Eu e você aqui querendo um aninho sabático que seja e este senhor teve uma “vida sabática” – expressão usada por ele mesmo em entrevista dada no Chile, país que visitou recentemente.
Trata-se do francês André Brugiroux, de 79 anos, que é considerado (por algumas publicações que tratam sobre o tema) um dos “mais importantes viajantes do século XX”.
Nascido em 1937 no subúrbio de Paris, sua história viajante começou aos 17 anos quando ele deixou sua casa e não voltou até completar 35. Num primeiro momento viajou pela Europa aprendendo idiomas. Lavava pratos e engraxava sapatos para arrecadar fundos para seguir na estrada. Depois prestou serviço militar no Congo e trabalhou por um tempo em Toronto, no Canadá para juntar dinheiro para suas viagens, dentre elas uma longa volta ao mundo entre 1967 e 1973 quando conheceu os cinco continentes gastando apenas 1 dólar por dia mais 1 dólar de material para sua câmera.
André chegou a percorrer 400.000Km de carona (contando caronas também em barcos e aviões). Já foi roubado, já foi preso por suspeita de espionagem, ficou gravemente doente por beber água poluída no Paquistão e no Alasca se converteu ao bahaísmo, algo que diz ter mudado sua vida o que o fez se autoproclamar um “apóstolo da paz”.
De volta à França lançou um filme e publicou o primeiro livro narrando suas aventuras, o ‘La Terre n’est qu’un seul pays’ (“A Terra é um país só”, em tradução livre). Posteriormente visitou a Guiana Francesa, onde conheceu também sua esposa. Realizou viagens curtas pelos países que lhe faltava conhecer (algumas acompanhado da mulher) e mais três voltas ao mundo, até que em 2002 chegou à Coreia do Norte, “seu último país da ONU” e depois ao que na época era o Reino de Mustang (hoje área do Nepal).
Em suas contas, entre territórios e países, ele conheceu 250. Alguns o criticam pela “superficialidade de suas viagens”.
Sobre suas voltas ao mundo, respondeu a um jornalista colombiano: “No século XXI qualquer um pode dar uma volta ao mundo em dois dias. O que eu fiz foi dar uma volta pela Humanidade e isso toma muito mais tempo” – Parece que não foi algo tão superficial assim, críticos.
André hoje segue viajando, sobretudo para suas conferências sobre viagem em universidades e feiras literárias.
Mais sobre suas histórias de viagem, suas biografia e bibliografia podem ser conferidas em seu site (em francês e algumas áreas em inglês).
Abaixo André Brouginox fala um pouco sobre como é viajar por 50 anos e o que o fez perceber que a Paz é possível: