Membros adessio Postado Dezembro 6, 2012 Membros Postado Dezembro 6, 2012 Oi pessoal, Esse é um relato de mochileiro. Mas eu não sou muito de planejar e estava com um dinheiro sobrando (fiquei 3 anos sem tirar férias), então realmente aproveitei. Acho que dava pra ter feito mais coisas, conhecido algo mais na Venezuela, ou ido pra Medellín, mas ficarão para uma próxima oportunidade. Caso tenham alguma dúvida específica: adessiodsimioni no gmail.com 03/08/2012 Guarulhos>Caracas (TAM) - Não esqueça o celular no detector de metais, principalmente se for usá-lo na viagem (tenho um Nokia N8, ótimo para tirar fotos e fazer backup das fotos da câmera digital). Por sorte eu lembrei antes de embarcar. - Me preparei para Caracas com o seguinte mantra: não use cartão de crédito na Venezuela. - Tente combinar com um intermediário o câmbio, eu consegui fazer 1:9 (dólar para bolívar). Se não conseguir, no aeroporto não aceite menos de 1:7. - fiquei 1 hora no aeroporto apenas para passar pela imigração (recomendo paciência, pois a imigração venezuelana é muito pouco simpática). Acabei saindo do aeroporto depois das 20h30. - um amigo couchsurfer me buscou no aeroporto. Caso não tenha acertado como irá para Caracas, já que o aeroporto fica há uns 30 minutos da cidade, há 2 opções: táxis, que são “roubada” (como em todo lado), ou um ônibus que passa pelo Terminal Aeroportuário Nacional e depois pelo Internacional (não me lembro exatamente o ponto de parada, pois só utilizei no trecho Caracas-Aeroporto e estava apressado para não perder o voo). Esse ônibus tem como ponto inicial em Caracas o Parque Central (estação de metrô Gato Negro), mas é caótico, pois os motoristas trabalham como e quando bem entendem. - Maiquetía, onde fica o aeroporto é extremamente quente e úmida, por isso chegue com roupas arejadas. - Nesse dia sai com o Jean (couchsurfer) e os amigos dele Reginaldo e Alejandro. Fomos numa avenida cheia de ”carrinhos de lanche” comer pepito (uma espécie de cachorro quente) e provei pela primeira e última vez a malta (um refrigerante de malte, horrível para o meu paladar). - Me hospedei essa noite no Hotel Harmony. Li sobre ele no NYTimes, provavelmente em uma edição antiga. Não era o pior dos mundos, mas parecia um motel de beira de estrada. - Trânsito ruim, não por ser abarrotado, mas porque as pessoas dirigem devagar e mal. 04/08/2012 Caracas - Fiz check-out e fui para a casa do Jean (a primeira noite ele não pode me hospedar em sua casa). - O café da manhã no Solar del Este, restaurante muito gostoso em Chacao, uma arepera. Comi uma arepa de reina pepiada (frango desfiado com abacate e queijo) e uma cachapa com queso guayanés (um tipo de panqueca de milho). Cachapera significa lésbica. - Fizemos um tour de carro pelas áreas centrais da cidade (passamos por quase todos os pontos que são mostrados aqui http://araira.org/venezuela/caracas2.htm). - Passeamos de carro pelo Joquei Club, que é o bairro das embaixadas. - Compramos (muitas, BsF 176,41) cervejas e ficamos bebendo num parque em Las Mercedes (um bairro muito bonito, cheio de praças, mas frio, pois fica em um cerro). - Uma dica para qualquer viagem é ir a um supermercado: os hábitos alimentares de um povo dizem muito sobre eles. - Dica: entre outubro e abril ocorre o campeonato nacional de beisebol. - Passamos pela Mesquita Ibrahim Al-lbrahim (ela possui um minarete tão alto que vê-se ela de várias partes da cidade, como a Torre do Banespa em São Paulo). Fomos em uma apresentação do coral em que o Aleandro (que conheci no dia anterior) canta. Foi no Teatro Casa do Artista/Amador Bendayan, e de quebra se apresentou também o Würzburger Mädchenkantorei, um coral alemão apenas com garotas. É um lugar incrível, com uma escultura enorme do Cruz Diez (artista plástico venezuelano, que tem também uma obra permanente no meio da autopista Francisco Fajardo, a principal rodovia do país), salas de música de “primeiro mundo”, uma mostra do investimento e interesse dos venezuelanos por música erudita (o maestro Gustavo Dudamel é famoso mundialmente e é um herói nacional). - Pela noite compramos mais bebidas em uma licoreira (antes das 20h, pois há toque de recolher) e fomos para um open house, onde fiz vários amigos (e possivelmente viajaremos juntos nesse fim de ano). 05/08/2012 Caracas - Não fizemos nada esse dia, pois além do metro fechado para obras, as principais vias estavam fechadas por causa de comícios políticos. - Mas foi legal pra conversar com a família do Jean e entender melhor o mais novo membro do Mercosul, que não tem nada do comunismo que a mídia nos transmite. 06/08/2012 Caracas>Barquisimeto (ônibus Aeroexpreso Ejecutivos) - Pela manhã passeie pelo bairro de Altamira a pé, o bairro bacana da cidade. No caminho passei em frente à residência presidencial, tenho apenas fotos tremidas, pois não era permitido fotografar. - O terminal de ônibus privado da Aeroexpreso Ejecutivos era perto, aí fiquei esperando o horário. Teoricamente seriam 5 horas de viagem, mas foram 7 por conta da chuva. - Em Bqto. me hospedaria em outro couch, da Keila. Até me encontrar com ela fiquei no Sambil, ou centro comercial (shopping), Trinitarias. - No couch você nunca tem certeza do que vai acontecer. A Keila e sua família foram pessoas fantásticas comigo, porém vivem em uma região violenta (como se fosse Paraisópolis, bem ao lado do Morumbi). Faço essa comparação, pois Bqto. é a cidade mais industrialmente desenvolvida da Venezuela, e é claro que nesses lugares é onde mais se vê desigualdade social. - Para entendimento: Caracas é a capital, porém Bqto. é menor e mais desenvolvida (inclusive muito brasileiros vivem lá, porque tem muitas multinacionais por lá). Maracaibo é a mais rica e perigosa, é aonde o petróleo está. 07/08/2012 Barquisimeto>Curaçao (InselAIR) - Todos os aeroportos venezuelanos são piores que os piores do Brasil. Chegue ao aeroporto com umas 3 horas de antecedência para evitar dores de cabeça. Tive de pegar nada menos do que 10 filas para procedimentos diferentes, mil taxas e carimbos. Esse aeroporto não possui detector de metais, então a inspeção é manual, no meio do aeroporto. - Meus bolívares tinham acabado e precisava pagar uma dessas taxas. Por menos incrível que seja, quem fez câmbio comigo foi um policial. - Detalhe: eu fui para Curaçao via Bqto. por que na época eram 200 dólares de diferença, e como havia conseguido couch e seguiria depois para a Colômbia optei assim. Mas aconteceu algo de ruim nisso: eu teria de comprar a passagem para a Colômbia com pelo menos 3 dias de antecedência, mas a fronteira estava fechada por conta dos traficantes de combustível terem se envolvido num tiroteio com a polícia fronteiriça colombiana. A Keila se prontificou em comprar a passagem para mim. - Meu voo era as 6h30, porém só decolamos as 10h00, porque acabaram consolidando com um voo que iria para Miami. - Chegando em Curaçao o Art Klep, dono do Poppy Kamers, já estava me esperando. Resumo: ele é belga, 30 e poucos anos, juntou grana a vida toda, comprou a casa, reformou e agora aluga quartos. É barato, os quartos são de ótima qualidade e ele é super ajuda com o que precisar. Supostamente o Wave Hostel custa 33 USD a noite, mas é balela, na prática são 65. O Art cobrou 33 por noite, mais 40 para buscar e levar ao aeroporto, e mais 8 pela internet (alta velocidade, boa para skype). A casa tem ótima infraestrutura, fica em Otrobanda, mas é perto do centro de Willemstad (Punda), uns 10 minutos a pé. Tem um mercado e 2 bancos próximos, também uma praia privada pertinho. Ele aceita reserva/pagamento via AirBnB. Fiz um review dele no TripAdvisor também (http://www.tripadvisor.com/ShowUserReviews-g147278-d2486731-r138467021-Poppy_Kamers_Curacao-Willemstad_Curacao.html). - O único ponto negativo da casa (e de boa parte dos edifícios da ilha) é que as paredes das casas antigas foram construídas com pedra coral. Essas pedras são porosas, aí acumulam calor. Mas a casa tem ventiladores por todos os lados. - Nesse primeiro dia saí para me aclimatar, fiz algumas compras, sacar dólares, comer. - Cheguei pela manhã e a casa estava vazia, mas o Art já me avisou que uma americana chegaria no mesmo dia. Foi a melhor coisa que aconteceu na viagem. - Quando a Hannah chegou fomos para o Veneto Casino (10 minutos de caminhada), onde tem uma praia privada. Nos passamos como hóspedes e na cara de pau fomos curtir a praia. - Dica: toda hora completa na Praça Gomezplein (com a rua Breedestraat de Punda) os sinos tocam uma música, é muito legal. - Entre quintas e domingos o que rola são as baladinhas no clube Bermuda (em Scharloo), nos outros dias tem os barezinhos do Handelskade (os prédios coloridos do canal de Sint Annabaai),em Pietermaai ou então no Rif Fort. No almoço tem bastante opção em Punda e no Fort Amsterdam. - Na rua Windstraat tem umas galerias de arte bem legais, dá pra comprar uma Chi chi, bonequinha que representa a tradicional mulher curaçaoleana, negra, alta e gordinha. Fica próximo da Sinagoga Mikvé Israel-Emanuel (a famosa por ter o piso em areia de praia). - Em qualquer lugar fala-se inglês, espanhol, holandês e papiamentu. - Nessa noite fomos beber num barzinho no Handelskade, vale a pena comprar os baldes de cerveja. 08/08/2012 Curaçao - Na casa (Poppy Kamers) tinham diversos guias e mapas. Peguei um que tinha indicação de um tour fotográfico, Passei a manhã seguindo ele, por Otrobanda, Scharloo, Pietermaai. - Almocei no Old Market (onde só tem restaurantes, o New Market tem souvenires, roupas, etc.) numa barraquinha indicada pelo NYTimes, chamada Grasia de Dios. - A tarde fui no museu Kura Hulanda, para mim um dos pontos altos de Curaçao. Tinha também o Maritime museum, mas cheguei quando já estava fechado. - Visitamos Igreja católica que fica próxima a casa, foi engraçado ouvir um pedaço da missa em papiamento, mas eu gosto de ir em igrejas (apesar de ser ateu) por causa da arquitetura e pinturas. - A noite fomos pra um dos melhores barzinhos, ou mais interessante: Mundo Bizarro. Fomos a pé, bem seguro caminhar a noite pela ilha. Em Pietermaai ficam os melhores barzinhos noturnos da cidade. Mas são poucos, pois muita gente vai para as landhuis, fazendas gastronômicas. Um destino recomendado que não chegamos a ir (pois não havíamos alugado carro) é o Asia de Cuba. - Atenção: a ponte Queen Emma fecha (ou abre, enfim) quando navios vão passar pela baía; quando isso acontece tem Ferryboats gratuitos para fazer a travessia. Porém eles deixam de funcionar as 23h e a ponte as vezes demora pra voltar à posição de travessia. - Nesse dia bebemos demais e chegamos até a ponte aberta. Não sabíamos o que fazer e acabamos pegando carona com uns caras. Talvez fosse perigoso, mas acabou dando tudo certo, rs! 09/08/2012 Curaçao - A moeda lá é o florin/guilder. O engraçado é que nunca conseguíamos utilizar as moedas de troco... - Tomamos um ônibus (atrás do New Market) com destino às praias do sul. Fomos para Jan Thiel, mas o mesmo ônibus leva para o Sea aquarium e para Caracasbaai. Jan Thiel é uma praia privada dentro de um resort, paga-se 5 florins para entrar e mais 2 para alugar uma cadeira de praia. Lá dá pra fazer mergulho, descansar e comer no Zanzibar, um restaurante bem famoso e gostoso. Em Curaçao da pra beber bastante, com qualidade e pagar pouco, pois é tudo ‘barato’. - Nesse dia chegou à casa o Julio, um professor universitário de Brasília. - A noite o Art nos levou para um lual numa praia bem bacana (acho que era Mambo Beach). Foi legal passar por cima da ponte Queen Juliana, que é a ponte na qual os navios passam por baixo. 10/08/2012 Curaçao - Conseguimos uma mega ajuda do Art: em Curaçao para se conhecer bem a ilha é bom ter um carro. Como todos estávamos viajando de forma econômica, ele nos sugeriu que caso contribuíssemos com uma graninha (20 dólares cada, acho) ele nos levaria para conhecer o norte da ilha (Westpunt, na verdade o oeste, pois a ilha é diagonal ) - Antes de sair fomos abastecer de comida e bebida, pois ficaríamos o dia todo passeando. - Conhecemos uma landhuis, um pouco sobre a colonização holandesa e sobre o Curaçao Blue. - Passamos pelo Christoffelpark e fomos ao parque Shete Boka, muito legal. Em cada uma das 7 ‘bocas’ as ondas quebram de uma maneira diferente. - De lá fomos para a praia de Groote Knip, onde há uma pedra da onde se pode saltar de cerca de uns 20 metros direto para o mar (tem um vídeo meu no Facebook saltando). Essa praia é talvez a mais bonita que já fui, e o bom é que é meio deserta. - Fomos em seguida para a praia de Santa Cruz. Nela tem um barco naufragado, legal para mergulhar. Nessa praia tem um carinha chamado Captain Goodlife, ele leva as pessoas para conhecer umas cavernas el alto mar. - Seguindo uma trilha chega-se a Santu Pretu, uma praia de areia escura por causa da desembocadura do rio. Dizem ser a melhor praia para mergulho, pela clareza da água. - Na volta, já com o por do sol, passamos por Jan Kok, onde há os lagos com flamingos. Aqui a vista do pôr do sol é bonita demais. - Passamos num happy hour num hotel chiquérrimo chamado Saliña Sint Michiel (ganhamos bebidas por causa de um amigo do Art). - Jantamos no The Gouvernor, na baía de Willemstad, mas do lado de Otrobanda, depois fomos para a baladinha Bermuda. Muito legal, pois tem dois ambientes e muita gente bonita. E bebida barata. 11/08/2012 Curaçao>Barquisimeto (InselAIR) - Meu último dia em Curaçao, aproveitei para comprar lembranças, tirar fotos do que faltou. - Passamos quase o dia todo na praia de Caracasbaai, no sul da ilha. O sul é mais acessível de ônibus. Nos disseram que o norte é ruim para que não está de carro. - Caracasbaai é bem gostosinha, pequena, mais de locais. Fiquei com vontade de ter conhecido Cas Abou, Portomari e Klein Curaçao, que ficarão para uma próxima. - Não deixem para comprar lembranças no aeroporto, pois são preços para europeus. - Voltei para a Venezuela triste, pois Curaçao foi tão bom... - Havia combinado com a Keila de que ela compraria a passagem para a Colômbia para mim. Porém tive a péssima notícia de que apenas no dia seguinte sairia o ônibus direto. Ou seja, eu teria de esperar/perder um dia em Barquisimeto. Como não queria ficar por lá, dormi aquela noite na casa dela. 12/08/2012 Barquisimeto>Cartagena (...) - Pela manhã peguei uma buseta para Maracaibo e de lá iria para a Colômbia. Detalhe, na Venezuela não existem terminais de ônibus como os do Brasil (a não ser os chamados terminais privados), lá é a lei do grito, quando você “escolhe seu ônibus” (pela aparência), pegam sua bolsa e jogam no bagageiro, você entra e senta no primeiro assento disponível e só no meio da viagem te cobram. - Cheguei Maracaibo as 17h00, num calor de 43 graus. No terminal já saí procurando os ônibus para Maicao, a primeira cidade na Colômbia. Para o meu azar todos os ônibus já tinham partido. Uma pessoa me indicou que talvez houvessem táxis compartilhados. Por sorte, encontrei o último que sairia naquele dia. - Meus medos (ou puro azar) da Venezuela se concretizaram a partir de então: o táxi “ferveu” no meio do caminho, quando já estávamos na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, região do deserto da Guajira (que é lindo por sinal). Ali é território dos índios wayuu. É um lugar bem perigoso, por conta do contrabando de combustíveis e sequestros. - Ajudamos o motorista e conseguimos chegar num povoado chamado El Moján. Nosso motorista tentou ali conseguir outro carro para nos levar, sem sucesso. Continuamos até outro povoado, Paraguaipoa, onde o carro pifou de vez. Finalmente conseguimos outra condução, mas ali foi, em toda a viagem, quando eu realmente senti medo. No dia anterior havia ocorrido uma matança bem nesse vilarejo, e as únicas almas vivas por lá falaram pra gente se esconder na chácara deles. O bom é que ficamos batendo papo, tomando umas cervejas (eu, 2 colombianos e dois índios). - A condução que conseguimos nos levou apenas até a fronteira, pois esse motorista não queria pagar pedágio. Fizemos os trâmites aduaneiros, e mudamos novamente de táxi. - Quando eu cheguei a Maicao o terminal rodoviário já estava fechado. Pelo menos alguns quilômetros a frente há um ponto de uma empresa rodoviária de onde saem vans para Barranquilla. Em Maicao a sensação de segurança era bem maior do que senti na Venezuela. O problema foi que a van espera lotar para sair, então esperamos por umas 2 horas, No meio do caminho aconteceu um fato inusitado: eu estava dormindo e a van freiou com tudo, acordando a todos. Já acordei pensando “morri”. Mas era apenas um rebanho de vacas passando pela pista... - A primeira parada foi em Santa Marta, depois segue-se até Barranquilla. Meu ponto final era Cartagena, então em Barranquilla tive de mudar da van para outro ônibus (mas já incluso no valor pago). 13/08/2012 Cartagena - A chegada foi quase 24 horas depois de ter saído de Barquisimeto. As 7h00 estava fazendo o check-in no Hostel El Viajero. - Só tenho coisas boas a falar sobre esse hostel: ar condicionado, gente bonita e festeira e a localização ótima. - Prepare-se para o calor, pois eu mesmo acostumado tinha de me hidratar com uns 2 litros de água por dia. Essa época em que fui é inverno, mas eles sofrem com as nossas chamadas chuvas de verão. - Tomei um banho e sai para comer comida de verdade. Experimentei sucos de nespero (que depois que me toquei que era nêspera) e suco de lulo (a melhor fruta colombiana). Caminhei pela cidade para tirar fotos, almocei em um dos restaurantes da Plaza Santo Domingo. - A tarde fiquei tomando cerveja na Plaza Bolívar junto com uns velhinhos locais, jogando papo fora. - Pela noite sai para jantar perto da Plaza Fernandez de Madrid junto com a Debbie e o Gabi, um casal de amigos argentinos. Depois fomos para o clube Tu Candela, muito animado (supostamente onde os seguranças do Obama participaram de um escândalo com prostitutas durante a Cúpula das Américas em abril). - Um comentário: eu fiquei perdido na cidade várias vezes, por causa do sistema de nomenclatura das ruas. 14/08/2012 Cartagena - Optei neste dia por não fazer os passeios comuns (Isla del Rosário, Playa Blanca). Acabei indo fazer uma travessia de caiaque. O ponto de encontro era a praia de Bocagrande as 6h30 (antes do café da manhã do hostel). Fomos eu e Christie, uma americana. Nosso guia foi o Andrés (karibkayakcenter@yahoo.com). Saímos em direção à ilha de Tierrabomba (3 km), onde finalmente tomamos café da manhã e pudemos descansar num resort. Por causa da chuva não pudemos ir de caiaque ao manguezal da ilha, mas seguimos para uma praia próxima, Punta Arena. (mais 3 km) Curtimos um pouco a praia (o sol já aparecia) e voltamos (mais 3 km). Quando cheguei não aguentava nem levantar um copo! - Fui almoçar no restaurante La Sandwicheria (na Plaza Fernandez de Madrid), ótima comida e barato. Lá eles vendem a Apóstol, uma marca muito boa de uma microcervejaria. Aqui é legal também pela trilha sonora e pela decoração maluca. - Voltei ao hostel e tirei um cochilo, pois havia combinado com um guia de fazer um tour pelas muralhas. Infelizmente foi uma perda de dinheiro. O guia era bonzinho e contou algumas histórias, mas pelo preço cobrado, acredito que teria sido mais interessante ter feito o tour de chiva. Além do que ele ficou oferecendo drogas e prostitutas por todo o passeio. - Pontos interessantes nos entornos da muralha: estátua da índia Catalina, a antiga arena de touradas, as ’46 bóvedas‘ (para comprar coisas), Cuartel de Artilleria (reformado em um bistrô), Callejón de los Estribos (para ver as paredes tombadas da igreja e os suportes que impediram ela de cair). - A noite sai com os argentinos de novo, para jantar no La Sadwicheria! - Fomos tirar fotos na frente do Centro de Convenciones, é bonito a noite. 15/08/2012 Cartagena - Como já viajava há muitos dias, tirei manhã para descansar. - A tarde fui primeiro ao Museo Historico, mais conhecido como Museu da Inquisição. Vale a pena pagar um guia (eu não paguei, mas ouvi partes do que um guia narrava para uma família). - Comprei um sorvete de guanábana, para depois de experimentar perceber que era graviola. Tem muitos sabores diferentes, mas muitas vezes são as mesmas frutas que temos, mas com nomes diferentes. - Em seguida fui para o Castillo de San Felipe de Barajas. Dá pra ir a pé tranquilo. Na frente tem uma barraquinha vendendo raspadinha. - Fui ver o pôr do sol na muralha, no tradicional bar Café del Mar. - A noite saí novamente com o argentinos, comemos na Plaza Santo Domingo e experimentei o famoso refrigerante Postobón sabor maçã. 16/08/2012 Cartagena>Bogotá (Copa) - Arrumei as malas e fui pro aeroporto. Chegando em Bogotá procurei o posto de informações e perguntei sobre qual ônibus tomar até a Candelária. Qualquer um que indique o seguinte vai para lá: C-22, Moralba, Centro, Calle 26 con Carretera 4 (C26-K4). - A princípio me instalei no Hostel Chocolate, que me pareceu muito bom, mas naqueles dias frios o banho não era quente o suficiente. - Estava sedento em comer alguma besteira, nesse momento já tinha cansado de experimentar pratos locais, rs! Fui no McDonalds. - Detalhe: toda minha viagem foi moldada em volta de um passeio que queria fazer, o do Parque Nacional del Cocuy. Originalmente queria ir para o PNN Los Nevados, para fazer a escalada no vulcão Ruiz, porém havia atividade sísmica e o parque estava fechado. O Cocuy, por ter um vulcão inativo estava aberto a visitação, e eu já havia combinado com a agência de turismo Somos Aventureros do passeio entre os dias 17 e 20. - Deixei minhas coisas no hostel e fui para a agência, que era bem longe. Aproveitei para conhecer o Transmilênio, o BRT de Bogotá. Chegando lá tive uma ingrata surpresa: a empresa era muito bem estruturada, porém agiram de má fé comigo. Me disseram que o pacote para o passeio estava esgotado, mas que havia vaga para uma versão premium. Que custaria o dobro. Eu havia me programado para gastar COP 455.000, e agora queriam me cobrar COP 950.000. Não aceitei e fui embora muito irritado, pensando que todo meu planejamento, inclusive financeiro, pois iniciei a viagem pela Venezuela por conta disso. - Já era quase noite, então saí para comer. A Candelária é um bairro universitário, pois há muitas faculdades e universidades nos arredores. Ali na Carretera 4 é cheio de bares e restaurantes bem acessíveis. - Mais tarde a Adriana, gerente do hostel, me convidou para ir a uma festa de aniversário de um hostel associado. Já que meus planos estavam furados... O bom de viajar assim é que apesar de se planejar, é preciso dançar conforme a música. Acabou que a festa foi divertidíssima, conheci pessoas muito interessantes , como o escocês Théo, que acabei encontrando outras vezes durante a viagem. Conheci também bastante da música latina atual (Bomba Stereo, Chocquibtown, Mosieur Perine). 17/08/2012 Bogotá - Perdi o café da manhã do hostel, mas a Adriana foi comigo num mercado comer umas arepas. - Fui à Casa da Moeda e Museo Botero pela manhã. Em ambos pode-se tirar fotos sem flash. Ocorreu uma coisa engraçada: havia muitas crianças em excursão escolar. Eu, por coincidência, estava com uma camisa da marca Minas Brasil. Quando viram Brasil escrito, eu virei a celebridade, ganhei até presente dos niños. - Não tive tempo de almoçar e fui direto fazer o tour em bicicleta. Vale muito a pena, principalmente para quem vai passar poucos dias em Bogotá. - Se tiverem oportunidade de provar o suco de uma fruta chamada borojo, façam. É feio, mas é muito gostoso. - Chegando quase a noite no hostel, tive uma surpresa ótima. Escutei duas mulheres conversando em português e fui falar com elas. Quando uma delas se virou, nos reconhecemos. Era a Carol aqui do fórum, que agora é a Carol minha amiga! Nós havíamos conversado sobre viajar juntos, mas eu viajaria no começo do mês, ela no final, e os roteiros eram diferentes. Como tive o desvio de roteiro, acabamos passando uns dias juntos. Ela e a Ana (Ana, você tá aqui no fórum também?) chegaram nesse dia e acabaram tendo a mesma ingrata surpresa que eu: o banho frio. A meninas sugeriram que buscássemos outro hostel. Fomos visitar o The Cranky Croc, porque o grupo que fez o passei de bicicleta comigo estava hospedado lá. Testamos a ducha quente e conseguimos vagas para o dia seguinte. - Nesse dia fomos jantar no Sanalejo, restaurante bem gostoso. 18/08/2012 Bogotá - Tomei o café da manhã do hostel, bem fraco, e para a tristeza da Adriana, fui pro Cranky Croc, onde descobri que o Theo também estava hospedado lá. Os funcionários e o dono de lá são super legais e prestativos. - Logo em seguida a Fernanda, uma brasileira que as meninas conheceram no aeroporto, chegou no hostel e saímos com destino a Zipaquirá. - O passeio é interessante (um pouco menos para quem entrou nas minas em Potosí, na Bolívia), até um pouco bizarro. Comemos lá dentro da mina, só que evitem os salgados fritos! - Voltamos para Bogotá e fomos direto para o Cerro Monserrat, por que o céu abriu após alguns dias de chuva. Passeamos pelo mercadinho que fica para cima da igreja, comemos tripa grelhada e milho verde (mazorca). - Descemos para o Café Santa Clara e tomamos um café e comemos almojábana (tipo um pão de queijo, só que de milho). - A noite fomos todos os 4 para o Andrés Carne de Rés em Chía (o original). O hostel organiza um busão com drinks para lá. Foi incrível, porque o lugar é a melhor balada que já fui. Uma amiga minha que vive no Panamá estava na balada, mas a gente acabou não nos encontrando. 19/08/2012 Bogotá - A balada foi pesada, então dormi até tarde. As meninas saíram para conhecer alguns pontos em que eu já havia ido. - Fui comer numa pizzaria chamada Pan Pa Ya. Era a única aberta no domingo (e de domingo Bogotá não funciona). Comi uma pizza bem diferente, mas bem gostosa: não tinha molho de tomate, era de presunto, cogumelo, rúcula e molho caesar. - Encontrei com as meninas no Museo del Oro, imperdível. Fiquei surpreso, porque é muito bem feito, muito educativo e bonito. - A noite fomos passear na Zona Rosa ou T. As meninas se divertiram comprando e eu fiquei olhando, rs. - Acabamos indo pro Andrés Carne de Rés D.C., que é o da capital. É diferente, porque não é balada, mas é um restaurante de 4 andares. É bom, bonito e carinho, como eles mesmo dizem. 20/08/2012 Bogotá - Esse dia aproveitamos para descansar e fazer as últimas compras. - Fui experimentar a bebida em lata Cola y Pola. É uma mistura de refrigerante de cola com cerveja. É ruim. - Fizemos o tour pelo centro da cidade que é oferecido pelo departamento de turismo. Vale a pena, porque é rápido e dá pra entender um pouco da história. - Queria ter ido na BBC, Bogotá Beer Company, uma microcervejaria na esquina do hostel... mas perdemos essa. 21/08/2012 Bogotá>Cartagena>Santa Marta (Copa, ônibus) - De manhã todos iríamos embora: a Fer para Cartagena, mas bem cedinho; Carol e Ana para Medellín; e eu com destino final Santa Marta. Só que o esperto aqui comprou a passagem errado, comprei a volta para Cartagena. - Ficamos no aeroporto até que nos despedimos. - Chegando em Cartagena, fui pra rodoviária. Cuidado: lá um cara se passou por funcionário da empresa de ônibus e acabou “me extorquindo” em COP 10.000. Não deixe ninguém pegar suas malas. - Chegando em Santa Marta já peguei um táxi para o Hostel Brisa Loca. Curti demais esse lugar, ar condicionado, 1 cerveja grátis na primeira noite, piscina e um terraço muito massa (para tirar uma brisa). - Sai para conhecer os arredores, mas descobri que Santa Marta é um buraco, não tem nada e achei perigoso. - Ao lado do hostel tem um restaurante mexicano chamado Ágave Azul, vale a pena, é bom demais. 22/08/2012 Santa Marta>Tayrona - Antes de ir para o parque, fiz uma mochila com as coisas que iria levar, pois iria passar a noite no parque. Deixei o restante das coisas no hostel. - Passei num mercado para comprar água. Aproveitei comi um buñuelo (um bolinho que parece uma coxinha, mas é doce) com suco de morango. - Peguei a buseta na carretera 11 com a calle 11. O ônibus deixa na rodovia. Eu decidi caminhei até o parqueadero (que é onde a trilha começa). Não valeu a pena, é melhor esperar pelo ônibus que faz o trajeto, porque são 5 quilômetros... - A entrada era COP 18.000, se tiver carteirinha de estudante o preço é COP 7.500. Apesar de ter me formado há 3 anos, a minha da Unicamp ainda era válida. - Eu não cronometrei os tempos, mas parei pra "almoçar" uma arepa em Arrecifes. Fiz a trilha bem sussa, tirando muitas fotos e parando nas praias pra descansar. Bebi 1,5 L de água só na ida. Devo ter chegado em Cabo de San Juan depois de umas 3 horas. - Fiquei curti as duas praias que são parte de San Juan. Mais pra frente há outras praias, e é possível também conhecer as ruínas do Pueblito. - Fiz o “check in” no camping. Lá é bem roots, com chuveiro comunitário. O gerador funciona a noite, mas só ilumina o restaurante, que por sinal funciona só das 18h30 as 20h30 (façam o pedido o quanto antes porque demoram para servir). Eu aluguei uma das redes de baixo, por que aparentemente as de cima (com vista pro mar) são muito concorridas. - A noite fiquei bebendo com um casal de espanhóis e dois primos argentinos (que por sinal estava na lista de espera para as redes de cima a 2 dias). - Porém me falaram que venta absurdos a noite lá em cima e as barracas disseram que são muito quentes, então a melhor opção é ir de rede de baixo mesmo. - O camping oferece locker, mas você precisa levar seu próprio cadeado. Eu esqueci o meu no hostel, ou seja, dormi com a mochila embaixo das pernas. 23/08/2012 Santa Marta>Caracas (Expreso Brasilia) - Acordei as 7h00 e cheguei no parqueadero umas 9h30, daí fui de bus até Santa Marta. Tomei banho e fui para a rodoviária. - Havia comprado a passagem para Caracas no dia em que cheguei a Santa Marta (COP 185.000). O ônibus sairia as 13h00, e teoricamente seriam 20 horas de viagem, ou seja, chegaria a Caracas pela manhã. - Abasteci minha mochila de comida e bebida e partimos. Quando estávamos em Riohacha (Guajira colombiana) o ônibus começou a apresentar problemas. O motorista levou o carro até o terminal desta cidade com o argumento de que tinha medo de continuar a viagem e o ônibus quebrar no território indígena. - Ficamos aguardando um novo ônibus desde Baranquilla. Disseram que demoraria 4 horas, então eu, a espanhola Isabel, e o irlandês Kieraan fomos para o shopping perto da rodoviária. - Depois desse tempo, voltamos lá e nos serviram lanches. Esperamos por mais 2 horas e o ônibus finalmente chegou. - Quando passamos da fronteira da Colômbia e nos aproximávamos da aduana Venezuelana, um dos motoristas do ônibus passou o chapéu para o dinheiro da propina do policiais... isso mesmo. - Passamos por 3 bloqueios, em um deles fizeram revista completa da bagagem de todos os passageiros. Fim da história: chegamos no terminal Este as 18h00. - Meu voo era as 20h35 , e só tinha 40 dólares, então negociei um táxi para o aeroporto. Mas como taxistas são confiáveis em poucos lugares no mundo, esse me deixou na estação Gato Negro. Pois é, não bastava estar atrasado o fdp me deixou na metade do caminho. - Fiquei por quase 1 hora esperando que um dos motoristas de ônibus decidir descer em direção ao aeroporto. E éramos umas 15 pessoas no ponto. - Resumo, cheguei no aeroporto as 19h50, mas como a TAM só tem uma chegada e uma partida por dia, a equipe de check-in estava fazendo a recepção e preparando o embarque. Naquele dia já não viajaria. 24/08/2012 Caracas - Acordei num banco da praça de alimentação e tentei me entreter o dia todo. No banco oposto ao meu estava uma paraguaia, que estava esperando o namorado brasileiro chegar. Conversamos quase o dia todo. - Quando fui comer descobri que apenas uma das lanchonetes aceitava cartão Master. Pra vocês verem como é ruim usar o crédito lá, um salgado de frango e um chá me custaram BsF 38, que na fatura 18 reais. Para um aeroporto o valor é caro. - Quando abriu o check-in, fui um dos primeiros da fila. Tive de pagar uma taxa de 100 dólares, mas finalmente embarquei. - Cheguei em SP as 4h30 já do dia 25/08. Tive a ótima surpresa de encontrar a Fernanda (de Bogotá) no free shop. - No dia 26 as 8h00 já estava trabalhando ☺ Citar
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