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Devo agradecer principalmente ao Peter Tofte e ao Renato5129, pois seus relatos sobre essa travessia me ajudaram muito.

 

Depois de algumas semanas de planejamento, juntei tudo que precisava (ou achei que precisava).

Queria começar a caminhar cedo pra aproveitar bem o dia (sábado, 06/12), daí acordei antes das 4:00h da manhã e logo já estava na estrada.

 

Cheguei em Cocalzinho de Goiás e ainda andei mais uns 5 km até um posto de combustível que tem na saída pra Brasília. Ali era o ponto de partida.

Mochila nas costas, espírito pronto e lá foi eu!!

Minha principal orientação era ir pra oeste, eram umas 7:00 da manhã.

 

Logo no começo da trilha, passei pelo pasto de algumas fazendas.

Tava todo distraído, caminhando e pensando na vida e quando olho pra baixo e tomo um susto. Todos os bois do pasto vinham correndo em minha direção.

Não que eu tenha medo de boi! Tenho medo é de 20 deles correndo em minha direção com cara de poucos amigos.

Fui pra perto de uma árvore e esperei um pouco. No final eles só estavam curiosos com aquele “ser” passando por ali, e tinham mais medo de mim do que eu deles. Continuei...

 

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Os primeiros km são bem tranquilos, divididos entre trilhas de gado e a estrada de terra.

 

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Por vezes ficava perdido sem saber por onde passar. Tem uns fundos de vales que são complicados atravessar, é preciso ir contornando e buscando um caminho mais tranquilo.

Depois de algumas horas de caminhada, já meio monótono, veio a primeira grande surpresa!

Querendo chegar mais rápido no lugar planejado, resolvi sair da trilha e encarar um capim alto (a trilha começava a seguir pro sul e eu tinha que continuar pra oeste/noroeste).

Bastou uns 150 metros pra eu dar de cara com cobra

Lógico que eu não esperava por isso e levei um baita susto! Apesar de me parecer inofensiva, ela não se intimidou e ficou parada olhando pra mim.

Ok, achei melhor n arriscar tanto (já tinha andando bastante), voltar pra trilha e ir pelo caminho "mais longo".

 

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Passei por lugares bem bacanas, mas ainda estava longe do objetivo: acampar depois da Cidade de Pedra

 

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Besouro rola-bosta, empenhadíssimo.

 

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Por volta das 12:00h ~ 13:00h, a caminho para a Cidade de Pedra.

 

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Já tarde, na Cidade de Pedra, perdido, sem água, com fome e não tinha a mínima ideia de qual decisão tomar. Um dos problemas ir sozinho é isso, tomar decisões: “voltar ou continuar?” “Esquerda ou direita?” “E agora, o que fazer?”

 

Depois de um bom tempo sem água, finalmente ela aparece. Já tava meio mal humorado...

Matei um pouco a fome e descansei um pouco as pernas. Comecei a caminhar umas 7:00h e já eram umas 13:00h ~ 14:00h.

 

Andei por muito tempo perdido, sem saber se já estava chegando no local que queria ou não.

Por volta das 16:30h veio um pouco de alívio: encontrei o curso d’água que tava procurando.

Já tava muuuito cansado e comecei a procurar um bom local pra acampar perto da água. Em vão... Mato tava muito alto e péssima topografia pra armar a barraca.

Comecei a ficar preocupado de novo, pois sentia muitas dores musculares e já não conseguia mais evitar as câimbras que cada vez vinham mais fortes.

Mais uma vez o problema: tomar decisões!

Depois de algum tempo de agonia, decidi me afastar desse curso d’agua e procurar um local mais limpo pra acampar...

 

Felicidade total quando achei essa pedreira!! Pouco depois que comecei a me afastar da água, encontrei esse lugar show, perfeito pra acampar! Terreno plano, limpo e com uma piscina incrível pra tomar banho.

Quase 10 horas de caminhada valeram muito a pena. Me senti completamente satisfeito.

 

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Vista do local do acampamento.

 

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Depois de armar a barraca, tratei logo de tomar um belo banho. O sol ainda estava alto e quente. Tudo que eu precisava!

Depois do banho (umas 18:30h), desmaiei dentro da barraca. Acordei umas 20:00h e fui preparar o rango.

Cara, claro que a fome ajudou um pouco, mas isso ai tava muito gostoso!! Sopão de feijão.

Fui dormir umas 21:00h, exausto.

 

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Apesar de ter acordado umas duas ou três vezes na noite (acordava por conta das dores nas pernas), pude descansar bastante.

Acordei pouco depois das 6:00h.

 

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Tava longe demais pra voltar pelo mesmo caminho e resolvi continuar indo pra oeste. Logo topei com indicações pras Cachoeiras dos Dragões, só ai me dei conta de quanto estava longe, hehe.

Quem “cuida” das Cachoeiras dos Dragões (são 8 cachoeiras) é um pessoal de um mosteiro budista (sei que cobram R$30,00 pra passar o dia nas cachoeiras).

Melhor orientado, dei uma grande volta pra não passar pela entrada do mosteiro budista e cheguei nas cachoeiras.

 

Me rendi a 1ª Cachoeira, que lugar show.

 

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Eram umas 9:00h da manha e tava brocado de fome!! Com a satisfação a mil de ter encontrado as cachoeiras, já estava “pronto” pra voltar pra casa. Resolvi bater um rango de verdade (comi quase nada no café da manha) e depois procurar o caminho de volta pro carro. Tinha que chegar cedo em casa (domingo), pois tinha compromissos.

 

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Fui até o mosteiro budisda, contei toda a história.

Ali consegui alguém que me levasse de moto até Cocalzinho, foram 60 minutos de adrenalina pura! Haahaaha

Cheguei no carro umas 11:00h e antes das 14:00h já estava de volta em casa.

As dificuldades, as surpresas, as dores, as indecisões, os perigos, os momentos de pânico, as alegrias, as satisfações, os alívios, contentamentos e superações, essas coisas todas, elas mudam a gente. Já me sinto melhor.

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Postado

Guilherme, parabéns pela pernada, exatamente o trajeto que fizemos, mas nós voltamos à pé. Infelizmente, quando respondi sua mensagem, pra dizer que o ideal é ir de carro até a Cidade de Pedra, vc já tinha ido, assim como nós caminhou 17km á toa. Mas é bom passar por um perrengue de vez em quando.

O local do seu acampamento foi bem próximo do lugar no qual acampamos, mas vc acampou na pedreira e nós no córrego abaixo dela.

Guilherme, gostou da caminhada? Se tiver interesse, na próxima vez que marcarmos algo, chamo vc.

Abraço!

  • 1 ano depois...
  • Membros
Postado

Que massa a tua travessia, guilhermemslima.

Você fez um tracklog?

Se sim, teria como disponibilizar?

Quero ir pra lá esse feriadão, mais alguém topa?

Mas já aviso que meu condicionamento físico pode não estar nos melhores.

 

Abraços,

Rael Schiffler

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