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Desde de minha volta a ativa, viso em visitar o Pico da Bandeira. São 2,892 metros de altura, sendo assim, o 3º maior pico do Brasil. O pico fica situado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa de MG com ES. O parque ainda tem como atrativos o Pico do Calçado com 2,849 metros de altura (5º maior), Pico do Cristal com seus 2.769 metros de altura (9º maior) e varias cachoeiras.

Para variar, essa viagem foi marcada graças ao mochileiros.com. Lá encontrei o André que conhecia mais dois amigos, o Vavá e o Marcelo, que fecharam de ir de carro comigo. Fazendo os cálculos, ir de carro sairia mais barato do que ir de busão, cerca de R$100 a menos, fora o “conforto” e a flexibilidade.

Fomos nos programando com cerca de 2 meses de antecedência. A idéia era fazer a travessia do parque, começar pelo lado Capixaba e terminar pelo lado Mineiro. Tivemos alguns problemas para achar transporte entre as portarias e depois para decidir como faríamos, pois estávamos fechando com outras pessoas do fórum de fazer a travessia juntos e não conseguimos ter o numero exato de pessoas.

Esses dois meses até que passaram bem rápido e logo já era tempo de montar a mochila. Essa travessia parecia ser razoável pelos relatos de que li, então nem me preocupei muito com preparo físico. Na mochila botei o que achei que era essencial e ela acabou ficando com cerca de 23kg. Confesso que é muita coisa para apenas 4 dias de viagem mais estava levando bastante roupa para frio já que ouvi relatos de temperaturas abaixo de zero no parque.

Combinei com Andre, Marcelo e Vavá aqui no meu trampo às 20:00 da quarta feira, mais para variar, São Paulo virou um caos por causa do feriado e por causa da chuva que caiu em metade da cidade. Eles chegaram às 21:00 e partimos por volta das 21:30. Conseguimos chegar na Carvalho Pinto apenas por volta das 22:30/23:00 e daí pra frente foi uma beleza, estrada cheia porem andando. Eu e Marcelo fomos revezando no piloto a cada 200km em media, dirigir a noite e depois de ter trabalhado é bem perigoso.

A viagem é bem longa, foram 785 km de estradas que apesar de serem de pista simples, estavam em ótimo estado. Teve um ponto em que a estrada estava em situação precária, mais esse trecho não chega a ter 10 km. Passamos por cidadezinhas pequenas como Bom Jesus do Itabapoana, Guaçui e Dores do Rio Preto.

Inclusive, Dores do Rio preto é a ultima cidade antes da portaria do PN Caparaó no lado Capixaba. Em Dores encontramos o taxista Leo (o único na cidade) que cobrou R$1 por KM para nos buscar no lado mineiro e nos levar novamente para o lado Capixaba para resgatar o carro (Havíamos calculado cerca de 160km, mais no final das contas deu 200km). Marcamos com ele entre as 08:00 e 09:00 da manhã do domingo no acampamento Trunqueira.

Com o resgate garantido, partimos para a portaria do lado Capixaba. No caminho já temos ótimas paisagens e algumas cachoeiras. A estrada é bem sinuosa e perigosa, se você se distrai com as paisagens por 1 segundo pode passar reto em alguma curva (qse aconteceu comigo hahaha).

Chegando ao ultimo vilarejo antes da entrada do parque as placas indicam uma estrada de terra, mais graças a um morador, descobrimos que paralelamente tem uma outra estrada totalmente asfaltada. Andamos 7km nessa estrada até se chegar à portaria do parque.

 

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Mapa que tem na portaria do Parque.

 

Enquanto seguíamos nessa estrada, a chuva nos pegou. Não era fraca mais também não era forte, era o suficiente para atrapalhar alguns planos.Chegamos na entrada do parque e ficamos conversando com os guardas. Eles nos disseram que as condições da estrada até a Macieira eram boas, mais que dali para frente seria difícil de passar com um carro que não fosse 4x4 por causa da chuva. Alguns trechos eram muito ingrimes, que ainda eram de terra e que com a chuva viravam sabão puro. Muito gente boa os guardas, sempre dando alternativas e tentando ajudar. Decidimos deixar o carro na Macieira mesmo e começar a travessia de lá. A estrada até a Macieira estava razoável, o problema mesmo era que ela tinha pontos muito íngremes e com o carro pesado, perdia-se tração na roda da frente fazendo o carro derrapar. Por 2 ou 3 vezes o povo teve que descer do carro para ter mais tração e conseguir subir as ruas.

Depois de 4 km forçando o carro chegamos a Macieira, ótima infra, com alguns chalezinhos. Próximo de lá tem 3 cachoeiras e não perdemos tempo, largamos as malas no carro e fomos conhecer elas, mesmo embaixo de chuva. A primeira foi fácil chegar, já na segunda andamos, andamos e andamos e nada da cachoeira, apenas o barulho do rio. Depois percebemos que havíamos passado ela. Para chegar até ela tivemos que ir escorregando quase que sentados por uma pedra bem escorregadia. Tentamos ir para a terceira mais não achamos a trilha.

Voltamos, demos uma ultima arrumada em nossas cargueiras e seguimos para a Casa Queimada. Pensa numa subida íngreme, agora multiplica por 6! Pois e, foram 6km andando praticamente em ladeiras. Se não me engano foram umas 3/4 horas de subida até chegar à Casa Queimada. Chegamos lá já à noite e não perdemos tempo, armamos as barracas, fomos fazer o rango.

 

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Começando a preparar o rango.[/align]

O frio estava de matar, mais o termômetro (by dealextreme) do André marcava apenas 9°. Depois de comidos (no bom sentido), ficamos conversando por um tempo e eram por volta de 21:00 quando fomos dormir. Dia seguinte prometia.

 

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Se liga na geada que tava. Minha barraca é azul escura, ai ela ta quase branca.[/align]

 

No dia seguinte acordamos por volta das 09:00 horas e começamos a arrumar tudo. O tempo havia mudado e estava um belo sol para secar as roupas molhadas e as barracas. Enquanto tudo secava fomos tomar café da manha e arrumar as malas. Acabamos saindo meio tarde para fazer a travessia, mais nada que nos prejudicasse.

 

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Casa Queimada, 2.160m de altura.[/align]

 

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Vista da Casa Queimada.[/align]

 

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Roupas e barraca secando.[/align]

 

Fomos começar a trilha para o lado mineiro somente as 11:00 horas. A trilha também não é nada fácil, você ganha bastante altitude em um curto espaço. Isso faz com que a trilha seja praticamente uma escadaria, só que com degraus de mais de 20/30 cm. As coxas sofrem bastante e o fôlego acaba bem rápido! Vavá e Marcelinho tinham um ritmo bem mais forte que eu e André.

Logo no começo da trilha, nós passamos bem próximo do pico Dois irmãos (acho que é esse o nome). Escondemos as malas e atacamos o cume, que tem uma vista bem legal do acampamento. Ficamos uns 10 minutos lá e seguimos de volta para a trilha. Depois que chegamos à crista da montanha fica bem mais razoável a trilha, mais ainda assim em subida. A vista estava sensacional, o tempo quase que perto.

 

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Pausa para comer umas barrinhas de cereal.[/align]

 

Mais um bom tempo de caminhada e chegamos “próximo” ao pico do Cristal. Ficamos meio em duvida se atacávamos o pico ou não, de longe parecia que seria necessário uma escalada meio perigosa. Vavá não parou de insistir e então resolvemos ir. Escondemos as malas novamente e partimos para o ataque. A subida realmente é bem íngreme e cansativa, mais nada tão impossível. Fora que sem as cargueiras tudo fica mais fácil né! Hahaha

Chegamos ao pico e infelizmente o tempo deu uma fechada. Não tivemos uma vista muito bonita e pra ajudar ainda começou a garoar. Tiramos algumas fotos lá de cima e descemos correndo com medo das cargueiras ficarem ensopadas. Pra nossa “felicidade”, assim que chegamos lá embaixo a garoa parou. Hahah Sacanagem.

Seguimos em frente e muito sobe e desce depois, chegamos próximo ao pico do Calçado. Como o tempo ainda estava bem nublado e nos cansados, eu e André decidimos não atacar o pico mais Marcelo e Vavá não pensaram em duas vezes é foram para lá. O pico não estava longe de onde nos estávamos mais mesmo assim resolvemos seguir caminho. De onde estávamos era possível ver Marcelo e Vavá chegando ao cume. O campo de visão não chegava a 100 metros. Também era possível avistar o imponente Pico da Bandeira, com seu penhasco magnífico. Para nossa sorte o tempo voltou a abrir e tivemos uma bela previa da vista que teríamos do pico. Paramos para tirar algumas fotos e descansar um pouco antes de seguir viagem até o pico. Enquanto tirávamos fotos, percebemos que a subida para o pico seria bem puxada e então resolvemos deixar as cargueiras lá para não sofrermos tanto. Vavá não quis nem saber e foi com cargueira mesmo.

 

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Pouco antes de conquistar o Pico da Bandeira pela primeira vez.[/align]

 

 

Foram uns 15/20 minutos de subida íngreme por caminhos de pedras para chegarmos ao topo do pico. Estamos sozinhos lá pois já era final de tarde e o frio/vento estava de matar. Tiramos algumas fotos, fizemos um lanche e batemos em retirada pois estava muito frio mesmo.

 

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Lanche no Pico da Bandeira.[/align]

 

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Pão, mortadela, queijo e requeijão.[/align]

 

Resgatamos as nossas mochilas e partimos para o Terreirão. O céu estava com uma coloração rosada e a vista que tínhamos era de uns vales, tudo muito bonito. Estávamos no meio do caminho quando a luz foi embora e tivemos que acender nossas lanternas. Nessa hora tivemos que diminuir o ritmo pois já não enxergávamos como antes e ainda tínhamos que procurar as marcações no chão.

Perdemos a trilha principal algumas vezes, mais outras secundarias nos levavam de volta para a principal. Em um desses momentos em que perdemos a trilha, paramos em um monte de pedras, deitamos e ficamos olhando as estrelas e conversando. Foi um momento de descanso e para aproveitar a paisagem. Acho que nunca vi um céu tão limpo na minha vida, era um mar infinito de estrelas em um silencio de deixar qualquer um boquiaberto. Ficamos deitados por cerca de 15 minutos e depois retomamos a trilha. Nossa única indicação do camping eram algumas lanternas que víamos lá do alto. Fomos caminhando em sentido as luzes até acharmos a trilha, ai foi só continuar descendo até chegar ao camping.

O Terreirão é imenso, haviam mais de 100 barracas no local e claro, junto com as barracas os bardeneiros gritando e até soltando fogos. Nossa paz havia acabado. Montamos nossas barracas, jantamos e eram por volta de 22:00 quando fomos dormir. Teriamos poucas horas de sono pois as 02:50 iríamos começar nossa jornada para ver o sol nascer do pico.

02:50, despertador tocando e aquela preguiça de levantar. Estava tão quentinho no saco de dormir que tive que pensar 10x antes de levantar. Haaha Levantei e chamei a galera, em 10 minutos estávamos todos prontos e começando a nossa jornada. Pelos nossos cálculos iríamos demorar cerca de 1:30/2:00 horas para chegar até o topo e foi isso que aconteceu. Fomos em um ritmo forte e fomos passando vários outros grupos maiores durante todo o percurso.

Chegamos no topo e já tinha uma galera lá em cima, cerca de 50/80 pessoas. Fiquei assustado com tanta gente, mais ao olhar para a crista da montanha e ver mais uma caralhada de luzinhas subindo, já logo me conformei de que ia encher ainda mais. Enquanto esperávamos Vavá colocou minhas cervejas para gelar em uma poça de agua, pensei que não era boa idéia, pois a água devia estar parada lá a um bom tempo. Mais depois ele me mostrou que a água não chegava nem no meio da latinha, assim não tinha risco de chegar perto de onde se põe a boca para beber.

Quando o sol começou a nascer a galera ficou quieta e aproveitando o momento único. São alguns minutos que se tem de reflexão, para pensar na vida, em bons mementos, boas vibrações. Muito show!! Ver aquele mar de nuvens abaixo de você, parecendo que você está acima de tudo no mundo. De longe o melhor nascer do sol que já vi.

 

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Sol começando a dar as caras.[/align]

 

 

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Sensacional.[/align]

 

 

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Mar de nuvens.[/align]

 

 

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Tomando minha gelada a 2.890m.[/align]

 

 

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Na sequência: Marcelo, Vavá, André e Eu.[/align]

 

 

Ficamos um bom tempo lá em cima curtindo a paisagem, batemos um café da manha e depois tiramos um cochilo. Eram por volta de 08:00 horas quando resolvemos descer. A volta para o Terreirão foi bem tranqüila, voltamos em um ritmo bom e em menos de 1:00h já estavamos lá. Novamente desmontamos acampamento, só que dessa vez sem pressa pois já havíamos cumprido nossos principais objetivos.

Por volta das 11:00 começamos a descer sentido ao Tronqueira, que é o ultimo acampamento antes da portaria do lado mineiro. Nós achávamos que eram apenas 2 km, mais conforme fomos descendo descobrimos que eram quase 4 km. Fizemos algumas paradas durante o caminho, pois os joelhos e as coxas já estavam bem maltratados e o caminho de pedras não ajudava muito. Próximo ao fim da trilha, desviamos nosso caminho para ir para a cachoeira do vale encantando. Cachoeira bem legal e com água muito fria! Bom pra renovar o animo e acordar um pouco. Depois do mergulho seguimos viagem. A Tronqueira já estava próxima e ainda queríamos visitar o Vale Verde e Cachoeira Bonita, mais ficamos só na vontade mesmo. Chegamos no acampamento, montamos as barracas e quando íamos começar a preparar o rango um pessoal da barraca da frente nos ofereceu uma feijoada show de bola. Batemos um belo de um rango e fomos informados que a noite ainda rolaria um “bota-fora”. Nessa hora a vontade de visitar o Vale verde e Cachoreira Bonita já havia passado. Ficamos conversando e fomos ver o sol se pondo do mirante que tem ali do lado. Lindo também!!

 

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Por do Sol no Tronqueira[/align]

 

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Quase tão bonito quanto no pico[/align]

 

A noite começou um churrasco com muito papo e até arrumaram uma viola, mais faltava gente para tocar! Hahaha Por volta de 20:00 fui dormir, estava exausto e o taxista chegaria as 08:00 para fazer nosso transporte de volta para o lado capixaba.

Ultimo dia de viagem, todos nos acordamos cedo e fomos desmontar as coisas, demoramos um pouco pois deixamos nossas barracas secando ao sol. O taxista chegou por volta de 09:00 e não demorou para partirmos. Do lado mineiro para o capixaba, gastamos 1 hora de carro. De volta à portaria do lado capixaba, batemos algumas fotos, nos despedimos dos guardas do parque e fomos embora. Na volta, paramos para almoçar e pegamos bastante transito nas estradas cariocas, chegamos por volta de 00:00/01:00 em São Paulo.

 

Dados da Trip:

Km rodados: 1.600km

Total em gasolina: R$440

Pedágios: R$80

Despesas do Parque: R$28

Taxi: R$200

Compras Mercado: R$50

Despesas gerais: R$50

 

 

Resumo:

Trip sensacional para variar! A sensação de estar acima das nuvens, o nascer e pôr do sol, o céu estrelado, as cachoeiras e a paisagem. Simplesmente magnífico, valeu cada segundo e cada gota de suor investida para conseguir realizar essa trip. Fora que tomar uma breja gelada a 2.890m de altura, às 6 horas da manhã e num frio danado, não tem

  • Colaboradores
Postado

ai low !! arrebentaram na trip einh !!!

muito legal mesmo !!!

´o ruim de feriados prolongados é que fica bem cheio mesmo heheheh ::lol4:: !!

e na casa queimada tava vazio?ou +-?

é isso ai muito bommmm !!!

parabens ai pra galera !!

falow

  • Colaboradores
Postado
ai low !! arrebentaram na trip einh !!!

muito legal mesmo !!!

´o ruim de feriados prolongados é que fica bem cheio mesmo heheheh ::lol4:: !!

e na casa queimada tava vazio?ou +-?

é isso ai muito bommmm !!!

parabens ai pra galera !!

falow

Vlw man! :D

 

Entao, quando chegamos na casa queimada deu até desanimo. TInha bastante gente lá, cerca de 30/40 barracas e um som alto rolando... mais 20 minutos depois tava todo mundo dormindo. Fomos os ultimos do camping a dormir! Tava uma tranquilidade só.

  • 3 semanas depois...
  • Colaboradores
Postado
Bakana o relato low, pena q nao deu p encontrar c a turma!

Pena mesmo! Mais agora a gente se tromba na petro-tere! hahaha :D

 

Vlw man!

  • 3 semanas depois...
  • Colaboradores
Postado

Eu estava lá na casa queimada, quando voces passaram. Pena que a gente desencontrou. Minha barraca tava coberta com um plástico preto, pra ajudar a segurar o sereno. Vendo as fotos aí reconheci o pessoal da caminhote, que tava com o "pagode" lá. Povo sem noção...Enfim, ótima aventura. Cheguei na quinta pela manhã, e fui embora no sábado meio dia, após chegar do pico, onde fui assistir ao espetáculo do sul nascendo. Lindo!!!

 

Recomendo a trip, uma aventura pra vida toda....

 

vlw....

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