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Eduardo,

 

Partindo do pressuposto que você já lavou com bucha e sabão e passou um paninho e ele ainda continua com ferrugem, a solução é uma lixinha 1200. Ela fará a mágica. ::cool:::'>

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  • 2 semanas depois...
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Eduardo,

 

Primeiramente chegar a um consenso, entre o que é fio primário e o que é secundário, pois dependendo do ponto de vista um pode ser o outro e o outro pode ser o um!

 

Vamos esclarecer as vantagens primeiro, pois elas ajudarão a entender melhor o conceito.

 

Como regra geral, quanto mais agudo ( menor ) o ângulo do fio, maior será a habilidade de corte deste fio; o problema com isto é que quanto mais agudo este ângulo, mais sujeito a deformações, rapidez de desgaste e outros fatores que degradam o fio.

 

A técnica do desbaste de alívio e fio verdadeiro ( secundário/primário ou primário/secundário ) tem todas as vantagens possíveis e uma única desvantagem.

 

As vantagens são: maior durabilidade da lâmina propriamente dita, já que diminui absurdamente o seu desgaste por afiações; ter a melhor relação habilidade de corte e robustez neste fio; extrema facilidade na manutenção e retoque do fio; extrema facilidade para se refazer este fio verdadeiro.

 

Como desvantagem há apenas a necessidade de uma maior habilidade na técnica de afiação ou o uso de dispositivos pré-angulados de afiação.

 

O conceito prático então seria desbastar um pouco mais de metal na região do fio inicialmente, e depois por um longo período de tempo fazer desgastes mínimos, realmente muito pequenos, durante a afiação ou retoque de manutenção deste fio, que além disso se mostrará mais robusto e com maior durabilidade do poder de corte, com perda mínima na habilidade de corte.

 

O chamado desbaste de alívio sempre, obrigatoriamente, deverá apresentar um ângulo inferior ao do fio verdadeiro. Mas não pode ser nem igual? Não, porque se for igual então será como o fio “tradicional” que todos fazem.

 

E finalmente explicando a polêmica entre fio primário e secundário. Do ponto de vista da afiação, o desbaste de alívio seria o fio primário, já que é o primeiro a ser feito nos materiais abrasivos usados ( pedras, lixas, etc ) e o fio secundário seria o fio verdadeiro, já que ele é feito depois do desbaste de alívio.

 

Por outro lado, do ponto de vista do ato de cortar, o fio primário seria o fio verdadeiro já que é o primeiro a entrar em contato com o meio a ser cortado e o desbaste de alívio por conseqüência seria o fio secundário.

 

Espero ter ficado claro; caso contrário insista na questão.

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Cabral,

Mas oque seria esse Desbaste? Eu leio leio e não entendo..

Por exemplo.. Lembra da minha Amazon que ficou cheia de dentes? Então, ontem raspei ela na pedra até sair os dentes, beleza saiu.. Mas na hora de refazer o fio fiquei com cara de macaco porque li isso do fio secundário, fio primário , etc.. Teria um angulo certo pro desbaste e um angulo certo pro Fio Primário? Qual seria pra Amazon?

Abraço e muuuito obrigado pela paciência Cabral! hehe

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Eduardo, desbaste é a remoção do material tornando-o menos espesso ou grosso. Você desbasta tanto o fio primário quanto o secundário. As angulações variam dependendo da finalidade. São regras que podem ser quebradas se desejar, servem apenas de guias que até hoje se mostraram eficientes.

 

Para os fios de corte (secundário, quando existente o primário, contando a partir do dorso da lâmina):

15 a 17 graus para instrumentos de corte do tipo navalha, lâmina de barbear, instrumento cirúrgico;

17 a 20 graus para facas para carne, peixes;

20 a 23 graus para facas de caça, canivetes;

23 a 25 graus para facas pesadas;

25 a 30 graus para facões, machados, etc.

 

O fio primário (no caso), desce numa angulação menor por boa parte da lâmina (ou toda em alguns casos) acompanhado pelo fio secundário apenas na área de corte.

 

No caso da sua Amazon, você poderá seguir a angulação de fábrica (apoiando ela na pedra para acertar o mesmo ângulo) ou redefini-la (se houver necessidade pois é trabalhoso e exige certa habilidade para se alcançar um resultado satisfatório).

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Eduardo,

 

Os números que o (E) postou estão tecnicamente certos, só que se você usá-los perderá boa parte da vantagem do conceito, porque as diferenças nos ângulos são muito pequenas.

 

Eu normalmente faço um desbaste de alívio de 10 graus de cada lado ( inclusive em aços mais moles como o da Guepardo Police e Amazon ) e então faço um fio verdadeiro de 20 graus de cada lado.

 

Espero que estas imagens o ajudem a visualizar melhor:

 

598d9f4ac4d8a_desbastedealivioefioverdadeiro.jpg.5fc5934101d3501fe12b2d495e84f73c.jpg

 

598d9f4ac91d5_Desbastedealivioefioverdadeiro2.jpg.a1797f01ae4c1ddc0ff8c5e37dfc76ed.jpg

 

598d9f4acebaa_GuepardoPolicedesbastedealivio.jpg.383133e5b5a5afbf87c8bde1efeef049.jpg

 

Como não ficou legível, na Guepardo Police onde você vê a grande área em que foi removido o revestimento negro da lâmina, aquilo ali é o desbaste de alívio. Basta você comparar a imagem desta minha Police com qualquer uma original de fabrica, e verá que este desbaste é bem maior na minha. Só que ele não é o fio verdadeiro. O fio verdadeiro é feito depois dele ( bastam de 2 a 4 passadas na pedra fina para se fazê-lo pois a quantidade de metal a ser removida é mínima ) e pode ser visto como aquela mínima linhazinha brilhante na extremidade.

 

Na verdade Eduardo, na primeira vez que você vai implementar este conceito, você faz 2 afiações. Sim, porque o desbaste de alívio nada mais é que uma afiação com ângulo menor, ou seja, a faca fica mais deitada na pedra. E sim, você realmente precisa afiar toda a lâmina neste desbaste de alívio, ou seja ela tem que estar cortando. Pense em uma afiação normal, formando a rebarba de um lado e de outro! É isso.

 

Com ela pronta, aí sim você fará o fio verdadeiro. Mas como? Simples, aumentando o ângulo, ou seja, levantando um pouquinho a espinha da faca. Como é muito pouco metal que precisa ser removido, diferente do desbaste de alívio, 2 ou 3 passadas na pedra neste ângulo um pouquinho maior já formarão uma rebarbinha. Você vira o lado da lâmina e mais 2 ou 3 passadas e a rebarba já se forma no lado oposto. Agora é só uma passadinha de leve de cada lado para eliminar a rebarba e seu fio verdadeiro está pronto!

 

Quando ele se degradar ou ficar com micro-dentes é só esta pequena porção de metal que deverá ser retocada na pedra, o fio verdadeiro e não o desbaste de alívio; por isso é muito mais fácil.

 

Colocando em termos práticos: se você fizer o desbaste de alívio colocando uma moeda de 1, 5, etc centavos em cima da pedra e apoiando a espinha da faca nela, o fio verdadeiro será feito colocando 2 moedas, uma em cima da outra e apoiando a espinha da faca ( ângulo maior ). Dai para frente, sempre que você for retocar o fio usará 2 moedas.

 

Isso poderá ser feito por muito tempo, até chegar em um ponto em que o ângulo do desbaste de alívio já esteja muito próximo ou igual ao do fio verdadeiro. Então já estará na hora de refazer o desbaste de alívio!

 

Espero que tenha entendido agora. Senão, insista no tema e procurarei outra forma de ilustrar. :D

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Eduardo! Vamos supor: se, numa chapa de aço de 3mm de espessura, de 3cm de largura (não importa o comprimento, apenas a imagine no tamanho de uma faca qualquer). Desbastando-a (remover o aço) num ângulo de 15 graus, nos dois lados da chapa (totalizando 30 graus, mas não somarei os lados no exemplo inteiro para não te confundir), de uma ponta a outra, teremos um momento onde as duas 'rampas' (de cada lado) se encontrarão. Esta é o fio, o ponto de corte, certo? Num segundo caso, a mesma chapa de 3mm com 3cm de espessura, se a desbastarmos desde num ângulo de 10 graus até, vamos dizer, 1mm antes do final da chapa e aí mudássemos o ângulo para 25 graus. Neste último ângulo desbastaríamos até se encontrarem em ambos os lados criando a área de corte, o fio da lâmina. No primeiro caso, resultaríamos numa lâmina muito mais fina pela quantidade de aço removida de toda a chapa e o seu corte seria mais agudo e mais frágil decorrente da finura da lâmina em sua extensão. Já a segunda, a chapa ficaria mais espessa no corpo e com um ângulo final de corte com um declive mais acentuado. Um 'V' com as hastes mais abertas do que o 'V' da primeira e mais curtas, pois só começariam a se formar a 1mm do corte. A primeira seria mais eficaz para raspar pelos (claro que não apenas isto), porém ficaria mais frágil para uma pancada, por sua finura ao longo da chapa. Ao contrário da outra que, por preservar mais material encurtaria o declive direto para o fio aumentando sua resistência.

 

Basicamente, é uma escolha que fará sempre dependendo do uso da lâmina. O ângulo do fio é definido pela área da chapa: quanto mais fina e quanto maior for sua extensão (perceba, no caso de uma faca: poderá iniciar de qualquer ponto da chapa, não necessariamente do seu dorso) menor será o ângulo de declive. Elas precisam se encontrar em certo ponto para criar a extensão de corte. Quanto maior for o ângulo, aumentando a resistência da faca, mais próximo do final da chapa será o inicio do declive do gume; e uma maneira de combinar um bom ângulo de resistência e de corte é descontando ao longo da chapa um segundo declive até se alcançar certa espessura e diminuir o degrau para o declive final para o fio na lâmina.

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Ahh agora entendi pessoal!! Vou tentar então afiar minha Amazon usando a técnica das moedas hehe

Mas então é o seguinte:

Desbaste de alívio - Lado mais grosso da Carbodurum

"Fio" - Lado mais fino ?

 

Daí qual seria a função da Chaira e do Strop nesse processo todo? E se eu tenho uma faca afiada que não precisa de desbaste de alívio então eu só passo umas 4 vezes (2 de cada lado ou 4 de cada lado?) no lado fino pra "retocar o fio"?

Abraços

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O lado grosso da pedra é para retirar mais material, você usará sempre que precisar refazer o ângulo. Não tem necessidade de remover muito aço se já tem o ângulo bem definido, certo? Se usar o lado grosso usará o lado fino para diminuir os 'ruídos' causados pela pedra mais áspera. E por último, de um acabamento nos ruídos do lado fino da pedra com o couro e óxido de cromo.

 

É pensar como usando lixas, Eduardo, passará da mais grossa para a mais fina para ir melhorando o acabamento do desbaste. Não havendo necessidade de muita remoção de aço, pule para uma granulação mais fina e assim por diante. Se o fio só precisa de um retoque bem sutil, use apenas o couro com a pasta. Não é parte grossa para um desbaste e parte fina para o outro.

 

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