Membros de Honra Sandro Postado Outubro 19, 2010 Membros de Honra Postado Outubro 19, 2010 (editado) [t1]Travessia da Serra do Papagaio - Aiuruoca / Baependi - MG.[/t1] Sexta feira, 03 de setembro de 2010 - Primeiro dia Nem parecia que estávamos em São Paulo naquela noite, estranhamente o fluxo de pessoas nos metrôs e o transito viário estavam tranqüilos, diferente do caos típico entre as 18:00h e 20:00h. Mesmo sendo inverno a noite estava agradável dispensando os agasalhos e favorecendo uma cervejinha. Naquela noite eu, Raffa, Vivian e Fábio saímos de Sampa por volta de 22:30h e seguimos pela Rodovia Carvalho Pinto, depois pela Dutra até a cidade de Cruzeiro por onde deixamos São Paulo e adentramos Minas Gerais por Passa Quatro, passamos por Itanhandu, Caxambu, Baependi e finalmente chegamos em Aiuruoca por volta das 3:30h. Sábado, 04 de setembro de 2010 - Segundo dia Madrugada fria que nos fez colocar os agasalhos, mas não dispensar aquela cervejinha que deixamos de tomar juntos em São Paulo, no ultimo boteco ainda aberto na cidade diante da igreja matriz compramos algumas latinhas. Nos instalamos numa pousada modesta, residência de uma família simples e muito acolhedora, a Pousada do Frank, ficaríamos apenas para descansar algumas horas e para o café da manhã pelo qual havíamos combinado previamente R$ 10,00 por pessoa. As 8:30h chegaram o Déo, o Lico e uma galera que combinaram aqui pelo fórum passar o feriado prolongado curtindo as cachoeiras da cidade, junto com eles a Baby e a Valquiria, duas integrantes do nosso grupo que faria a Travessia da Serra do Papagaio. Todos acomodaram seus pertences em seus quartos e já partiram para a primeira cachoeira do dia, pois já tinham tomado café na estrada. Após eu, Raffa, Vivian e Fábio tomarmos nosso café fomos encontrar a galera na Cachoeira dos Garcias. Para se chegar até esta cachoeira é preciso voltar pela estrada de acesso à cidade no sentido de está-la deixando, percorrendo 4 km até uma saída à esquerda, existem placas no local indicando: “Cachoeira dos Garcias” e “Pousada Do Lado de Lá”, a partir daqui são 10 km de estrada de terra e nos trechos mais íngremes de cascalhos compactados. Já próximos da cachoeira alcançamos o pessoal que haviam pegado um caminho errado. Chegando na cachoeira fomos procurar outros dois viajantes que completariam nosso grupo e que estariam acampados por lá; o Bruno e o Danilo que também chegaram de madrugada vindos de São José dos Campos. Encontramos os caras acampados na parte de cima da cachoeira e fomos curtir aquele belo dia ensolarado na piscina natural formada na parte de baixo, alguns se encorajaram em dar um mergulho, suficiente para desencorajar os mais avessos a água fria, pois estava congelante, eu que sou bastante magro senti os músculos das pernas doerem de tão contraídos e não fiquei três minutos dentro d’água. Logo nosso “salva vidas” Lico estrategicamente sacou uma cachacinha para reaquecer os hipotérmicos e a conversa que estava animada ficou ainda mais. [mostrar-esconder][align=center] Serra do Papagaio e pico Cachoeira dos Garcias Cachoeira dos Garcias Cachoeira dos Garcias Cachoeira dos Garcias[/align][/mostrar-esconder] Ao meio dia e meio os integrantes do grupo que faria a Travessia se despediram dos demais e voltamos para a cidade, almoçamos no restaurante Dois Irmãos, nos servimos a vontade por R$ 15,00, comida muito boa e pratos variados. Após comermos muito voltamos à pousada para pegarmos nossos equipamentos. A travessia que estávamos prestes a começar requeria um resgate no lado que terminaríamos, no bairro da Vargem em Baependi. Devido a distância desse bairro até o centro de Baependi (35 km) poucos caminhantes fazem essa travessia devido a dificuldade de transporte e custo em se chegar até Vargem, não existe linha de ônibus até lá e a circulação de carros na estrada é bastante escassa para se conseguir carona. Durante o planejamento de viabilização de nossa travessia conseguimos dois táxis em Caxambu que fariam nosso resgate e nos levaria de volta a Aiuruoca por R$ 200,00 cada carro. Porém ao negociarmos nossa estadia na Pousada do Frank o consultamos também sobre algum veículo em Aiuruoca que pudesse nos resgatar em Baependi e ele nos indicou um amigo que faz transporte de Kombi na cidade, o Marcos que nos fez o resgate pelo mesmo valor de um dos táxis. O início da nossa travessia se daria no caminho pro Vale do Matutu através de umas das trilhas que sobem para o Pico do Papagaio, distante 10 km do centro de Aiuruoca. Mais uma vez o Sr. Frank nos ajudou ligando para o Marcos para negociarmos outro transporte até o início da trilha para assim deixarmos nossos carros na cidade; fechamos com o Marcos em mais R$ 15,00 por pessoa para nos levar até o início da nossa travessia. Logo o Marcos chegou e por volta das 15:10h deixamos a cidade percorrendo a estradinha poeirenta que segue pro Vale do Matutu. As 16:00h chegamos na nossa trilha, na verdade a trilha do Saulo, chamada assim, pois começa no meio de uma bifurcação na estrada que seguindo pelo caminho da esquerda vai-se para o Vale do Matutu ou para Alagoa e seguindo pelo caminho da direita termina no Sítio do Saulo, cuja placa de identificação da propriedade está ali fixada. Dentre as três trilhas que sobem do Matutu para o Pico do Papagaio esta é a de trechos menos íngremes favorecendo quem sobe de cargueira. Mais uma vez confirmamos com o Marcos nosso horário previsto para o término da travessia na terça feira e trocamos nossos números de celulares. Começamos nossa caminhada atravessando uma porteira de ferro azul adentrando as terras do Sr. Batista, morador que sede passagem de boa fé àqueles que sobem ao Pico do Papagaio, nossa meta de pernoite para aquele dia. A altimetria no início da trilha indica 1215 metros e o cume do Pico do Papagaio 2093 metros, um desnível de 878 metros que pretendíamos vencer em aproximadamente 3 horas. [mostrar-esconder][align=center] Rumo ao Vale do Matutu Início da Travessia Início da Travessia Começando a trilha Começando a trilha[/align][/mostrar-esconder] A trilha começa com uma inclinação leve e vai aumentando gradualmente em chão firme de terra, sem obstáculos. Após 20 minutos chegamos na residência do Sr. Batista e fomos recebidos por sua gentil esposa que nos ofereceu água da mina que jorrava por uma mangueira. Nos refrescamos e seguimos passando por uma horta e uma porteira deixando o sítio, logo a frente a trilha apresenta sua primeira bifurcação, tomamos o caminho da esquerda rumando claramente para o pico. A partir dali a trilha começa a ficar um pouco mais íngreme, mas sem maiores dificuldades, sobe “ziguezaqueando” a encosta acima, trilhas paralelas surgem em alguns pontos criadas pelo gado que pasta na região, basta apenas se manter na trilha mais desgastada rumando ao imponente rochedo que visto dali vai assumindo a silhueta de um seio. Atravessamos uma larga passagem por entre uma cerca e a trilha adentra um pequeno trecho de mata para logo serpentear por mais uma área aberta morro acima, vamos mantendo a esquerda nas bifurcações que surgem para ir de encontro a parede de rocha. A medida que vamos nos aproximando do maciço rochoso podemos apreciar pelo seu lado esquerdo, ainda que distante, a bela Cachoeira do Fundo que com aproximadamente 120 metros derrama-se em várias quedas ao final do Vale do Matutu oferecendo uma magnífica visão. Ás 16:45h o Sol se pôs pra nós por detrás do pico, novamente a trilha entra na mata, agora para percorrer um trecho muito maior sob as árvores. [mostrar-esconder][align=center] Residência do Sr. Batista Pico do Papagaio Pico do Papagaio Rumo ao pico Pico do Papagaio[/align][/mostrar-esconder] A poucos metros de encostarmos no rochedo a trilha vai contornando-lhe pela esquerda. Ao chegarmos no ponto de água indicado em nosso mapa seu leito estava completamente seco, sinal do longo período de estiagem na região. Uma breve parada para descanso e tocamos em frente torcendo para encontrarmos água em algum ponto mais adiante. Escureceu e continuamos subindo mata acima com as luzes de nossas lanternas, logo cruzamos um córrego que apesar do pouco volume de água pudemos abastecer nossas garrafas com água fresca e cristalina. Após mais um trecho de subida re-avaliamos acampar no alto do pico, decidimos então montar acampamento no primeiro ponto junto a trilha que comportasse sete barracas e faríamos o ataque ao cume pela manhã. Segui na frente acelerado e concentrado na trilha quando ouvi a galera pedindo para retornar, ao voltar encontrei-os já se preparando para montarem acampamento, bem acomodadas e abrigadas do vento o local comportou bem nossas barracas. Após um bom bate papo ao sabor de petiscos de salame, queijo e azeitonas temperados com limão rosa que o Fábio apanhou no sítio do Sr. Batista e acompanhados de um bom vinho tinto cada um foi preparar seu jantar para em seguida irmos nos recolhendo em nossos sacos de dormir. [mostrar-esconder][align=center] Pegando água Na trilha Na trilha Acampamento da primeira noite Acampamento da primeira noite[/align][/mostrar-esconder] [align=center][googlemap]http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-BR&msa=0&msid=104365572733897483968.000492d57cea0e214181e&ll=-22.045391,-44.633074&spn=0.041846,0.055189&t=h&z=14[/googlemap][/align] Altimetria do dia: Início da trilha: Saímos da cota de 1215 metros. Acampamento da primeira noite: 1882 metros. Domingo, 05 de setembro de 2010 - Terceiro dia Levantamos por volta das 5:30h na intenção de ver o Sol nascer, mas a essa hora e na altitude que nos encontrávamos ele já tinha nascido, porém estava oculto atrás do Pico do Papagaio, preparamos nosso café da manhã e em seguida recolhemos acampamento. Partimos as 7:30h seguindo trilha acima e logo chegamos ao cimo da nossa subida que termina em campo aberto de capim rasteiro onde a trilha bifurca para o Pico do Papagaio à direita e para esquerda nos leva ao Retiro dos Pedros e a Travessia da Serra do Papagaio. Tomamos o caminho da direita e logo encontrarmos uma grande pedra próxima a trilha onde ocultamos atrás de si nossas mochilas. Seguimos no ataque ao Pico do Papagaio atravessando trechos de mata bem sombreadas se alternando com pequenos campos de capim de anta, tendo nos metros finais uma pequena elevação de “escalaminhada” conferindo nesse ataque 20 minutos aproximadamente. Estava uma manhã ensolarada o que nos permitiria uma ampla visão das serras e vales a nossa volta, aquele esplendido cenário que nos seduz a levar horas subindo cumes como este, seria mesmo uma visão encantadora não fosse o ar estar impregnado pela fumaça das queimadas que assolavam Minas em todas as direções, para todo lado que olhássemos havia algum foco de incêndio desprendendo densas colunas de dióxido de carbono. Abaixo de nós podíamos visualizar à nordeste boa parte da trilha que havíamos percorrido desde seu início na bifurcação da estrada onde a Kombi nos deixou até a base do Pico do Papagaio onde ela se oculta sob a mata fechada. À noroeste vemos o Vale dos Garcias em quase sua totalidade, mas não é possível visualizar a cachoeira dali por ficar em uma ravina na encosta. À sudoeste podemos ver quatro picos mais elevados que o Papagaio, destacando-se o Morro do Tamanduá, primeiro à direita (caracterizando-se em um aglomerado de enormes pedras apoiadas umas nas outras) e o último à esquerda, Pico do Bandeira, ponto culminante de toda a serra, duas referências de navegação por onde iríamos passar. Sobre o Pico do Papagaio existe uma área bastante limitada que propicie montagem de barracas, logo na chegada um pequeno espaço ainda em chão de terra plano cercado por uma grande pedra e uma mata densa de arbustos protegem do vento umas duas barracas para duas pessoas cada e mais a frente já em espaço aberto sem muita proteção ao vento em chão de granito e com leve inclinação cabem mais umas três barracas para duas pessoas. Aqueles que preferem não acampar aqui optam normalmente em se abrigar no ultimo trecho de floresta por onde passa a trilha antes de chegar no pequeno trecho de escalaminhada, lá existem grandes clareiras entre as árvores ao lado da trilha propiciando montar muito mais barracas, seria nossa escolha se tivéssemos alcançado este ponto na noite passada. [mostrar-esconder][align=center] Rumo ao Pico do Papagaio Rumo ao Pico do Papagaio Sobre o Pico do Papagaio Muita fumaça no ar Sobre o Pico do Papagaio Morro do Tamanduá a direita e Pico do Bandeira a esquerda[/align][/mostrar-esconder] Depois de uns quarenta minutos curtindo o pico retornamos pelo mesmo caminho até nossas mochilas, montamos carga e partimos ás 10:15h. Seguíamos agora rumo ao Morro do Tamanduá se destacando na paisagem, voltamos até o campo de capim que surgimos na crista e tomamos a trilha que segue para oeste e que vai contornando um morro a nossa esquerda pela sua base, alguns metros percorridos e esta trilha também bifurca, seguindo o caminho que ruma para noroeste esta trilha desce para o Vale dos Garcias, nós seguimos pelo caminho sudoeste tendo o Tamanduá como referência. Passamos em frente um grande paredão rochoso onde havia uma galera se preparando para escalar, paramos brevemente para um bate-papo e prosseguimos; depois desse rochedo a trilha vai se tornando mais acentuada e quando faz uma curva para esquerda encontramos uma bifurcação, o caminho em frente sobe por entre degraus de pedras e valetas erodidas requerendo um pouco de escalaminhada e somos induzidos naturalmente a seguir este caminho devido a posição do Morro do Tamanduá. O caminho da esquerda parece voltar entrando numa pequena mata, decidimos pelo mais difícil subindo aquele trechinho ruim para constatar em seu alto que a trilha que seguia pela matinha dava uma volta contornando a pequena pirambeira. O Sol já estava deixando alguns visivelmente desgastados com a temperatura em torno de 30º, as meninas parando para tomar um pouco de água aproveitaram para reforçar o Filtro solar. [mostrar-esconder][align=center] Rumo ao Morro do Tamanduá Morro do Tamanduá Morro do Tamanduá[/align][/mostrar-esconder] Faltava poucos metros para alcançarmos o Tamanduá e quando pensávamos que íamos chegar em seu topo a trilha vai contornando-o pela esquerda, há uma pequena bifurcação que sobe até lá, mas não achamos necessário, de onde estávamos tínhamos praticamente a mesma visão que se tem de seu cume, além domais tínhamos pela frente um longo dia de caminhada e cumes mais elevados a conquistar logo a frente. Os que iam no grupo á frente pararam para descansar diante de um muro de pedras empilhadas aguardando os demais se reagruparem, pois a partir dali teríamos alguns trechos íngremes de escalaminhada sobre rochedos por onde a trilha pode se perder por vezes. O muro de pedra ficou a nossa direita e escalaminhamos o primeiro rochedo, na duvida por onde seguir basta observar áreas mais claras na rocha indicando sinal de desgaste por atrito e também alguns pequenos totens de pedra. Após mais um rochedo vencido alcançamos um curto trecho de crista em campo de capim baixo, ao seu fim a trilha atravessa alguns metros de mata para começar descer para o Retiro dos Pedros. A descida é curta e passamos a caminhar por um campo com a trilha ainda rumando sudoeste, diante de nós o Pico do Bandeira, de repente a trilha bifurca e o caminho que segue direto para o Bandeira vai sumindo na vegetação rasteira... Mas continua lá, observando adiante a encosta do pico podemos ver por onde a trilha sobe. O caminho bifurcado para oeste segue em direção a pousada Do Lado de Lá e já era um caminho conhecido pelo Bruno, pois alguns anos atrás ele já tinha vindo até ali de moto. Tanto em nossos mapas como o Bruno nos dizia que seguindo por ali encontraríamos em breve nosso bem mais almejado naquele instante: água, pois nossas reservas já estavam esgotadas. [mostrar-esconder][align=center] Pico do Papagaio ao fundo Valquiria Rafael Baby Eu[/align][/mostrar-esconder] Por alguns instantes caminhando naquele campo de altitude me senti em alguma das chapadas do Cerrado ou sertão nordestino entre as Sempre Vivas se destacando na vegetação seca pela estiagem dos últimos meses. Nos deparamos com um casal de meia idade que vinham da pousada adiante e novamente paramos alguns minutos para papear, conversamos sobre a região e nossos trajetos, eles estavam indo ao Pico do Papagaio. Em seguida chegamos a um cercado feito por dois muros de pedras e uma boa área sombreada por algumas árvores na junção desses muros, pouco a frente uma mata com aparência de ciliar onde tínhamos nossa indicação de água. Estávamos no Retiro dos Pedros, local que foi colonizado pelos jesuítas com algumas edificações construídas pelos escravos há mais de 300 anos do que apenas restou os muros de pedras empilhadas. Paramos para almoçar e nos refrescar, quase não encontramos água de tão pouca que minava do olho d’água, alguns cozinharam, outros prepararam lanches. Após descansarmos bastante, reabastecemos nossas garrafas e partimos do retiro ás 14:20h. [mostrar-esconder][align=center] Chegando ao Retiro dos Pedros, Pico do Bandeira a esquerda e Pico do Canjica ao fundo Retiro dos Pedros Retiro dos Pedros Retiro dos Pedros Olho d’água no Retiro dos Pedros[/align][/mostrar-esconder] Seguimos atravessando o olho d’água e rumamos para o sul, meu mapa indicava a trilha subindo para o Pico do Canjica a nossa frente onde logo ela cruzaria outra trilha vinda do alto do Pico do Bandeira a nossa esquerda e que passa pelo cume do Canjica. Adentramos uma mata densa enquanto ainda avaliava se iria fazer um ataque ao cume do Bandeira e distraído conversando não vi quando passamos pelo cruzamento e seguimos contornando o Canjica por sua face leste. A trilha começou a descer então percebi o que havia acontecido, devido ao adiantado da hora e termos muito o que caminhar ainda naquele dia decidi não voltar, os cumes desses picos ficaram para uma próxima investida na região. Após descer um bom trecho por dentro da mata a trilha volta a sair em um grande campo, atravessando-o entramos em outro trecho de mata para novamente encontrar novo campo, este na borda do enorme penhasco que dá para o Vale do Gamarra em Baependi. Parada para apreciar a belíssima vista do vale e as topografias da Serra do Papagaio que delineia o contorno do vale pelo noroeste, norte e leste prosseguindo com a Serra do Charco pelo sudeste, sul e encontrando a sudoeste a Serra da Careta pela qual percorreríamos no dia seguinte. Deste lado já não víamos tantas queimadas quanto em Aiuruoca propiciando uma maior contemplação da natureza em seu esplendor. Seguimos agora rumo sudeste ainda descendo em declividade suave atravessando outro pequeno trecho de mata para alcançarmos outro grande descampado aonde a trilha vai nivelando e encontra uma estrada fazendo uma curva de 180º. Aqui neste descampado acaba a Serra do Papagaio. Neste ponto tínhamos no mapa uma demarcação de água, então seguimos pela vertente esquerda (leste) da estrada que segue alguns metros descendo para dentro de uma mata onde sob uma pequena ponte encontramos um córrego. Paramos para nos refrescar e encher todas as nossas garrafas d’água, pois pelas nossas marcações este seria nosso último ponto de reabastecimento naquele dia. Nosso caminho a partir daqui era voltar um pouco até a curva da estrada e seguir para o sudoeste, enquanto a galera voltou para encontrar a trilha combinei de seguir um pouco pela estrada além do córrego para explorar a região e depois os alcançaria. Na areia fina da estrada marcas recentes de tênis e largos pneus utilizados por jeeps ou picapes me deixaram intrigado. Caminhei por uns 150 metros onde encontrei uma saída à direita bem menos usada, segui por ela imaginando que por ali poderia também encontrar outra trilha que me levasse a reencontrar os demais. O caminho me levou até o alto de uma pequena colina onde encontrei um pequeno chalé encravado entre algumas árvores, um belo abrigo com quatro paredes envidraçadas, janelas e portas de correr, telhado de cerâmica e uma varanda. Ouvi ruídos de algo se mexendo na vegetação atrás de mim e era o Danilo que havia me seguido. Dentro do chalé dois grandes bancos de madeira, o maior e mais rústico deve servir também como cama, uma mesa, algumas banquetas, um fogão de lenha, sob a mesa quatro colchões de espuma enrolados e sobre o fogão alguns potes com tempero. O lugar estava organizado e limpo indicando uso habitual, mas... Por quem? Qual seria a finalidade daquele abrigo em tão remoto local? Mais intrigado fiquei por um detalhe na decoração, sobre o fogão próximo ao teto um pequeno quadro com a imagem de um homem negro usando chapéu branco me despertou a sensação de já ter visto aquela representação em algum outro lugar. [mostrar-esconder][align=center] Vale do Gamarra Do outro lado a Serra do Charco por onde caminharíamos todo o dia seguinte. Embaixo a esquerda uma das muitas cachoeiras do Rio Santo Agostinho Abrigo de montanha dos membros do Santo Daime Abrigo de montanha dos membros do Santo Daime Abrigo de montanha dos membros do Santo Daime Abrigo de montanha dos membros do Santo Daime[/align][/mostrar-esconder] Procuramos alguma trilha que seguisse dali na direção que nos levasse a reencontrar o grupo, mas não havia nenhuma, retornamos então pela estrada passando sobre o córrego, e da forte curva no descampado avistamos o grupo na extremidade oposta do campo procurando uma entrada na mata onde nossos mapas indicavam a trilha a seguir. Víamos também se destacando na paisagem um marco em forma de coluna com aproximadamente 2 metros de altura no meio do descampado. A trilha que deveríamos tomar adentrando a mata estaria a uns 60 metros à esquerda deste marco, porém a galera não encontrava vestígios. Enquanto a maioria batia uma faixa de 200 metros ao longo da boca da mata eu e o Danilo seguimos na estradinha pela vertente direita da curva para ver se ela não poderia contornar aquele trecho de mata e nos levar a um ponto que pudéssemos tomar outra rota. Seguimos pela estrada por uns 500 metros e ela começou descer e guinar para o lado oposto que deveríamos seguir, decidimos voltar. O grupo ainda estava desorientado, encontraram outra trilha pouco perceptível sob o capim alto e seco que contornava aquele trecho de mata através de outro campo, mas que acabava se extinguindo diante de outra mata fechada. O cansaço e a frustração eram sensações compartilhadas por todos. No céu tínhamos mais uns vinte minutos de Sol e desejávamos ver seu poente já descansando, diante disso a decisão mais adequada era montarmos por ali nosso acampamento, tínhamos ampla área plana e água abundante próximo. Depois de descansados poderíamos tomar uma melhor decisão sobre qual caminho seguir no dia seguinte. Nos dirigimos para aquela coluna de pedra próximo ao centro do grande descampado, pois ali parecia ser o melhor local para armarmos as barracas e ao chegar diante da coluna descobrimos que não era um simples marco e sim um totem esotérico. A coluna de granito possuía quatro faces alinhadas com os pontos cardeais, tendo na parte superior da face voltada para o norte uma mandala esculpida, um símbolo composto por figuras entrelaçadas dentro de um hexágono, das quais só consegui identificar uma lua crescente. Diante do totem uma grande área circular em que o capim havia sido bastante pisoteado propiciava um solo muito macio para a montagem de até umas quinze barracas. Após retornar da travessia fiz uma pequena pesquisa e identifiquei aquele retrato pintado no chalé como sendo de “Mestre Irineu”, fundador da doutrina do Santo Daime e as figuras no totem também correspondem a esta seita religiosa sugerindo que aquele local em que acampamos seja especial e utilizado para cerimônias rituais. Enquanto começávamos montar nosso acampamento o Raffa inconformado em não encontrar o prosseguimento da trilha ia insistindo, se esgueirando e afastando a vegetação na boca da mata. De repente ouço vindo dele um sonoro: “__ AHHH! FILHA DA PUTA!” Aquilo soou como musica à meus ouvidos, pois foi pronunciado com muita felicidade; um desabafo de liberdade, sua angustia havia acabado... Ele havia encontrado. Após um belo Por do Sol a maioria foi dormir um pouco antes do jantar, teve até uma bacalhoada improvisada que a Vivian e o Fábio criaram, onde durante todo o dia eles carregaram bacalhau em lascas dentro de uma garrafa PET com água que foram trocando para ir dessalgando. Um bom vinho tinto, noite estrelada, Rock and Roll no iPod e muita vodka com mel complementaram nossa noite. [mostrar-esconder][align=center] Totem cerimonial do Santo Daime Detalhe da mandala Montando acampamento da segunda noite Por do Sol Por do Sol[/align][/mostrar-esconder] [align=center][googlemap]http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-BR&msa=0&msid=104365572733897483968.000492d7784cba1c1637e&ll=-22.071696,-44.664543&spn=0.041838,0.055189&t=f&z=14&ecpose=-22.1031893,-44.66453798,5433.18,-0.009,44.97,0[/googlemap][/align] Altimetria do dia: Saímos da cota de 1882 metros. Crista para o Pico do Papagaio: 1987 metros. Pico do Papagaio: 2093 metros. Base do Morro do Tamanduá: 2129 metros. Subimos a 2178 metros. Descemos ao Retiro dos Pedros: 2144 metros. Acampamento junto ao Totem cerimonial: 1853 metros. Segunda, 06 de setembro de 2010 - Quarto dia Levantamos por volta de 6:00h. a tempo de ver o Sol nascendo em mais um belo dia de céu azul. Tomamos nosso café da manhã e desmontamos acampamento, ás 8:40h adentramos a mata pela trilha que o Raffa havia encontrado. Caminho tomado por cipós Unha de gato, arbustos e arvores crescendo demonstram que pouquíssimas pessoas passaram por ali nos últimos anos. Como não usamos facões fomos abrindo caminho com os braços e pernas. Aqui começa a Serra do Charco. A trilha segue intercalando trechos de mata atlântica com campos forrados de capim, ora em pequenos declives, ora em aclives; ora indo para um lado, ora para outro, mas lentamente progredíamos rumo sudoeste. Também ganhamos nestes trechos as dolorosas companhias de formigas, abelhas, vespas e carrapatos. [mostrar-esconder][align=center] Nascer do Sol Nascer do Sol Concentrando boas energias... E boas vibrações Agora sim! Prontos para mais um dia de aventuras[/align][/mostrar-esconder] 10:20h. Enfim saímos desses que foram os piores trechos que enfrentamos em toda a travessia e alcançamos vestígios de uma antiga estradinha, hoje bastante erodida e sendo tomada pela vegetação – Estudando a região pelo Google Earth após a travessia pude ver que esta estradinha é uma ramificação daquele caminho que eu e o Danilo percorremos um pequeno pedaço no dia anterior e que desistimos de prosseguir, isto talvez explique porque a trilha que seguimos pelos trechos de mata e descampados esta se fechando pelo pouco uso. Seguimos por esta estradinha pouco mais de 1 quilometro até ela acabar em uma encosta descampada, descemos por ela e passamos para outra campina, daqui podíamos ouvir o som alto de água corrente próxima oculta na mata ciliar á nossa frente, mais uma vez levamos vários minutos fazendo uma varredura na boca da mata até encontrarmos a passagem, adentramos passando por um riacho e saindo noutra encosta descampada que contornamos para nos depararmos com outro riacho mais volumoso e uma pequena cachoeira ótima para uma ducha natural; paramos para descansar um pouco e apesar do calor aqueles que mergulharam para um banho não conseguiram ficar muito tempo na água gelada. Mochilas aos ombros e cruzando o riacho subimos outra encosta até atingirmos uma cota já próxima ao cume onde a deixamos pela esquerda seguindo nivelado para entrarmos noutro campo onde passamos por cima de uma cerca de arame farpado e seguimos paralelo a esta. As cercas e as varias trilhas bem marcadas percorrendo este campo indicavam área de pastagem, o caminho que seguíamos novamente declinou e se tornou mais largo e profundo no solo, efeito do gado, logo encontramos uma pequena cocheira ao lado de um forte riacho que mais a frente se descortinava em bela cachoeira que só apreciamos vendo por cima, pois nossa trilha cortava o riacho antes da queda e seguia em outra direção. [mostrar-esconder][align=center] Pico do Canjica, Pico do Bandeira e Pico do Papagaio ao fundo Uma variedade de Sempre Viva Mulheres na trilha Parada para descanso Vivian e Fábio Subindo encosta[/align][/mostrar-esconder] Contornamos em trilha nivelada a encosta de mais um morro para nos depararmos com mais um cenário maravilhoso... Um lindo vale com um rio correndo sobre lajes de pedra e mais uma bela cachoeira formando um grande poço. A cachoeira não tem nome, mas o rio é identificado por três em mapas diferentes: Rio Santo Agostinho, Rio do Charco e Rio Baependi. Junto a cachoeira na outra margem algumas pessoas desfrutavam daquele delicioso lugar. Procuramos um ponto raso por onde atravessar o rio e encontramos com água próxima ao joelho, porém achei arriscado atravessar sobre o leito liso de pedra, estávamos bastante cansados e um escorregão ali poderia torcer um tornozelo ou provocar outro tipo de lesão em algum membro do grupo. Sugeri atravessarmos em um ponto mais profundo onde podíamos nadar para a outra margem, pois oferecia um risco menor de nos machucarmos. O Fábio e a Vivian relutaram em atravessar a nado optando por caminhar sobre o ponto mais raso mesmo. Eu, Danilo e o Bruno entramos no rio com água até o peito no ponto mais fundo e com a ajuda de um rapaz que estava na outra margem fomos passando as mochilas de todos, a correnteza estava forte ali e num escorregão o Bruno foi sendo levado para a queda da cachoeira, mas deu uma braçada forte e se segurou na margem. Com este susto pegamos a corda que o Raffa levava e fizemos a segurança para todos atravessarem. [mostrar-esconder][align=center] Vale do Rio Santo Agostinho Rio Santo Agostinho Rio Santo Agostinho Cachoeira no Rio Santo Agostinho Cachoeira no Rio Santo Agostinho Cachoeira no Rio Santo Agostinho Cachoeira no Rio Santo Agostinho[/align][/mostrar-esconder] Após breve descanso seguimos subindo a trilha que vai contornando a encosta para o lado esquerdo e segue nivelada, alguns metros a frente passamos ao lado de um casebre de madeira desocupado, logo depois deixamos este caminho e subimos a nossa direita uma nova encosta íngreme sem trilha para alcançarmos uma que cruzava o alto do morro rente a uma cerca de arame farpado. Pulamos a cerca e encontramos outro grupo de trilheiros, velhos conhecidos de outras viagens e de outra comunidade na Internet. Eles estavam fazendo a Travessia para Alagoa, sentido oposto ao nosso, tinham começado onde nós terminaríamos no vilarejo da Vargem na base do Morro do Chapéu. Trocamos algumas informações e dicas de como estavam as trilhas e seguimos nossos caminhos, eles desceram por onde subimos e nós rumamos pela esquerda. A trilha segue pouco por uma crista para depois ir descendo suavemente e contornando pelo lado direito aquele trecho de serra. 15:15h chegamos nas ruínas de um rancho em outro vale, por aqui correm as águas de mais duas nascentes; paramos para comer e descansar um pouco. A sombra do morro ao nosso lado já nos cobria pelo avançar da tarde, precisávamos vencê-lo e chegar na Cachoeira do Juju distante dois quilômetros para pernoitarmos. Alimentados tocamos o trecho de mais uma encosta acima alcançando outra crista e adentramos por uma mata fechada, saímos da mata ainda na crista e logo chegamos em um mirante onde este morro declina convergindo para dentro de mais um belíssimo vale onde em seu fundo corre o leito do Rio Piracicaba que à nossa esquerda se descortinava do alto da serra em belas cascatas. [mostrar-esconder][align=center] Mais uma encosta Ruínas de um rancho Ruínas de um rancho Mirante para o vale do Rio Piracicaba Danilo em momento contemplativo[/align][/mostrar-esconder] Prossegue a trilha bem desgastada descendo para a direita até alcançarmos uma porteira onde após ultrapassá-la deixamos novamente a trilha e fomos cortando outra encosta sem trilha para a esquerda, a principio subindo e depois descendo 160 metros de desnível para chegarmos na parte de cima da Cachoeira do Juju a maior das quedas do Rio Piracicaba. Aqui terminávamos a Serra do Charco. Exaustos chegamos ás 17:30h em nosso local de pernoite após mais um dia bem caminhado. Curtimos um belíssimo Por do Sol sentados em cima da cachoeira e depois fomos espremer nossas 7 barracas no local plano disponível ali. Após o jantar alguns deram por encerrado o dia indo dormir enquanto outros ficaram batendo papo e bebendo vodka. Apesar do céu aberto ventou forte naquela noite. [mostrar-esconder][align=center] Descendo para a Cachoeira do Juju Descendo para a Cachoeira do Juju Descendo para a Cachoeira do Juju e Rio Piracicaba rasgando a Serra da Careta Alto da Cachoeira do Juju e vale do Rio Piracicaba Piscinas naturais no alto da Cachoeira do Juju Por do Sol na Cachoeira do Juju[/align][/mostrar-esconder] [align=center][googlemap]http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-BR&msa=0&msid=104365572733897483968.000492eaa51e8a9c5345a&ll=-22.095873,-44.701609&spn=0.041831,0.055189&t=f&z=14&ecpose=-22.13220946,-44.70159372,7171.95,-0.022,34.846,0[/googlemap][/align] Altimetria do dia: Saímos da cota de 1853 metros. Ponto em que a trilha encontra a ramificação da estrada: 1911 metros. Travessia do Rio Santo Agostinho: 1637 metros. Chegamos na cota: 1770 metros. Rancho em ruínas: 1717 metros. Mirante para o vale do Rio Piracicaba: 1771 metros. Acampamento no alto da Cachoeira do Juju: 1578 metros. Terça, 07 de setembro de 2010 - Quinto dia Começamos acordar por volta das 6:10h e apesar da ventania da noite o dia amanheceu ótimo, céu azul com Sol radiante, tomamos nosso café e retomamos nossa caminhada ás 8:30h. Atravessamos a Cachoeira do Juju pelo seu topo, lugar maravilhoso onde se formam piscinas naturais antes de sua queda de 130 metros. O Rio Piracicaba delimita a Serra do Charco e a Serra da Chapada, também conhecida como Serra da Careta por onde prosseguíamos agora subindo para sua crista. A medida que avançávamos encosta acima podíamos observar atrás de nós além da Cachoeira do Juju uma segunda queda mais adiante formada por um braço do Rio Piracicaba que corre perpendicular a cabeceira da Juju. Após 45 minutos desde a nossa saída avistamos um rancho junto a um arvoredo de araucárias a nossa esquerda com duas barracas montadas ao lado da casa, porém não vimos nenhuma pessoa. Continuamos nosso caminho que passava ao largo do arvoredo e seguia subindo pela crista da serra. [mostrar-esconder][align=center] Acampamento na Cachoeira do Juju Baby na Cachoeira do Juju Cachoeira do Juju Cachoeira do Juju Valquiria atravessando o Rio Piracicaba Valquiria atravessando o Rio Piracicaba As duas quedas da Cachoeira do Juju Rancho e barracas junto ao Rio Piracicaba[/align][/mostrar-esconder] As 10:00h após concluirmos a elevação de mais uma encosta fizemos uma parada para descanso e acabamos comendo quase tudo que restara de comida... Pão sírio, salame, provolone, patê de atum e bacon frito. Daí por diante o caminho seguiu tranquilo por trilha bem batida serpenteando pela crista da serra alternando trechos planos, leves aclives e declives até alcançarmos as cercanias do Morro do Chapéu ao meio dia e meio. Não fizemos o ataque ao cume do Morro do Chapéu devido ao horário, pois havíamos marcado com nosso resgate por volta de 13:30h na base do morro e para chegar lá levaríamos aproximadamente 1 hora descendo até o bairro da Vargem. [mostrar-esconder][align=center] Percorrendo a Serra da Careta Ao fundo a Serra do Papagaio com o Pico do Canjica (mais alto, atrás da nuvem) e o Pico do Bandeira à direita Percorrendo a Serra da Careta Adiante a crista que ainda percorreríamos para alcançar em seu extremo o Morro do Chapéu Avistando o Morro do Chapéu Nas cercanias do Morro do Chapéu[/align][/mostrar-esconder] Contornamos o morro pela esquerda e começamos a descer, os primeiros vinte minutos de descida do Morro do Chapéu são de inclinação bem acentuada e escorregadia por encosta aberta, as motos que por ali passam deixam a trilha bastante erodida com grandes valetas e pedras soltas. Em seguida a trilha adentra um trecho de Mata Atlântica e percorre por mais uns vinte minutos assim, na metade do caminho já em um trecho plano ainda na mata cruzamos um riacho de água cristalina e abundante, parada obrigatória para nos refrescarmos. Após sair da mata a trilha percorre seu trecho final em declive leve por um descampado terminando em uma estradinha na frente de uma casa branca com um bambuzal ao seu lado. Eram 13:30h quando concluímos nossa travessia, porém nosso resgate não se encontrava ali, prosseguimos então pela estradinha até o centro da vila distante 1 km, entramos em um bar e brindamos esta maravilhosa travessia com muita cerveja. Vinte minutos depois nosso resgate chegou e retornamos para Aiuruoca, pegamos nossos carros que deixamos na pousada do Frank e voltamos para São Paulo. [mostrar-esconder][align=center] Descendo para o bairro da Vargem em Baependi Descendo para o bairro da Vargem em Baependi Chegando ao fim da Travessia Chegando ao fim da Travessia na estradinha Chegando ao bairro da Vargem em Baependi Morro do Chapéu visto do bairro da Vargem Todos muito felizes retornando à Aiuruoca[/align][/mostrar-esconder] [align=center][googlemap]http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-BR&msa=0&msid=104365572733897483968.000492ee91f6cc96841d7&ll=-22.120453,-44.769564&spn=0.083648,0.110378&t=f&z=13&ecpose=-22.16533198,-44.76956779,9083.31,0.004,34.834,0[/googlemap][/align] Altimetria do dia: Saímos da cota de 1578 metros. Nas cercanias do Morro do Chapéu chegamos na cota: 1962 metros. Final da travessia no bairro da Vargem: 1185 metros. Considerações finais: Certamente esta é uma das travessias mais belas e completas que já realizei com variados tipos de terreno montanhoso, fauna e flora. Nível de dificuldade dessa travessia: Médio - Não é necessário experiência, porém exige disposição, bom condicionamento físico e conhecimentos em navegação por bússola e mapas. Fotografias desta Travessia: Meu álbum | Álbum do Raffa | Álbum do Fábio | Álbum da Vivian | Álbum do Danilo | Álbum do Bruno Carta topográfica 1 para a realização desta travessia Carta topográfica 2 para a realização desta travessia Serra_do_Papagaio.gtm Hospedagem: Pousada do Frank: Rua Jonas Benfica, 275 – Tel. 0xx 35 3344-1230 Transporte: Kombi táxi e “resgate” do Marcos: http://www.ajuru.com.br/taxi/ Se você se interessou por esta travessia leia também: [linkbox]Destino Aiuruoca Relato do Fábio sobre esta travessia Relato do Divanei sobre a Travessia da Serra da Chapada[/linkbox] Editado Outubro 27, 2010 por Visitante Citar
Colaboradores ROTA da AVENTURA Postado Outubro 19, 2010 Colaboradores Postado Outubro 19, 2010 caraio !! pu#@ qeu p@$#! !! ficou animal sandrão !! puts lendo tudo vendo mapas fotos ate arrepia ehehehe !! fui muito legal mesmo esta travessia a galera toda tava em sintonia !!! pow sandrão parabens mesmo ta completo o relato com fotos /mapas/dicas/carta topografica caraca brother isto esta melhor que um guia !!!!! depois de ver tudo de novo da uma vontade louca de voltar pra la e aproveitar pra alcançar os cumes que não subimos !! abço brother e mais uma vez PARABENS !! e agora vou imprimir esses mapas !! falow!! Citar
Membros alanpetrillo Postado Outubro 19, 2010 Membros Postado Outubro 19, 2010 Mto Show essa aventura Sandro, deu ateh vontade de partir pra lá agora mesmo..kkkk Grande abraço e valeu pela dica, com certeza um dia irei pra la! Citar
Membros de Honra GUILHERME TOSETTO Postado Outubro 20, 2010 Membros de Honra Postado Outubro 20, 2010 Além do relato ser muito interessante, as fotos são duca. As paisagens são realmente sensacionais...o estado de MG nesse sentido é um espetáculo!!! E as cachoeiras, hein?? Putcha que lo parió, sou louco por cachoeiras!!!! PARABÉNS A TODOS OS QUE PARTICIPARAM!!!! Citar
Membros de Honra Sandro Postado Outubro 20, 2010 Autor Membros de Honra Postado Outubro 20, 2010 caraio !! pu#@ qeu p@$#! !!ficou animal sandrão !! puts lendo tudo vendo mapas fotos ate arrepia ehehehe !! fui muito legal mesmo esta travessia a galera toda tava em sintonia !!! pow sandrão parabens mesmo ta completo o relato com fotos /mapas/dicas/carta topografica caraca brother isto esta melhor que um guia !!!!! depois de ver tudo de novo da uma vontade louca de voltar pra la e aproveitar pra alcançar os cumes que não subimos !! abço brother e mais uma vez PARABENS !! e agora vou imprimir esses mapas !! falow!! Obrigado Brunão. E a sintonia entre os membros é algo realmente primordial e determinante para o sucesso de uma travessia em grupo. :'> Abraço. Citar
Membros de Honra Sandro Postado Outubro 20, 2010 Autor Membros de Honra Postado Outubro 20, 2010 Mto Show essa aventura Sandro, deu ateh vontade de partir pra lá agora mesmo..kkkk Grande abraço e valeu pela dica, com certeza um dia irei pra la! Obrigado Alan. Nosso primeiro prazer é realizarmos este tipo de caminhada, o segundo é contarmos em detalhes para que mais pessoas possam fazê-las. Citar
Membros de Honra Sandro Postado Outubro 20, 2010 Autor Membros de Honra Postado Outubro 20, 2010 Além do relato ser muito interessante, as fotos são duca.As paisagens são realmente sensacionais...o estado de MG nesse sentido é um espetáculo!!! E as cachoeiras, hein?? Putcha que lo parió, sou louco por cachoeiras!!!! PARABÉNS A TODOS OS QUE PARTICIPARAM!!!! Obrigado Guilherme. Minas é um encanto de belezas naturais. Passaríamos uma vida inteira conhecendo cada uma de suas cachoeiras. :'> Abraço. Citar
Membros de Honra Cris*Negrabela Postado Outubro 20, 2010 Membros de Honra Postado Outubro 20, 2010 E a sintonia entre os membros é algo realmente primordial e determinante para o sucesso de uma travessia em grupo. :'> Abraço. Tambem, num tinha como dar discordia: Fábio, Vivi, Raffa, Brunão, Danilo, Sandro.... só tinha "curva de rio" nessa travessia, num se salva um kkkkk Maravilhoso o relato, um verdadeiro Guia. Essa regiao das Terras Altas da Mantiqueira guarda muitas paisagens absurdas de tão fantásticas. Minas inteira, alias, é um troço fantastico, tem travessias pra todo o gosto de pernada. Citar
Membros de Honra Sandro Postado Outubro 20, 2010 Autor Membros de Honra Postado Outubro 20, 2010 Tambem, num tinha como dar discordia: Fábio, Vivi, Raffa, Brunão, Danilo, Sandro.... só tinha "curva de rio" nessa travessia, num se salva um kkkkk Deveras verdade Bela... E numa dessas curvas em nossas vidas encalhou você! Citar
Membros de Honra Cris*Negrabela Postado Outubro 21, 2010 Membros de Honra Postado Outubro 21, 2010 me senti um sofá velho agora kkkk Citar
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