O argentino Juan Maggi alcançou 5.600 metros no Himalaia, com uma bicicleta para braços. Ele tem 53 anos e aos 12 meses de idade teve poliomielite e perdeu a mobilidade de suas pernas.
Lá se foi quase meio século andando com auxílio de cadeira de rodas e muletas. Há menos de três anos foi uma das primeiras pessoas no mundo a colocar um sistema biônico (C-brace) nas pernas.
Viagens
Há um ano, dois documentaristas propuseram que Juan subisse a Corona del Inca, em La Rioja, Argentina. A ideia o entusiasmou. Foi quando ele começou a buscar uma bicicleta para braços que pudesse ajudá-lo. Depois de testes conseguiu a ideal treinando na região de Altas Cumbres, Córdoba.
Então decidiu que seu objetivo era o Himalaia. Durante 109 dias se dedicou exclusivamente ao preparo para a aventura. Subiu a Pircas Negras, na cordilheira, para saber como suportaria a altitude.
E, por que o Himalaya? Pergunta o jornal argentino La Nación (onde conhecemos sua história). “Porque era o lugar mais alto e porque o conceito desta aventura é ‘o difícil se faz, o impossível se tenta’. Não sabia se ia chegar, mas [sabia] sim, que havia feito todo o possível; se não alcançasse a meta era porque não era para mim, não neste momento”.
A aventura no Himalaya
Juan levou 12 dias para chegar aos 5.600m de altura no Himalaya, o mais alto possível de bicicleta. “A altura é terrível, durante todo o tempo [você] se sente atordoado, mas já não se pode voltar atrás”, conta, lembrando que o pior da jornada foi ficar 12 dias sem tomar banho. Alimentar-se também foi difícil, por causa da altura e pelo tipo de comida.
Ele subiu com seu treinador, um guia e nove sherpas (nepaleses que acompanham os montanhistas). A rota que fez é muito frequentada pelo turismo de montanha; foram inevitáveis os olhares. “As pessoas me tocavam, me olhavam como se eu tivesse descido de um disco voador”.
A importância do esporte
Juan começou a praticar esportes aos 37 anos. Já fez várias maratonas, entre elas a de Nova York; participou do Ironman, de provas de Ski e joga Tênis e Golf. Na publicação ele fala da importância do esporte, sobretudo para pessoas com deficiência. “O que eu escondia figurativamente, hoje mostro com orgulho”, ressalta.
Juan criou a Fundação Jean Maggi, uma organização privada sem fins lucrativos, criada para, através do esporte contribuir e aportar ajuda às crianças com deficiência.
Juan tem 5 filhos e há anos percorre Córdoba (Argentina) de bicicleta.
Mais sobre a história dele pode ser conferida no site e no Facebook.