo muda completamente, bem como o modo que encaramos a vida. Alguém sentiu o mesmo?
Publicado originalmente no Mochileiros.com em: http://www.mochileiros.com/o-que-e-tempo-pra-voce-uma-definicao-que-vai-mudar-a-sua-percepcao-da-vida-t90232.html
SE O TEMPO É O ACÚMULO DE ACONTECIMENTOS, FAÇA A SUA OPORTUNIDADE ACONTECER.
E esse texto que foi publicado neste site há 2 anos atrás existe apenas na minha memória humana porque não existe o passado. Estamos presos infinitamente neste “bloquinho constante chamado presente”.