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FRANÇA - 2

 

19/03 Interlaken – Bern – Geneve – Lyon

Saímos cedo do hotel para começar nossa maratona de baldeações de trem para sair da Suiça.

 

As baldeações até Geneve foram tranqüilas, exceto pelo bilheteiro que rasurou mais um dia do meu passe... parecia até gozação!!! Qdo olhei a rasura no meu passe, expliquei pra ele o ocorrido no trem para Jungfraujoch e ele fez uma anotação atrás do passe! Dessa vez em diante decidi que só preencheria os dias com o bilheteiro ao lado e explicando tudo toda vez, ainda que levasse bronca deles. Antes uma bronca que perder 1 dia do passe...

 

Os preços das reservas foram: CHF 10,00 até Lausanne e CHF 5,00 até Lyon. Total de CHF 15,00 por pessoa. (Não cobraram reserva de 1 trecho por conta de a ferrovia escolhida estar fora de uso)

 

As paisagens no trem são bem bonitas e vc acaba nem percebendo o tempo de viagem. Como a ferrovia mais rápida estava fechada, tivemos que fazer as baldeações pela ferrovia mais lenta, que levou um tempo considerável a mais.

Chegamos em Lyon à tarde, pela hora do almoço. É uma cidade bem grande, com um notável centro urbano, construções modernas, vias largas, trânsito, etc... rs

Dessa parte da viagem em diante, não fizemos reservas em hotéis. Deixamos para procurar nas cidades pra termos um pouco mais de liberdade nas escolhas.

 

Depois de andar um bocado com as malas pesadas, decidimos ficar em um hotel ao lado da estação de trem mesmo só por aquela noite.

A diária era meio cara (66€ por dia e café da manhã por 10€ – que não pegamos por ser muito caro). O hotel era muito bom, no padrão IBIS, banheiro privado com banheira. O nome é Hotel Arena Part-Dieu (http://WWW.athena-hotel.com).

Prós:

- Localização

- Conforto

Contras:

-Preço

- Café da manhã não incluído

Nota final: ::cool:::'> Recomendado – mas pelo preço, pode-se achar coisa melhor.

 

Depois de deixar as coisas em no hotel, fomos passear pela cidade, que não tem nada de muito interessante próximo a estação central de trem. Acabamos comendo algo rápido no shopping ao lado(pizza por 8€ cada + refrigerante por 2€) e fomos para o hotel descansar um pouco. (tá, sei que shopping não é a melhor forma de conhecer a cultura local, mas era o mais prático! rsrsrs)

 

Durante a volta do shopping vimos um grupo de garotos atirar pedras nos funiculares e ônibus que passavam pela rua... algumas pixações na rua... enfim, pelo povo, parece o Bronx! A cidade é legal, bonita e vê-se que tentam mantê-la bem arrumada, mas o povo não ajuda. Em alguns momentos deu medo de andar na rua por conta dos “malacos”, mas não aconteceu nada de ruim.

 

20/03 Lyon

Ao acordarmos, lemos os flyers do hotel sobre a cidade e decidimos ficar mais um dia no hotel para conhecermos o centro medieval da cidade.

 

Não tomamos café pois decidimos almoçar cedo para ir ao centro. Comemos em um restaurante próximo à estação: peixe, legumes, arroz, vinho, café e água por 13€ cada (não lembro o nome do lugar... mas faz parte das promoções “casadinhas” que tem por todos os lados). Como sempre na França, comida ótima (lembram-se que emagrecemos muito qdo saímos da Inglaterra? Pois é, ganhamos tudo de volta com direito a uns quilinhos a mais qdo saímos da França. Impossível não comer MUITO bem lá!!!).

 

Com apenas 1 metrô chega-se ao centro. Um ponto interessante é que tudo lá é automático: as bilheterias, o metrô, os funiculares, tudo sem funcionários, ou seja, sem ajuda – tem que se virar pra ler e entender as instruções e direções que são meio confusas.

O centro é bem legal, bons restaurantes, lojas, igrejas, museus, patrimônios culturais muito bem conservados e limpos (nessa região o policiamento era intensivo, então não tinha depredação).

 

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Como vimos que não era tão longe assim, voltamos a pé do centro olhando tudo na cidade. O que achei mais interessante foi a divisão arquitetônica da cidade que é bem divididinha: o centro medieval, em volta construções dos anos 1800, depois construções da Belle Epoque e na periferia as construções mais modernas. Do alto da cidade dá pra ver direitinho as divisões. Passeio aprovado! RS

 

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No caminho de volta encontramos um museu de cinema com réplicas dos personagens, alguns em miniaturas, outros em tamanho natural, bem bacana! Vale a visita!

 

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Vimos também numa das trocentas igrejas (a essa altura não aguentávamos mais ver igrejas) com um relógio com mais de 1000 anos com itens claros de zoodíaco, paganismo e afins. dentro de uma igreja católica. No mínimo irônico

 

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A cidade em si é muito bonita, mas na minha opinião, concentre seus passeios pelo centro histórico da cidade: tem as paisagens mais bonitas, os melhores monumentos e o clima de "França".

 

Na volta, tivemos que dar uma passada no shopping pra comprar mais uma mala de rodinha, uma vez que a minha estava detonadaça, e as mochilas estavam estourando já! rs Com a correria da viagem, não tivemos tempo de parar em uma lavanderia pra lavar as roupas e depois de muito vira-desvira de roupa, começou a acumular muita coisa mesmo. Como o tempo meio corrido, não tivemos dúvidas: pegamos as peças com menos apego, mais volumosas, mais velhinhas e jogamos fora. Nessas alturas já não pegaríamos mais muito frio mesmo, então, lá se vai algumas cacharréis pro saco.... buáááá.

 

Pode parecer desapego demais, mas é uma dica válida: roupas baratas (bem baratas mesmo – das de “baciada”) são funcionais em viagens: usa pelo tempo válido e joga fora. Sai mais barato que mandar lavar e sua mala vai ficando mais vazia pras compras da viagem. :D

 

À noite, tentamos sair pra comer e beber algo, mas foi uma tentativa frustrada: tudo lá fecha muito cedo (pelo menos próximo à estação). Sábado, plena 20:00 e tudo fechado!!! Sobrou um bar-restaurante com preços superfaturados: 3,40€ por 250 ml de chopp, cigarros por 7,30€. Mas era o único aberto – e fechava às 23:00).

Com o esse preço de cigarro, me aventurei a comprar uns 2 cigarros soltos do garçom por 1€, mas acho que a comunicação não foi muito boa (ou ele não foi com a minha cara! rs) porque ele disse que ia buscar e nunca mais voltou! Kkkk

Enfim, desse lugar tínhamos uma vista “privilegiada” dos marginais na rua detonando tudo que via pela frente... realmente triste.

 

21/03 Lyon – Arles

Fomos cedo à estação comprar as passagens. Aqui quase nos demos mal mesmo. Se a pronuncia não for boa (que era nosso caso) os atendentes podem confundir Arles com Ales. A moça emitiu a passagem e só percebemos que tinha algo errado quando vimos o horário de chegada no lugar de destino que não batia com o que tínhamos visto no time-table. Daí apontamos para o destino correto e ela trocou a passagem para nós(UFA). A reserva não custou nada!

 

Finalmente, meu passe ficou certinho, o bilheteiro leu a anotação e marcou tudo direitinho (a contragosto, mas marcou! rs)

A cidade é bem pequena, não tivemos dificuldade em encontrar um hotel para ficarmos. Escolhemos o Relais de Poste (http://www.hotelrelaisdeposte.com) com um preço bem acessível 49€ com café da manhã. Reservamos para 2 dias.

 

O hotel é bem charmoso, fica em uma casa do século XVIII, quarto espaçoso, staff bem gentil e tem um restaurante funcionando para almoço e janta.

O único ponto foda é que o hotel não tem elevador, então são vários lances numa escadinha FDP, que deixou agente morto qdo chegamos ao quarto... A essas alturas, estávamos cada dia mais cansados de carregar as malas pra lá e pra cá.

 

Prós:

- Quartos confortáveis

- Staff gentil

- Limpeza

- Localização

- Preço

 

Contras

- O fato de não ter escada pesou, mas tb pq já estávamos cansados

Nota final: ::cool:::'> Recomendado

 

Apesar de a cidade ser minúscula, bem menor que Lyon, tinha bem mais movimento. E olha que era domingo à noite.

 

Em Arles os habitantes tem mais repulsa pelo idioma inglês que nas outras cidades que ficamos. Ouvimos até de um senhor: “Desculpe senhorita, mas me recuso a falar inglês. Eles não falam francês, então não vou falar inglês. Mas posso tentar falar em espanhol se lhe ajudar” – isso dito num inglês péssimo e com o nariz torcido. Meu espanhol é péssimo, o dele tb era, meu francês então, nem se fala... partimos pras mímicas e tudo deu certo! rs

Ou seja, até pra ser grosso, eles são educados.

 

Nos demos conta de algo em Arles. Na Europa de uma forma geral a água é muito cara. Chega a custar 2€ cada garrafinha de 500ml, que resultaria em 4€ só pra tomar água. Só que, se vc para em qq lugar e pede 1 garrafa de vinho (geralmente 6€), vem junto uma garrafa de 1L de água... e eles enchem de novo! Ou seja, peça o vinho e encha as garrafinhas com a água que vem de brinde! rs :D

Aliás, nunca tomei tanto vinho na minha vida....

 

Passeamos mais um pouco, tomamos umas cervejas e fomos dormir – ou morrer pra ressucitar no dia seguinte....

 

22/03 – Arles – Tarascon – PortBou – Barcelona

O forte de Arles são os inúmeros monumentos romanos da época da invasão. Muitos praticamente intocados a milhares de anos. Pretendíamos passar 2 dias para conhecer todos eles mas tivemos uma surpresa não muito bacana.

 

Depois da surpresa da falta de reserva na Suiça, ficamos espertos e decidimos sempre reservar a saída da cidade o mais breve possível. Lá vai os dois bonitões pra estação reservar a passagem para o dia seguinte para o nosso próximo roteiro da costa mediterrânea (eu estava alucinada pra passear por essa região).

 

Depois de muita, mas muita dificuldade com a linguagem na hora de reserva que não estava dando certo e eu não entendia o porquê, o rapaz da bilheteria fez a gentileza de tentar se comunicar em inglês com a gente pra informar que os transportes ferroviários na França estariam entrando em greve HOJE e não havia nenhum prazo para retornarem às atividades. Podia ser dali a 2 dias ou 2 semanas. Se quiséssemos sair da França, teríamos que fazê-lo JÁ!

 

Só que... daquela estação já não sairiam mais trens. Estavam todos lotados. Pânico total (2 semanas presos na França resultariam em perda do vôo de volta, fim da viagem e conseqüente demissão dos dois! rs). Depois de muita cara de choro (kkk), o cara foi gente-boa e sugeriu uma solução para nós: ir até uma micro-cidade vizinha de ônibus e de lá pegar um trem pinga-pinga que não precisa de reserva antes dele passar em Montepellier e Nimes que é onde lota tudo. Não é garantido que haverá lugares, mas é a única saída.

 

Daí vinha o segundo problema: o próximo trem sairia dentro de 3 horas. E era esse o tempo que tínhamos para voltar para o hotel, convencer o tio do hotel a não cobrar pela outra diária, arrumar as coisas, almoçar e voltar pra estação.

Bom, foi o que fizemos e tudo deu certo. Socamos tudo dentro das malas de volta, o tio do hotel não cobrou a diária com a condição que não colocássemos no TripAdvisor que a culpa havia sido do hotel (o que não foi!) e corremos desembestados pelas ruas de pedra (pareciam até uns pés-de-moleque gigantes! rs) com 2 malas de rodinhas, 2 mochilas nas costas e a bolsa de passeio a tiracolo. Pra quem via de fora, devia estar engraçado! ::lol4::

 

Achamos um restaurante próximo à estação que deixou que deixássemos as malas lá por cerca de 1 hora para podermos pelo menos ir ver o coliseu. No fim deu tempo de ver o coliseu de 1970 anos, comprar uns postais e ainda visitar um obelisco com mais de 2000 anos! Intacto!

Almoço por 23€ (2 pratos de macarronada, 1 garrafa de vinho e 1 L de água)

 

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Fomos para a estação e pegamos o ônibus para a outra cidade. A motorista do ônibus foi chapinha e nos deixou quase na porta da estação de trem!

Na estação, mais um desagrado: cheio, mas cheio de pedintes. Todos ciganos. Fora a mania de pichar as coisas... péssimo! Conseguimos entrar no trem que estava bem cheio! Haviam poucos lugares vagos, mas deu certo. Depois que sentamos no trem, o bilheteiro nos avisou que poderíamos ir para outro vagão que era o de 1ª classe (nem tínhamos lembrado disso na pressa). Aí sim ficou mais tranqüilo.

 

Qdo fomos trocar de vagão, vimos os pedintes que estavam na estação no fundo do vagão. Eles ficavam sentados e qdo o bilheteiro aparecia na ponta do vagão, eles se trancavam no banheiro até ele passar. Não sei que fim levou, mas não os vimos mais depois.

Infelizmente, por conta dessa greve tivemos que cortar o maravilhoso Cotê D’Azur do roteiro e ir direto pra Barcelona. Uma pena.

 

Foi uma viagem cansativa, cheia de paradas, com uns gringos no vagão que não paravam quietos 1 minuto, então foi impossível descansar!

Já que não podíamos descansar, fomos para o vagão-restaurante tomar um café (que virou café, cerveja, café, cerveja – acorda-dorme-acorda-dorme! rs).

 

Estávamos lá qdo o trem parou na 1ª estação da Espanha e pela 1ª vez pediram nossos passaportes. Entregamos, eles olharam 1, 2, 3 vezes e devolveram sem fazer perguntas. Quando estávamos voltando para o nosso vagão (o trem ainda estava parado na estação), vimos um reboliço no trem, os policiais batendo nas portas dos banheiros, olhando nas plataformas, um fudúncio só!

Perguntamos para o bilheteiro o que estava acontecendo e ele disse que a polícia achava que haviam imigrantes ilegais no trem e pediu que voltássemos para nossos lugares para facilitar o trabalho da polícia.

 

Qdo chegamos nos nossos assentos... descobrimos que os imigrantes ilegais éramos nós!!! ::hahaha::

Deixamos os guias nas poltronas e levamos só a bolsa de documentos para o restaurante. Qdo os policiais viram os assentos vazios, acharam que as pessoas haviam descido do trem, entrado ilegalmente na Espanha.

 

O policial perguntou se aqueles livros eram nossos, porque não estávamos nos assentos no momento da checagem, etc, etc... Depois de tudo explicado, olharam mais umas 3 vezes nossos passaportes, chamaram o policial que havia olhado nossos passaportes no vagão-restaurante, ele nos reconheceu, e ficou tudo bem.

Os espanhóis são mesmo surtados com imigrantes ilegais. Bem mais que em qq outro país que tenhamos passado.

Ganhamos 1 lanche (pão com salame e 1 garrafinha de água) e o trem partiu para Barcelona.

 

Num resumo da França, não me arrependo de ter ido. Mas não incluiria novamente no roteiro Paris. Se eu for de novo para Lyon, com certeza me hospedarei no centro histórico. Não que tenha sido ruim, mas tem cidades bem melhores. Dijon, por exemplo. Arles, mal deu pra conhecer :cry: ...

 

Boa Sorte e Boa Viagem a todos!

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