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Volta Completa na Ilha Grande (MAIO 2024)


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Olá pessoal, conheço a ilha desde 1998 e já dei metade da volta na ilha...

 

Sempre foi um sonho completar os 360°, estou disposto a dividir com queira se aventurar nessa ilha paradisíaca.

Eu lancei esse tópico em 2022, mas não consegui ir... esse ano deu certo e segue o relato da viagem abaixo:

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Começou a aventura tão esperada para a Volta a Ilha Grande.. (MAIO DE 2024)

Tenho 46 anos e uma vida meio sedentária, estou a cima do peso uns 20kg e levo comigo uma mochila de uns 20kg.

Dia 1
O dia começou as 5h da manhã, acordei, me arrumei, tomei café e peguei a magrela (moto 125cc).
Sai do bairro onde moro na zona norte do RJ e logo já estava na Av. Brasil... antes da Rio x  Santos parei para abastecer (R$ 40.00) é segui viagem... o pedágio free flow não cobra moto (isento) e cheguei na cidade de Mangaratiba as 7:20h.

Estacionei a moto na Pousada do Lêo, amigo de longa data e fui caminhando cerca de 2 minutos para o píer, para pegar o bilhete da Barca (️ nao pago a barca pois sou deficiente, mas o valor da barca era de R$ 22.00).
A fila para entrada na barca já estava grande, mas não demorou muito para todos entrarem, pois a barca sairia as 8h.
A travessia durou cerca de 1.40h e desci no píer da Vila do Abraão, já na Ilha Grande.
Dali peguei o sentido direito da rua e fui até o centro de visitantes, pois queria um mapa das trilhas, mas infelizmente não tinham, só um no balcão para tirar foto.

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Parti em direção a Praia Preta e Ruína do Lazareto, acessando a trilha T1, depois entrei na mata fechada e segui para o poção de água e as Ruínas do Arqueoduto.

20240513_100519.thumb.jpg.9cc08b5bf7fe721de06b6cca00f91cd8.jpgNa sequência subi o morro até a trilha da Cachoeira da Feiticeira. Passando pelo Mirante da Feiticeira. Ao chegar a cachoeira tem uma linda queda d'água e fui me banhar numa plataforma pequena do lado esquerdo da cachoeira onde fiquei entre o meio e a parte de trás... alguns minutos energizando.

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Descendo a trilha fui para a Praia da Feiticeira, na sequência Praia de Iguaçu, Camiranga, Perequê e Praia de Fora. Nesse momento o cansaço já era grande e as pernas bambas... resolvi seguir até o Saco do Céu completando a trilha T2. Chegando na Vila do Saco do Céu comprei uma água de 1.5 litros por (R$ 10.00 paguei no dinheiro) logo a frente parei na Pousada Camping da Gata Russa.
Pousada linda e aconchegante... super indico e a dona (Sra. Ilma) muito gente fina. Valor da diária acertada em R$ 50.00 e coca cola por R$ 10,00. (Ela cobra taxa do cartão, no meu caso 4%, paguei 62.40).
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Dia 02

Me programei para acordar as 6.30h e sair as 7h, mas não aguentei e desliguei o despertador pois estava com o corpo moído... então levantei as 7:30h e com calma fiz um café e arrumei as coisas, e sai as 9h.

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Em direção a enseada do Bananal, contornei o Saco do Céu e peguei a trilha T3 para Freguesia de Santana, passando pela Praia do Funil, Praia Japariz, Freguesia do Santana onde nessa etapa ja estava sem água potavel e pedi um copo ao marinheiro do veleiro que estava no pier e fui presenteado com uma garrafinha de 500ml, na sequência para Freguesia do Santana de Baixo a subida foi bem íngreme e de novo já estava sem água, sendo que havia uma fonte no caminho que eu aproveitei para encher a minha garrafa maior (mas o corpo d'áqua era pequeno e veio muita sujeira), quando cheguei na praia, aproveitei para colocar Florin na água para tentar purificar ela, e na praia tinha uma lancha fazendo aquele xurras, e não deu outra... fui lá pedir água ;) e ganhei mais uma garrafinha de 500ml e ainda me ofereceram um xurras... mas não aceitei... agradeci e parti em direção ao Bananal, pois eram cerca de 11:20h.

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Acessando a trilha T4 peguei outra subida daquelas... e a fome começou a apertar, pois já eram por volta de 12:30h... pensando em almoçar num restaurante lá no Bananal, continuei a jornada e cheguei a uma pequena praia que acreditava ser a Praia do Bananal Pequeno... Feliz, sonhando com aquele rango no restaurante, segui confiante e ao chegar na próxima praia me deparei com a placa (Bem vindo a Praia do Bananal Pequeno). Nossa que soco no estômago. Olhei o mapa e a tal praia anterior era a Praia da Baleia, desolado peguei a trilha de novo para o Bananal e pra minha sorte, outra subida daquelas. Andei e andei, até que cheguei na Praia do Bananal, com bastante vento. Fui em direção aos restaurantes e pra minha decepção estavam todos fechados. Como eram cerva de 2h da tarde e sem almoçar,  parti em direção da Praia de Matariz trilha T5 que vai até a Praia do Sítio Forte.

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E ai começou o drama... cansado, sem almoçar, perna já pedindo arrego, sem água potavel ao chegar quase no meio daquela subida parei, saquei o fogareiro e fiz aquele rango... só que não... (arroz, miojo e atum enlatado) com a água suja que peguei na fonte lá na travesia de Freguesia para Freguesia de baixo (cheia de resíduo na garrafa, mas era o que tinha), fiquei por ali cerca de 1h descansando e recarregando as energias.
Bati em retirada e uns 45 minutos depois cheguei na Praia de Matariz já choviscando, fui andando pela orla e avistei umas mesas e cadeiras de bar, ao chegar, era uma vendinha.
Fiquei ali por uns minutos acessando a Internet e aproveitei para comprar água (2 garrafas de 1.5L por R$ 12,00) e tomei uma coca cola (R$ 6.50) bem gelada. Conversando com a atendente perguntei a distância para a próxima Praia de Passaterra e já cansado e com a trilha molhada resolvi perguntar se tinha camping no Bananal.
Ela me indicou o Sr. Dito, e me encaminhou em direção a escola municipal pois ele trabalha lá como zelador, me aproximando da escola eles já me viu caracterizado e veio em minha direção.
Troquei aquela ideia com ele e fomos até a sua casa... lá como estava chuviscando perguntei se eu não poderia colocar a barraca em baixo da cobertura da varanda e ele todo solicito já foi me alocando... (valor negociado ficou em R$ 30,00, pago no pix) chuveiro quente, tomadinha para carregar o celular, menos wifi, cozinha e sinal de telefone. Tomei aquele banho e aproveitei para lavar as roupas que já estavam andando sozinhas. Fiquei ali descansando desde a chegada que foi por volta das 16h. E a chuva caindo...

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Com isso a trilha T5 continua amanhã,  mas juro que me passou pela cabeça em pegar um barco direto para o aventureiro.
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Dia 3

Choveu durante toda a noite... e mais uma vez o despertador tocou as 6:30 e eu não levantei... já eram 8h eu escovei os dentes e descobri que meu isqueiro não estava funcionando... e infelizmente não poderia fazer aquele café esperto... então arrumei as coisas, vesti a roupa ainda úmida (durante a caminhada molha tudo de novo) e saí por volta das 9h sentido a Praia de Araçatiba, andei até o canto da praia e ao atravessar a ponte havia um padaria, aí sim... tomei aquele café quente (R$ 5,00 no cartão) e comi uma biscoito que levei, aproveitei completei minha garrafa grande com uma garrafinha de 500ml de água (R$ 3,00 no cartão).
Continuei a trilha, e passei direto da praia Jaconema, e fui direto a Praia de Passaterra, passando pelas praias de Maguaraquesaba e Marinheiro. Novamente subi outro morro e cheguei a Praia do Sítio Forte. Pensa num lugar lindo! Cara surreal essa praia... topzera! Tem uma bica d'água na praia para dar aquela reabastecida no cantil.
Continuei pela trilha que é o início da trilha T6 até chegar na praia da Fazenda Tapera ou Praia de Tapera, já por volta de 12:30h caminhei até o final da praia onde havia o Restaurante Recanto dos Maias, mas o prato menor era pra 2 pessoas, então dei sequência na trilha até a Praia de Ubatubinha e depois Praia Longa, onde ao final da Praia havia uma vendinha/lanchonete, e conversando com a senhora avó do proprietário, consegui que ela fizesse um PF de arroz, feijão, farinha, 2 ovos fritos e 1 drummet (sobra do almoço dela) valor do prato R$ 25,00. Aproveitei comprei um isqueiro R$ 7,00 e 2 águas 1 de 1.5L por R$ 8,00 e a de 500ml por R$ 3,00 (tudo no dinheiro, pois a ilha estava sem luz).
Já eram por volta das 15h e o senhor Piter que tem casa na Longa me falou que era rápido chegar a Araçatiba uns 40 minutos... então peguei a trilha ao lado da escola municipal e parti em direção a Praia de Araçatiba, nessa trilha você pode acessar o Pico do Urubu (eu não vi a placa da trilha) e a Lagoa Verde mas como já estava tarde e chovendo, resolvi não arriscar, e fui direto passando primeiro pela Praia da Cachoeira (a cachoeira pelo que eu entendi é um fonte de água na trilha que faz uma quedinha de 20 centímetros) e uns 15 minutos depois chegava a Praia Grande de Araçatiba.
Perguntando descobri que haviam 2 camping, o primeiro do Bené, um senhor solicito que já foi me recebendo e abrindo a opção de até usar uma barraca dele se eu quisesse, ou colocar a minha abaixo de uma lona esticada que havia no quintal (valor de 50 por  R$ 40,00) com banheiro quente e cozinha de frente para a praia... resolvi andar até o segundo camping que ficava bem ao final da Praia e no sentido da trilha para Proveta, e eu já ganhava umas pernadas... segui em direção ao final da praia e num mercadinho perguntei sobre onde era o camping e o rapaz ja foi me dizendo onde era e que ali na rua de cima havia a Pousada do Russo e que ele aceitava barraca, blz... mas continuei em direção ao segundo camping. Chegando na Pousada e Camping e Bem Natural, subi uma escadaria daquelas, mas fui mal atendido e o valor era de R$ 60,00. Perguntei se poderia fazer um desconto por 50 e curta e grossa a atendente respondeu esse é o nosso preço.
Beleza, voltei e fui procurar o tal do Russo... perguntei ao rapaz da vendinha novamente e ele me informou que subindo a rua era pra chamar no primeiro bar. Fui eu lá e quando cheguei o bar estava fechado (pois a ilha estava sem luz). Chamei, gritei algumas vezes e o Russo apareceu... contei a ele que estava precisando só passar a noite e se ele tinha uma lugar para colocar a barraca, e me vira e fala... não sei nem quanto vou te cobrar... ai eu contei que no Bené era 40 e na mal educada era 60 ele virou e falou, vem cá, me levou até uma das suítes e falou fica aqui e me dá R$ 50,00... meus olhos até tremeram... nem discuti! Já fui entrando e descendo a mochila... tomei aquele banho, lavei a roupa e bora descansar que amanhã tem mais... e a ilha continua sem luz.
Desci alguns degraus no escuro e fui até o bar do Russo e comprei 2 águas de 1.5L (R$14,00) e 1 guaraviton (R$ 6,00)
A luz voltou 10 minutos antes do jogo do Flamengo... toda a vila gritou... aproveitei para carregar o telefone e o powerbank, assistindo jogo e fui dormir 4 X 0 Flamengo.

Dia 4

Acordei por volta da 7:30h, fui na cozinha e fiz uma café quente, comi uns biscoitos e já fui arrumando as coisas... saí da suíte do Russo as 9h.
Parti em direção a Praia de Provetá, passando pela Praia de Araçatibinha e logo no final da praia a placa da trilha T8 já sinalizava.
Resolvi pular a trilha T7 pois era um percurso fora da volta a ilha e que passava somente pela Praia Vermelha e ia até a Gruta do Acaiá. Mas na subida da T8 a bifurcação entre as duas trilhas era bem sinalizada e o acesso era amplo... e segui pela esquerda para Provetá.
A subida foi cansativa mas em cerca de 40 minutos eu já estava no topo e começando a descida em direção a Praia do Provetá. Chegando no Provetá a trilha acaba na praça principal onde fica o comércio e a Igreja, ao final da rua, a delegacia de polícia e a praia. Eram cerca de 11:30h e para adiantar eu já fui pegando a Praia a esquerda e seguindo em direção ao morro mais alto de todo o percurso que me levaria para a Praia do Aventureiro.
A subida mais alta me levou a fazer várias paradas para descansar e nesse momento o joelho já começava a incomodar tanto na subida quanto na descida, me levando a ter um ritmo ainda mais devagar.
Nessa trilha tem vários pontos de água que parei para me refrescar e repor a energia... A subida que parecia ser exaustiva se tornou pior na descida pois a trilha se tornou sinuosa e escorregadia, com muitas curvas em "S".
Chegando próximo da Praia, e ansioso, perdi a atenção da trilha e tomei aquele estabaco... cerca de 50 metros do final... mas não me machuquei e isso é o que importa... levanta e segue devagar... por volta das 14h cheguei na praia.
Ao chegar na areia fui para o Camping do Luis, muito bem estruturado e no valor de R$ 35,00, pedi logo uma coca cola gelada (R$ 12,00) e fui montar a barraca de frente para a praia. Nesse momento conheci a família do Paleontólogo (Luiz Anelli-pai, André-filho e o irmão-Alan) que também estão dando a volta a ilha... trocamos algumas experiências, pedimos um PF (arroz,  feijão, farofa, batata e filé de frango) por R$ 45,00 e uma outra coca cola (R$ 12,00) e conversamos durante a tarde.
Tomei um banho, lavei as roupas e fui dar uma caminhada na praia, passando pelo coqueiro deitado, início da trilha da Pedra do Sundara, pier e subi as pedras da Ponta do Aventureiro (Espia) para fotografar e acabei tomando um banho daqueles devido ao choque da onda no paredão. Nessa eu me ferrei... molhei minha única roupa seca da trip.
Voltei todo molhado para o camping, coloquei o telefone para carregar, reencontrei a família, comprei um garaviton (R$ 10,00) e ficamos proziando até umas 21h. Combinamos que iríamos atravessar as Praias do Sul e do Leste Reserva do Parque Estadual da Ilha Grande no sabado e então fomos descansar...

Dia 5

Acordei ao clarear do dia, andei até  a Praia e me deparei com o sol saindo de trás da montanha, o tempo estava todo aberto sem nenhuma nuvem, o dia prometia...
Antes mesmo de escovar os dentes, já sai para uma caminhada pela Praia quando o Luiz perguntou se eu queria ir até o final da praia. Começamos a caminhar junto e antes mesmo de chegar ao final, os filhos dele já vieram correndo... chamando para irmos na Espia (laje de pedra virada para o mar de fora, mesmo local que eu havia me molhado no dia anterior...chegando lá os garotos subiram a pedra maior, que dava ainda uma ampla visão de todo o mar de fora, e como o sol  ainda estava a subir, tivemos um lindo cenário com o contraste da espuma das ondas subindo em meio o dourado do nascer do sol.
Fiquei por um tempo e desci em direção ao pier, onde dois homens estão pescando sem muita sorte. Sentei é fiquei ali por uns 10 minutos apreciando a vista.
Voltando para a Praia encontrei novamente com a família e voltamos para o camping.
Escovei os dentes, preparei aquele café e fui para a área comum do camping...
Ali nesse momento passou a fiscal do INEA em direção a Praia do Demo, e nessa hora os locais que ali estavam nos mostraram eles, falaram que tinhamos que ter muita cautela para não tomar uma multa pela travessia não autorizada pelas praias da reserva. Depois de cerca de 1h coloquei a sunga e fui dar aquele mergulho... permaneci na área comum do camping até a hora do almoço curtindo o local e postando umas fotos e vídeos.
Marcamos o almoço para as 15h, a fiscal já havia retornado, então fomos tentar dar uma olhada na Praia do Demo, pelo acesso entre a areia e as pedras mas o mar estava alto e não conseguimos passar, voltamos e ficamos por ali conversando.
André não satisfeito, colocou a bota e foi correndo verificar uma possível trilha pelo mato que os locais nos falaram, mas sem êxito retornou com a notícia. Nessa hora apreensivos com os fiscais do INEIA (multa violenta entre 1500 a 4000 reais) e o mar alto... não sabíamos o que fazer, pois um local havia nos falado que talvez só daria para atravessar direto para Parnaioca de barco na segunda feira... ou seja 3 dias depois... seriam dias perdidos e na quarta eu tenho que voltar ao trabalho... olha o problema.
As 15h almocei e chamei o André para irmos até o coqueiro deitado, símbolo do Aventureiro, para tirar aquela foto especial, ja que no dia anterior estava nublado. Depois de algumas fotos voltamos e fomos até a praia do Demo só que dessa vez pela trilha lateral a praia... nessa ida o Luiz também nos acompanhou... caminhamos pela Praia do Demo e fomos até as pedras no final da praia onde ha uma placa de proibido ultrapassar. André subiu no costado para verificar as condições, pois achávamos que não daria para atravessar.
Ao voltar disse que estava de boa a passagem e começamos a nos organizar para a travessia no dia seguinte... checamos a tábua de maré e as condições do vento, resolvemos que a travessia para a Praia do Sul seria as 6h da manhã no periodo de maré baixa.
Passamos o final da tarde proziando e fomos nos deitar por volta das 20h.

Dia 6

Ansioso e com vários receios de atravessar o costão do Demo para a Praia do Sul, passei a noite praticamente em claro. Acordamos as 4:50h da manhã, acendemos as lanternas e arrumamos as coisas, fizemos um café rápido,  pois a ideia era pegar a trilha ao primeiro clarão do dia, e assim fizemos...
Saímos as 6h em direção a Praia do Demo com a lanterna acessa clareando a trilha e ao chegar na praia apagamos as lanternas e fomos caminhando com os primeiros raios de claridade e o céu totalmente fechado de nuvens, nem parecia que havia feito um solão daqueles no dia anterior. Chegamos no final da praia onde começa o costão, por onde tínhamos que passar. Subimos as pedras e fomos caminhando bem devagar, pois estava tudo molhado e muito escorregadio, com trechos tendo que passar sentado, rastejando... André tirou o tênis que estava escorregando e atravessou a pé, Luiz atravessou em pé com o apoio dos seus 2 bastões de caminhada, Alan e eu na frente fomos mesclando entre as falhas na pedra e a vegetação. O costão deve ter uns 400 metros de comprimento e foi F... passar naquelas condições (indicamos que se o tempo tá ruim e o mar tá alto ou chovendo, não vá).
Já na Praia do Sul, pega os a faixa de areia e seguimos reto até o ilhote do meio, cerca de 1h de travessia, chegando no Ilhote a ideia era pegar a trilha ao lado da mendoeira seca (árvore), fizemos isso, sendo que mais a frente o André desceu a trilha e caímos no mangue. E ai... 10 metros a frente a água subiu para o joelho, mais 10 metros a frente passou para a cintura e alguns metros na barriga... claro que as mochilas foram parar na cabeça... atravessamos contornando a metade do ilhote por dentro do braço de rio que vai para a Lagoa...
Perrengue superado, chegamos na areia da Praia do Leste, ajeitamos as mochilas e batemos em direção ao outro canto da praia, pois a trilha para para a Parnaioca se dá inicio lá no canto da praia.
Chegando ao canto, paramos para beber água e descansar, pois havíamos acabado de superar toda a reserva e sem se deparar com os fiscais do INEIA. UHRA!

Entramos na mata fechada em direção a Parnaioca e trilhamos cerca de 1:30h até chegar nas areias do canto esquerdo da Praia da Parnaioca, ao lado de um rio largo, onde fica a Cachoeira da Parnaioca.
Dali, fomos caminhando até o centro da praia onde fica o Camping da Janete.
Chegamos e fomos recebidos pelo sr. Farias, esposo da Janete que já foi passando as informações do camping e das refeições (valor R$40,00). Combinamos o almoço para as 14h (valor R$40,00) e fomos dar uma volta na Cachoeira e depois no braço do rio para pescar, essa sem êxito algum.
Voltamos para almoçar, caminhamos pela Praia e ficamos ali curtindo a tarde. E não é que o mar desceu... e o tempo meio que abriu!
Almoçamos as 14h conforme combinado e como eu queria ir até o outro canto da praia para conhecer, chamei o Alan e fomos conhecer... caminhando pela praia notamos uma areia bem grossa, provavelmente do rio e algumas conchas e sementes que fomos coletando no caminho. Ao final da praia haviam 2 casas, provavelmente de veraneio, pois estavam fechadas, e em frente a última uma grande ossada de Baleia.
Voltamos para o camping e ficamos por ali conversando com um pai e filha que haviam chegado e que queriam ir pescar.
Como nessa praia não há luz elétrica o camping liga o gerador as 17h e desliga as 22h, preocupado com as baterias do celular e do carregador, já deixei conectado na tomada para carregar o máximo possível, e constatei que meu telefone estava com umidade e estava bem ruim de recarregar.
Final da tarde veio chegando e eu sentei numa rede em frente a praia e fiquei por ali até o por do sol que fechou bem bonito naquela tarde cheio de nuvens na Parnaioca.
De banho tomado, comi um lanche e fui checar o telefone,  e a bateria estava bem baixa... comecei a me preocupar e ir checar de 5 e 5 minutos. Já eram cerca de 20h quando consegui um carregador emprestado, esse por sua vez começou a carregar meu telefone mais rápido.
Já eram 21:30h eu estava morto de cansado, devido ter acordado por volta das 4h da manhã, o telefone conclui 100% de carca. Na mesa hora fui para a barraca e dormi a noite toda.

Dia 07

Por volta das 6h acordamos e fomos arrumando as coisas, a família havia combinado o café da manhã para as 8h com a Janete dona do camping e eu como tinha muita comida na mochila, fui até a cozinha do camping,  e preparei meu café com biscoitos doces, lavei a louça e já fiquei pronto, aguardando eles acabarem o café e sair em direção a trilha T16.
Por volta das 9h, como o canal por trás do camping que da acesso a trilha estava cheio, fui descanso até o outro lado da ponte que estava parcialmente coberta de água,  e do outro lado coloquei a bota e pegamos a trilha da Parnaioca para a praia de 2 Rios.
Logo na primeira subida, passamos por uma placa que sinalizava o Mirante da Parnaioca, mas continuamos em frente. Cerca de 2h depois, contornando toda a costa pelo alto dos morros, passamos pela placa que sinalizava a Praia de Santo Antônio, mas também passamos direto e mais 1h de caminhada, chegamos na Praia de 2 Rios. A trilha sai atrás das ruínas do antigo presídio, que hoje é o Museu do Cárcere, administrado pela UERJ. Andamos até a Praça do Obelisco onde fizemos uma parada rápida para beber água e comer algo é na sequência entramos no Museu (entrada gratuita) para conhecer as dependências (sala da artesanato, sala do último preso que após fechar o presídio ficou morando na Vila de 2 Rios, refeitório e cozinha, horto, entre outras). Saímos dali e alguns metros frente fomos conhecer o Museu do Caiçara (entrada gratuita), nessa hora Luis seguiu sozinho para a Vila do Abraão.
Eu, André e Allan fomos para um restaurante simples na praia com comida a lenha, onde deixamos a mochila e fomos até a praia para conhecer,  pois o almoço ia demorar 40 minutos pra ficar pronto.
A Praia de 2 Rios, é chamada assim pois em cada lado da praia tem um rio que desagua, agora pensa numa praia linda!
Caminhamos até o canto esquerdo, onde o rio é maior tiramos umas foto e voltamos para almoçar.
Já eram mais de 14h e só tinha frango, então foi isso mesmo, toma-lê frango. Almoço tava gostoso e bem temperado (valor R$40,00 no pix) , nessa hora o tempo começou a fechar e parecia que ia chover. Saímos do restaurante e fomos os até o canto direito da praia para ver o encontro do rio, tiramos umas fotos e partimos para pegar a trilha para a Praia do Caxadaço, sentido a Vila do Abraão pela T14 e ao passar pela igreja, fomos chamados pelo guarda que estava na cabine bem na saída da Vila de 2 Rios para assinar o livro de saída. Até agora não sei se o guarda era do INEA ou da UERJ.
Cerca de 500 metros subindo a estrada sentido Abraão pegamos a trilha T15 sentido a Praia do Caxadaço e próximo de chegar o Allan escorregou e torceu o tornozelo. Verificamos como ele estava, passei meu bastão de caminhada para ele e fomos até a praia devagar, que nos custou uns 30 minutos a mais.

Ao chegar na Praia do Caxadaço, Allan ficou com o pé de molho na agua do riacho que ali se encontra com o mar, enquanto eu e Andre montamos o acampamento. Finalzinho de tarde, aproveitei para tomar um banho no rio e fui assistir o final do dia sentado numa pedra na praia. Relaxamento total...

Já de noite, voltamos para dentro da barraca e como o Allan nunca tinha feito comida num acampamento, fomos preparar o banquete... 2 panelas no fogo, uma com 2 miojão e outra com arroz, linguiça calabresa e amendoim. (pensa no melhor arroz da viagem...). Já de barriga cheia, recarregamos as baterias dos telefones, lanternas e acessórios e fomos dormir, por volta das 20h.

Dia 8

Levantamos ao raiar do dia, levantamos acampamento, fizemos um café, confirmamos com o Allan como estava sua mobilidade e como ele estava melhor, saímos em direção a Praia de Lopes Mendes por uma trilha não oficial, meu telefone estava bem ruim, com a tela escura e piscando, então o guia foi o André que seguiu uma trilha do Wickloc. A trilha não esta muito marcada, pois poucas pessoas passam por ali, e muitas árvores caídas, mas com a ajuda do APP fomos em frente e algumas horas depois chegamos na bifurcação entre as Praias do Pouso e do Mangue, e a Praia de Lopes Mendes. Já era por volta de 10:30, eu e André descemos até a Praia de Lopes Mendes, tiramos umas fotos, enquanto Allan ficou na bifurcação aguardando. Uns 10 minutos depois ja estávamos subindo a Trilha T11, eram cerca de 10:50h sentido a Praia do Pouso e Praia do Mangue. Essas duas praias, uma ao lado da outra, separadas por uma pequena trilha.

Por fim, pegamos a Trilha T10 sentido Vila do Abraão, mais ainda passando pela Praia de Palmas, que tem uma grande estrutura de pousadas, campings e restaurantes. Subimos o interminável morro entre Palmas e Abraão, ja próximo a praia, já era possivel ouvir o som alto dos restaurantes e bares, som que contrastava com todos os dias anteriores, e após 2:30h de caminhada chegamos a Praia da Julia, praia essa que fica ao lado da Vila do Abraão. Mas alguns metros em meio a construções, chegamos no canto esquerdo da Vila do Abraão. Em fim civilização... (caótica diga de passagem, depois de 8 dias dentro do mato e praias paradisíacas) fomos até o camping onde o Luis estava acampado, deixei a mochila, e fomos almoçar, num restaurante ai na rua de trás da vila. (Self-Service por R$ 40,00) e coca cola por (R$10,00).

Como a Barca para Mangaratiba sairia as 17h, voltei ao camping que nao me recordo o nome, tomei um banho (como foi banho frio o dono não me cobrou, mas queria 15 pratas no quente, para ajudar na conta de luz). De banho tomado e faltando um pouco mais de 1h para a barca sair, chamei a família para irmos tomar uma cerveja antes da barca sair, pois eles iriam ficar mais aquela noite, pois retornariam para Angra no dia seguinte e depois para São Paulo.

Bebemos 2 rodadas de Schornstein Puro Malte Session IPA, ficamos ali em frente ao Píer sentados no banquinho, do nada o tempo virou e começou a chuviscar, fomos para baixo da cobertura da sorveteria, até que a barca se aproximou, nos despedimos e lá fui eu embarcar na CCR. Como dito no inicio, não pago a barca pois sou deficiente e segui para Mangaratiba por 1:40h, ao chegar no Píer de Mangaratiba, fui direto na Pousada do Lêo e peguei a moto, seguindo viagem para o Rio.

E tu pensa que acabou... Já de noite, passando por dentro das ruas de Mangaratiba, acertei em cheio um quebra molas, e ai a roda dianteira começou a chiar, parei para ver e o aro tinha empenado. sem muito recurso, pois ja eram mais de 19h, continuei a viagem... e ao ultrapassar o primeiro túnel, peguei aquela chuva. 

Com medo de ficar enguiçado na estrada, vim parando em alguns postos de combustível para ver como a magrela estava, e fui seguindo ate que na cidade de Itaguaí o barulho parou e a chuva cessou. E agora?

devagar e sempre, esse é o lema! cheguei em casa quase as 22h. E mais aventura pra contar!

Vlw galera! super indico a travessia... é desafiadora e cansativa, mais recompensante. Já estou pensando na próxima! bora?

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Editado por leo.instrutor
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  • Membros

Meu Deus gente, esse e outros tópicos nesse Fórum deveriam ser movidos!

AQUI é o lugar certo para tópicos assim:

https://www.mochileiros.com/forum/23-companhia-para-viajar/

Será que o motivo do fórum estar as moscas também tem a ver com uma moderação relapsa?

E também falta uma dose de bom senso pros usuários, uma sessão chamada COMPANHIA PARA VIAJAR e o cara não se toca.

Desculpa o desabafo, mas ta feia a coisa. Vários tópicos assim.

Editado por Dragum
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  • Colaboradores

@Dragum

  1. Concordo contigo que o lugar do post seria outro mas não vejo isso como motivo para histeria;
  2. Não acredito que falte senso. As vezes usuários não estão acostumados com uma ferramenta de fórum, tão comum há 20 anos atrás;
  3. Discordo que o fórum esteja "às moscas", afinal, moscas não escrevem (pelo menos as espécies que conheço). Existe uma baixa adesão? Sem dúvida. Os tempos mudaram, as pessoas mudaram, as tecnologias mudaram. Mas tudo isso está longe de "estar às moscas";
  4. Finalmente quanto a "moderação relapsa", será que não vale se colocar "do outro lado do balcão" para afirmar tal coisa?
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  • Colaboradores

O Silnei faz um ótimo trabalho aqui no fórum, todas as vezes que precisei e dei feedbacks ele foi atencioso. O tempo todo percebo ele remanejando e alterando títulos de posts tentando melhorar a plataforma.

É no mínimo desrespeitoso afirmar sem saber o trabalho que dá pra manter isso aqui em pé a mais de 20 anos. Visto ainda que é uma plataforma completamente free, e com pouquíssima publicidade se comparada as outras.

O problema não é o fórum nem a moderação, mas as pessoas que mudaram e se tornaram tão imediatistas e individualistas que preferem meios mais rápidos, superficiais e que pouco valorizam a troca de informaçoes.

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  • leo.instrutor changed the title to Volta Completa na Ilha Grande (MAIO 2024)

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