Ir para conteúdo

Posts Recomendados

  • Membros de Honra
Postado (editado)

Realizei a Viagem dos meus Sonhos.

 

Diário de uma viagem pela bacia do Amazonas Peru/Brasil

Viagem realizado em Abril/Maio 2005

 

splimaamazonasbelemsp1411ph.jpg

 

Viver no lado do Amazonas

 

Olá mochileiros,

como sabem, já tenho 64 anos. Na escola, na Alemanha, aula de geografia, era a minha vez de estudar e relatar sobre uma matéria. Era a bacia do Amazonas. Alem do livro de nossa aula recebi emprestado um livro do nosso professor. Eu comecei ler e fiquei apaixonado sobre o que estava lendo. Peguei no mapa e segui com dedo o rio Amazonas até Iquitos e seus afluentes. O relato virou um show e eu prometi a mim mesmo, um dia vais visitar este rio/mar.

 

Queria ir em Nov./Dez. ultimo, começando em Belém. Mas o que li e tinha em mãos era pouco. Até liguei para Manaus para saber como funcione e pedi preços de embarcações (lanchas). No mesmo tempo estudei a viagem para Machu Picchu outra grande paixão minha e vi que era mais fácil de obter dados. Achei dois relatos fantásticos da viagem na internet. Como era a primeira viagem tipo mochileiro, decidi de ir para Machu Picchu, para aprender.

 

Comprei o livro "Travessia da Amazônia" de Airton Ortiz. Ganhei muitas novas informações, especialmente que devia começar no inicio do rio e não no fim. Alem disso achei o livro misteriosamente demais. Exemplo, ir a pé até a rodoviária numa cidade de 7 milhões de habitantes, só se ele tinha o hotel perto neste bairro degradado. Depois achar com dificuldade a ultima cidade num afluente do Amazonas alcançável por estrada, o ônibus velho, o frio insuportável na travessia dos Andes. O difícil encontro de lanchas e como funcione tudo, etc.

 

Queria agora pessoalmente ver tudo e fiz o mesmo roteiro, mas em vez de avião até Lima, fui de ônibus. Achei US$ 680 só para a ida alto demais para meu bolso e indigno para um mochileiro.

 

Conforme as dificuldades contadas no livro, calculei 45 dias de viagem e um gasto de mais ou menos 1500 US$, mas era tudo fácil e gastei só 36 dias, 35 noites. Eram 13 noites em 5 lanchas diferentes, 6 noites viajando durante a noite em ônibus/trem e 16 noites em hotéis/hostales.

 

Meu conselho devem ler o livro é muito bom e gostei, mas em vez do livro usam este diário, caso queiram fazer a mesma viagem.

 

Roteiro com ônibus/trem:

Corumbá - trem da morte - St. Cruz - Cochabamba - La Paz - Copacabana - Puno - Arequipas - Lima - Pucallpa.

 

Roteiro com embarcações (lanchas):

Pucallpa - Iquitos - St. Rosa - Tabatinga - Letícia(Columbia) - Manaus - Santarém - Belém.

 

Belém - SP com ônibus.

 

36 dias de viagem, 35 noites. Eram 13 noites em 5 lanchas diferentes, 6 noites viajando durante a noite em ônibus/trem e 16 noites em hotéis/hostales.

 

Gastei 989 US$. Fazendo a viagem com 2 pessoas pode sair abaixo de 800 US$, dividindo os preços dos hotéis e táxis e dormindo grátis já na lancha durante o carregamento, não usando hotel.

 

 

 

1° dia, 13/04 quarta: SP - Corumbá. Já tinha comprado a passagem c/antecedência. Era a viação Andorinha saindo do terminal Barra Funda. O preço da passagem Reais 153,60, US$ 59,00. (eu usei o cambio 1US$=2.60 Reais). Não queria ir com táxi, mas com o saco de viagem nesta hora de manha no ônibus é difícil. Assim peguei um táxi do meu apto. em Moema até o metro St. Cruz e de lá com metro p/o terminal. A partida era às 11.00 horas, mas já cheguei às 10.00 horas. Comprei a revista Veja (já do orçamento dos 989 US$). Não tinha esta vez nenhum mochileiro. Tinha duas famílias bolivianos viajando para sua terra em férias, eram jovens, mas já tinham 5 crianças, todas entre 3 a 6/8 anos. Tinha um estrangeiro jovem com cabelo comprido e roupa esquisito meio sujo. Tentei, mas ele não queria conversa comigo. Os bolivianos disseram que ele era duma seita religiosa que vive no campo na Bolívia.

 

Ás 11.00 em ponto começou a viagem para Corumbá. O ônibus tinha no maximo 25 % dos assentos ocupados, era limpo e confortável. Deixamos os arredores tristes de SP e entramos nos campos verdes sem grandes cidades até Campo grande, aonde chegamos pouco antes das 19.30, 30 minutos p/jantar. Não tinha fome e comi pão de queijo com cerveja. Entrou no bus um rapaz estrangeiro, vindo de Porto Alegre, mas queria dormir e deixei o contato para o outro dia. Dormi logo, alias dorme sempre bem em viagens de ônibus. Acordei na chegada em Corumbá.

 

2° dia, 14/04 quinta: Corumbá -Policia Federal - trem da morte - St.Cruz. Chegada na rodoviária/Policia Federal às 07.00 horas, mas a Policia Federal abre só as 08.30.

Quando o bus chega à volta das 08.30 é tudo fácil, descer, carimbar o passaporte, seguir com ônibus até a fronteira boliviana, carimbar passaporte, seguir com o ônibus até uma praça de táxi, trocar dinheiro e de lá até a estação em Quijarro comprando a passagem do trem.

 

Como a policia estava fechada quase ninguém sai e o ônibus segue até a praça de táxi na Bolívia, pois ninguém quer perder o trem. Neste dia tinha dois trens, o normal as 12.30 e o Super-Pullmann as 17.30. O trem normal (1° classe e Pullmann) para nas estações e chega à volta das 11.30 em St. Cruz e o Super-Pullmann chega as 09.30. O preço é igual, 1° Classe 50 bolivianos, Pullmann 115 bolivianos. (6.30 e 14.40 US$) Trocar dinheiro na praça com os cambistas, 1US$ = 8 bolivianos.

 

Tinha 2 agencias na praça, eles disseram que tudo estava vendido, eles tinham só alguns lugares Pullmann p/17.30. Esta informação é duvidosa, pois eles querem vender bilhetes e cobrar em vez de 115 bolivianos 145, portanto 3,75 US$ a mais.

 

Tem-se escolher, ir até Quijarro, 5 bolivianos e tentar comprar na estação, eventualmente pagando a pessoas que vendem lugar na fila ou comprar na agencia. Eu juntei-me a mais 3, um casal boliviano de St.Cruz e o rapaz estrangeiro e compramos na agencia. Depois com táxi de volta até a policia brasileiro-boliviana, ida e volta 40 Reais, 10 por pessoa. E com táxi 5 bolivianos (2 pessoas) até Quijarro. As 10.30 tínhamos tudo resolvido. Fazendo as contas fica difícil dizer quem ganhou, quem comprou na agencia ou na estação.

 

Não esquecem o certificado de vacina contra febre amarela, o internacional cor amarelo.

 

Era um dia de calor úmido, suamos muito, muita poeira das ruas sem asfalto, nenhum lugar para se sentar na sombra. Resolvi ir para um hotel, combinei 25 bolivianos, tomei uma ducha, fiz a barba e dormi 4 horas. As 16.30 estava pronto para a viagem do trem.

 

Saímos às 17.30 em ponto. No trem vendem sanduíches e comida em embalagens de alumínio e na única parada pessoas na estação vendiam frutas, peixe grelhado, frango empanado etc.

Resolvi comer no restaurante. Comer lá exige certa habilidade, pois o trem balança acima dos trilhos velhos aparece que cai fora a qualquer momento. Não enche o copo demais, bebendo segura o copo com as duas mãos e comendo põem a boca perto do prato, porque tentando levar a comida com o garfo para a boca, só gente com muita experiência. Era massa com carne, salada e uma coca, 14 bolivianos, 1.75 US$. Tinha vários pratos para escolher. Na estação e no trem não se vende cerveja e fumando é proibido.

 

3° dia, 15/04 sexta: Chegada em St Cruz na estação trem/rodoviária as 09.45. Senti-me muito bem, pois tinha dormido bem no trem e a barba feito na tarde do outro dia. Ouvi chamar para o bus p/Cochabamba (na viagem anterior subi via Sucre/Potosi), às 10.00 horas. Despedi-me do estrangeiro que ia p/La Paz visitar um amigo, era Ludwik da Bélgica, descendente de poloneses. Tinha 21 anos, era loiro com olhos azuis, trabalhando como garçom em Porto Alegre, ganhando uns 1000 Reais/mês. Ele era apaixonado por Brasil. Queria voltar para Bélgica em Julho trabalhar um ano juntando o dinheiro para comprar um apartamento. Disse que o preço era tão baixo, que com a economia de um ano dava p/pagar.

Tem uma farmácia na estação, comprei os comprimidos contra a doença da altura. Não tinha soroche pills, mas uma outra marca, mostraram a publicidade. 4 comprimidos, 6 bolivianos. Tomei logo uma, duas horas depois a segunda e na subida para o altiplano a terceira.

A viagem era muito barato, comparando com o que paguei ultima vez e conforme os diários, base da minha viagem. 40 bolivianos. O bus tinha o banheiro fechado, agora ele tinha de esperar, pois precisava fazer chichi urgente e sai procurando o banheiro da rodoviária.

Comigo o bus era completo. Recebi um lugar na ultima parte do bus, o que não agüento bem. Tinha uma mãe com filho de mais ou menos 3 anos ao meu lado. Era o pior bus que já usei na Bolívia. Paramos em postos da policia e entraram pessoas p/vender espetos com carne e batata doce. Comeram, tirando pedaços com as mãos.

Andamos umas horas na bacia amazônica, paradas p/fazer chichi e comer. Sofri muito com o banheiro fechado e não poderia ver comida na minha frente. Começamos subir e eu fiquei mal, o cheiro da carne o suor das pessoas, o ônibus meio sujo e as curvas, queria vomitar. A paisagem da subida é um espetáculo, muito verde, cachoeiras, pequenos rios, mas eu não poderia olhar para o lado nem para traz. Tentei respirar pela boca, não agüentava mais. Chegamos acima, é como virar um canto de uma mesa, comece o altiplano, via-se longe Cochabamba, que alivio meia hora mais tarde chegamos lá.

Tinha no papel anotado um hostal de um guia, hostal Dory´s, fui com táxi, 5 bolivianos. No outro dia vi que o hostal era nem 100 metros da rodoviária. A dona disse que tudo era ocupado, só tinha um quarto de casal, 75 bolivianos, baixei p/60 e fiquei. Não gostei do hostal. Fui para a rua comprei uma garrafa de 750ml de iogurte, tomei o ultimo comprimido contra a doença da altura, tomei uma ducha e fui dormir.

 

4° dia, 16/04 sábado: Cochabamba. Levantei tomei ducha, fiz o saco de viagem, fui tomar café com leite, pão c/manteiga e um suco de laranja. Senti-me fraco e sabia que não poderia viajar assim. Era um calor incrível, no fim de outono, em 2700 metros de altura. Andei um pouco, fui ver os ônibus p/La Paz p/este sábado e domingo. As 11.30 forcei-me de comer, pedi arroz branco, bife grelhado, salada e um Coca media, 10 bolivianos, 1.25US$. Peguei o saco de viagem e fui para o hostal Equatorial, atravessando o cruzamento, 50 metros da rodoviária. 50 bolivianos, novo, c/banheiro e café de manha (fraco). Tirei a roupa e dormi logo. Acordei as 16.00 e fui para a rua. A volta do hostal tem um comercio de rua enorme. Vende-se tudo. O que mais me interessava eram as calças/bermudas e blusões, copias da adidas, nike, reebok. Tinha comprado os meus em São Paulo, mas não de marca, aqui eram mais bonitas e mais baratas.

Fui a pé até o centro (5minutos). O centro tinha movimento nenhum, nem lojas nem restaurantes, mas a praça central é bonita com os edifícios antigos e a catedral.

Entrei numa sorveteria, pedi pão de queijo um grande copo de iogurte e torta de morango, todo 14,50 bolivianos. Fui de volta até o hostal, eram 20.30. Fiquei vendo televisão até as 22.00 horas. Eles tem a volta de 6/7 canais. Na televisão falaram sobre o que mais dói eles, a perda da saida para o mar. Mostraram também Hugo Chavez, Presidente de Venezuela, que tinha dito que ele um dia quere tomar banho numa praia boliviana no Pacifico.

Editado por Visitante
  • Respostas 60
  • Criado
  • Última resposta

Usuários Mais Ativos no Tópico

Usuários Mais Ativos no Tópico

  • Membros de Honra
Postado

5° dia, 17/04 domingo: Cochabamba - La Paz - Copacabana.id="red"> Tinha colocado o relógio para 07.30. Arranjei-me, tomei o café de manha e fui para a rodoviária. Tinha escolhido uma companhia com bus para as 09.00 horas, mas chamaram para o ônibus as 08.30, 20 bolivianos. Tem-se sempre comprar a taxa de uso do terminal, corri para pagar este e depois recebi a passagem p/La Paz. Era um ônibus limpo e confortável, novamente com todos os assentos ocupados.

Passamos pelo altiplano seco, vendo longe as montanhas cobertas de neve. As poucas casas feitas de tijolos da própria terra e cobertos de uma espécie de palha. Às vezes vi nos encostamento Eucaliptos e pensei se eles crescem nestes lugares mais secos ainda, porque se não planta mais junto das casas, para dar sombra e um pouco verde. Parada para comer num restaurante muito precário. Pedi uma sopa, sobremesa gelatina e uma coca tamanha médio, 6,00 bolivianos, senti-me bem. As sopas são muito boas, sempre acompanhadas com um pedaço de carne. Para alguém, que não agüenta mais as papas fritas e frango, é uma boa opção. Nestas viagens tenho pouca fome e perco sempre a volta de 5 kg.

As 15.45 chegamos à rodoviária de La Paz. Tinha ônibus para Lima só na quarta, 42 US$, perguntei-me o que fazer 3 dias nesta cidade que já conhecia. Peguei um táxi para o cemitério ao lado do qual saem os Van para Copacabana. Não tinha combinado o preço e paguei oito bolivianos, na rodoviária tinham falado 5-6 bolivianos. Tinha um Van para as 16.30, a bagagem fica acima do Van coberto com uma lona, preço 17.50 bolivianos. O Van levava mais dois passageiros do que tinha assentos. Na parte La Paz alto passamos por uma praça enorme, as pessoas colocam uma lona de plástico no chão no meio da lama para expor a sua mercadoria, sem proteção contra vento e chuva. Era o comercio mais pobre que já vi.

Às 20.00 horas chegamos a Copacabana. Fui direto para o hotel ambassador, eles lembraram-se de mim e fizeram uma festa. Escolhi um quarto, 50 bolivianos, mas também tem quartos pagando 30 bolivianos para uma e para duas pessoas, pagando 20 bolivianos/pessoa, todos com banheiro e um bom café de manha incluído. Fui jantar MANKHA VIA, Av. 6 de Agosto, cardápio turístico, sopa, salada do bufete e bife ou truta, com muito pão fresco e manteiga, 15 bolivianos. Tomei uma garrafa cerveja, que é um pouco cara neste restaurante, 10 bolivianos. Estava feliz.

 

6°-7° dia, 18-19/04 segunda/terça: Copacabana - Puno - id="red">Arequipas.id="red"> Tomei o café de manha no hotel e saiu. Primeira visita à amiga na pequena agencia no canto do hotel. Esta senhora sabe tudo e é muito responsável. Ela vende também a visita para a ilha do sol, que eu já tinha feito. Se podem, fazem esta visita, a água azul do Titicaca é um espetáculo e o lado boliviano do lago é mais bonito do que o lado peruano.

Comprei a passagem para Lima no outro dia. Ela tinha Copacabana - Puno e depois com semi-leito direto até Lima, chegando lá meio dia, 340 bolivianos. Ou Copacabana até Puno, de lá até Arequipas e nova troca de ônibus para o ônibus normal as 20.30 p/Lima, 225 bolivianos, 28 US$, um preço impossível de acreditar. Tudo que li falou em preços entre 40-45 US$. Fiquei com este, saida na terça as 13.30. Este bus é diário.

Fui subir para o santuário atrás da catedral. Senti a falta de ar nesta altura de 4000 metros. Cada 10 metros parava p/ganhar fôlego. Mas a vista sobre o Titicaca de lá acima compensa.

 

Almoço truta cozida, salada e coca, bolivianos 10,50. À noite jantei no mesmo restaurante do dia anterior. Na saida encontrei de novo o rapaz argentino que vi no dia anterior e agora falamos um com o outro. Ele era pastor da igreja anglicana em Buenos Aires, estava de volta de Lima/Cuzco. Falamos sobre a pobreza absoluta dos indígenas do altiplano e os peruanos nas favelas a volta de Lima. Discutimos que para muitos a vida na terra é já uma vida do inferno. Infelizmente não fiquei com o endereço dele.

Na terça fiz uma nova volta na cidade e sentei no jardim em frente da catedral. O bus as 13.30 para Puno sai mesmo em frente do hotel ambassador. Chegamos à fronteira, carimbar saida de Bolívia. Trocar dinheiro nos cambistas na rua ou nas casa de cambio, 1US$=3,2 soles. Tenha atenção que as notas de US$ são perfeitas se não eles não aceitam. Seguir para a policia peruana, preencher papel da entrada, carimbar o passaporte e seguir para Puno aonde chegamos à volta das 16.30. Quem vai para Cuzco tem de esperar até as 20.30. Para Arequipas tinha o bus esperando só para nos dois, eu e um INKA de Cochbamba. Entramos no bus e seguimos direto. Chegamos as 20.10 em Arequipas.

O semi-leito das 20.00 para Lima era atrasado e pagando mais 5 soles poderíamos tomar este. Eu disse ao INKA que ia usar o semi-leito, pois ia chegar em Lima à volta do meio dia e o normal só às 17.00 horas. Paguei os 5 soles e deram-me a passagem. Não pensei que 5 soles para o INKA era muito, devia ter tratado o caso dele, pagando os 5 soles. Quando ele decidiu de ir comigo era tarde demais. Chamaram-me e o bus começou andar. Vi a cara triste do INKA, nem o nome dele sei. Serviram até jantar no bus, frango com massa e salada de frutas.

 

8° dia, 20/04 quarta: Chegada a Lima.id="red"> Acordei as 05.30, olhei para fora e vi uma paisagem, como nunca tinha imaginado montanhas, terras planas sem nenhuma planta/arvore verde. Um deserto absoluto. Os poucos povoados muito tristes, juntando se as casas, para se proteger contra o sol e a poeira. Nestes povoados tinham plantado eucaliptos e poder-se-ia ver que eles se deram bem. Portanto só alguém começar plantar.

Mais perto de Lima tinha o pacifico num lado e os montanhas no outro, continuando tudo sem vegetação. Às vezes a estrada chegou perto de 100 metros ao pacifico. Será que os Limanenses usam estes praias? Pelo menos são praias enormes. Entrando em Lima via favelas nenhumas. Começou mudar tudo. Tinha arvores grande e cantos verdes, estes irrigados. Era mais organizado do que, por exemplo, a entrada de Rio pela Avenida de Brasil.

O bus seguia até o terminal. Lima não tem uma rodoviária, cada linha de bus tem seu terminal. No terminal tinha táxis registrados pela companhia de bus. Tinha um papel com duas hostales perto do centro tirados da internet. O taxista escolhido disse para ficar com o hostal San Francisco na Jr. Azangaro 127, umas 200 metros da catedral e da praça das armas. No bus tinham falado que o táxi custa 5-6 soles do terminal até o centro e realmente cobrou só 6 soles. Mas combinam sempre o preço perguntando pessoas e depois tentem negociar. Os táxis não tem taxímetro.

O hostal cobrava 21 soles, 6,5 US$. Era um quarto com 4 camas e banho privativo, garantiram que ia ficar sozinho. Gostei, espalhei as minhas coisas. Tomei um banho no melhor banheiro da viagem, água quente e fria saia com força. O hostal tem internet.

Peguei a mapa do centro de cidade no hostal, fui primeiro para um café comer bolo com suco de laranja. Depois para a Plaza das armas e a catedral. Desci toda rua Jr. de lá union, um calçadão, até a Plaza San Martin.

A Jr.de la union é cheio de restaurantes, mas tudo fast food, lojas e pequenos shoppings. Também as ruas laterais tem muito comercio. Fui até os correios perto da Plaza de armas, também um prédio antigo muito bonito. Ninguém estava pedindo nada, mas tinha ajudantes de policia em todo lugar. Mal alguém queria vender ou pedir alguma coisa estava lá a policia.

Fui até a Av. Tacna, uma das 4 limites do centro. Um trafico enorme, mas muito bus e táxis de mais, quase todos com pequenos ou maiores batidas. Os táxis não param, andam a procura de clientes. Tem poucos carros particulares, será porque saindo de Lima qualquer lugar é longe ou falte de dinheiro mesmo.

Entrei novamente na Jr. de la union, não encontrei um restaurante com comida tradicional, entrei num fast food, papas fritas, bife, salada e uma garrafa de cerveja, 23 soles. Era caro, mas estava feliz ter chegado tão fácil nesta cidade grande. Fui para o hostal, usei a internet e fui dormir.

 

9° dia, 21/04 quinta: Lima - compra da passagem p/Pucallpa - id="red">Miraflores.id="red"> Saiu e fui para a padaria á 50 metros, olhando da saida do hostal p/esquerda. Pedi pão fresco, café com leite, comprei queijo e pedi suco de laranja, todo 4 soles.

No hostal já tinha perguntado, se eles conhecem a cidade de Pucallpa lá no rio Ucayali, capital da província Ucayali. Conheceram e até sabiam o nome da linha de ônibus para lá, era a Linha Leão de Ouro. O taxista conhecia a linha e sabia a rua do terminal, combinei 5 soles. Tinha 3 saídas para Pucallpa por dia. Comprei a saida para as 15 horas no outro dia, 40 soles, previsão da viagem 22 á 23 horas.

Na saida do terminal tinha as taxistas registradas pela companhia, perguntei o preço para o parque Kennedy em Miraflores, 11 soles, disse nove, mas a resposta era firme 11 soles. Indo até Miraflores vi como era longe. Do parque Kennedy fui à pè até a praia. Chega-se a uma praça bonita na costa, bem acima do mar, com lojas e restaurantes e lá embaixo era a praia. Entre a praia e a costa subindo para a plataforma onde estive, tinha uma estrada. A praia era limitado no lado direito e esquerdo pela costa rochosa que entra para dentro do mar. Acho a praia assim limitada, tinha no maximo 500 metros. Não tinha areia, tinha esta terra /areia cinzenta das encostas, jogaram pedras no inicio da praia, portanto estender uma toalha e deitar-se não era possível. Com o que vi da costa do pacifico nos últimos km entrando em Lima e agora esta praia, pensei na maravilhosa posição de São Paulo, onde descendo tem as praias fantásticas de Santos e de lado esquerdo as praias de Guarujá, Bertioga etc. e direito Praia Grande, Itanhaém etc. Queria comer aqui com vista para o mar, mas era fast food e caro demais.

Miraflores é uma cidade bem planejada com prédios altos, mas sem charme. Andei mais um pouco e fui de volta até o parque Kennedy. Táxi 15 soles, concordei, pois queria ir até o centro de Lima. Entrei no armazém Metro (tipo extra com praça de restaurante). Comprei uma toalha grande, porque o hostal não deu toalha e a minha branca estava já suja. Mais uma volta nas ruas do centro e jantar na mesma padaria de manha, sopa, massa com bife e cerveja, 9 soles.

As guias turísticas digam para ficar em Miraflores e não em Lima, não concordo, acho mais interressante ficar em Lima, mas tem de ser perto do centro.

 

10°-12° dia, 22-24/04 sexta/sábado/domingo: Lima - Pucallpa - id="red">rio Ucayali - escolha da lancha para Iquitos.id="red"> Saí do hostal ao meio dia e fui para o terminal do bus, lá dentro tinha um restaurante. Comi sopa, um doce e suco de laranja. Estranhei porque os passageiros já faziam fila para entrar no bus, pois os lugares eram numerados. Depois entendi, o porta bagagem do bus era cheio de carga, e os sacos de viagem tinham ser levado para dentro do bus. Como entrei quase no fim, não tinha mais lugar p/meu saco de viagem, nem abaixo das pernas. Fui reclamar e arranjaram um lugar no porta bagagem empurrando o saco para dentro.

15.00 horas saindo na estrada para Huanaco. Agora vi as favelas neste lugar seco e cheio de poeira. Chegando mais perto dos Andes já tinha água, usaram para regar os jardins e a frente das casas, para reduzir a poeira. Entramos nos Andes era fantástico ver a estrada aqui embaixo e nos lados às montanhas subindo. Infelizmente começou ficar escuro e não se poderia mais ver nada da paisagem.

Paramos no meio das Andes a volta das 21.00 horas para jantar. Era muito frio e todos vestiam agasalhos. Comida como sempre papa frita com costeleta ou frango. A maioria pedia uma sopa como eu, com suco de laranja.

No outro dia acordei e já tínhamos deixado a estrada para Huanaco, indo na estrada de terra compactada para Pucallpa, são uns 400 km com quase nenhum povoado. Mato nos dois lados, como chovia pelo menos não tinha poeira. Muito trafico, mas só de caminhões, quase todos carregados com madeira já tratado e cortado na medida, contei uns 60 caminhões sem os cobertos com lona, que com certeza também carregavam madeira. Imaginam 60 por dia, 365 vezes por ano, nenhuma floresta aquenta isso.

Chegamos sábado à volta das 13.00 horas. A senhora ao meu lado já tinha me contado, que o terminal, o centro e o rio eram muito pertos. Na chegada ela chamou um taxista conhecido dela e este disse que conhecia um hostal bom e barato, 25 soles e para levar-me lá ele ia cobrar 5 soles. Chegando perto do hostal ele disse, que iam talvez cobrar 30 soles, e dentro do hostal a dona pediu 35. Não concordei e ficamos com 30. Tenho certeza que recebi um dos melhores quartos, janela grande, TV e um bom banheiro. Tomei banho rápido, ansioso de ver a cidade e o rio. Este rio que passa por Machu Picchu onde se chama Urubamba e tem lá uma largura de 5-7 metros.

Na rua quase carros nenhumas, também para que, para andar nesta cidade pequena ou sair e andar 400 km estrada de terra. O que tinha em grande quantidade motos com uma roda na frente e dois na traseira, com um banco para três adultos, com cobertura e ainda um porta bagagem. Eles cobraram para qualquer lugar 1 Sol. Eles andam na rua sem parar procurando clientes.

A cidade tem nada de especial, nada de antigo, uma igreja moderníssimo, muitos restaurantes de frango com papas fritas. Um mercado enorme e ainda com barracas à volta vendendo de tudo, não existem lojas.

Fui para o rio, já tinha visto o de longe, pois esta só uns 200 metros do hostal. Já tinha visto os rios Paraná e Paraguai e fiquei um pouco desapontado, pensei que seriam mais largo. Esta vez não, o rio tinha uns 200 metros de largura e ainda faltam 1000 km até Iquitos e sua entrada no Amazonas. Encostado nos cais tinha uma fila de barracas e em frente deste outra fila. Como tinha chovido era todo um lamaçal enorme. Eu não entrei, eles vendiam comida para os estivadores e as pessoas que vinham dos povoados pertos com barcos pequenos para comprar ou vender uma coisa. Tinha até uma barbearia. Entre as barracas e as lanchas, tinha umas 40 metros para colocar os produtos tiradas das lanchas, esperando ser levado para caminhões. As lanchas encostam com a frente. Tinha uma fila de lanchas, dizendo para onde iam e quando iam. Tinha duas para segunda para Iquitos. Domingo as lanchas não partem. Escolhi a lancha mais bonita e tentei passar pela lama p/chegar á ela. O dono estava sentado numa mesa controlando todo. O preço era 70 soles rede e cabine 120 soles para ir até Iquitos, incluído as refeições. Previsão para chegar, após dois dias e 3 noites. Um rapaz mostrou a cabine que era para duas pessoas, mas garantiram que ia ficar sozinho, nada de luxo bem pelo contrario. Decidi de ficar com a cabine para ver como todo funcione. Ele disse que poderia já dormir lá Sábado e Domingo não pagando o hotel. Olhei para os meus tênis sujos de lama e decidi de ficar com o hostal.

Encontrei um restaurante com comida caseira, bife de fígado cebolada com arroz, salada e uma cerveja, 8.50 soles.

No hostal lavei os meus tênis e decidi comprar no outro dia uns tênis bem baratos só para passar pela lama.

No domingo de manha fui para um restaurante, que servia café de manha à moda americano ou continental. Continental era pão fresco, manteiga, geléia (eles chamam mermelada), café com leite e suco de laranja. Pedi mais pão, todo 4,50 soles.

Fui para o mercado para comprar os tênis, tinha cópias mais bonitas do que os meus reebok. Os tênis escolhidos custaram 15 soles.

À noite procurei o restaurante do dia anterior, não encontrei. Tinha de comer 1/4 de frango, papa frita, salada e uma cerveja, 13,00 soles.

  • Membros de Honra
Postado

13°-15° dia, 25-27/04 segunda/terça/quarta: Com lancha de id="red">Pucallpa até Iquitos.id="red"> A lancha ia à tarde as 17.30, dizia lá sem falta. Eu estava tão ansioso de ver tudo esta turbulência do porto de novo, que já fui às 13.00 horas saindo do hostal. Mal estava na rua, parava um moto-taxi. Sentei-me no banco, com meu saco de viagem e a bolsa tiracolo colocado junto com um cadeado. Chegamos ao porto, tinha um monte de gente acima de mim, tentavam tirar o saco e levar-me para um barco. Eles falaram o nome de lanchas, mas o taxista parou e pegou firme no meu saco de viagem e disse que já tinha a passagem comprada. Não sei se eles ganham comissão levando passageiros para a lancha. Esperamos até o ultimo entendeu que não havia negocio. Paguei 2 soles ao taxista.

De manha já tinha escolhido o melhor caminho para chegar à lancha sem passar por muita lama. Com o sol forte de toda a manha, estava todo seco e não sujei os tênis, entre carga e estivadores fui até a minha lancha. O rapaz que tinha mostrado a cabine deu-me a chave. Esta lancha tinha só lugar para redes na parte superior e embaixo só para carga. Já tinha muitas redes penduradas e as pessoas lá dentro descansando. Coloquei o saco na cabine e tirei a minha rede. Esta rede tinha comprado na Praça da Republica em São Paulo, era de nylon e pesava só uns 200 gramas, mas agüentava 250 kg. Coloquei a rede para descansar nas tardes fora da cabine.

 

Fui ver o movimento agora de aqui acima da lancha. Os estivadores como formigas carregando neste momento cebolas para nossa lancha. Ao lado estavam descarregando madeira, pranchas tão grandes que uma arvore forte no maximo poderia render 4 - 6 pranchas destes. Os estivadores com bermudas imundas e camisetas sujas se lavaram no rio aqui ao lado das lanchas tirando a camiseta e lavando esta também, depois se secaram com a camiseta e vestindo ela de novo.

A lancha ao lado começou partir, e nos as 18.30 um pouco atrasado também. Começou a minha viagem para o Amazonas. Era já tão escuro que não poderia ver mais os lados dos rios.

A cobertura estava cheio de redes e para ir de um lado ao outra se tinha ir curvado abaixo delas. Experimentei a minha e gostei.

A lancha tinha 3 banheiros com ducha e mais 2 torneiras com pia ao lado e até com espelhos. Passei novamente pela minha rede, estava ocupado. O homem ficou tudo feliz quando disse que ele poderia usar ela durante a noite. Dormi fantasticamente bem. Bateram na porta, estavam distribuindo pão fresco com milho branco cozido em leite. Tinha de comprar um caixinha plástico e uma colher aqui no barco para receber a comida, eram 3,5 soles.

A minha primeira visita era a frente da lancha para conferir se o rio já ficou mais largo. Tinha lido que o rio alcança sua maior altura entre Dezembro e Março. Nas margens tinha agora florestas e a água ainda entrando nelas. Passamos por Contamana a capital do distrito e de vez em quando por uma ou duas casas isoladas. Conforme tudo que vi, achei que o rio na sua maior altura poderia subir mais um metro. Portanto a água estava baixando e tinha uma corrente muito forte.

Chamaram para receber o almoço e lá fomos todos, massa com frango, comprei uma cerveja, gostei, comi e descansei na minha rede. Três noites e dois dias formidáveis, com muito descanso e conversa com as pessoas. Não tinha nenhum estrangeiro, era o único. Após 2 dias e 3 noites na Quinta-feira de manha chegamos em Iquitos.

 

16°-17° dia, 28-29/04 quinta/sexta: Chegada á Iquitos. id="red">Chegamos às 08.00 horas. Todos tiraram as redes, arrumaram suas bagagens e mal a lancha encostou ela ficou vazio. Entre tanta movimentação e pilhas de cargas, precisava-me orientar. Chequei perto a saida, passando por um prédio tipo sala de espera, com muitas pessoas e suas bagagens ou mercadorias. Tinha muitos mototaxis, as mesmas como em Pucallpa com 3 rodas. Fiquei quieto para evitar que eles vieram acima de mim. Olhei para a cara deles e escolhi o mais simpático. Era brasileiro, eu e ele ficamos contentes. Perguntei se ele conhecia um hostal barato perto da praça das armas por mais ou menos 25-30 Soles, ele confirmou. Perguntei sobre a saida das lanchas. Ele mostrou uma tabua onde estavam as saídas escritas. Para sábado não tinha ainda nenhuma lancha. Passamos a saida do porto, a estrada da saida era de terra, portanto com muita poeira. Barracas vendendo roupas, restaurantes, bares, mercearias nos dois lados e para dentro mais e mais barracas, um cidade de barracas.

Para o centro são 2,5 km. Chegamos ao hostal, a senhora pedia 35 soles para um quarto com banho privativo, mas concordou com 25 soles, café de manha não incluído. Arrumei as minhas coisas e como era cedo ainda, poderia tomar o café de manha no hostal. Pão com manteiga e geléia, café com leite e suco de laranja.

Fui para fora e fiz a 1° volta, só mototaxis quase nenhum carro. A província de Loretos com Iquitos como capital tem o tamanho da Alemanha, mas só tem 770 000 habitantes. Iquitos foi fundado em 1757, mas nunca passou de algumas casas longe do restante do país e sem acesso por estrada.

Logo a uns 100 metros do hostal tem a praça das armas e a volta a catedral, hotéis com 3 e 4 estrelas, restaurantes de fast food, uma loja para informações turísticas, recebi lá um folheto de cada província de Peru e um mapa de Peru. Tinha a casa de ferro construído por Eiffel para a exposição mundial de Paris em 1889. Fui comprado por um novo rico, graças à borracha e trazido para Iquitos com navio subindo o amazonas pelo Brasil. Isso foi no auge da historia de Iquitos. Com a procura por borracha a cidade cresceu e ficou rico. A maioria dos monumentos é desta época. Mas isso durou pouco tempo, começou em 1880 e acabou em 1914. Iquitos ficou esquecido.

Só a partir de agora (conforme folheto turístico) com a exploração de petróleo (não sabia que existe petróleo nesta zona) e principalmente a exploração da madeira ganhou vida nova. Já falei da exploração da madeira, caso isso continua como esta, este nova vida vai acabar mais rápido do que o auge da borracha.

Comi a noite pizza, 10 soles, uma cerveja, cinco soles, um bolo de maça, 3,5 soles e um café com leite, 2,5 soles. Amanha vou comer mais barato. Tem muitos restaurantes pequenos, pobres, mas com boa comida.

No dia seguinte fui visitar a parte mais pobre da cidade, o bairro chama-se Belém, são casas de madeira acima de estacas dentro da água evitando que o rio na sua maior altura alcance o chão da casa. Na entrada deste Bairro muito comercio, mas muito pobre, só para esta parte da cidade mesma.

Queria ver novamente o movimento do porto e fui com mototaxi até lá, 2 soles. Já tinha escrito na tabua a lancha para Sábado para St. Rosa e Tabatinga. Era a lancha Don Manuel. Também aqui o dono da lancha tratou tudo. Chamou um rapaz para mostrar-me a lancha. Os preços 80 soles para a cabine de duas pessoas e 50 soles para a rede. Fiquei com a cabine, mas esta vez sem garantia de ficar sozinho. Saida era par 18.30 no outro dia. Previsão de viagem, 1 dia e 2 noites.

 

18°-19° dia, 30/04-01/05 sábado/domingo: Iquitos - St.Rosa - id="red">Tabatinga -Letícia.id="red"> No sábado já fui às 15.00 horas para o porto. Gostei tanto de ver esta parte do mundo que nunca tinha visto.

Já tínhamos antes de chegar a Iquitos passado pela entrada do Rio Marañon, e o rio tinha agora já umas 400 metros de largura. È pena que a maior parte das viagens é à noite. Logo após Iguitos entra o rio Napo e partir de aqui os peruanos chamam o rio já amazonas. Para Brasil é o rio Solimões.

Recebi as chaves da cabine, coloquei as minhas coisas, pendurei a rede e fui descer para ver o movimento. Tinha uma lancha com gado. As vacas estavam colocadas tão apertadas que elas só poderiam ficar em pé, não recebiam água nem comida. Estavam muito abaladas. Não sei quanto tempo à lancha já estava com elas. Começaram tirar as vacas para um caminhão, tinha uma instalação, que facilitava isso. Uma vaca caiu, tentaram que ela levanta, bateram nela, torceram o rabo, mas não adiantou, colocaram cordas e um carro pequeno de carga encostou, arrastaram ela para cima desde carro. O carro saiu rápido para o matadouro, para evitar que a vaca morre antes. Ficou a ultima já deitado, arrastaram ela para o mesmo carro, que já veio de volta. Tirei fotos, elas já tinham os olhos virados, mas estavam com vida.

Como tinha ainda muito tempo, fui para fora da área do Porto. Chegou o taxista brasileiro, eu tinha deixado um recado com 5 soles , que tinha resolvido ir mais cedo. Veio para despedir-se.

 

Fui tomar uma cerveja com pão, o pão não é como o pão francês, é mole e gostoso aparece que foi feito com manteiga. Chegou o dono do barco, precisava a chave da cabine. Paguei a conta, 5 soles com uma nota de 20. Recebi 5 soles de troco. Na lancha percebi e fiquei aborrecido comigo.

Recebi uma companheira na cabine, era a Rubi com 21 anos. Corri de volta para o bar, e a empregada percebeu logo, foi falar com a dona e constrangido devolveram os 10 soles.

Saímos e começou um novo trajeto da minha aventura.

Rubi e eu não tínhamos complexos e cada um ficou a vontade, se preparando para dormir. Um outro dia lindo. Em toda a minha viajem não tinha uma única vez chuva, só chovia às vezes à noite. Vi nuvens muito escuras e relâmpagos enormes. O rio tinha agora muitas ilhas e passamos por canais ente elas. Era raro, ver o rio inteiro. A lancha parava agora muitas vezes para deixar sair ou subirem passageiros ou pegar carga. Eram casas isoladas ou povoados pequenos, ouvindo o sinal da chegada da lancha todos se reúnem junto do rio é uma distração para eles e para nós. Subiu um homem com 2 vacas, sujaram todo, e o pessoal do barco tinha de limpar constantemente.

Um por de sol incrível e uma noite tão escura que o céu estrelado apareceu mais perto da terra, do que já tinha visto.

Jantar purê de batata, arroz com molho de carne.

  • Membros de Honra
Postado

20°-21° dia, 02/05-03/05 segunda/terça: Chegada á St. Rosa id="red">(Peru), Tabatinga (Brasil), Letícia (Columbia). id="red">Chegamos as 08.30 em St.Rosa, a maior parte dos passageiros sai, mas a lancha continua ir até Caballococha (Peru). Levar a bagagem para a alfândega, depois á policia para carimbar o passaporte. Voltar para a lancha, ao lado tem pequenos barcos, que levam as pessoas para o outro lado. Como custava só 3 soles, não esperei outros passageiros, fui sozinho.

Chegando a Tabatinga, vi só um táxi, muito machucado, mas muitos motos tipo Vespa.

A pessoa sente-se na parte de traseira e a bagagem fica entra as pernas do motociclista. Ninguém usa capacete.

O homem do táxi chegou e disse que tinha de passar pela policia uns 300 metros na vila, perguntei referente à pousada do sol que um peruano tinha recomendado e queria passar pela fronteira colombiana, só para saber onde fica. Quanto custa? 5 Reais. No final chegamos à pousada e a empregada disse 50 Reais. Pensei, não vai dar certo é dinheiro demais. Disse 35, se não tinha de ir embora. Pedi que ela ligasse para a dona, e esta aceitou 35 reais com um bom café de manha. No cais mesmo tem o hotel /restaurante blue moon, 28 Reais com banho e ar-condicionado, mas esqueci de perguntar com ou sem café de manha. Tem muitos pequenos hostales que não devem cobrar mais do que 15-20 Reais.

Tomei banho, trocei a roupa e fui a pé até o cais, que praticamente é o centro. 400 metros com algumas grandes lojas nos dois lados. Deve-ter muitas pessoas do interior que fazem aqui as suas compras. Comprei uma bermuda leve, bonita por 10 Reais. Também muitas casas a venda ou abandonadas, que antes eram hotéis, bares ou lojas. Muitos sonhos desfeitos!

As lanchas ficam mais ou menos 500 metros dos cais. Vi só duas lanchas. Fui para lá com moto, tinha uma lancha grande para Manaus quarta às 14.00 horas. Era a maior e mais bonita das 5 lanchas que usei nesta viagem. Rede 100 Real, incluído refeições. Poderia dormir já lá segunda e terça sem pagar. Mas como fica um pouco isolado, preferi ficar na pousada. Dormir em cabine acabou, eram 600 reais. Portanto vou dormir 1° vez na rede, Previsão da viagem, 3 dias, 3 noites.

À tarde tinham chegado muitos pequenos barcos e tentaram vender direto, sem passar pelo mercado basicamente 3 produtos, bananas (estas para cozinhar ou fritar, ainda verdes), peixes e galinhas vivas. Um cacho de bananas grandes saiu por 4-6 Reais. Não sei como eles vivem, com tão pouco dinheiro pelos produtos que eles vendem. Precisam comprar todos os produtos básicos, como café, arroz, sabão, roupa, gasolina para mover os motores dos barcos etc.

Fui jantar no restaurante blue moon, todo chique com garçom vestido com terno e gravata, peixe grelhado, sobremesa e duas garrafas de cerveja, 28 soles. Feliz da vida fui a pé até a pousada do sol. No outro dia passei novamente pelos cais e a tarde peguei um moto para o centro de Letícia. Letícia é a capital da província colombiana do amazonas e mais organizada do que Tabatinga, com jardins e lojas nos dois lados da rua principal.

Num café pedi um doce com chocolate quente. A conta vem em Pesos, mas você pode pagar em Reais, o troco vem em Pesos. Portanto anda prevenido com notas de 1-5 Reais. 1 Real = 840 Pesos, mas eles falam 8,40 Pesos.

Na fronteira peguei um moto até o cais, comi uma boa sopa acompanhado de salada e tomei uma cerveja. Já eram 20.30 horas e se via mais ninguém, fui a pé até encontrar um moto.

No outro dia levantei as 07.45, tomei o café de manha, paguei e a dona da pousada chamou um moto. Pensei que não era possível, mas era o saco de viagem mais a bolsa tiracolo ficaram entre as pernas do motociclista e fomos até a lancha, 2 Reais.

 

22°-24° dia, 04/05-06/05 quarta/quinta/sexta: Lancha Tabatinga - Manaus.id="red">Cheguei à lancha a volta das 10.00 horas. Subi e já tinha um movimento grande. Mas ainda muitos lugares para poder prender a rede. A partir das 10.00 horas chegaram só poucas pessoas e a lancha em minha opinião ficou bem cheio, mas nada gente demais, como no Don Manuel até St. Rosa. Na lancha de Santarém até Belém vi depois como se pode prender as redes para caber no mínimo o dobro, do que aqui.

Às 14.30 horas fomos embora. Agora era já difícil dizer quantos metros de largura o rio tem, mas com certeza acima de 2000 metros. Fiz uma volta na lancha, abaixo a carga e pessoas que penduraram a rede junto da carga deles.

Encontrei o Sandro de Lima/Peru, ele disse que já tinha me visto em outra lancha, e agora era feliz de ver me de novo. Ele tinha ido para a Guiana francesa para trabalhar, mas não tinha visto. Um dia entrou num controle de rotina da policia e sem visto foi colocado num avião e mandado de volta para Peru. Agora esta tentando de novo. Admirei a coragem deste rapaz. Falei com Sergio, da França que tinha 32 anos, e disse que não consegue deixar esta vida de mochileiro, trabalha meu ano e viaja meu ano. Falou sobre a viagem de Brasil até a Guiana francesa, um departamento da França com o Euro como moeda. Todo muito caro e perigoso no sul, praticamente ocupado por brasileiros. As dificuldades de continuar por Suriname e Guiana para chegar à Venezuela. A Guiana não tem acesso direto para Venezuela, tem se descer até o sul do país e entra novamente no Brasil para chegar via Boa Vista a Venezuela. Pensei que poderia ser a minha próxima viagem. Tinha dois mochileiros ingleses, dois alemães e um dinamarquês, não falei com eles, eram muito jovens e ficaram o tempo todo na rede lendo. Tinha duas senhoras na minha idade dos Estados Unidos, da Califórnia, vieram até Iquitos com avião. Ocuparam uma das cabines. Estavam sentado o dia todo no lado da lancha para observar a floresta. Sentei-me junto delas e falamos muito. Passamos por uma fazenda aonde se tinha tirado toda a vegetação até a beira do rio. Agora não existiam mais raízes profundas p/segurar a terra e o rio baixando com a correnteza mais forte tirou a terra abaixo e a borda estava caindo. Assim o rio com o tempo fica mais largo, mas menos fundo, criando bancos de areia. Fiquei com elas praticando meu inglês. O tempo passa tão rápido, chega à noite, fico com pena que já passou mais um dia.

Antes de esquecer, tinha levado por recomendação repelente, mas não vi mosquito nenhum, nem nos hotéis e nem nas lanchas.

A lancha tinha uma sala de refeições, entraram cada vez 20 pessoas. A comida é simples mas boa, justamente para não engordar nestes 3 dias fazendo nada. Tinha-se tirar logo o arroz, a carne e a salada na quantidade certa, porque repetir não existia. Tiram logo todo para preparar a sala para as próximas 20 pessoas.

O Sergio tinha um guia muito bom com informações precisas sobre onde dormir em Manaus ou outras cidades. Eu tinha escolhido do Guia Brasil 3 hotéis no centro com preços de 50-60 Reais. Mas no guia dele tinha hotéis mais modestos, (entre no side www.lonelyplanet.com para comprar este guia). Eles escolheram o hotel Ideal, quartos com banheiro, mas 4-6 camas. Eu escolhi a Pensão Sulista, na Av. Joaquim Nabuco 347. Chegamos as 10.15 em Manaus.

 

25°-27° dia, 07/05-09/05 sábado/domingo/segunda: Manaus. id="red">Tinha uma fila de táxis esperando e todos os taxistas a volta do primeiro para ver se tem sorte e ganha uma boa corrida. Mencionei a rua e ficou com cara meu mal e disse, abaixo de 10 reais não vou. Nem 150 metros e estava em frente da Pensão Suilista. Portanto entendo que esperando um tempão na fila para ganhar uma corrida destas é ruim. Saiu do táxi, porque nem pensar se não queria ficar nesta pensão de continuar com este taxista. No guia já tinha lido o que vou encontrar. Uma pensão velha com moveis antigos, mais ou menos bom. Vi um quadro com os preços, seriam 45 reais. Tinha empregados, mas chamaram um rapaz com tronco nu e este confirmou que tem quarto vago com ar-condicionado, banho privativo e café de manha (fraco), 45 reais. Antes que eu tinha tempo de falar ele já corrigiu para 35 reais. Não achei tão ruim o quarto com moveis antigos. Arrumei as coisas, separei o que era para lavar, tomei uma ducha e deixando a roupa suja na recepção saiu.

Tinha sorte na próxima rua a direita, Rua dos Andradas, 311 tinha a agência Amazonas Indian Turismo e lá ganhei um mapa da cidade.

Nas cidades grandes é fácil ver em pouco tempo tudo, pois se concentra todo a volta do centro velho e acabou. Realmente tinha percebido isso já em Santiago, 5 milh. de habitantes e Lima, 7 milh. de habitantes. e agora em Manaus uma cidade com 1,4 milh. de habitantes. Contrario as grandes cidades européias, que tem o centro e vários bairros antigos com sua estrutura secular, como Barcelona, Paris, Londres etc. Também não vi turistas. O turismo concentra-se mais nas hospedagens na selva. Tem na selva conforme guia turístico acima de 15 hotéis, que estão entre 45km até 90km, 2 - 4 horas de barco de Manaus. Mas quem viaja sozinho como eu ou um mochileiro jovem com certeza não gostaria ficar mais do que um dia num hotel da selva isolado.

 

Na segunda aluguei um barco para 3 horas para ver o encontro das águas dos rios Rio Negro e Solimões e uma entrada na selva, vendo primeira vez a floresta tropical, aqui a volta de Manaus bem conservado, mas estando em Manaus o meu maior interesse era esta cidade e seus habitantes.

Primeiro fui ver o cais e os barcos sendo carregado e descarregado pelos estivadores sempre correndo e os caminhões estacionado em frente do mercado principal. As lanchas avisaram para onde vão, eram tantos os destinos. Fiquei sabendo que mais para direita tem um porto só para cargas e para esquerda o terminal da chegada. Vi nenhum barco para Santarém ou Belém. Tinha vendedores com estantes e fotos das lanchas vendendo passagens. Aparecia-me que também aqui as informações são dadas conforme o interesse de cada um e não conforme a verdade. Fui perguntar um, e ele disse que não tinha lancha direto para Belém antes de quarta, mas tinha para terça para Santarém e conexão de lá para Belém. Preços, perguntei em dois lugares entre 180 e 200 reais.

Fui ver o movimento no mercado municipal um prédio antigo em frente do cais. Subi a rua principal para a catedral, com lojas nos dois lados, mas também nos dois lados da rua tinha um mercado de camelôs, as barracas todos iguais, portanto um comercio autorizado, o espaço entre lojas, barracas e o restante da rua era pequeno para este movimento todo. Tem muitos prédios antigos, bonitos, mas abandonados e muitos restaurados no estilo antigo. Também entendi que manter estes prédios antigos é muito difícil neste clima úmido. Qualquer semente chegando pelo vento numa rachadura cresce e vira às vezes até arvore.

No domingo choveu até meio dia, forte mesmo. Quando parou um pouco sai com guarda-chuva, mas a chuva parou. Agora as ruas do centro para a catedral estavam fechadas para o transito e as pessoas passeando, as barracas montadas vendiam agora comida, empanados, pasteis, sucos etc. Fiz uma volta na praça da catedral e antes seguir para a praça do teatro queria ver o shopping Amazonas. Peguei um ônibus para lá, 1,50 reais, o taxista queria 15.

No shopping um publico totalmente diferente, bem vestido e muitas pessoas brancas. Senti que também aqui existe esta separação entre brancos e mestiços, índios puros não vi, nem no cais, mas ouvi a queixa de uma menina bonita mestiça, que os melhores lugares nas lojas vão para as meninas brancas.

É uma pena que também aqui o shopping esvazia a vida no centro da cidade.

Voltei para a cidade e tinha decidido de ir na Terça até Santarém, Fui comprar a passagem, 200 reais até Belém, incl. refeições, e a oferta de já dormir na lancha segunda para terça grátis. Resolvi experimentar isso e combinei de chegar no cais segunda as 12.00 horas com minha bagagem.

Agora fui subir até a praça da opera ou como eles chamam teatro. No meio da praça o imponente edifício, recentemente restaurado em cores vivas um pouco perdido na sua elegância entre os outros prédios. Na praça tinha jogos, palhaços, brincadeiras arranjadas para adultos e crianças, charretes com cavalos bonitos, e esplanadas para sentar e comer ou beber.

Finalmente encontrei uma pizzaria e acima disso nesta praça linda com esplanada. Andei na cidade procurando e não achei, pensei em São Paulo temos tantas e aqui nada. Pedi um pedaço mussarela, que vem no tamanho certo para uma pessoa com fome e tomei dois chopes. A pizza gostei demais, na segunda no almoço fui repetir.

Segunda sai do hotel meio dia com o meu saco de viagem e fui para o porto. Agora vêm os imprevistos, a lancha estava no outro lado do porto carregando e ia encostar só a volta das 18.00 horas. Como não ia gastar os 35 reais do hotel, resolvi de alugar um barco, 3 horas por 50 reais para ver o encontro das águas e entrar na floresta tropical, mas primeiro fomos levar a minha bagagem para a lancha. O Capitão já estava informado e guardou o saco.

  • Membros de Honra
Postado

28°-31° dia, 10/05-13/05 terça/quarta/quinta/sexta: 1° etapa id="red">Manaus - Santarém,id="red"> saida prevista, terça as 14.30, previsão da viagem 2 noites e 1 dia. Voltei para o cais, à volta dos 18.00 horas de segunda-feira, pensando que a lancha já tinha chegado. Achei estranho, não tinha lugar para a lancha encostar. O vendedor da passagem disse que vai demorar mais um pouco. Quando queria perguntar novamente ele tinha ido embora. Tinha um rapaz, que trabalha com ele e pedi que ele ligasse para a lancha, mas não tinha celular, o patrão tinha levado. Eram 19.00 horas, nada. Eram 19.30 e o rapaz sugeriu de pegar um táxi, ele ia pagar metade. Não tinha pensado em isso, só tinha duvidas que chegando lá e a lancha tenha saído.

Disse ao rapaz obrigado, fique com os 5 reais e fui com táxi para a lancha, que graças a Deus estava lá ainda. O capitão disse que recebeu acima da hora uma carga de arroz.

Na cobertura tinha 2 redes ocupados, pensei que eram passageiros, mas eram empregadas da cozinha e limpeza da lancha. Arrumei a minha rede, tirei a minha roupa e tomei uma ducha.

Acabei de tomar banho, a lancha estava já indo para o outro lado do porto, nem percebi, já estava dormindo. Na terça de manha vi que a lancha estava na parte da chegada de passageiros, imagina se não tivesse ido com táxi ao encontro da lancha, teria dormido na rua.

Fui sair, e a empregada disse que ia tomar conta do meu saco de viagem e da rede. Tomei café de manha na cidade fiz uma volta de despedida, e às 14.00 horas voltei para o cais. Fiquei sabendo, que a lancha não ia encostar e os passageiros eram transferidos com barco. Pensando na minha rede e o saco de viagem e como estávamos acima da hora de partida as 14.30, peguei um barco, 5 soles e fui para a lancha, lá na chegada dos passageiros. Já sabia que a partida era agora previsto só para as 17.00 horas. Portanto muitos imprevistos, sem horários fixos, um pouco de confusão, mas no final da todo certo.

Muito movimento e redes penduradas, mas a minha rede estava lá num bom lugar e abaixo dela o meu saco de viagem. Saímos às 17.00 horas passando por Manaus, situado no Rio Negro e por navios grandes, navios que andam no mar, encostados no cais da Petrobras. Já recebemos jantar na lancha. Tomei uma cerveja no bar, vendo o DVD de um filme, mas com pouca atenção, acompanhei mais a conversa dos outros passageiros.

Acordando no outro dia, já tínhamos passado o encontro das águas do Rio Negro com o Solimões e o rio chamou-se agora Amazonas. O rio se dividia passou por ilhas e quando achei que poderia ver os dois lados, era impossível estimar a largura. Às vezes quando encostamos mais num lado era difícil de ver o outro lado. Não quero dizer números errados, também não encontrei dados em guias de viagem. Simplesmente era um rio/mar. Chegamos quinta á Santarém às 05.30 horas. Era o único passageiro para Belém. Resolvi tomar um moto para o centro da cidade, funcionava como em Tabatinga, mas aqui se tinha de usar capacete. O capacete na frente era tão melado, que usei uma mão para ele não se encostava à minha boca/queixo. Tomei café de manha na cidade, fiz uma volta e fui a pé para o porto.

 

2° etapa Santarém - Belém.id="red"> Saida quinta, previsto para as 12.00 horas, previsão da viagem 1 dia e meio, 2 noites. A lancha para Belém já tinha chegado, era de ferro e eu estava desapontado, pois era muito velho. Depois vi os banheiros, tinha só duas funcionando e as duas duchas cheiraram tão mal porque eram usadas para fazer chichi, quando apertava. O lugar para servir refeições era ao lado do motor, quente e barulhenta. Era a lancha NM col. José Julio, que em minha opinião devia ir para sucata. Cheguei tarde e era difícil achar um lugar para por a rede, mas enfiei-a. Os dois homens ao lado não gostaram muito, mas ninguém briga, é assim mesmo. Depois eles resolveram prender a rede na parte da carga e eu tinha um lugar da primeira.

Perto de Belém a lancha deixa o rio Amazonas e a partir de Gurupá entra no delta da ilha de Marajó, pequenos canais às vezes com largura de só até 100 metros. As margens têm agora já mais casas simples acima de estacas por causa da altura até onde o rio pode chegar janelas sem vidros. Chegando, as crianças se aproximam nas suas canoas.

Passando por estes canais a lancha chega á foz dos rios Tocantins e Pará. Paramos na vila de Breves. Já antes da chegada tinha muita madeira empilhada, serrarias e agora aqui em Breves madeira, muita madeira em troncos e já cortado á medida. De onde vem toda esta madeira? Alguém controla se o corte cumpre certas regras? De todo o que vi durante esta descida do rio Uyacali lá 1000 km abaixo de Iquitos até aqui na foz dos rios Amazonas e Pará/Tocantins, ninguém controla, e isso vai continuar até as ultimas arvores de madeira nobre como mogno, jatobá e cedro caíram. Sábado às 08.00 horas chegamos a Belém.

 

32°-33° dia, 14/05-15/05 sábado/domingo: Belém.id="red"> Chegando á Belém pela foz dos rios Pará/Tocantins, a silhueta da cidade com os seus prédios altos aparecem Manhattan em miniatura.

Falei muito com as pessoas a volta da minha rede, tirei fotos, tomei nota dos e-mails e já mandei os fotos, até convidei 2 pessoas para o orkut. Eles perguntaram onde vou ficar, disse que tinha escolhido o Hotel Central. Eles disseram você não pode sair sozinho. Tinha um homem com os seus 45 anos, forte, alto que ia para o centro e perguntaram se eu poderia ir com ele. Ele confirmou, mas disse que não ia com táxi, vi a catedral tão perto, sabia que o hotel era perto dela e disse bom vamos a pé. Na porta da saida do porto um movimento barulhento, cada um queria entrar primeiro, carregadores, taxistas e gente de hotéis, pegaram na minha bagagem e puxaram para lá e para cá. O meu acompanhante disse firme, esperem este vai comigo e passamos adiante. O homem falou, durante a noite é muito perigoso de andar na parte velha da cidade. O hotel era mais longe do que pensei e para ficar ao lado dele forcei-me muito. Ele disse vamos pegar no saco nos dois e assim chegamos ao Hotel Central, eu muito suando. Ele disse pronto esta entregue. Nem sei o nome deste homem, mas muito obrigado mais uma vez. Ele ia para Maranhão comprar marisco para vender em Manaus.

O hotel era muito bem localizado, na Av. Presidente Vargas, em parte destruído pela umidade e sem conservação, muito velho. O preço 45 reais, com café de manha e ar-condicionado. Pensei que devia ir embora, mas fiquei. O quarto era tipo suíte. Usei o quarto virado para a traseira, abri a janela, que silencio, o banheiro bom, gostei. Tomei banho e fui ver a cidade com um mapa recebido no hotel, era o ultimo. A empregada para servir o café de manha não veio e baixaram o preço do hotel para 40 reais. Tomei café de manha com pão, manteiga e suco de laranja ao lado do hotel.

 

Em nenhum momento tinha a impressão, que estava numa cidade de 1,3 milh. de habitantes. Era muito calor, suei muito na minha camiseta de algodão. Vi numa loja camisetas de lycra muito leves, comprei uma branca e uma azul, vesti logo a branca, que diferença, a minha de algodão encharcado coloquei no saco de compras. Muito comercio nas ruas laterais e como em Manaus, lojas e a frente destas barracas de camelôs. Passei pelas igrejas e casas antigas uns em estado lastimo outras bem conservadas. Passei pelo mercado para o forte com jardim à volta e os canhões, as maiores que já tinha visto, mostrando a coroa portuguesa e a data da fundição, 1750. A catedral em bom estado de conservação, a praça na frente em obras de reforma.

Peguei um ônibus até a rodoviária. Existem duas linhas para São Paulo, a Itapamerim e a Transbrasiliana. A Itapamerim não ia segunda, então comprei na Tansbrasiliana, o preço era igual ao da Itapamerin, 300 reais. Saida segunda às 10.00 horas.

De volta fui para o shopping Iguatemi, no centro perto do meu hotel. Rodízio de pizzas e cerveja.

 

34°-36° dia, 16/05-18/05 segunda, terça, quarta: Belém - São id="red">Paulo.id="red"> Às 09.00 horas já estava na rodoviária. Gosto chegar cedo para ver o movimento. Uma Senhora de cor pardo, alta com roupa pobre troce caixas de cartão e sacos de pano formando uma pilha de uns 20 e tal volumes, ajudado pelo filho de uns 6 anos, com certeza de mudança para São Paulo.

O ônibus chegou limpinho com as janelas fechadas com cortinas. Entrega da bagagem. O homem do bus disse á Senhora, que não poderia levar todo isso no maximo 2-3 peças/pessoa. A senhora começou chorar e o filho vendo isso também, os homens do bus enfrentando isso não tinham mais argumentos. Era 1 metro e tal de etiquetas, uma para cada volume. O ônibus também por dentro limpo, fresco e cheirava bem. Éramos poucos passageiros, pensei que o ônibus ia apanhar mais passageiros no caminho. Como eles conseguem fazer uma viagem destas, de 50 horas, com todas as despesas, de pessoal, diesel, desgaste do ônibus etc., e tão poucos passageiros.

Saímos às 10.00 horas em ponto.

Pensei que no sul de Belém ainda tinha florestas, mas não tem mais, já foram todas, só se vê os restos, troncos queimados a floresta transformado em pastos e mato baixo. Passamos por serrarias abandonados ou em decadência, muitos fornos para fazer carvão, aproveitando assim o que ficou das florestas.

Entramos na rodovia Belém - Brasília com muitos trechos em estado precário. Paramos para comer, mas só uma vez na noite, na sei onde, para a entrada de 6 jovem passageiros. O bus entra em nenhuma cidade grande perto da estrada, nem em Palmas, Goiânia ou Brasília, vai direto.

Pará - oeste de Maranhão - Tocantins - Goiás - oeste de Minas Gerais - Estado de São Paulo.

 

Chegamos quarta-feira ás 11.00 horas na rodoviária de São Paulo, após 49 horas de viagem.

 

Realizei assim a viagem dos meus sonhos, com um pouco de alegria por ter conseguido realizar esta aventura e um pouco de tristeza, por ter sonhado de mais.

Abraços Dieter

 

 

Você deve saber ainda!

 

Descer até a fonte de um dos afluentes do Amazonas.

 

Eu tentei chegar á um lugar mais próximo da fonte de um dos afluentes do Amazonas e escolhi Pucallpa.

Realmente seria bom de descer o mais possível até a fonte de um dos grandes afluentes, como o rio Marañon, o rio Napo ou talvez melhor ainda o rio Negro. Chegando mais perto da fonte devem existir barcos ou lanchas pequenos para ir até onde é mesmo possível.

 

Assim deve-se chegar mesmo até o pé dos Andes. Acho vale a pena tentar uma viagem destas a partir de Manaus.

 

 

Quando viajar na época do nível alto ou do nível baixo?

 

Quando iniciei a viagem, nem sabia se ia chegar na época do nível alto ou baixo do rio.

Quando vi em Pucallpa o rio de longe já sabia que cheguei na época do nível alto e fiquei contente. Perguntei muitas pessoas, mas incrível, ninguém sabe de nada. Perguntei, se a lancha vai mais rápida com o nível alto ou mais baixo. Uns diziam na época do nível baixo, porque a correnteza é mais forte, outros na época do nível cheio, porque não existe o problema dos bancos de areia.

 

Bom cheguei na época do nível alto do rio, agora perguntei o rio esta subindo ou baixando, também ninguém sabia responder.

Eu pensei a correnteza é tão forte o rio esta baixando. Pela altura das estacas das casas ele baixou já 1 até 1.2 metros.

Escrevi esta opinião no diário e ninguém ainda contestou.

 

Estava errado o rio estava subindo com esta correnteza forte.

 

Bom a verdade é esta, a estação da seca é de junho - novembro, e a época das chuvas dezembro - maio. O rio começa subir em janeiro e atinge o nível maximo em maio e junho. O nível mais baixo e entre outubro - janeiro. A diferença chega de 9 - 11 metros.

 

Portanto tem de escolher, se quer ver peixes pulando, jacarés e pássaros tem de ir com o rio no nível baixo. Se quer ver a exuberância das águas entrando na floresta, tem de ir na época da cheia.

  • Membros de Honra
Postado

Que viagem, que coragem!

Quanta admiração tenho pelo Sr...

Torço para ter a mesma disposição com 64 anos!!!

 

Parabéns pelo sonho realizado.

Abração,

Mike Weiss

  • Membros
Postado

Eu sou super patriota , por isso alemjo muito conhecer o Amazonas e o Pantanal... ano que vem acredito que realizo a do Amazonas....

Ai posto aqui tbm!!! Bjos e que possamos ter potencial realizador!

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.


×
×
  • Criar Novo...