Por Amanda Areias*
A gente é muito cobrado o tempo todo.
O
TEMPO
TODO.
Tem que ir bem na prova, tem que passar de ano, tem que entrar numa faculdade boa, tem que fazer um curso renomado, arranjar um bom emprego, ter um bom currículo, ganhar mais que os seus amigos.
Eu, pessoalmente, nunca entendi essa pressão toda em arranjar um bom emprego aos 20 e tantos anos de idade.
A gente é ensinado que sucesso na vida é ter um cargo alto, numa empresa reconhecida, com vários subordinados.
E a gente cresce acreditando fielmente nisso.
E daí se você vai se tornar uma pessoa depressiva, mega competitiva e materialista? Se você tá ganhando dinheiro é isso que importa, né?
Não.
A vida não deveria ser só estudar, trabalhar, ganhar dinheiro e morrer.
A gente não nasceu nesse mundo maravilhoso cheio de lugar diferente, pessoas singulares, comidas exóticas pra viver num escritório, todos os dias das 9h as 18h.
Eu, por exemplo, me considero uma pessoa muito bem sucedida.
Nunca trabalhei em multinacional, pedi demissão de todas as empresas em que entrei e nunca ganhei nenhum salário de dar inveja.
Mas me considero muito melhor sucedida do que todos os meus amigos de terno e gravata que recebem mais de 5 salários mínimos por mês.
Eu já pulei de paraquedas, já dei aula de inglês pra monges no interior da Índia, já fui pra países que a maioria das pessoas nunca nem ouviu falar, faço trabalho voluntário, já mochilei completamente sozinha sem direção, já morei em vários países, já fui roubada e fiquei sem dinheiro nenhum em outro continente sem ninguém pra me ajudar.
Isso não conta como experiência?
Isso não deveria ser perguntado em entrevistas de emprego?
Vocês não são os currículos de vocês.
Vocês não são as empresas multinacionais que vocês trabalham.
Vocês não são o salário que vocês ganham.
Vocês são o que vocês vivem.
As pessoas que vocês conhecem.
Os livros que vocês lêem.
Os lugares que vocês vão.
As experiências que vocês têm.
Gente, vai trabalhar como garçonete, juntar dinheiro e viajar o mundo.
Vai fazer trabalho voluntário.
Vai escrever um livro, mesmo que não seja publicado.
Lute por uma causa que você acredite, mesmo com o mundo inteiro te achando louca por isso (nessa eu sou profissional).
Vai plantar uma árvore, seila.
Louco é quem, aos 20 e tantos anos, está preso no trânsito indo trabalhar. Vendo as mesmas pessoas. De frente pro mesmo computador.
Essa busca toda por sucesso profissional é pra que?
Você realmente precisa de todo esse dinheiro que você ta ganhando?
O que vai te acrescentar na vida uns zeros a mais na conta do banco?
Você se acha uma pessoa superior por ter estudado na GV, ou na Insper?
Por trabalhar no Itaú?
E, a não ser que vocês tenham que ajudar financeiramente em casa, não digam que o problema é dinheiro.
Como eu já falei em um outro texto que eu publiquei aqui, eu passei dois meses mochilando pela Ásia com o salário que eu ganhei em um ano de estágio.
E ainda sobrou.
A gente não precisa de todos esses excessos que a gente acha que precisa.
Chegamos aos 60 anos.
Ricos.
Morando no jardins.
Com um apartamento de 300m².
Com faxineira todos os dias para lavar nossa louça e estender nossas camas.
Com o carro do ano.
Com filhos nas aulas de inglês, alemão e espanhol.
Achando que todo o nosso propósito na vida foi alcançado.
Mas chegamos infelizes.
Depressivos.
Realização pra mim não é dinheiro.
Realização são histórias pra contar.
Realização é sentar num bar com amigos e beber uma breja gelada, sem me preocupar no trabalho que eu deixei de fazer hoje porque eu tava sobrecarregado e não sobrou tempo.
Vão atrás do que faz o coração de vocês vibrar.
A gente é muito novo pra se preocupar com aposentadoria e hipoteca.
Caixão não tem gaveta, o que vocês ganharem em vida não vai ser levado depois que vocês morrerem.
O que se leva dessa vida é a vida que se leva.
*Amanda Areias é Designer Gráfica e autora do blog ‘Livre’; mochileira desde os 17 anos está sempre em busca de lugares, culturas e pessoas novas.
Você pode encontrar suas experiências de viagem e outros textos como este no blog e em sua página no Facebook e belas imagens de suas andanças mundo afora também no Instagram.
Só é infeliz com dinheiro quem deposita a razão da vida em bens.
a vidaa nao e so trabalho , mas sem dinheiro tambem nai se pode fazer nada. adorei o texto !!!!!
Exato, a vida não é um conto de fadas, sempre pensar no presente e no futuro, ou seja, ter metas de curto, médio e longo prazo. Acredito que essa é uma forma muito imatura e arriscada de viver. Sim viajar é bom , ter novas experiências, mas pra tirar o maior proveito disso tudo é necessário ter dedicação ao trabalho, ter dinheiro. Por exemplo fazer uma faculdade , um curso que te permita ingressar no mercado de trabalho e ganhar dinheiro para viver e sobreviver. A vida concerteza não é só trabalhar e estudar, mas são fases, que é preciso estar disposto a pagar o preço para futuramente usufruir de uma viagem top, de uma casa top, de um carro top , de independência financeira, oorraa. Dinheiro não traz felicidade mas resolve 97,9,% dos seus problemas kkk, se não mais ..
É preciso sim se esforçar, ter um emprego onde garanta seu sustento. Concordo com que disse , admiro suas ações e seu amor ao próximo e a natureza. Para conquistar suas metas é preciso dedicação.
Lindo. Mas imaturo.
Eu também faria tudo isso…
…mas preferi / escolhi ser pai de família. E por trás disso precisa existir segurança financeira (que pode desaparecer a qualquer momento)…
… responsabilidade com o outro não vive de brisa.
Porém seja feliz. Trabalho muito desde sempre e também sou feliz…
A vida é feita de escolhas. Respeito a de cada um. E a minha escolha não é pior que a sua. Nem melhor.
Fala sério kkkkk quem dera se vida fosse assim fácil kkkk valeu pela moral…..mas tá longe da realidade brasileira kkk
Achei todo o texto imaturo demais, depois da velhice absolutamente não dá pra viver de “estórias” e de aventura, algum problema de saúde grave como um câncer por exemplo, o tratamento não vai se pagar com boas conversas com o médico sobre a “breja” gelada no havaí com turistas desconhecidos, você morre, como um verme podre num caixão de madeira da prefeitura e deixa seus familiares chorando de tristeza totalmente impotentes.
A vida não é essa tal “vida louca” que essa autora prega, temos que ter os momentos de diversão e descontração? Sim, porém, não podemos viver 24 horas na Disneylândia porquê depois que a responsabilidade dos 30, 40 anos bater na porta, precisaremos de DINHEIRO, dinheiro pra viver, pra comer, pra ter saúde (sim, incrível como planos de saúde cobram dinheiro ao invés de histórias para tratar seus pacientes), não existe Alice no país das maravilhas aqui na terra, não existe essa fantasia linda e idolatrada de liberdade que essa autora faz parecer, o mundo não é fantasia, o mercado de trabalho engole a quem não está preparado e definitivamente não dá pra sobreviver sem a base do mundo capitalista… LIBERDADE SEM DINHEIRO NÃO ADIANTA NADA.
Prefiro ficar no escritório das 8 da manhã as 17hs30 ganhando meus cinco salários mínimos, com formação superior, inglês intermediário, carro do ano, casa própria e ter liberdade quando me é permitido ao fim do expediente ou dias não úteis, do que viver de contos e historinhas fantasiosas agora e quando eu precisar do mínimo que for de dinheiro para qualquer coisa, ter que oferecer só Deus sabe o que para conseguir o que quero.
Pior sou eu…estou com mais idade…sem dinheiro e nem viajei. Agora, envelhecer é inevitável…
Ganhar dinheiro já não dá…então o jeito é cair no mundo. Viva os mochileiros!!
Concordo com tudo que você disse!
Mas tem um porém, como no País que vivemos é muito difícil de construir(comprar uma casa e se aposentar por exemplo) alguma coisa, fiquei pensando se vivermos assim, onde vamos ficar quando velhos, o que teríamos construído além de historias(boas histórias)?
Talvez eu não tenha entendido, talvez esse seria um período da vida que possamos fazer isso e mais pra frente lutar para construir algo…
*Não é uma critica é apenas um pensamento de como seria no futuro levando em consideração o país que vivemos.
Bom texto, gostei parabéns!
Penso nisso também Fabiano.
No país que vivemos difícil as coisas.
Você também tem razão de pensar assim. Penso que um sacrifício é necessário enquanto somos jovens e temos força para continuar struir algo para nossa velhice. Precisamos de bom senso, parcimônia. Nem tanto só trabalho, nem tanto só prazer e diversão. Trabalhar sim e aproveitar sempre as oportunidades de lazer, viagens, que revigoram, que nos dão força para trabalhar e alcançar nossos objetivos. Foi o que eu construí para minha vida que me faz hoje com 62 anos, poder usufruir de prazeres e satisfações nas minhas viagens. Enquanto trabalhei muito, por muitos anos até 12 ou 14 horas por dia, sempre consegui separar um tempo para o lazer, as conversas e saídas com amigos, uma praia, um cinema, um show e algumas viagens curtas, até onde o dinheiro dava ou o tempo permitia. Hoje estou aposentada, parei na hora certa! Filhos criados ( agora é com eles) sem me preocupar em ter, ou só acumular eu aproveito muito a minha vida. Viajo sempre! Pode ser uma colônia de férias a qual sou associada, ou um país que tenho vontade de conhecer. E assim vou vivendo e me sentindo feliz com minhas escolhas. Enquanto tiver saúde irei conhecer esse mundão maravilhoso! Mas nada disso seria possível se eu não tivesse trabalhado e conciliado os momentos de lazer. O que posso dizer hoje é : Trace objetivos, dê prioridade, faça escolhas e seja Feliz!!
Perfeito!!!
Parabéns pelo texto.