Membros Phacsantos Postado Abril 19, 2012 Membros Postado Abril 19, 2012 Parente do Cabral...certeza! Só faltou mostrar o diploma de Dentista nas horas vagas! Citar
Membros cabraljr Postado Abril 19, 2012 Membros Postado Abril 19, 2012 Hehehehehe Santos, O vídeo que o (E) postou com certeza é um dos sonhos de consumo do Cabral, assim como o Appex Pro, etc. O problema é que a maledeta munhequice do Cabral, também conhecida popularmente como pão-duragem o impede de comprar estas maravilhas! Mas tem um outro fator também além da pão-duragem: o (E) disse que gosta de fazer seus fios artesanalmente, acredito que isto signifique, limas, pedras de bancada, chairas e principalmente "mão-livre"! Eu também sou mais ou menos assim... apesar de que trapaceio!!! Os meus gadgets de angulação das pedras de bancada fazem uma boa parte do que aqueles maravilhosos aparelhos fazem, necessitando que eu tenha apenas que ter a mão ( principalmente o pulso ) firme para manter a lâmina na horizontal e a consistência dos ângulos é muito boa ( claro que não como nestes aparelhos ). Depois ainda tem a trapaça 2, que é usar meu sistema de hastes cerâmicas nos slots de resina pre-angulados ou o Sharpmaker para fazer os micro-fios. Já inclusive postaram aqui que há cópias chinesas por preços que até o Cabral pagaria, mas ai entra o segundo problema: as pedras dos kits se desgastam com certa rapidez e ai entraria em cena novamente a pão-duragem ( apesar que acho que cortaria as carborundum e japonesas da vida para fazer as "reposições" ). Mas devo confessar que os resultados que obtenho com meus "kits" é muito satisfatório! E quando bate a insanidade momentânea e levo o nível de polimento até as hastes ultra-finas do Sharpmaker ou a minha antiga pedra "desconhecida" e depois strop de couro com óxido de cromo, literalmente os fios são capazes de fazer "penas" em fios de cabelo! Eu sei que é só para exibição pois basta cortar algo "normal" e este fio vai embora, mas que serve para impressionar os amigos, serve! Citar
Membros de Honra trauco Postado Abril 29, 2012 Membros de Honra Postado Abril 29, 2012 Ontem chegou uma lâmina diamantada de afiaçã da Schrade (ou melhor,de quem detem direito da marca para pedras de afiar) http://www.ebay.com/itm/160778754713?ssPageName=STRK:MEWNX:IT&_trksid=p3984.m1439.l2649 é uma pedra pra usar com água e é muito abrasiva, tem 4 pés de borracha que a mantém firme na mesa, arrumei uns fios de aço carbono que vinha mantendo só com o pocket Gerber e vou testa-la com o D-2. O preço original era US$ 10, mas agora o cara subiu pra 15 dolares porque está saindo bem, muito bem. Citar
Membros de Honra trauco Postado Maio 2, 2012 Membros de Honra Postado Maio 2, 2012 Só para atualizar: a lâmina diamantada afiou direitinho o D-2, inclusive ao ponto de remover os dentes produzidos por corrosão, aprovada. Citar
Membros Leandro-Blah Postado Maio 17, 2012 Membros Postado Maio 17, 2012 Eu uso tb uma lamina diamantada pra afiar minhas facas e canivetes. Comprei uma da Tramontina, muito boa. Claro que é importada, provavel que china mesmo, mas é muito bem feita e funciona fantasticamente. Comprei aqui mesmo, ficou em R$80,00, achei muito bom o preço perto de algumas outras que vi por ai, e ela é bem grande, escelente pra afiar com tranquilidade qualquer tamanho de peça, e vem com uma base emborrachada que não deixa escorregar. A lamina tem duas faces, uma pra desbaste e a outra pra fio. Segue foto: http://www.comlines.com.br/site/13228-13212-large/afiador-dupla-face-diamantado-profio-tramontina.jpg E segue anuncio de uma igual a que comprei: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-238610607-afiador-tramontina-profio-diamantado-_JM Citar
Membros de Honra trauco Postado Maio 18, 2012 Membros de Honra Postado Maio 18, 2012 Bom saber disso, a Tramontina por aqui é difícil e cara e essas coisas diferentes nem chegam no mercado. Essa minha também é chinesa, acho que as últimas coisas made in usa que comprei no EBay foram: meias de lã merino, luvas de trabalho de pele de cervo, segunda pele de microfibra. A China faz tudo pra todo Mundo. O meu afiador se mostrou muito bom pra casos patológicos de fios detonados e para os tipo D-2, enjoados para chegar perto do ponto de um acabamento mais fino. O resto da para se virar com as tralhas convencionais sem perder muito tempo nem a paciência. Citar
Membros cabraljr Postado Maio 20, 2012 Membros Postado Maio 20, 2012 A triste verdade sobre afiação que nunca lhe contaram! Sim isso mesmo, existe um terrível segredo sobre afiação que nunca é contado a ninguém: cada uma e toda vez que se afia uma lâmina, se for feito corretamente ela ficará afiada, mas terá uma habilidade de corte menor, ou seja, terá que se fazer mais força para efetuar os cortes! Acham que eu estou brincando ou mentindo? Não é nada disso. Quando falamos em afiação, falamos em geometria falamos de planos, ângulos, secções transversais, áreas, etc; a geometria corta! Basicamente existem 3 fatores responsáveis pelo corte, ou mais especificamente pela habilidade de corte de uma lâmina: geometria geral da lâmina ( formato, espessura, tipo de desbaste, etc ), geometria do fio ( ângulo, secção transversal, área total, etc ) e nível de polimento da lâmina em geral e do fio. No primeiro, a maioria absoluta dos usuários não mexe, ou quando mexe não chega a interferir significativamente na habilidade de corte pois as modificações tendem a ser mais cosméticas ou de pouca monta; pode ser feita uma alteração drástica que irá realmente afetar o desempenho, mas requer conhecimento e é bastante trabalhoso. Já nos outros dois fatores não só é possível interferir de forma relativamente fácil, mas com isso causar mudanças significativas na habilidade de corte. Mas para aqueles que ainda não estão acreditando no que escrevi acima, vamos ajudar na compreensão desta triste verdade com auxílio da imagem 01. Agora deve ter ficado mais claro. Isso vale especialmente para o método de afiação tradicional, quando se procura seguir o ângulo do fio que vem de fábrica, ou mesmo para quem aplica um único ângulo, seja ele qual for o de sua preferência. Isso vale para todos os tipos de desbaste de lâminas, pois sem exceção todos eles aumentam progressivamente de espessura do fio para a espinha, como pode ser observado na figura 02. Espero que à esta altura alguém já tenha observado que há 2 exceções à esta regra. Isso mesmo, o fio tipo cinzel ( que praticamente só é usado em facas japonesas e claro artefatos de corte para trabalhos em madeira ) e o scandi grind verdadeiro! Isso ocorre porque no scandi até aproximadamente metade ou 2/3 da largura da lâmina ela tem paredes paralelas e com sua máxima espessura e a partir daí há o desbaste que forma o fio. Então toda vez que se afia aquele fio gigantesto, é automaticamente refeito o fio original, exatamente igual geometricamente falando. Mas o scandi grind tem 4 grandes desvantagens: é o que requer maior remoção de metal para se reafiar e por consequência é o que mais desgaste impõe à lâmina, é o desbaste que apresenta a menor habilidade de corte em geral dentre todos os desbastes ( neste quesito rivalizando com o full convex ) e ainda o que apresenta o fio mais frágil, pois na média o desbaste scandi tem de 9 a 12 graus de cada lado, o que dá um ângulo total incluso de 18 a 24 graus, resultando num fio com pouco suporte de aço imediatamente atrás da borda extrema! Ele pode ser excelente para lidar com madeira ( entalhe ), mas tem na média desempenho pior em quase tudo mais! Isso se dá porque a maioria dos meios que são cortados apresentam de média a alta resiliência, ou seja, quando você tenta separar duas “metades” elas tendem a voltar à posição original, e ai aquela grande porção da lâmina scandi com paredes paralelas tende a engrimpar ( travar ) no meio que esta sendo cortado, devido ao atrito. ( figura 03 ) Então não tem como escaparmos da sina de lâminas com menor habilidade de corte intrínseca ( scandi ) ou menor habilidade de corte progressiva ( as demais à medida que são afiadas )? Na verdade nós podemos trapacear... Em verdade absoluta o problema continuará ocorrendo, só que isto se dará em uma escala tão diminuta que sequer será percebido por um longuíssimo período de tempo. Na verdade, assim que aplicamos o nosso “truque” ou trapaça ao fio original de fábrica da maioria das lâminas ( há exceções, já que alguns fabricantes já aplicam este “truque” em seus fios originais ), a habilidade de corte aumenta e aumenta muito! E a partir daí, além da vantagem de haver um decréscimo da habilidade de corte de forma muitíssimo mais lenta, há as outras vantagens que são: menor desgaste da lâmina a médio e longo prazo ( apesar de um maior desgaste inicial ), boa robustez com alta durabilidade do fio e a maior facilidade e rapidez imagináveis na manutenção e retoque deste fio, além é claro da habilidade de corte que fica aumentada dado o desbaste de alívio! Mas como tudo isso é possível? Usando-se a técnica do chamado fio primário e fio secundário, mas que aqui vamos chamar de desbaste de alívio e micro-fio, já que as duas primeiras expressões causam muitas confusões, pois uns considerarem o primário secundário e vice-versa; ai vira o samba do crioulo doido! E sabem qual é a maravilha maior desta técnica? Ela é exatamente igual à técnica de afiação tradicional a que todos estão acostumados, apenas acrescida de um passo a mais! Isso mesmo, ninguém terá que aprender uma nova técnica mirabolante para ter acesso à todas estas vantagens! O desbaste de alívio consiste em diminuir o ângulo original de afiação, quer seja o de fábrica/original ou aquele a que cada um está habituado a dar em suas lâminas durante as afiações. Por isso que ele é chamado de desbaste de alívio, pois neste passo irá se reduzir a espessura de metal no fio removendo-se um pouco mais de metal como pode ser visto na figura 04. Normalmente o ângulo utilizado para isso é de 10 ou de 15 graus de cada lado, dependendo do tipo de aço, dureza e utilização da lâmina. Mas como eu afirmei que o desbaste scandi é um dos fios mais frágeis que tem, não estaríamos fragilizando o fio da lâmina dando um desbaste de alívio muito semelhante senão igual ao scandi? Sim, mas ai é que entra o complemento do “truque” que é o micro-fio, que é realizado em um ângulo maior, normalmente 20 graus. Mas só isso seria o suficiente para devolver robustez ao fio? Sim, em grande parte a robustez é restabelecida com o simples aumento do ângulo ao se fazer o micro-fio. Não se enganem, pois mesmo aços ditos de menor qualidade e/ou dureza usados em cutelaria suportam forças relativamente altas com secções transversais relativamente pequenas sem sofrerem deformações. Permite também maior volume de matriz de aço para suportar melhor os carbonetos, como os carbonetos de cromo do aço D-2 que são gigantescos na média ( 50 mícrons ). Mas o 440C e o ATS-34 também têm carbonetos de cromo grandes ( de 25 a 35 mícrons ) que se beneficiam do micro-fio que apresenta maior secção tranversal. Na figura 05 isso fica claro com uma micrografia do aço ATS-34. Imaginem um fio de fábrica tipo V-zero ( onde um único plano de desbaste de cada lado na região do fio forma o próprio fio ) de 20 graus de cada lado. É aquela pequena linha brilhante que vemos no gume da lâmina como visto na foto 10. Se fizermos um desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e aplicarmos o micro-fio de 20 graus de cada lado ( mesmo ângulo do V-zero ), a secção transversal logo acima da borda do fio ( algo como poucos mícrons ) será maior mas logo acima do ombro do micro-fio a secção tranversal será menor e sua habilidade de corte será maior, já que imediatamente após este ombro a espessura da lâmina é bem menor, gerando muito menos resistência à penetração ( figuras 06, 07 e 08 ). Alguém deve estar se perguntando: será que terei que passar por todo este processo quando precisar retocar o fio para deixar o corte da minha lâmina sempre em ponto ótimo? Não! Aqui está a outra grande vantagem da técnica, pois o nosso fio verdadeiro, aquele que efetivamente inicia o corte é o micro-fio e não o desbaste de alívio, então apenas o micro-fio deverá sofrer o retoque ou reafiação. Como a quantidade de metal a ser removida é absurdamente pequena, isto requer não mais que uma ou duas passadas em uma pedra bem fina e sem fazer pressão, ou seja, literalmente pode ser feito em segundos! A figura 09 ilustra bem o quão pequeno é o micro-fio comparado ao desbaste de alívio. E apenas o retoque no micro-fio pode ser feito várias vezes antes que a secção transversal acima do ombro do micro-fio fique tão grande que se tenha que refazer o desbaste de alívio. Para se ter uma idéia, vários Chef’s de cozinha que usam suas facas intensivamente em cozinhas de restaurantes relatam terem que refazer o desbaste de alívio uma vez por ano ou menos. Imaginem como seria em uma cozinha residencial... O mesmo vale para atividades outdoor, como bushcraft, sobrevivência, caça, pesca, etc, além claro das atividades do dia-a-dia com uma lâmina tipo EDC ( every day cary – porte diário - ). O desenho 11 foi feito por mim, seguindo uma escala de cm, ou seja, a marcação que aparece como se fosse uma régua, cada intervalo daquele tem exatamente 1cm. Mas para efeito de entendimento da técnica vamos imaginar que cada segmento tenha 1 mm ( 1000 mícrons ). Então temos as lâminas desenhadas mostram os 1,9cm próximos à borda do fio. O segmento AB da esquerda e DE da direita tem exatamente o mesmo comprimento e ambos representam 40 graus totais ou inclusos. Vejam que as alturas H e h são iguais também. Ao aplicarmos o desbaste de alívio passamos a obter o perfil determinado pelos pontos CGF; é um desbaste grande, mas serviu para reduzir a secção transversal da lâmina neste 1,9cm finais ( claro que aqui há um exagero absurdo na dimensão que não é real, mas para efeito de visualização se fez necessário ). Daí para frente as partes coloridas no desenho da esquerda e direita representam a quantidade de metal que teríamos que remover caso quiséssemos reduzir 1 mm em cada afiação de cada uma das lâminas ( seja pela ocorrência de dentes/fraturas, achatamento, etc ). Notar que aqui ainda não aplicamos o micro-fio, e por isso, da forma como se encontra, a lâmina da direita está com um fio tão frágil quanto o de uma Mora com scandi verdadeiro ( V-zero ). O desenho 12 nada mais é que um recorte que fiz da ponta do desenho 11, para mostrar como é o micro-fio após aplicado. No caso deste desenho, quando quisermos retocar o fio, nem de longe teremos que desgastar a quantidade de metal que aparecia colorida na lâmina da DIREITA do desenho 11, porque o micro-fio de 20 graus de cada lado tem apenas 1 décimo de mm! Atentar para o fato que retoques para manutenção do micro-fio ficam muito, mas muito longe de desbastar 1 décimo de mm. Quando bem feito, um micro-fio tem uma espessura da borda do fio entre 0,8 e 1 mícron! Então digamos que com o desgaste do uso esta borda do fio passe a ficar com 10 mícrons de espessura, que para qualquer efeito prático configura uma lâmina cega ( ninguém iria esperar chegar neste ponto antes de retocar o fio; ao menos não é recomendado esperar tanto ). Então teria que se remover 4,5 mícrons de cada lado para voltarmos à nosso “fio navalha” de 1 mícron; arredondando para cima teríamos que remover 10 mícrons no total da espessura. No nosso micro-fio que já tem apenas 1 décimo de mm de altura ( 100 mícrons ), isso deve representar apenas 1 décimo da altura ou seja, 10 mícrons! É muito pouco metal! Facas de cozinha podem trabalhar com a combinação 10/20 ( desbaste de alívio/micro-fio ), pois mesmo aços mais moles com dureza entre 50 e 56 RC tenderão a perder o fio mais por rolamento do que por desgaste, e nestes casos o simples uso de uma chaira de aço LISA e com no máximo 2 passadas de cada lado realinharão o fio. O uso de uma chaira estriada nesta escala de grandeza que estamos lidando ( micro-fio ) literalmente irá causar severos danos ao fio! Se o fio ficar rolando com muita facilidade basta aumentar o ângulo do micro-fio para 25 graus de cada lado e o problema se resolve. Lembrem-se que polimento da lâmina em geral e principalmente do desbaste de alívio e mais ainda do micro-fio são fatores que influenciam na habilidade de corte e na durabilidade do fio! Por isso todo fio e/ou micro-fio mesmo feito em pedras de grana mais grossa ( o lado fino da carborundum dupla-face ainda é considerado “grosso” ) se beneficia e muito, dando um verdadeiro salto para um patamar superior de habilidade de corte quando passados em um couro ( strop ) com óxido de cromo ( pasta jacaré verde, barrinha de cromoinox verde, etc ). Facas com aços de melhor desempenho para caça, pesca, bushcraft, camping, etc podem perfeitamente trabalhar com desbaste de alívio e micro-fio na relação 10/20. Se o uso for mais exigente, 10/25. Se quiser abusar da faca, então 15/25! Agora vamos a algumas dicas e curiosidades sobre afiação e fios: A lâmina deve ser passada na pedra a te forma a rebarba na face oposta ( de cima ) da que está sendo desgastada; após sentir a rebarba em toda extenção da lâmina, trocar de mão e passar a outra face da lâmina na pedra até formar nova rebarba. Atenção nas pontas das lâminas, que normalmente são as últimas partes a formarem a rebarba. A melhor forma de testar se uma lâmina está afiada ou não ( habilidade de corte é outra história... ), basta posicionar a ponta do dedão em ângulo de 45 graus e apoiar o fio perpendicularmente na unha, sem pressão e sem correr a lâmina na unha; se ela não escorregar para baixo está afiada! Quem não quiser arriscar a unha e o dedo pode fazer o mesmo com uma caneta tipo bic. Há também o método samurai ( melhor para quem tem cabelos lisos ): posicione a o fio perpendicular no cabelo da nuca e com mínima força tente fazer a lâmina descer sem fazer movimentos de vai-e-vem, se ela travar estará afiada ( método recomendado apenas para samurais exibidos ). A maioria absoluta das pessoas em suas casas usam lâminas ( facas ) cegas ou com fios muito ruins, com talvez 10% do potencial de habilidade de corte daquela faca por anos e décadas e não reclamam muito disso... É uma situação semelhante a habitantes da Korea do Norte que não se rebelam contra sua condição de vida, simplesmente porque não conhecem um modo de vida diverso e bem melhor ( nada de ideologismo aqui, apenas a constatação de uma fato ). Uma gilete ( grafei com o nome popular dado às lâminas de barbear descartáveis de fio duplo ou simples usadas por décadas ) tem um fio que mede em sua borda na junção das duas faces, entre 0,35 e 0,42 mícrons ( 1 mícron é 1 milésimo de milímetro ); um fio de cabelo fino tem em média 49 mícrons de diâmetro/espessura e um fio de cabelo grosso tem em média 71 mícrons de diâmetro/espessura ( trabalho do departamento de física da Universidade Estadual de Londrina ). Uma lâmina de navalha corretamente afiada tem um fio em média de 0,40 a 0,50 mícrons ( ângulo em cada lado de até cerca de 12 graus dando um ângulo total máximo de 24 graus inclusos ). Uma lâmina afiada em ângulo total de 30 graus ( 15 de cada lado ) tem um fio em média de 0,6 a 0,8 mícrons e uma com ângulo total de 40 graus tem um fio de 0,8 a 1 mícron. Suponhamos que ao se cortar algo com uma faca que tenha um fio com 1 mícron de espessura na sua borda, se exercer uma pressão de apenas 1kg em sua espinha, isso significará 1.000 kg/cm2 no seu fio! Em última análise é isto que o fio faz, concentrar a força por unidade de área. A maioria das facas comerciais vem de fábrica com fios com ângulos totais inclusos superiores a 50 graus, sendo muito comum até 60 graus. Isso é feito pelos fabricantes porque além de usarem aços com tratamento térmico que faz com que atinjam durezas muito baixas, da ordem de 50 a no máximo 56 RC ( Rockwell C ), com isso diminuem a ocorrência do principal fator de degradação do fio em condições normais de uso de uma lâmina de corte, o rolamento/viramento. Isso sem contar que o usuário comum simplesmente pega uma faca e a joga na gaveta de talheres ou caixa de ferramentas, fazendo com que o pobre fio bata e roce contra outros artefatos de metal... Como alguns amigos solicitaram, criei uma conta no Youtube e fiz uns vídeos sobre afiação. Como apenas a afiação em si tornaria muito monótono e enfadonho os vídeos, durante todo o processo teço comentários sobre o que está sendo feito e por quê, assim como dicas sobre afiação. Já que era para se fazer um vídeo, resolvi também desmistificar um mito que é recorrente que afirma que aços como D-2 em durezas na casa dos 60 RC necessitam obrigatoriamente de placas diamantadas ou lixadeiras de cinta, caso contrário seria inviável ou muito “sacrificante”; pois bem, afiei uma faquinha em aço M42 com 63 HRC. Este aço quando em dureza semelhante ao D-2 tem praticamente o dobro da resistência à abrasão do D-2. Claro que para os amigos que freqüentam estes fóruns a totalidade destas informações é “chover no molhado”, mas no vídeo 6 há um teste do fio de um canivete que acho que poderiam considerar interessante... Abraços Citar
Membros marcosmm Postado Maio 20, 2012 Membros Postado Maio 20, 2012 A triste verdade sobre afiação que nunca lhe contaram! Sim isso mesmo, existe um terrível segredo sobre afiação que nunca é contado a ninguém: cada uma e toda vez que se afia uma lâmina, se for feito corretamente ela ficará afiada, mas terá uma habilidade de corte menor, ou seja, terá que se fazer mais força para efetuar os cortes! Acham que eu estou brincando ou mentindo? Não é nada disso. Quando falamos em afiação, falamos em geometria falamos de planos, ângulos, secções transversais, áreas, etc; a geometria corta! ... A maioria das facas comerciais vem de fábrica com fios com ângulos totais inclusos superiores a 50 graus, sendo muito comum até 60 graus. Isso é feito pelos fabricantes porque além de usarem aços com tratamento térmico que faz com que atinjam durezas muito baixas, da ordem de 50 a no máximo 56 RC ( Rockwell C ), com isso diminuem a ocorrência do principal fator de degradação do fio em condições normais de uso de uma lâmina de corte, o rolamento/viramento. Isso sem contar que o usuário comum simplesmente pega uma faca e a joga na gaveta de talheres ou caixa de ferramentas, fazendo com que o pobre fio bata e roce contra outros artefatos de metal... Como alguns amigos solicitaram, criei uma conta no Youtube e fiz uns vídeos sobre afiação. Como apenas a afiação em si tornaria muito monótono e enfadonho os vídeos, durante todo o processo teço comentários sobre o que está sendo feito e por quê, assim como dicas sobre afiação. Já que era para se fazer um vídeo, resolvi também desmistificar um mito que é recorrente que afirma que aços como D-2 em durezas na casa dos 60 RC necessitam obrigatoriamente de placas diamantadas ou lixadeiras de cinta, caso contrário seria inviável ou muito “sacrificante”; pois bem, afiei uma faquinha em aço M42 com 63 HRC. Este aço quando em dureza semelhante ao D-2 tem praticamente o dobro da resistência à abrasão do D-2. Claro que para os amigos que freqüentam estes fóruns a totalidade destas informações é “chover no molhado”, mas no vídeo 6 há um teste do fio de um canivete que acho que poderiam considerar interessante... ... Abraços Cabraljr Muito instrutivos e didáticos o post e os vídeos! Para um usuário de facas comum como eu, foi a primera vez que conseguiram explicar com alguma profundidade sem complicar e sem ser chato sobre esse assunto!! Parabéns e obrigado!!! Saudações, Citar
Membros cabraljr Postado Maio 20, 2012 Membros Postado Maio 20, 2012 Marcosmm, Muito obrigado pelas gentís palavras e fico satisfeito de ter contribuído. Depois de prontos os vídeos ví que ficaram muito aquém em termos de informação do que eu pretendia... se algum dia fizer outro, vou procurar seguir um roteiro. Abraço Citar
Membros marcosmm Postado Maio 20, 2012 Membros Postado Maio 20, 2012 Marcosmm, Muito obrigado pelas gentís palavras e fico satisfeito de ter contribuído. Depois de prontos os vídeos ví que ficaram muito aquém em termos de informação do que eu pretendia... se algum dia fizer outro, vou procurar seguir um roteiro. Abraço Cabraljr, se fizer outros vídeos, e ainda por cima com melhores informações que esses, peço encarecidamente que não se esqueça de postá-los aqui no mochileiros! Saudações, Citar
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