Você consegue imaginar como era o interior do Brasil entre os anos de 1825 e 1828? O Instituto Hercule Florence (IHF) e a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) disponibilizaram um mapa interativo que permite essa viagem virtual. Trata-se de mostrar as impressões da ‘Expedição Langsdorff’ que percorreu o interior do país, partindo da cidade do Rio de Janeiro (RJ) ao hoje Maranhão, durante estes anos.
A missão científica que levantou de dados geográficos e etnográficos do Brasil traz curiosidades e as impressões do artista e inventor francês, Hercule Florence. Os registros estão no livro documental e autobiográfico L’ami des Arts livré à lui-même, na seção “Voyage Fluvial du Tiéte à l’Amazonie“, a última versão do diário que ele escreveu sobre sua participação na expedição como desenhista.
Abaixo alguns pontos para você ter uma ideia de como eram alguns dos lugares (de acordo com as impressões do francês) entre 1825 e 1828.
Aqui você pode explorar o mapa da expedição.
A Expedição Langsdorff
A expedição realizada entre 1824 e 1828 viajou mais de 16.000Km pelas então províncias de São Paulo, Matto-Grosso e Grão-Pará. Foi organizada e chefiada pelo barão e médico alemão naturalizado russo, Georg Heirich von Langsdorff, daí o nome. Langsdorff era cônsul da Rússia no Império do Brasil.
A viagem se deu em duas partes e foi feita à pé, com a ajuda de animais, em canoa e navio.
Hercule Florence foi um dos personagens dessa jornada executando grande número de desenhos e catalogando outros deixados pelo alemão, Johann Moritz Rugendas e pelo francês (que chegou ainda jovem ao Brasil), Aimé-Adrien Taunay, que também participaram da expedição.
Florence é conhecido como o inventor da Fotografia no Brasil.
Mais sobre o mapa e a expedição podem ser conferidos aqui, aqui e aqui.
Para ir além
No “O viajante Hércules Florence águas, guanás e guaranás” de Dayz Peixoto Fonseca, o “leitor encontrará informações e reflexões sobre a Expedição Langsdorff (1825-1829), em forma de releitura dos relatos do Diário de Bordo de Hércules Florence. Conta ainda com cerca de 100 desenhos sobre a paisagem brasileira e sua gente, compondo, num só livro, um dos mais densos conjuntos da iconografia brasileira assinada pelo artista, na função de desenhista dessa Expedição.
Traz, ainda, descrições que Florence fez das cidades, vilas e lugarejos, de rios, cachoeiras e florestas.(…)”.
O livro está à venda aqui.
Florence também ficou conhecido como inventor da Fotografia no Brasil. No livro “Hercule Florence. A descoberta isolada da Fotografia no Brasil”, o fotógrafo, pesquisador, historiador e professor, Boris Kossoy (não confundir com o jornalista Boris Casoy) resgata “e comprova a realização dos experimentos precursores de Hercule Florence com métodos de ‘impressão de luz’ que o levaram a uma descoberta independente da fotografia no interior do Brasil a partir de 1833. O autor situa a diversidade das pesquisas e descobertas de Florence em diferentes campos destacando naturalmente a participação como membro-desenhista da expedição chefiada pelo Barão de Langsdorff.”
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