Brasileiros completam um ano viajando de carro popular pela América do Sul

Os jornalistas Carina Furlanetto e João Paulo Mileski completam nesta terça-feira (18) um ano desde que partiram de Bento Gonçalves (RS) para a maior aventura das suas vidas.

Eles deixaram para trás apartamento, trabalho e faculdade para realizar o sonho de viajar pela América do Sul. Desde então, já passaram por Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guiana. Tudo isso em um Renault Sandero 1.0. “Sabemos que não é o carro que se convenciona como ideal para uma viagem como essa, mas decidimos parar de esperar as condições perfeitas e saímos com o que tínhamos, da forma que podíamos. E assim estamos realizando sonhos todos os dias”, ressalta Mileski.

Eles já rodaram 42 mil quilômetros com o veículo que também, por vezes, é improvisado como “casa”. “Para nos mantermos por tanto tempo na estrada, uma das condições é não pagar por hospedagem. Muitas pessoas nos acolhem em suas casas, mas quando isso não acontece, dormimos no carro mesmo. Assim foi por 160 noites até agora. Não fizemos nenhuma adaptação, apenas baixamos os bancos e dormimos. Já passamos a noite em praças, praias, postos de gasolina, beira de estrada, Corpo de Bombeiros… Sempre pedimos aos moradores locais ou à Polícia se é seguro, e até agora não tivemos nenhum problema com insegurança”, relata Carina.

sandero01
Foto: Reprodução.

Eles voltaram ao Brasil em dezembro de 2019 e têm o desafio, agora, de passar por todos os estados do país. Atualmente estão no Amapá, de onde seguirão para o Pará.

sandero02
Praia do Pindobal – Pará | Foto: Divulgação.

A única fonte de renda do casal é o aluguel de um apartamento, que cobre um terço das despesas. O restante é oriundo das economias que ambos juntaram nos últimos anos. A estimativa é que a aventura dure mais um ano, e para se manter por mais esse tempo na estrada, eles têm como meta não gastar mais do que R$ 100 por dia, contando todas as despesas para duas pessoas e o carro. Para economizar com alimentação, eles também instalaram uma bateria extra no carro, o que permite o uso de uma panela elétrica.

sandero00
No Salar de Uyuni – Bolívia | Foto: Divulgação.
sandero03
Caminho entre Puerto Guadal e Chile Chico, no Chile | Foto: Divulgação.
sandero05
Vulcão Chimborazo – Equador | Foto: Divulgação.

Apesar das saudades da família e da falta de conforto durante boa parte da jornada, Mileski ressalta que os aprendizados da vida nômade têm compensado os perrengues. “Aprendemos a valorizar coisas que antes passavam despercebidas. Quando ficamos quatro dias consecutivos sem banho, na Carretera Austral, no Chile, percebemos o quão importante é ter um chuveiro em casa. Ao dormirmos no carro por 27 noites seguidas, valorizamos o privilégio de ter uma cama para deitar sem precisar encolher as pernas. Não trata-se apenas de conhecer novos lugares, mas ver o mundo sob outras perspectivas. Temos que valorizar mais o que temos e reclamar menos do que não temos”, salienta.

sandero04
Laguna Parón – Peru | Foto: Divulgação.

A aventura do casal pode ser conferida no Instagram.com/cronicasnabagagem e FB.com/cronicasnabagagem, onde eles compartilham uma foto e um texto por dia, além dos gastos detalhados.

Mochileiros.com

Mochileiros.com

O Mochileiros.com é um blog e um fórum para viajantes independentes e mochileiros. Está online desde 1999 e foi responsável pela inclusão do verbete "Mochileiro" na Wikipédia em Português. Possui mais de 10.000 relatos de viagens publicados. Recebeu com muita honra o "Prêmio Influenciadores Digitais" nos anos de 2017, 2018 e 2020.

6 comentários em “Brasileiros completam um ano viajando de carro popular pela América do Sul”

  1. Ainda dizem que Renault não presta. Esse é o Sandero guerreiro. Tenho um Logan 2011 1.6 8v e não troco por carro nenhum. Já viajei pra caramba nesse carro e é só alegria. Motor forte e mecânica boa e barata. Fazendo as manutenções que precisa o carro vai durar bastante.

    Responder
  2. Que lindo! Parabéns!!! Fiz essa viagem com dois amigos em 1993 num Opala Comodoro. Na época teve cobertura da mídia e entrou para o Guiness Book of Records, e escrevemos um livro contando. Sugiro aos dois escreverem essa linda aventura!!! Abraços fraternos

    Responder
  3. Ah, que lindo ver a boa placa brasileira no meio da neve, não está porcaria que nos obrigam agora a portar.

    Responder

Deixe um comentário