Foi assinado hoje (5) durante solenidade em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, decreto criando mais uma unidade de conservação no Brasil, o Parque Nacional (Parna) dos Campos Ferruginosos, no Pará.
De acordo com informações divulgadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ambiental do governo brasileiro, o novo parque tem 79.029 hectares, abrangendo os municípios paraenses de Canaã de Carajás (82%) e Parauapebas (17,1%). O parque fica ao lado da Floresta Nacional de Carajás, conhecida por conter uma das maiores reservas minerais do planeta.
A área do parque é coberta por florestas e, principalmente, por savanas conhecidas como vegetação de canga ou campos rupestres ferruginosos, tipo raro de ecossistema associado aos afloramentos rochosos ricos em ferro. Abrigam espécies da fauna e flora endêmicas (só existentes no local) e ameaçadas de extinção, além de ambientes aquáticos e cavernas.
A preocupação do ICMBio, a partir de agora, é “dotar a unidade de toda a estrutura necessária para garantir a conservação desses singulares ecossistemas em sintonia com as atividades de visitação, recreação na natureza e turismo ecológico, próprias dos parques nacionais”, publicou acrescentando que para isso, contará com o apoio da mineradora Vale conforme Licença de Instalação (LI) 947 do Ibama e termo de compromisso assinado entre a empresa e o instituto.
Ampliadas 3 áreas de conservação
Na mesma solenidade foi decretada a ampliação de outras três unidades de conservação: do Parna da Chapada dos Veadeiros (GO), da Reserva Biológica União (RJ) e da Estação Ecológica do Taim (RS).
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros passou de 65 mil hectares para 240 mil hectares. O parque ficará, assim, com duas áreas descontínuas, cortadas pela BR 239 – uma maior, de 222 mil hectares, que engloba a atual poligonal, por onde passa o rio Preto; e outra menor, de 18 mil hectares, que inclui a região do rio dos Macacos. A ampliação consolida, definitivamente, o título de Patrimônio Mundial concedido à unidade de conservação (UC) em 2001 pela Unesco.
Além de Alto Paraíso, Cavalcante e Colinas do Sul, que já eram abrangidos pelo parque, os novos limites vão incluir partes dos municípios de Teresina de Goiás, Nova Roma e São João da Aliança, formando com outras áreas protegidas da região – APA estadual do Pouso Alto e 22 reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs) – e mais o território quilombola Kalunga um vasto mosaico de UCs.
A Reserva Biológica (Rebio) União, unidade de conservação (UC) localizada entre os municípios de Rio das Ostras, Casimiro de Abreu e Macaé, no estado do Rio de Janeiro, terá a área ampliada em 6 mil hectares, passando dos atuais 2,5 mil hectares para 8,6 mil hectares.
Já a Estação Ecológica (Esec) do Taim recebeu mais 22 mil hectares, ampliando a sua área dos atuais 10,7 mil hectares para 32,7 mil hectares. A unidade de conservação (UC) fica entre os municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, e foi incluída este ano na lista dos 16 sítios Ramsar do Brasíl, áreas úmidas de importância internacional.
A Esec abriga boa parte da riqueza biológica da planície costeira gaúcha, com campos sulinos naturais, grande extensões de banhados, matas de restinga, lagoas, canais e campos de dunas costeiras de altitude, abrigando espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção, da flora e fauna, com destaque especial para a avifauna. A região faz fronteira com o Uruguai e abriga ainda sítios históricos e arqueológicos.
Texto: ICMBio e Redação.
Imagens: ICMBio e Agência Brasil.