Ela simplesmente atravessou o século e marcou todas as gerações, seja como um símbolo de liberdade, um ícone do movimento hippie, uma companheira de longas viagens ou um simples utilitário de carga e passageiros rodando em todas as cidades possíveis desse país . Claro que estamos falando da Kombi , o veículo mais simples e robusto de toda a história da indústria automobilística mundial.
Nascida em 1950 na Alemanha , no Brasil teve seu inicio em 1957 e até 2013 foi fabricada ininterruptamente no país, e só parou devido um decreto nacional que obriga as montadoras a fabricarem seus veículos dotados de freios ABS e Airbags. Apesar disso, ainda é comum ver essas maquinas rodando pelas ruas e estradas, em todas as idades, modelos e, claro , em todas as condições físicas imagináveis … mas elas não se aposentam facilmente .
Apesar de ter cruzado todos esse anos na historia, a evolução de seus modelos pouco variou, e continuou sendo um carro simples, de manutenção barata e robusto como sempre . Só que para os amantes da kombi, sendo donos de uma ou nao, existe sim muita diferença entre os seus modelos, e indiscutivelmente a mais querida e desejada pela maioria é o modelo que carinhosamente foi apelidado no Brasil de Corujinha. Aquele modelo do para-brisas dividido, com o simbolo da Volks grande na frente e geralmente combinando duas cores. Aquela que se tornou simbolo do movimento hippie e se vê em qualquer foto do Woodstock, ou aquela que também encontramos muitas vezes caindo aos pedaços por essas feiras de rua vendendo pastel . Independente de seu estado de conservação, esse modelo é cada dia mais raro nas ruas e, acredite, tornou-se uma verdadeira relíquia e desejo de consumo para muitos colecionadores e apaixonados pela kombi , a ponto de serem exportadas para o exterior a preços bem salgados .
Mas ainda assim, ha aqueles que não se desfazem de suas corujinhas por nada, e nem se quer as guardam em suas garagens como um item de coleção. Nada disso, eles botam essas velhinhas pra rodarem muito por ai.
Pegamos cinco casos de kombis corujinhas ainda na ativa, e que servem tanto como veiculo, como casa e escritório de seus donos que rodam por essas estradas do Brasil.
Conheça e acompanhe suas aventuras :
01. ECO DURISMO
Um brasileiro e uma francesa rodam com uma corujinha 1971, e como o próprio nome diz, ao estilo Eco Durismo, se virando do jeito que da por onde passam.
A dupla carrega também uma coleção de discos de vinil e por onde chegam sempre ha musica . Estão atualmente na cidade de Paraty por pelo menos 1 ano e com a kombi passando por uma pequena reforma por la. Segundo o casal, as viagens recomeçam em setembro ainda sem destino certo.
A ideia deles é rodar pelo Brasil, trabalhando em diferentes cidades e seguindo sempre que pode. Em seus canais, eles dão dicas dos locais que passam sempre com bom humor, dicas de como economizar e divulgando as alternativas de alimentação e hospedagens das cidades .
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02. LILAH MARIA
Lilah Maria é uma Kombi 1975, que cruzou o caminho do casal Aline e Junior em 2016, quando resolveu se aposentar e se juntar a nós em suas aventuras!
Desde então, fizeram diversas manutenções em sua parte mecânica, elétrica, mantendo sempre o estilo vintage para não perder sua elegância. Construíram um lar na parte do salão, e até descobriram dons em marcenaria que nem sabiam que tinham. O objetivo era esse! Deixa-la com a cara deles, em um estilo rústico e colorido!
Ela os acompanhou em algumas viagens rápidas para o interior de São Paulo, e em Junho fizeram a primeira viagem longa com ela, de aproximadamente 1.700km, saindo de São Paulo para Chapada dos Veadeiros em Goiás. Foram 30 dias de viagem, com muitas aventuras e paisagens sensacionais!
“Viajar em uma Kombi trás muita nostalgia às pessoas, e com isso nos trouxe muitos amigos no trajeto da viagem, que fizeram questão de nos acolher, saber sobre nós, e compartilhar histórias antigas, com brilho nos olhos!
Essa viagem só nos deu mais vontade de construir mais histórias, viver mais aventuras com a Lilah! E, quem sabe em breve, viajar sem data de retorno!” – relata Aline.
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03. EU, A VAN E A KOMBI
Eu, a Van e a Kombi é o projeto da dupla Vini e Van, que decidiram trocar a loucura da cidade grande pelas cidades pequenas, pelo meio do mato ou até pela Kombi estacionada no posto depois de um dia cheio de aventuras. À bordo da Corujinha 1975 de nome Gertrudes, percorreram o Brasil e estacionaram um pouquinho em cada canto para aprender sobre a cultura, sabedoria, dança, música e costumes locais, além, é claro, da prosa sem fim com os moradores e a troca de experiência com outros viajantes sem rumo.
Nesses quase dois anos de estrada a dupla passou por 10 estados e o DF (SP, RJ, ES, BA, PE,PI, CE, TO, GO, MG), cidades a perder as contas.
“Temos como objetivo rodar por todos os cantos do Brasil. No momento reformando toda a casa para na próxima semana retomar a estrada.” – Conta Vini
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04. GITA 73
Apelidada por causa da música do Raul Seixas, Gita é uma corujinha modelo luxo ano 1973 que acompanha as viagens de seu dono André Vignon há cerca de 3 anos.
André possuía um Fusca, também de 1973, há 10 anos mas resolveu comprar Gita exatamente para viajar. Na época, ela nem andava, estava há 18 anos parada, o que deu um belo trabalho para torná-la viável para pegar estrada.
“Minha intenção afinal é resgatar as antigas Kombis Campers que nunca vieram ao Brasil, deixa-la o ideal para viajar com conforto e, claro, estilo rs. Toda a parte de marcenaria, revestimentos e cortinas, pinturas e até algumas partes de mecânica foi feito por nós mesmos, a mão na massa é a primeira opção sempre rs.” – relata André.
No fim do ano passado, Gita fez sua primeira viagem grande, rodando cerca de 800 km, passando pelo Sul de Minas Gerais até o litoral no total de 14 dias, sempre acampando e dormindo nela. Alguns meses depois, mais 1000 km passando por Paraty, onde participaram de um encontro de Kombis organizado por um grupo chamado Viajantes de Kombis.
“Vale salientar que não escolhi a Kombi antiga ou “Corujinha” como muitos a chamam, apenas pelo seu estilo e ser sim a mais bonita de todas rs. A escolhi pela intimidade que já tinha pela sua mecânica, pela sua simplicidade, por ser mais fácil de arrumar quando preciso, tanto eu quanto qualquer mecânico em todos os lugares por onde passarmos.” – Explica André
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