Pela primeira vez na história a China está avaliando retirar os cães da lista de animais comestíveis do país.
Segundo informações divulgadas pelo jornal chinês, Global Times, o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais deverá publicar um novo catálogo nacional de alimentos. “Com o progresso da civilização humana e a preocupação e preferência do público pela proteção dos animais, os cães mudaram de animais domésticos tradicionais para animais de companhia.”, explica o ministério.
De acordo com o Channel New Asia, as novas diretrizes do ministério classificarão os cães como animais de estimação, em vez de animais. Entende-se por animal no país, aquele que pode ser “criado para fornecer alimentos, leite, peles, fibras e remédios ou atender às necessidades de esportes ou militares.”, explica a publicação.
O Global Times levanta a questão econômica da decisão, já que várias pessoas, em especial na Região Autônoma de Guangxi Zhuang, vivem deste comércio. Um empresário local comentou ao jornal que “os custos de pedir [às pessoas] que mudem de profissão seriam enormes.”
A reportagem lembrou que o projeto pode significar a destruição do festival anual de carne de cachorro de Yulin, na província de Guangxi. Por lá lojas abatem os cães e moradores consomem as carnes em comemoração. “De acordo com os costumes locais e a teoria da medicina tradicional chinesa, a carne de cachorro é nutritiva e ajuda a proteger as pessoas de doenças comuns no verão. O festival é tradicionalmente realizado no Solstício de Verão, que acontece em 21 de junho deste ano”, explica o jornal.
Após o surto de covid-19, a cidade chinesa de Shenzhen proibiu o consumo de cães e gatos.
A foto (da home e) que traz até este post é de Caleb Woods/Unsplash.