Por Paula Leal
Em outubro/2016 fui sozinha pro Chile onde depois de alguns dias encontraria uma amiga para seguirmos viagem de 21 dias com o roteiro Santiago > Mendoza/Argentina > Viña del Mar > Valparaíso > San Pedro de Atacama > Salar do Uyuni > San Pedro > SP/Brasil. Como contei muito com a ajuda de relatos aqui do grupo e de vários blogs para planejar minha viagem nada mais justo do que tentar contribuir com dicas para quem está planejando viagem pra esses destinos. E a dica principal é: VÁ!
Começo dando a dica de onde sentar no avião do Brasil pro Chile: se quiser ver a magnitude da Cordilheira dos Andes sente na janela do lado direito do avião. Eu dei a sorte de ir num vôo só com duas confortáveis poltronas lado a lado então o máximo que aguentei foi o tiozinho francês mto educado pedindo pra ir pra janela tbm tirar umas fotos.
Ao desembarcar em Santiago podemos aproveitar o wifi do aeroporto pra se conectar. O Aeroporto de Santiago é grande e tem tudo que você precisa por lá (lanchonete, caixa eletrônico, loja de informática e telefonia), mas é tudo mais caro que no centro, off course.
Câmbio/dinheiro: em outubro um real valia 180 pesos chilenos aproximadamente (1 R$ = $180 CLP), mas pra facilitar a vida em contas básicas do dia a dia eu sempre multiplicava por 5 o valor em pesos, sem os zeros do milhar, e via qto custaria em reais. Por exemplo: uma passagem de $5.000 pesos seria 5 vezes 5 = 25 reais). Também li bastante que o câmbio no Brasil e também no aeroporto de Santiago era ruim, que as melhores taxas são das casas de câmbio no centro. Mas eu me recusei a viajar carregando dinheiro “vivo”, morro de medo de assalto (ainda mais viajando sozinha, com a maior cara de turista do mundo), então já que eu teria que sacar do Itaú já preferi pagar as taxas do meu banco para usar sempre que possível o saque direto em pesos, e o cartão de crédito/débito, claro. Ah, por via das dúvidas também comprei um travel money no meu banco e abasteci ele com um tanto de dólares. Super prático pq poderia transferir os dólares direto pelo aplicativo do celular qdo eu quisesse, mas o IOF é o mesmo pra qquer operação com cartão, 6,38%. O bom foi que peguei uma taxa cambial baixa do dólar e já comprei um tanto pra garantir (o que foi bom pq ele aumentou depois). Pra acompanhar o preço do dólar acompanhei a página “Dólar na Bagagem” aqui do face que me ajudou muito a comprar no melhor preço, recomendo.
Para se deslocar até o centro de Santiago (o aeroporto é afastado de tudo) tem várias opções, desde os taxis (mais comodidade mas tbm mais caro, óbvio) até transfer coletivo ou ônibus de linha. O transfer coletivo da Transvip, por exemplo, custa $7000 CLP (pesos chilenos) e espera encher uma van e vai deixando cada um em seu hotel. Isso faz a viagem demorar porque você pode ser o primeiro ou o último a ser deixado, mas pra quem não tem pressa e está na vibe de já ir dando uma volta pela cidade é ótimo, e ainda já conhece outros turistas na van tbm. Eu optei pelo ônibus de linha porque cheguei querendo viver o dia a dia de Santiago fora do circuito turistinha. O único perrengue é subir a mala gigante no ônibus cheio, mas como desceria no ponto terminal (que era onde pegaria o metrô) não tive maiores problemas. Este ônibus circular, da TurBus, custa $1700 CLP e tem dois andares, dá a maior volta na cidade até chegar no terminal final do metro e tem poucos (ou nenhum) turistas nele, ou seja, imersão cultural com o chilenos te olhando com cara feita por causa da mala grande e ninguém disposto a entender portunhol ou inglês, te vir nos 30 com o espanhol (mas no final da viagem a gente já sai falando espanhol quase fluente, rsrs, não se preocupem).
No terminal rodoviário comprei meu chip local, escolhi o da Intel, e por $ 5000 CLP (menos de 25 reais) comprei o chip e um pacote de internet que me rendeu boa navegação por uma semana.
Pra pegar o metrô é necessário ter o cartão BIP. Comprei direto na bilheteria e já abasteci para umas seis viagens de metrô que eu faria nos passeios, depois o abasteci tranquilamente nas bilheterias do metro qdo precisei. O metrô foi o meu meio de transporte principal em Santiago, escolhi me hospedar perto de uma estação e o usei para todos os passeios, só peguei um uber um dia… Pra quem tá acostumado com o metrô de SP não teve segredo nenhum usar o metrô de Santiago, as estações me lembravam demais as nossas de SP, inclusive.
Gastos e Dicas de Passeios
Pra quem queria uma estimativa de gastos em Santiago e também fotos e dicas de passeios. Em 3 dias de Santiago, incluindo ida até o Valle Nevado e compra de Souvenirs, sem economizar em almoço e jantares em restaurantes que queria ir, gastei aproximadamente $ 150.000 pesos chilenos, ou aproximadamente R$ 750,00 e mais R$ 100,00 pro guia, ou seja, total de R$ 850.00. Mas com certeza dá pra passar de boa com menos que isso. Detalhes nas fotos.
Como vocês podem ver nos detalhes dos gastos o caro é alimentação. Mas há várias formas de economizar nessa parte: desde buscar os menus do dia, ou seja, prato completo por um valor fixo mais em conta (tipo prato feito com sobremesa por 20 reais) ou ainda os fast foods bem mais em conta. As famosas empanadas também podem servir de cardápio por uns belos dias, um dos pratos mais baratos por lá e super bem servidas.
Sobre os passeios: há um tour pela manhã e à tarde no centro histórico que não paga valor estipulado. O esquema é contribuição voluntaria para os guias. Vale a pena, eles vão contando a história dos prédios históricos de lá durante as visitas a cada um. A matriz é linda, assim como o prédio dos Correios onde vale a pena mandar um postal pra alguém!
Todos os Museus pagam entrada então pra quem não é muito fã talvez não valha a pena, muito embora eu ache imprescindível ir em dois: pelo menos um dos Museus de Pablo Neruda e o Museu dos Direitos Humanos. Sobre o Neruda não tem o que falar, é lindo demais, um show de história, poesia, vida, política… São três casas do poeta que viraram museu da Fundação Pablo Neruda e contam com áudio em várias línguas (inclusive em português) para os visitantes irem caminhando pelos cômodos e ouvindo a história da casa e do poeta. Já o Museu dos Direitos Humanos é a história daquele povo (que pode se confundir com a nossa). Mas é forte, pra caramba. Passei mal vendo os vídeos da ditadura lá. “Pra nunca mais esquecer, pra nunca mais acontecer!”.
Pertinho do Museu La Chascona de Neruda fica o Cerro San Cristobal que pra subir pega-se o funicular (bondinho que sobe os trilhos do morro). O Cerro é lindo e uma delicia ver Santiago lá de cima. Aproveite pra experimentar o mote com huesillos, bebida típica de lá parecido com um chá Matte gelado com pêssego e trigo em pedacinhos, doce, muitooo doce.
Dentro de um shopping (pra quem curte tem shoppings grandes na capital, mas já aviso que são iguaizinhos os nossos: caros, cheios e com preços mto parecidos aos nossos de SP, por exemplo)… mas o mais legal é que dentro de um shopping tem o SkyCostanera, uma torre gigante que cobra uma taxa pra galera subir em um elevador super rápido e depois ficar admirando a vista lá de cima. A foto fala por si. Quem for no período da tarde paga mais barato do que a noite. Eu fui final da tarde e fiquei até de noite quando a vista é ainda mais linda.
Alguns passeios no entorno de Santiago também valem a pena, como o Valle Nevado ou outra estação de esqui. Dei sorte de pegar de fato Nevado mesmo, pois na época que fui não era pra estar. Pra ir até lá precisa de guia ou pagar transporte específico pq é longe da capital, na Cordilheira. Recomendam alugar roupas de neve e já aviso q só alugar a bota é suficiente pra quem está bem agasalhado (mas a bota foi um investimento q valeu a pena, quem estava sem mal conseguia se deslocar na neve). Tem também as vinícolas da região, a mais conhecida é a Concha y Toro, mas nessas não fui pq afinal de contas segui viagem até a Capital Argentina do Vinho, Mendoza, que vale um post a parte! Mas a galera que foi na Concha y Toro voltou muito empolgada e cheia de vinhos, então vale a pena!!
Dicas de onde se hospedar/bairros
Santiago é capital, certo? Logo, como toda capital, é grande, com trânsito, muvuca, horário de pico, gente trabalhando e por aí vai. Mas também é destino turístico então alguns bairros mais do que outros são mais preparados para lidar com os turistas (pro lado bom e pro lado ruim…).
Há muitas e muitassss opções de hospedagem na cidade. Desde hotéis chiquérrimos até hostels que eu sinceramente não sei como se sustentam cobrando tão pouco. Eu escolhi o meio termo, não queria hostel fundo de quintal mas também não queria pagar um hotel caro (e que pra piorar, viajando sozinha, não me ajudaria a me enturmar). Definido o tipo de hospedagem faltava definir o mais difícil, ao meu ver: o bairro. Pesquisei, pesquisei, pesquisei e resumindo, pra quem quer um bairro bem localizado, de fácil acesso pros principais pontos culturais, que não seja deserto ao anoitecer, que tenha opções de bares, restaurantes e até baladinhas pra quem gosta eu recomendaria ficar em Providencia ou Bela Vista. Já pra quem quer ficar num bairro mais sossegado e charmoso, com ruas no estilo europeu, recomendo o bairro Belas Artes. Escolhi a primeira opção. Entre os váriossss hostels em Providencia/Bela Vista dois me chamaram atenção: Rado Hostel e Fox Hostel. Fechei com o primeiro e não me arrependo, mas acho importante fazer algumas ressalvas…
O Rado Hostel é muitooo bem avaliado no Booking (aliás, sempre procuro hospedagens no Booking e tbm no AirBnB), fica no bairro Bela Vista, ao lado do Patio Bela Vista, inclusive, e a alguns minutos do Cerro San Cristobal e do Museu La Chascona, da Fundação Pablo Neruda. Além de ser bem pertinho do metrô, claro (Estação Baquedano, com acesso às linhas vermelha e verde do metro). Pra mim encaixou perfeitamente, ainda mais que por ser um hostel tem preços melhores que hoteis e por atender os critérios que eu escolhi para definir por um hostel: ter quartos só femininos (ou pelo menos mistos com no máximo 4 pessoas), ter banheiro dentro do quarto e lockers/armários grandes para malas grandes.. Fiquei no quarto feminino, com 6 camas e banheiro privativo. Foi super sussa, não tive problema nenhum com as colegas de quarto ou com o pessoal do hostel. Visitei os quartos mistos também (para 4 pessoas) e dá pra encarar de boa. A questão em hostel é sempre dar a sorte de pegar um pessoal de boa e com alguma noção de compartilhamento de espaço público, né?
Para mais fotos e comentários confira o post no grupo do Mochileiros.com:
https://www.facebook.com/groups/mochileiroscom/permalink/10153955058092260/
show de bola o post, obrigado….
pretendo ir em abril ou maio para santiago depois buenos aires…
Olá, Paula, tudo bem?
Posta relatos sobre Valparaiso/Viña del mar
E principalmente sobre o Atacama hehe, agradeceria muito!!
Viajarei em dez de 2017, ficarei 20 dias, roteiro: Santiago (Valparaíso/Viña del Mar/Cajon del Maipo) – Pucón e Deserto do Atacama.
Você acha que consigo fazer essa viagem com até R$ 4.500??
Abraço
Olá Bruno,
Pergunte pra ela no post do Grupo em:
https://www.facebook.com/groups/mochileiroscom/permalink/10153955058092260/