Por Fabiane Santos
Acho que assim como eu antes de conhecer, muita gente tem várias dúvidas a respeito do Jalapão. Acabei de chegar de lá e vou deixar as minhas dicas e impressões pra tentar ajudar os colegas do grupo que estão pensando em ir para este paraíso. As fotos são as do celular e, com exceção da que tem meu filho embaixo d’água, estão sem edição, sem filtro, do jeitinho que sairam na hora que eu tirei. As da câmera eu tô com preguiça de tirar
Como chegar
Isso depende muito de que lugar do Brasil você vai começar a viagem. A maioria das pessoas opta por ir de avião até Palmas e de lá seguir de carro. Eu fui de carro a partir de Brasília para Ponte Alta do Tocantins, que é a porta de entrada do Jalapão. Estradas muito boas na maior parte do caminho, exceto por alguns trechos numa estrada de terra de 65km. Saldo final, carro sujo, mas sem perrengues.
A saída de Brasília também vale muito a pena pra quem quiser fazer uma parada na Chapada dos Veadeiros, pois é caminho.
Carro: 4×2 ou 4×4
De Brasília para Ponte Alta, fui no meu carro, um 4×2. Em Ponte Alta encontramos com nosso guia, Cristiano (63 98484-1923)
e fizemos todo o percurso de 4×4.
Eu acho possível fazer o trajeto num carro normal, nessa época de chuvas. A areia fica batida, o que que diminui a utilização da tração nas 4 rodas mas, sinceramente, não recomendo. Passamos por alguns carros parados nas estradas, inclusive um de transporte de turistas da Korubo… então se até carro preparado pro lugar fica no caminho, quem dirá os nossos carrinhos.
Há alguns lugares que não se acessa de carro comum, então se você não quiser correr o risco de perder alguma atração ou ficar atolado no meio do caminho, vá de 4×4.
Além disso, num carro pequeno a gente perde muito tempo na estrada. Lembrando que andamos grandes distâncias, gastar mais tempo dentro do carro significa menos tempo no que realmente importa.
Guia: contratar ou não?
Como eu disse aí em cima, eu fui com o Cristiano como guia. E, quando tiver que ir de novo ao Jalapão, vou novamente com ele.
Vi que algumas pessoas optam por alugar um 4×4 e ir… grande parte dos locais tem indicação, mas tem coisas que só um guia local pode fazer por você. Existem muitas bifurcações sem sinalização e eu ficaria andando em círculos por ali. Além disso, ele conhece as pessoas, tem os contatos pros almoços, pousadas mais baratas, fervedouros mais em conta, o mais bonito, o mais forte, o que tem a melhor comida… coisas que sem um guia ficaríamos perdidinhos.
Além disso é extremamente cansativo dirigir o dia todo por estradas de terra e curtir tudo. Minhas pernas estão doloridas e eu só dirigi no asfalto.
Hospedagem
Não espere hotéis de luxo. Pousadinhas simples em todas as 3 cidades – Ponte Alta, Mateiros e São Félix. Tem algumas com uma estrutura maior, com piscinas, mas com tanta água durante o dia, eu só queria saber de uma boa cama em um local limpinho pra dormir. Em Ponte Alta ficamos na Pousada Coelho. A proprietária, Dona Oneide, é um encanto. Em Mateiros ficamos na pousada Buritis do Jalapão. E em São Félix ficamos na pousada da Irá. Muito simpática também. Valores por casal entre R$140,00 e R$170,00. Em uma a gente deu uma choradinha básica, nas outras foi nosso guia que conseguiu baixar o preço.
Alimentação
Taí algo que variava bastante o preço. Nos 2 primeiros dias não almoçamos, passamos no supermercado e levamos lanches. Nos outros 2 almoçamos pagando por volta de R$35,00 só a alimentação. Fora bebida.
A noite, jantamos churrasquinho, que ficou bem mais em conta, cerca de R$20,00 por pessoa, já com a bebida (refri/cervejinha de leve).
Atrações
Próximo a Ponte Alta fomos na Cachoeira da Fumaça, Cachoeira do Soninho e Pedra Furada.
No caminho entre Ponte Alta e Mateiros passamos pelo Cânion da Sussuapara, Cachoeira da Velha e Dunas.
Entre Mateiros e São Félix visitamos o Fervedouro dos Burutis, Cachoeira da Formiga, Povoado Mumbuca e Fervedouro Encontro das Águas (o menor e mais forte).
De São Félix para Ponte Alta passamos pelo Fervedouro Bela Vista (pra mim o melhor, tem almoço e pode reservar com o seu Gersimar (63 999608696) e Fervedouro do Alecrim.
Todos os Fervedouros tem que pagar entrada (entre R$10,00 e R$15,00 por pessoa, mas tem outro que cobra R$20,00 pela entrada), a cachoeira da Formiga também paga R$20,00. Os outros lugares não tem cobrança.
Dinheiro ou cartão
Lá é praticamente tudo em cash. Quase ninguém passa cartão. Então sugiro fazer os cálculos dos gastos e levar dinheiro vivo pra não ter perrengues. Tem Bradesco em Ponte Alta, e agência dos Correios também. Além disso tem um supermercado lá em Mateiros, onde é possível sacar, mas nem sempre tem dinheiro nesses lugares, aí é correr risco de ter que esperar alguém ir pagar uma conta ou fazer um depósito pra você conseguir sacar
Combustível
Caro que só! Mais de R$4,00 o litro de gasolina em Ponte Alta. Em São Félix, o frentista “fecha” o posto pra almoçar e deixa a cidade na mão por 1h30. Tá abrindo outro posto do lado, espero que a concorrência melhore o atendimento.
Fervedouros
Os fervedouros são piscinas naturais, formadas por nascentes que empurram a água com muita pressão para cima, impedindo as pessoas de afundarem. Vi muita gente discutindo sobre a profundidade, pois o pessoal fala que tem 70 metros, aí a gente vê as fotos e diz: impossível! Pois então, a gente entra no fervedouro pisando na areia. Tudo bem raso, o pé afunda… mas no meio existe o poço, de onde a água brota. A gente só vê areia, mas o pé não encosta no fundo. Apesar da aparência de que é tudo ao alcance das mãos, você não vai conseguir tocar o fundo do fervedouro.
O que não esquecer
Roupa de banho – óbvio.
Protetor e repelente. Nos fervedouros é proibida a utilização desses cremes e óleos, mas ai longo da viagem eles se mostraram indispensáveis.
Farmácinha – remédio para dor de cabeça, enjôo, azia e má digestão e dor muscular. Eu sempre enjôo em viagens longas de carro, meu filho teve dor de cabeça e passei um estomazil pra uma moça de um outro grupo. Farmácias a gente só encontra nas cidades, e elas fecham cedo… então é melhor prevenir.
Água e comida pro caminho – A gente passa muito tempo sem ver uma viva alma, e tem dias que a gente não tem onde almoçar.
Máquina fotográfica – pra registrar esses lugares incríveis
Vale lembrar que todo o Jalapão é um lugar a ser preservado. Encontramos lixo, resto de fogueiras, paredões riscados e pessoas insistindo em não obedecer as regras dos locais. Infelizmente esse tipo de atitude faz com que, no futuro, outras pessoas não possam desfrutar dessas belezas. Então vamos fazer a nossa parte.
Acho que consegui resumir um bocadinho.
Para mais fotos e comentários confira o post no grupo do Mochileiros.com em:
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