8 dicas para não cair em roubadas na troca de trabalho por hospedagem

Por Luisa Ferreira*

Trocar algumas horas diárias de trabalho por hospedagem gratuita e outros benefícios como refeições, uso de bicicletas e passeios gratuitos. Ficar imerso em uma cultura diferente gastando muito menos que num intercâmbio tradicional ou viagem a turismo. Parece ótimo, né?
O work exchange, ou troca de trabalho por hospedagem, é mesmo uma forma incrível de viajar. Através desse tipo de trabalho voluntário, você não apenas economiza como aprende muito, faz amigos e conhece os lugares como um morador.
Plataformas como a Worldpackers reúnem uma grande variedade de oportunidades do tipo mundo afora, mas para aproveitar o máximo dessa experiência é importante tomar algumas atitudes para evitar cair em roubadas na troca de trabalho por hospedagem.

Como não cair em roubadas na troca de trabalho por hospedagem

1- Entenda quais são seus objetivos

Antes de mais nada, pense direitinho: o que você quer com essa viagem? Seu foco é praticar um idioma, conhecer pessoas, adquirir novas habilidades, construir um portfólio profissional, baratear um mochilão longo?
Entender o que você quer é muito importante para evitar cair em roubadas. Afinal, a mesma situação pode ser uma “roubada” para você e uma maravilha para outra pessoa, de acordo com o que cada um estiver procurando.
Por exemplo: se seu maior objetivo é conhecer pessoas de várias partes do mundo, não faz sentido trabalhar na casa de uma família numa pequena cidade do interior italiano onde quase não há estrangeiros e onde você vai ser o único voluntário.
Se seu foco for aprender italiano, por outro lado, essa oportunidade é mais interessante do que trabalhar na recepção de um hostel em uma grande cidade, onde a maioria das pessoas fala inglês.

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2 – Confira com atenção as tarefas propostas

As vagas para troca de trabalho por hospedagem são das mais variadas. É possível trabalhar na recepção, com permacultura, fazer pequenos reparos, tirar fotos, ser guia turístico, ajudar na cozinha, conduzir pub crawls, tocar instrumentos, ensinar idiomas…
Na hora de selecionar as oportunidades para se candidatar, pense bem nas atividades que lhe interessam e que você tem capacidade de fazer. É interessante sair da zona de conforto e fazer coisas pela primeira vez (desde que o anfitrião não exija conhecimentos específicos), mas é importante ter bom senso.
Por exemplo, não é recomendável aplicar para uma vaga que exige muito trabalho físico se você tem alguma limitação nesse sentido, ou para um trabalho que exige lidar com pessoas o tempo inteiro se você não é (nem quer ser) muito sociável.

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3- Cheque os benefícios oferecidos

É fundamental ler com atenção os benefícios oferecidos na vaga, já que eles podem variar muito. Enquanto alguns anfitriões oferecem hospedagem numa cama em quarto coletivo com banheiro compartilhado, outros colocam um quarto inteiro com banheiro privativo à disposição do voluntário, por exemplo.
E além da hospedagem, você pode contar com benefícios extra como uma ou mais refeições, lavanderia gratuita, cursos, uso de bicicletas, passeios e festas na faixa, entre outros.
Leve em consideração o nível de esforço que o trabalho vai exigir e os benefícios oferecidos em troca para avaliar se esse work exchange vale a pena para você.

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4- Leia os comentários de outros viajantes

Uma das principais vantagens da Worldpackers é a possibilidade de ler comentários de outros viajantes que já trocaram trabalho por hospedagem naquele lugar.
Além de conferir as avaliações deles sobre o lugar, o anfitrião e a experiência como um todo, você pode enviar mensagens para o voluntário pedindo mais detalhes. A maioria das pessoas tem prazer em ajudar!

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5- Pesquise sobre o anfitrião e o local

Além do feedback dos voluntários, você pode buscar outras fontes de informação sobre o anfitrião ou o estabelecimento onde pretende voluntariar. Uma sugestão é colocar o nome da pessoa e do lugar no Google e nas principais redes sociais e conferir os resultados.
Talvez você encontre mais fotos do local ou comentários de outras pessoas que trabalharam ou se hospedaram lá, por exemplo. A Worldpackers faz uma curadoria das oportunidades disponíveis no site, mas quanto mais informação você tiver, melhor.

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6 – Converse com o anfitrião

Depois de aplicar para uma vaga pela plataforma, você pode conversar com o anfitrião para tirar dúvidas. É bom trocar uma ideia para alinhar expectativas e evitar que uma das partes fique frustrada com a experiência.
Esclareça qualquer dúvida relativa à carga horária, tipos de trabalho, dias de folga e estrutura da hospedagem, ou o que quer que seja importante para você. Aproveite também para checar quão fácil é o acesso ao local, pedindo instruções para saber como chegar lá.
Só compre passagens depois de confirmar a viagem pelo site. Próximo à data, vale a pena entrar em contato com o anfitrião para confirmar tudo e avisar a hora aproximada em que vai chegar.

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7 – Use o senso crítico

Em todo o processo de pesquisa e na conversa com o anfitrião, não deixe de ativar o senso crítico para identificar se há alguma roubada à vista, tanto para você quanto para a comunidade onde vai trabalhar.
Avalie se a carga horária e as exigências da função são compatíveis com os benefícios, se essa vaga parece estar substituindo o trabalho de um funcionário contratado em tempo integral, se as funções oferecem algum risco à sua saúde ou à de outras pessoas ou animais e se você vai precisar realizar tarefas muito complicadas sem supervisão, por exemplo.
No caso de trabalhos com fins sociais, especialmente quando há crianças envolvidas, é preciso redobrar o cuidado para se certificar de que sua presença no lugar não vai atrapalhar mais do que ajudar. Informe-se sobre os problemas do voluntariado no exterior e só aceite participar de voluntariados que pareçam éticos.

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8 – Tenha um plano B

Tomou todas essas precauções, mas ao chegar no lugar percebeu que aquela experiência de trabalho voluntário não era bem o que esperava? Tão importante quanto evitar cair numa roubada é ter formas de sair dela se for o caso. Por isso, é interessante ter sempre um plano B.
Algumas dicas são guardar uma reserva de grana para imprevistos, pesquisar formas de chegar a outros lugares e até dar uma olhada em outras oportunidades de work exchange, Couchsurfing, hotéis ou hostels nas proximidades.
Também vale a pena comprar um cartão SIM local, caso esteja no exterior, para poder acessar a internet ou se comunicar com alguém caso algo dê errado. A próprio Worldpackers tem uma equipe de suporte disponível para ajudar em caso de problemas.

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*Luisa Ferreira é jornalista, fez cinco intercâmbios, um mestrado no exterior e conhece (até agora) 30 países. É autora do blog ‘Janelas Abertas’.

Agora que você já está com mais informações sobre a troca de trabalho por hospedagem, que tal tornar-se membro verificado da Worldpackers?

Você faz uma assinatura anual e, com ela, pode ter acesso e contatar quantos anfitriões você quiser durante esses 12 meses.
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O pagamento pode ser feito via cartão de crédito ou boleto bancário | Foto: Reprodução.
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Foto: Reprodução.

Imagens: Giphy.com
A foto (da home e) que traz até este é de Tristan Pineda/Unsplash.

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O Mochileiros.com é um blog e um fórum para viajantes independentes e mochileiros. Está online desde 1999 e foi responsável pela inclusão do verbete "Mochileiro" na Wikipédia em Português. Possui mais de 10.000 relatos de viagens publicados. Recebeu com muita honra o "Prêmio Influenciadores Digitais" nos anos de 2017, 2018 e 2020.

1 comentário em “8 dicas para não cair em roubadas na troca de trabalho por hospedagem”

  1. Eu trabalhei em vários hostels pela América do Sul. Tive duas situações que eu não curti muito: em um hostel o dono não me dizia exatamente o que era pra fazer, ele era muito relax. Me sentia incomodada em ficar todos os dias atoa haha. (tinha um funcionário (remunerado) que limpava e cuidava da lavanderia, então eu o ajudava pra não ficar atoa). A outra situação foi no Peru, o dono do hostel me tratava de um jeito que eu não gostava, como se fosse um trabalho escravo. Exemplo: Eu já tinha terminado de preparar a mesa de café da manhã pros hóspedes e fui tomar o meu café tranquilamente, ele chegou e ficou me apressando pra comer pois tinha muita coisa pra fazer. Isso me irritou, hehe.. No mais, tudo foi ótimo, tudo lindo!

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