Salar de Uyuni – 10 verdades que você precisa saber antes de encarar

Posso passar uma eternidade listando motivos pelos quais você deveria ir ao Salar de Uyuni, um dos lugares mais impressionantes do mundo, mas vou listar 10 antes de começar a te contar umas verdades:

  1. A maior planície de sal do mundo, com mais de 10 mil quilômetros quadrados
  2. Natureza selvagem andina
  3. Lagos com cores que nem parecem reais
  4. Hotel com móveis feitos de sal
  5. Isolamento do mundo
  6. Aventura
  7. Muito cenário para quem curte fotografia
  8. Não é tão caro
  9. Nem é muito longe
  10. Perfeito pra incluir em roteiros com Machu Picchu e Atacama

Nenhum centímetro das centenas de quilômetros rodados deixa a desejar! Da janela do 4×4, para onde quer que você olhe, terá alguma coisa extraordinária para ser vista, mesmo que seja uma imensidão branca.

Leia tudo o que você precisa saber sobre o Salar de Uyuni: quando ir, como chegar, quanto custa…

E eu tô mesmo investindo nos adjetivos, porque o Salar de Uyuni merece todos eles. Na verdade, acredito que o ser humano nem tenha conseguido criar uma palavra que defina aquela beleza toda. Acha que tô exagerando? Veja meu relato fotográfico do tour de 3 dias.

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Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

Mas saiba que o Salar de Uyuni não é fácil e nem é pra todo mundo – o que eu acho mais legal!

Tá disposto a deixar conforto, luxo e higiene por alguns dias? Então pode sonhar com o Salar de Uyuni!

Vamos às 10 coisas que você precisa saber antes de se enfiar em um tour pelo Salar de Uyuni:

♥ 1 – Até 44 horas sem banho

Não tem energia elétrica suficiente no Refúgio.

Se você iniciar sua travessia por San Pedro de Atacama, a agência vai passar perto das 7h da manhã na sua hospedagem e, se você tiver tomado banho, esse será o último até chegar no hotel de sal, perto das 5 da tarde do dia seguinte (se seu carro chegar antes dos outros).

Já se começar por Uyuni, seu último banho será no Hotel de Sal, perto das 6 da tarde. O próximo banho será só no Atacama, perto das 2 ou 3 da tarde do terceiro dia!

Ah, o banho no hotel de sal custa 10 bolivianos, mas isso é merreca!

Aliás, se quiser, pode encarar uma ducha gelada no Refúgio em uma temperatura média de 14,3°C em dezembro ou 3,4°C em junho, mas que chega facilmente a temperaturas negativas no final tarde e à noite (quando você tomaria o banho).

Caso não tenha problema com isso, a higiene fica por conta do lenço umedecido mesmo!

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Ilha dos Cactos – Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 2 – Os guias não falam inglês, nem português

A maioria dos guias do Salar de Uyuni falam apenas espanhol. Se você no compreende mucho lo idioma vai perder um pouquinho das informações, mas não são tantas assim. Nada que vá fazer perder o encanto da travessia.

Mesmo assim, é importante saber alguma coisinha para não perder tudo, inclusive informações importantes de segurança e orientações.

Veja aqui umas dicas de Portunhol pra você ir aprendendo até o dia da viagem.

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Guanacos – Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 3 – A maior parte da Travessia do Salar do Uyuni não é no salar

Dos três dias de tour, tempo em que a maioria das pessoas fazem a travessia, apenas um é feito no salar, propriamente dito.

A maior parte do passeio é pela Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa (site oficial). É nesse parque que estão as lagunas altiplânicas de cores surreais que você vê nas fotos.

Na verdade, a planície de sal é vista em apenas algumas horas, então se você tava esperando algo diferente, é bom que saiba antes para não se frustrar.

Mas o tempo é o suficiente pra ter noção da imensidão do salar e mais que suficiente pra você nunca mais se esquecer.

Eu tive que experimentar o chão pra crer que eu tava lá mesmo. Leia aqui.

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Laguna Colorada – Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 4 – É mais caro começar pelo Atacama, mas é mais recomendado pela altitude

A diferença financeira de quem começa por San Pedro de Atacama pode chegar a R$200 a mais em alguns casos. Veja aqui os preços e opções dos passeios.

Porém, é mais recomendado iniciar por lá por causa da altitude, inclusive se seu roteiro inclui outras cidades bolivianas.

San Pedro está a 2.400 metros acima do nível do mar e, com exceção dos Geysers del Tatio a 4.320 metros e das lagunas altiplânicas chilenas a 4.200, você estará mais baixo que os pontos da travessia do Salar de Uyuni.

Por exemplo:

  • Geyser Sol de Mañana – 4900 m
  • Deserto de Dali – 4750 m
  • Laguna Colorada – 4278 m

Numa viagem pelo altiplano, o recomendável é subir gradativamente para amenizar os sintomas da altitude, chamado de soroche, que pode ser sentido à partir de 2400 metros. Veja aqui todas as dicas para diminuir os efeitos do mal de altitude.

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Geyser Sol de Mañana – Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 5 – O desconforto no 4×4

A travessia é longa. O 4×4 é pequeno. São 6 pessoas nele. Tem uns trechos mais acidentados. Fez as contas?

Entre os desembarques para apreciar, fotografar e se alimentar, é necessário passar um bom tempo dentro do veículo. Sem muito espaço para esticar as pernas, sendo chacoalhado de vez em quando, grandes altitudes. A verdade é que vai ser desconfortável ficar esse tempo dentro do carro.

Acrescente na conta as músicas escolhidas pelo guia, que há uma grande chance de não ser compatível com seu gosto musical, e à poeira que pode entrar se alguém não entender o recado dado para não abrir as janelas.

É perrengue, mas faz parte da graça de fazer a travessia.

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Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 6 – Comidas simples e típicas

As refeições principais estão incluídas no tour: café da manhã, almoço e jantar.

Sopa, purê, salsicha, frango cozido, atum, arroz, salada simples e macarronada entre as opções do almoço e jantar, mas sem opção de escolha, pois o guia prepara apenas um dos pratos. No café da manhã (tirando o primeiro dia, que é maravilhoso e muito bem servido), bolacha de água e sal, chás e pães.

Inclusive há um almoço que é serviço frio no meio do nada. No meu caso foi arroz com atum, milho e salada. A comida estava fria, já que não havia como ser esquentada. E a gente come no chão mesmo, com vento e poeira.

Além dos snacks já recomendados para comer entre as refeições, se você possui restrições alimentares, leve suas próprias refeições, porque é zero chance de comprar.

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Ilha dos Cactos – Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 7 – Fazer as fotos de perspectiva levam tempo

Sabe aquelas fotos super legais, que brincam com a falta de referência da planície de sal? Elas não são tão fáceis assim de fazer.

Leva um tempo até que se encaixe para parecer que as pessoas são miniaturas ou que objetos pareçam maiores.

O guia do meu tour manjava dos paranauês e fez algumas fotos pra gente, mas ele teve que se dividir em todo o grupo. As fotos que eu tentei fazer ficaram uma tragédia e quando eu tava pegando as manhas, era hora de partir.

Então treine em algum lugar antes e pense previamente o que quer fazer.

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Uma luta épica – Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 8 – Os banheiros naturais serão uma realidade

Uma das maiores recomendações para lidar com a altitude é se manter hidratado bebendo muita água.

Lembra que falei sobre as longas distâncias? Então!

Tirando o refúgio e o hotel de sal, você vai se deparar com pouquíssimos banheiros no caminho.

E nem matolete não é, porque não tem mato. O deserto será seu lugar para aliviar aquela água toda. E torça para que o número dois só queira dar o (mal) ar da graça a noite.

Por isso é altamente recomendável ter seu próprio papel higiênico e para as meninas, indico ter o condutor urinário, porque abaixar as calças no frio do altiplano é um perrengue que pode ser evitado (veja aqui o que é o condutor).

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Laguna Verde – Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 9 – Eletricidade, tomadas e equipamentos eletrônicos

No refúgio não há eletricidade antes de escurecer. Pelo que me lembro, isso aconteceu perto das 18h ou 19h. A pouca eletricidade que tem depois desse horário é para iluminar os cômodos e não há tomadas. Li relatos de quem ficou em refúgios onde havia uma tomada, mas tinha fila para usar.

No hotel de sal só tem tomada no ambiente compartilhado, onde estão as mesas e ainda assim, são poucas. Eu emprestei minha extensão pra todo mundo que tava hospedado no meu hotel pra tentar aumentar as chances dos aparelhos serem carregados. E a minha sorte foi que meu guia chegou primeiro no hotel, por isso, além do banho, conseguimos colocar nossas coisas para carregar antes que a galera começasse a chegar.

Ou seja, por dois dias você terá que usar a mesma carga para fazer as fotos do Salar de Uyuni. Se puder, tenha uma bateria extra e um carregador portátil.

E com tudo isso entenda que NÃO TEM INTERNET! Não vai ter internet durantes todos os dias da travessia. Avise seus pais pra eles não infartarem!

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Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

♥ 10 – Frio e ventania

Como eu disse ali em cima, durante a travessia do Salar de Uyuni a gente pode passar muito frio.

Dezembro é o mês mais quente, com máxima de 22°C e mínima de 6,5°C. Em junho, o mês mais frio, as temperaturas máximas alcançam 12,7°C e as mínimas -5,8°C.

Acrescente, aí o vento. Mas é o SENHOR vento, fazendo com que a sensação térmica seja menor ainda.

Com hotéis sem eletricidade, pode esquecer o aquecedor. É mandar pra cima do corpo aqueles cobertores que dificilmente são lavados e que todo mundo usa. Na noite do refúgio, eu nem tirei a roupa toda. Tirei só o casaco e a calça principal, mantendo meia calça, calça fleece e tudo mais. No outro dia de manhã foi só levantar e colocar as peças principais por cima.

E o vento? Quase me fez voar na laguna colorada – e olha que eu sou fora do padrão e carrego uns bons quilos a mais nesse corpicho!

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Flamingo – Foto: Aline Rodrigues – Uma Sul Americana

É, guerreiro, você vai ter que encarar esses perrengues para poder apreciar as belezas do Salar de Uyuni. Não é moleza, não é para qualquer um!

Até porque, se fosse, nem teria a mesma graça! Quando imagino o tour do Salar de Uyuni sem perrengue me dá até tristeza.

Os perrengues mais gostosos de viver!

E aí, vai encarar?

Veja também:

Roteiro Peru, Bolívia e Chile – Opções de 10 a 30 dias

Viagem pela Bolívia – 10 coisas que você precisa saber antes de ir

 

https://www.mochileiros.com/blog/blog/10-lugares-no-peru-para-amar

Salar de Uyuni – Tudo o que você precisa saber

 

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2 comentários em “Salar de Uyuni – 10 verdades que você precisa saber antes de encarar”

  1. A dica é levar lenços umidecidos e bateria externa para o celular, o perrengue compensa e os bolivianos são extremamente acolhedores.

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  2. Vale muito a pena!eu fiz em novembro do ano passado!

    Mas tem algumas agências com guias em inglês, mas sao poucas…
    E normalmente um dos refúgios sem banho é o próximo a laguna colorada, mas eu peguei uma que fica perto da laguna salada, aonde tem as thermas de polques! Nao teve banho, mas teve entrada na agua quente que deu una baita relaxada, ta certo que o frio estava entre 0 graus ou menos, mas os poucos minutos tremendo pra entrar e sair valeram muito a pena!

    E detalhe, nao paguei um absurdo por isso não! Foi a media dos tours mesmo, e so consegui isso indo em diversas agencias, ate escolher a certa!

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