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VOLTA COMPLETA EM ILHA GRANDE – FEVEREIRO/2022!


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Postado (editado)

1º DIA – QUINTA-FEIRA, 03 DE FEVEREIRO DE 2022
ENSOLARADO
NVT > GIG > ABRAÃO

Nosso primeiro dia começou com o deslocamento até o aeroporto de Navegantes/SC (NVT), como minha família tem casa próxima, acabamos caminhando até ele.

Reforçando que essa foi minha primeira viagem nesses moldes, e dito isso, busquei meios de reduzir as chances de dar problemas durante a experiência.

Uma das coisas que acabei fazendo foi envelopar minha mochila cargueira para despacho, pois tinha medo que talvez ela pudesse, devido às alças e outras coisinhas, prender nas esteiras e rasgar, anulando toda sua funcionalidade.

Todos do grupo aderiram isso, mas fizemos por conta (não utilizamos o serviço caríssimo que é oferecido no aeroporto) – usamos plástico filme com uma espessura maior para dar mais resistência.

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Chegando no aeroporto, logo segui pro checkin e despacho, e mesmo chegando duas horas antes do voo, ficamos aí até os prazos extrapolarem devido a lerdeza do processo.

Conversando com a fiscal de fila, a mesma me tranquilizou dizendo que não teria problema com o tempo, pois estávamos na fila e não era nossa culpa a demora.

Aguardamos pacientemente.

Após isso, seguimos logo para o segundo pavimento onde conversamos e nos despedimos de nossos familiares, e em seguida logo partimos em direção ao embarque (pois já estava quase na hora).

Não demorou muito... passamos pelo embarque, tudo certinho, e daí logo até o avião.

A viagem foi com a Gol, e rápida (cerca de 01:15 minutos, bem pontual) – o aeroporto de NVT tem uma pista curta, de forma que o avião precisou acelerar um monte para decolagem.

Chegando no GIG, o pouso foi bem tranquilo em uma pista bem extensa, e logo que chegamos seguimos para pegar nossas bagagens e depois até o ponto de encontro com o serviço de transfer.

Quanto as bagagens, deu tudo certo, só ficamos assustados no começo pelo fato delas não estarem aparecendo na esteira com as demais – foi quando houve um anúncio pelo sistema de som acusando que haviam ‘bagagens estranhas’ para serem retiradas em outro local.

Nos dirigimos até lá e vimos nossos pacotes embrulhados sobre mesas (no fim eles nem passaram elas pelas esteiras) – tudo certo, seguimos adiante.

Como eu nunca tinha vindo nesse aeroporto antes, decidi logo descobrir onde ficava esse ponto de encontro, e depois buscaria algo pra comer ou beber (que acabei nem fazendo).

Não foi difícil acha-lo, e como chegamos com folga, ficamos lá esperando o horário do transfer.

O transfer acabou chegando 30 minutos antes do combinado, o que era bom pra nós, e apesar da correria (devido não esperar por isso, alguns do grupo estavam dando uma volta), conseguimos embarcar logo e seguir em direção a Conceição do Jacareí.

O translado ocorreu por van, e o motorista dirigia bem e rápido – apesar que as estradas que pegamos estavam extremamente esburacadas, fazendo com que pipocássemos dentro do veículo.

Notando que talvez fosse possível pegarmos o horário anterior do fast boat, o motorista me pediu se topávamos cortar a pausa pro café (ué, eu nem sabia que iriamos parar pra isso) e acelerar mais pra ganhar tempo – eu conversei com o grupo e nós concordamos.

Dessa forma, ao invés de pegarmos o fast boat das 18hrs, conseguiríamos pegar o das 16:30hrs.

Chegamos no laço, o fast boat estava esperando no cais, com muitas pessoas já embarcadas – mas conseguimos entrar também e dessa forma chegamos antes do previsto em Abraão.

Todo o procedimento de translado, tanto rodoviário quanto marítimo é conduzido pela Easy Transfer, pois estava incluso no pacote (apesar de serem empresas distintas que operam cada etapa) – assim foi tudo muito direcionado e simples.

Chegando em Abraão, desembrulhei a cargueira, coloquei-a nas costas, e fui em direção ao Alfa Camping.

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É bem fácil se locomover por Abraão, a maioria dos comércios se concentra na área central (apesar de haverem bons estabelecimentos mais distantes, pela faixa de areia) – o Alfa Camping ficava bem perto, mas a sua fachada não era muito informativa.

Preciso já ir dizendo que achei o vilarejo muito charmoso e movimentado – e de noite então, fica lindo! Minha vontade é de voltar para lá e fazer turismo nos moldes tradicionais.

Chegando no camping, me apresentei, e logo começamos a nos instalar.

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Sobre o ALFA CAMPING
Preço da diária: R$ 50,00
Cozinha completa, lavação, área coberta, murado, banheiros amplos, água quente (gás e eletricidade), diversos pontos com tomadas.

CRITÉRIO

Alan

Giovana

Jéssica

Marlon

Média

Localização

9

8

7

8

8

Espaço

8

8

8

8

8

Segurança

8

8

9

8

8,25

Limpeza

7

7

8

8

7,50

Recepção

8

7

7

7

7,25

Estrutura

9

8

9

9

8,75

Média Geral

7,96


Depois de nos instalarmos, preparamos nossa janta – eu comi talharim, queijo parmesão ralado, frango e mandioquinha. E então decidimos dar uma voltinha pelo vilarejo.

Era um dia bem movimentado, véspera de um evento festivo sobre cervejas que ocorreria nos próximos dias, e o vilarejo de noite é bem agradável e vivo.

Andando pelas ruas principais, éramos constantemente abordados por garçons que, talvez pela confusão, puxavam papo em inglês – não apenas isso, nos sentimos diversas vezes sendo observados com curiosidade, pois nossa aparência sulista era contrastante com as demais.

Inclusive, em uma dessas abordagens de garçons, este havia dito que era muito incomum encontrar turistas do sul do Brasil em Ilha Grande.

No píer haviam três fragatas do exercício que haviam ancorado, passamos por perto para prestigiar essas máquinas extraordinárias.

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Depois de toda essa volta, retornamos ao camping, eu fui deitar mais cedo do que de costume para acordar disposto para o primeiro dia de caminhada.

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Houve bastante barulho durante a noite, o vilarejo estava em festa, mas isso não chegou a atrapalhar meu sono.

Editado por Alan Rafael Kinder
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Postado (editado)

2º DIA – SEXTA-FEIRA, 04 DE FEVEREIRO DE 2022
ENSOLARADO
ABRAÃO > BANANAL

Eu acordei bem cedinho, junto com o nascer do sol (aí pelas 05:00 horas), e logo comecei a ajeitar as coisinhas para o café da manhã – uma folha de pão wrap com creme de avelã e granola, com um copo de café e leite solúvel.

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Não demorou muito e meu irmão levantou também, e depois minha amiga.

Começamos a desmontar o acampamento e ajeitar as mochilas cargueiras (fazíamos isso junto pois era sempre mais fácil para organizar as coisas) – eu separei algumas barrinhas de cereais nos bolsos da barrigueira.

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Passei protetor nos braços e rosto (apesar de usar chapéu sempre que possível), e aguardei os demais se ajeitarem também (o que demorou um bocado).

Apesar de eu estar pronto pra sair aí pelas 07:30 horas, devido meus outros três amigos, acabamos começando a trilha apenas às 10:00 horas (e isso teve um preço) ...

Todos prontos, seguimos pela estrada até o final da praia em direção a Enseada das Estrelas. O início da trilha ocorre em estradas bem abertas com aclive razoável, havendo diversas bifurcações sinalizando os possíveis caminhos.

Era um dia bem bonito, e os primeiros passos do grupo eram seguidos de muita conversa e sorrisos – eventualmente um e outra paravam para fazer alguns ajustes ainda nos equipamentos, para que ficassem bem alinhados.

Logo na primeira encruzilhada, decidimos pegar a rota da direita que apontava para as Ruínas de Lazareto, no caminho até lá passamos pela Praia Preta e pegamos um mirante simplório que apontava para o mar (talvez tenha sido uma das pouquíssimas fotos do grupo todo que tiramos). O outro caminho levava direto para o Aqueduto, cortando essa parte do caminho (mas reduzindo um bom tanto de caminhada).

Não demorou muito e chegamos no curto acesso até as ruínas, que parecem ser interessantes, porem o acesso à área interna está bloqueada (o que foi bem broxante). Nem ficamos muito por lá, pois de fora mal dava de ver como eram as ruínas, e voltando por esse acesso, seguimos caminho até a interseção com o Aqueduto (um lugar bacana pra fazer umas fotos de profundidade).

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Daqui em diante, o caminho se transforma em trilha, obrigando-nos a andar em fila indiana.

A próxima interseção do caminho nos permite seguir até a Cachoeira da Feiticeira ou a Praia da Feiticeira (que levava ao nosso destino), alguns do grupo já estavam exaustos, e por isso decidimos seguir em frente, evitando saídas do trajeto.

Nesse momento, havia mais adiante uma nova interseção, porém por descuido acabamos seguindo pelo caminho errado, que nos levava a uma volta retornando para a Praia da Feiticeira.

Percebemos enquanto caminhávamos que não poderia estar certo, eu ao checar os aplicativos de mapas, vimos nosso erro, nos obrigando a retornar uns minutos pelo caminho que tínhamos vindo – e nessas, aqueles do grupo que estavam exaustos já quase não eram capazes de prosseguir.

De toda forma, era preciso continuar, e assim fomos por trilha até chegar na Praia de Camiranga. Lá encontramos um bar, onde todos pararam para tomar algo, e daí havia um senhor que fazia serviços de taxi marítimo.

Consultamos o barqueiro, mas o preço era absurdo, e depois de conversarmos, decidimos que seguiríamos pela trilha (que ia pela faixa de areia da praia) – que não demoraria para acabar, chegando num ponto que nos obrigava a tirar as botas para passar pela beira do mar, e logo em seguida por uma saída de rio (com água até a cintura).

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Ao final da Praia do Camiranga, há um píer muito lindo que rendeu belas fotos, e dele logo pegamos um curto trajeto de trilha pelo morro, e depois algumas pedras até chegar na Praia do Perequê.

Seguimos pela beira do mar, um pouco por dentro dele, um tanto pela areia, por toda extensão da Praia do Perequê, e também tivemos que atravessar um outro rio, um pouco mais fundo que o anterior, chegando assim em Praia de Fora.

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Logo no píer da Praia de Fora, novamente consultamos barqueiros quanto os preços até Bananal, mas novamente, muito caro.

Metade do grupo estava exaurida, e ficou lá aguardando uns minutos para descansar – o problema que já eram 17:00 horas, e eu me preocupava pois sabia que havia muito chão pela frente (ainda mais nesse ritmo).

Pegamos algumas dicas com um pessoal que fazia festa nessa praia, e eles nos falaram para passarmos por um acesso aos fundos que chegava até Saco do Céu (a alternativa original era continuar pela praia, porém a maré alta atrapalhava muito o deslocamento). Seguimos o conselho e realmente foi muito bom, esse caminho era aberto e praticamente sem desníveis, nos levando em cerca de 15 minutos até Saco do Céu.

Já havíamos decidido que não faríamos o contorno que passava por Freguesia do Santana e Japariz, pois isso nos tomaria um tempo que nem tínhamos mais – a única opção era continuar pelo ‘atalho’ que cruzava a montanha, ligando Saco do Céu até Bananal.

Nessa hora o céu já começava a escurecer.

Logo que chegamos em Saco do Céu, bem no início da praia, vi uma placa de taxi marítimo de novo, arrisquei pedir e dessa vez a oferta foi aceitável. Conversei com o grupo, eu sabia que não havia muito mais o que fazer – o trajeto restante era possível de ser feito, mas não na velocidade de uns, e daí isso prejudicaria todo o resto da viagem.

Assim sendo, acertamos o valor de R$ 400,00 reais para nos levar de Saco do Céu até Bananal. O cara foi muito gentil e nos levou pela Lagoa Azul, onde parou por alguns instantes para que pudéssemos curtir as águas cristalinas do lugar (e ver a primeira tartaruga boiando da viagem).

Chegamos em Bananal perto das 19:30hrs, me informei no cais onde poderia encontrar o Camping da Cristina, e logo achamos o lugar (que fica mais afastado, subindo o moro por uma série de caminhos pavimentados).

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Lá fomos recepcionados pelo esposo da Dona Cristina, qual estava no continente passando a semana.

Sobre o CAMPING DA CRISTINA
Preço da diária: R$ 40,00
Cozinha (sem geladeira), área coberta pequena, murado, um banheiro, água quente (eletricidade), diversos pontos com tomadas.

CRITÉRIO

Alan

Giovana

Jéssica

Marlon

Média

Localização

6

7

7

6

6,50

Espaço

5

6

7

7

6,25

Segurança

9

7

9

6

7,75

Limpeza

7

7

8

7

7,25

Recepção

9

8

8

8

8,25

Estrutura

6

5

6

5

5,50

Média Geral

6,92

 

Nos ajeitamos rapidamente, aproveitando o resto da claridade, e fizemos nossa janta (no mesmo esquema do primeiro dia) e depois banho.

Não sei se era o dia, mas haviam muitos mosquitos (e outros insetos) na área de camping.

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Alguns do grupo decidiram dar uma volta pelo centrinho de Bananal (minúsculo) e lá encontraram uma lanchonete com preços muito baratos (na frente do píer), e opções diversas de comida e bebida. Sugiro fortemente visitar o local, quase que tive vontade de dizer para o proprietário aumentar os preços porque era muita bagatela.

Parecia que iria chover de noite, então cuidamos ao montar acampamento para não ficar áreas baixas ou que poderia haver corrente ou acúmulo de água.

Foi uma noite bem tranquila e silenciosa.

 

Editado por Alan Rafael Kinder
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3º DIA – SÁBADO, 05 DE FEVEREIRO DE 2022
ENSOLARADO
BANANAL > ARAÇATIBA

Mais um dia qual acordei bem cedo (05:00 horas), fiz meu café, ajeitei minhas coisas, e fiquei esperando o restante do grupo levantar (até o último decidir fazer o mesmo haviam passado duas horas).

Assim como no dia anterior (e em praticamente todos os próximos), cerca de uma hora após eu levantar, era a vez do meu irmão, e não muito depois minha amiga. E aí se passava quase mais uma hora até os outros três saírem da barraca.

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Aproveitei também para deixar coisa e outra no sol, que estava ainda bem tímido pela manhã, mas que ajudou a tirar um pouco da umidade que se acumulava naturalmente em todas as nossas coisas.

A galera que estava esgotada do dia anterior já cogitava pegar um barco novamente até Araçatiba... e eu comecei a ficar triste com a forma que as coisas estavam acontecendo.

Como estávamos em grupo, eu compreendia que era preciso haver democracia, mas nós tínhamos conversado antes de começar a viagem do que era esperado, do desafio e do esforço empregado.

De toda forma, descemos até o píer para seguir a caminhada, e a galera decidiu parar na lanchonete para tomar algo – e nisso pegaram o contato de um barqueiro que poderia fazer a travessia por mar até Araçatiba, não demorou para irem negociar o valor.

Encontraram a opção de fazer por escuna ao preço de R$ 50,00 por pessoa, e daí em comum acordo o grupo aceitou. ☹

Então gente, basicamente o segundo dia de trekking foi numa escuna fazendo todo o percurso, absurdamente broxante.

Vimos de longe as praias que passaríamos a pé, como Matariz e Sítio Forte.

Não digo que fazer essa travessia pelo mar não tivesse sua beleza, mas a questão não era essa.

Chegando em Araçatiba, logo busquei informações de onde ficava o Camping do Bené – e ao chegar lá fomos recepcionados pelo responsável e nos instalamos no local.

A área do camping fica em frente do bar, e a cozinha e banheiros eram lamentáveis. Meu amigo chegou a pisar em um prego na cozinha quando foi fazer sua janta, e os ralos dos banheiros estavam entupidos fazendo sabe-se lá qual água voltar nos pés. Apesar disso, a localização dele é excelente, pé na areia, e o proprietário sempre se mostrou muito solicito.

Sobre o CAMPING DO BENÉ
Preço da diária: R$ 35,00
Cozinha completa (porém terrível), área coberta (no bar apenas), dois banheiros (terríveis), água quente (eletricidade), alguns pontos com tomadas.

CRITÉRIO

Alan

Giovana

Jéssica

Marlon

Média

Localização

9

7

10

9

8,75

Espaço

5

6

7

7

6,25

Segurança

8

6

7

7

7,00

Limpeza

3

4

5

6

4,50

Recepção

9

8

9

9

8,75

Estrutura

6

5

6

6

5,75

Média Geral

6,83

De toda forma, como não caminhamos neste dia, logo após montar as barracas, decidimos ir a pé até a Lagoa Verde (nesse aspecto a travessia de barco nos deu tempo hábil para visitar esse local com mais folga – apesar que visitaríamos uma segunda vez esse mesmo lugar no final da viagem).

Nesse meio tempo de me arrumar pra ir até a Lagoa Verde, em um descuido acabei derramando um terço da mistura de café e leite solúveis dentro da cargueira, sujando-a e praticamente todo o resto – foi um golpe terrível, pois esse pó logo fica grudento com a menor umidade.

Precisei tirar tudo de dentro e, com a dica do proprietário do camping, usei um cocho e mangueira para lavar o que eu conseguia (a cargueira e as roupas).

Mesmo com isso tudo, não me deixei abater! 😊

Coloquei as coisas para secar e fui terminar de me arrumar para curtir o restante do dia.

O caminho até a Lagoa Verde é bem tranquilo e toma cerca de 40 minutos (para nosso grupo), e o local é extraordinário (sério).

É um ponto muito bonito, que possibilita muitas fotos, e também há peixinhos por todos os cantos. A maré variou cerca de um metro enquanto estivemos lá, e haviam embarcações com som e pessoas bebendo.

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Depois de curtirmos pra caramba, voltamos até o camping, recolhi minhas peças que estavam secando (felizmente quase tudo estava seco), e comecei a me ajeitar para fazer a janta, e então ir pro banho.

Nesse dia rolou uma festa absurda logo ao lado do camping, com muita gente e barulho (o pessoal vinha de barco de outros lugares) e simplesmente não tinha como dormir.

Decidi dar uma volta para longe de lá e aguardar num canto sossegado o tempo passar.

Por sorte desceu uma chuva torrencial perto das 23:00hrs que acabou com a balburdia, e então pude retornar ao camping para finalmente descansar.

Já era tarde quando consegui dormir, mas foi bem tranquilo e silencioso (felizmente).

Editado por Alan Rafael Kinder
  • Amei! 1
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Postado (editado)

4º DIA – DOMINGO, 06 DE FEVEREIRO DE 2022
NUBLADO
ARAÇATIBA > AVENTUREIRO

Então, chegamos no dia mais complicado da volta a ilha... se for pesar todo o trajeto até a Gruta do Acaiá, retornar, e de lá seguir até Proveta, pra depois finalmente pisar em Aventureiro – teríamos uma quilometragem e altimetria razoavelmente maior que qualquer dia anterior.

Vocês já devem imaginar o que aconteceu...

Eu acordei cedo, vi o nascer do sol, passeei por toda a praia, tomei meu café da manhã, arrumei minhas coisas, e esperei... esperei... então começaram a acordar.

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E sim, a primeira coisa a ser falada ‘vamos ver se achamos um barco’.

Tenho até vergonha de dizer que fizemos trekking, mas em minha defesa, eu sempre fiz o voto contrário. Por um lado, não nego que essa oportunidade me trouxe muita experiência, especialmente sobre a importância de formar um grupo íntegro e que tenha o mesmo objetivo.

Naturalmente foi encontrado um barqueiro, qual cobrou R$ 100,00 por pessoa até a Praia de Aventureiro, sem parar na Gruta do Acaiá, nem em Proveta.

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Antes de sair, deixamos alguma coisa de comida na geladeira para reduzir o peso, conscientes que não nos faria falta (e avisamos o dono do lugar).

Os passeios de barco não são ruins, não se trata disso, o problema está no fato de tu te organizar para algo e devido a outras pessoas teres que mudar completamente todo o planejamento, de uma forma que até descaracterizou a proposta essencial da viagem – que era o trekking.

Se eu soubesse que seria assim, nem precisaria de uma cargueira...

Foi um passeio longo de fast boat deslizando rapidamente pelas águas costeiras, em especial na parte que ficávamos mais expostos ao mar aberto as ondas faziam com que o barco dava grandes saltos sobre a água.

Enfim, chegamos em Aventureiro pelo píer, logo de cara as águas cristalinas nos deram boas-vindas.

Pensa em uma praia bonita...

Seguimos pela faixa de areia até o final onde ficava o Camping do Luis, um lugar espetacular e bem cuidado – indico fortemente pernoitar por lá!

Sobre o CAMPING DO LUIS
Preço da diária: R$ 40,00
Cozinha completa e ampla, diversas áreas cobertas, banheiros amplos, lavação ampla, água quente (gás e eletricidade), alguns pontos com tomadas, sem energia (gerador até às 21:00 horas).

CRITÉRIO

Alan

Giovana

Jéssica

Marlon

Média

Localização

10

9

10

9

9,50

Espaço

9

10

10

9

9,50

Segurança

9

9

10

9

9,25

Limpeza

10

9

10

10

9,75

Recepção

9

9

7

9

8,50

Estrutura

10

9

10

10

9,75

Média Geral

9,37


Chegando lá fizemos o checkin e com isso tivemos acesso ao wifi (lembrando que na parte sul da ilha não há sinal de dados), logo em seguida peguei minhas roupas sujas e as lavei todas (pensa numa área boa, com três cochos).

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Depois de lavar as roupas, as estendi e comecei a instalar a barraca e ajeitar as coisinhas dentro dela.

Estávamos a princípio apenas nós e outras duas pessoas no camping (quando chegamos um trio de garotas estavam de saída), então meio que absorvemos a área da cozinha para nosso grupo (e que área decente, com fogão industrial). Decidimos fazer um almoço (diferente dos dias anteriores) e também começamos a organizar nossa comida para os próximos dias, decidindo que quando saíssemos, deixaríamos mais alguma coisa de comida pra trás, optando por comer fora nos últimos dois dias em Abraão.

Após o almoço, nos arrumamos e partimos para a praia para curtir essa água linda, e lá ficamos até quase o final da tarde.

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Dava para ver os barcos trazendo grupos de pessoas para aproveitar a praia, e não muito depois dando o alerta para que todos retornassem.

Eu sempre fiquei atento ao céu, pois se começasse a chover precisaria correr desesperado até o camping para recolher a roupa.

Mais pro final da tarde, saímos da água e ficamos de boas curtindo o ambiente, conversando, fazendo fotos, jantando – foi um dia muito agradável.

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Não fiz a famosa foto no coqueiro deitado, qual eu mesmo achei bem normal, nada excepcional.

Como lá não há energia de rede, um gerador nos dá eletricidade até as 22:00 horas (aproximadamente), e então foi assim que passou o dia.

Lembrando que o chuveiro feminino funcionava a gás, então caso fosse necessário tomar um banho ‘fora de hora’, havia essa opção (e nós pegamos uns dias relativamente frescos/frios por lá).

Assim que a luz foi cortada, acabamos indo para as barracas.

Foi super tranquilo para dormir.

Editado por Alan Rafael Kinder
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Postado (editado)

5º DIA – SEGUNDA-FEIRA, 07 DE FEVEREIRO DE 2022
CHUVOSO
AVENTUREIRO

Como originalmente tínhamos reservado um segundo dia (folga) em Aventureiro, alguns do grupo decidiram acordar bem cedo (aí pelas 04:00 horas) para subir o Mirante de Sundara e ver o nascer do sol de lá.

Eu também acordei, porém decidi não ir com eles pois a manhã estava intensamente nublada, e achei melhor tentar ver alguma coisa da praia.

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Só pra constar, esse foi o único dia que os demais acordaram cedo! :P

E assim foi a manhã, felizmente não chovia logo cedo, mas de fato estava tudo nublado, ainda assim foi possível ver um deslumbre do nascer do sol.

Apesar do nascer do sol tímido, foi um dos momentos mais agradáveis do dia, pois não muito depois as nuvens espessas desencadearam uma chuva qual perdurou pelo restante do dia, em intensidades diferentes.

Durante o resto do dia, enquanto chovia, ficamos carteando e conversando – sinceramente foi meio tedioso. Nas poucas oportunidades que abrandava a chuva, dávamos uma breve caminhada, mas logo tínhamos que voltar para uma área abrigada.

Eu até tentei entrar no mar, mas a água estava gelada, e não fiquei nem meia hora dentro.

Ainda claro, fiz minha janta e recolhi as roupas que estavam estendidas, meio que já ajeitei minhas coisas na mochila para não ser corrido na próxima manhã.

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Devido ao clima nublado, ficamos sem conexão à internet, pois ela se dava através de satélite.

Conforme anoitecia a chuva se tornava mais intensa, e assim foi até decidirmos dormir.

Durante a noite rolou uma tempestade (com direito a cadeira voando e placas caídas), apesar disso, dormi tranquilamente.

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6º DIA – TERÇA-FEIRA, 08 DE FEVEREIRO DE 2022
NUBLADO
AVENTUREIRO > PARNAIOCA

Como havia dito, a noite foi de chuva intensa, e quando acordei (bem cedinho, aí pelas 05:00hrs) fui ajuntando peças de roupas que estavam estendidas em áreas cobertas, mas que acabaram voando.

Fiz o procedimento de sempre, café da manhã, ajeitei minhas coisas, e esperei...

Depois de algumas horas a galera toda estava de pé e pronta para caminhar (finalmente)!

O trajeto de hoje era curto, cerca de 8kms apenas, mas envolvia algumas travessias complexas (caminhar pela praia recolhendo lixo, atravessar um mangue, trilhas com muitos mosquitos, e mais um rio com água quase até o peito).

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Confesso que estava muito animado, colocar a cargueira nas costas e poder caminhar me trouxe uma energia muito positiva.

Em posse da autorização no meu celular, começamos a caminhada pela Praia do Demo até o costão (com uma garoa bem leve), que devido a tempestade da noite anterior, não era possível de passar (as ondas eram fortíssimas), nos obrigando a pegar o caminho dos fundos pela montanha.

Foi um trecho bem técnico, com a trilha fechada e extremamente lisa (minha amiga caiu duas vezes no percurso), eu também tive dificuldade para passar em alguns pontos devido a inclinação e a lama.

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Visivelmente não é uma trilha qual as pessoas costumam passar, e havia muita vegetação caída dificultando a passagem, e em especial, como sou alto, eu tinha que caminhar quase sempre corcunda para não bater nas galhadas mais baixas.

Quando terminamos, chegamos no início da Praia Sul, abrimos nossos sacos de lixo, e começamos a percorre-la, coletando o que era possível de ser carregado.

Eu achei a travessia pela praia bem agradável, gosto dessa energia que esses lugares trazem, e consegui curtir esse momento de solidão (visto que eu andava consideravelmente mais rápido que os demais).

Ao final dela, a trilha corre pela esquerda, por dentro do morro, logo chegando no manguezal – demos algumas voltas procurando o melhor caminho, mas notamos que o acesso ideal é pela segunda saída, no mangue mesmo, onde não havia tanta correnteza.

Meu amigo foi na frente para analisar se o caminho pelo mangue levava a algum lugar, e depois de alguns instantes retornou confirmado a passagem.

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Tiramos as botas, soltamos as cargueiras, e começamos a ir e vir levando nossas coisas até o começo da Praia Leste.

Foi razoavelmente trabalhoso, pois como havia dado uma tempestade algumas horas mais cedo, o nível e a força da correnteza estavam altos, nos obrigando a carregar tudo sobre a cabeça para não molhar.

O peso das cargueiras também fazia com que afundássemos na areia e lama do chão, dificultando ainda mais a movimentação pela água.

Quando tudo estava do outro lado do rio, secamos os pés e colocamos as botas para a segunda praia a ser percorrida.

A extensão da Praia Leste é parecida com a anterior, porém a quantidade de lixo era muito menor (além do mais, a autorização mencionava apenas a coleta de lixo na Praia Sul, não obstante, nossos sacos de lixo já estavam bem cheios quando chegamos aqui).

Ao final da praia, chegamos no início da trilha por mata fechada, mas antes disso deixamos os sacos com o lixo recolhido no ponto definido na autorização.

O acesso a trilha estava bem fechado (apesar que depois ela abria bem) – cuide para não confundir subindo pela calha da água (não é por lá, apesar de haver também uma resenha de trilha). O acesso correto está antes da saída da calha de água (não é um rio pois só tem água quando chove), em uma baixada entre dois montes de areia (com muita vegetação formando um paredão que causa a impressão de não ser transponível).

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Seguimos por uma trilha tranquila, com um aclive razoável, passando por alguns pontos interessantes, como uma árvore enorme (calculei cerca de 25 pessoas para abraça-la) e a Gruta da Cinzas.

Haviam muitas árvores e galhos caídos, também bambuzais, que acabam dificultando a passagem, ainda mais por estarmos com as cargueiras, mas nada que impedisse o caminho.

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Esse trajeto contava com muitas nascentes correndo ao lado da trilha ou cortando-a, assegurando vastas oportunidades para recarregar os squeezes.

Bem ao final, a trilha culminava em uma larga rocha lisa que se arrastava até a foz do Rio Parnaioca, qual estava muito alto pelo mesmo motivo dos demais (tempestade pela manhã), entretanto a correnteza não era forte.

Passamos por ele da mesma forma que no anterior, erguendo as cargueiras e demais equipamentos acima da cabeça – esse foi o rio mais profundo que atravessamos, chegando na altura do peito para mim (lembrando que tenho 192cm). Tivemos que carregar as coisas dos mais baixinhos se não eles ficariam submersos haha.

Gente, a respeito destes rios e das profundidades citadas, eu não sinto que seja uma travessia arriscada – o problema real está em não molhar as cargueiras (e tudo que há dentro delas). E reforçando, pegamos uma época infeliz, com bastante chuva intercalada, fazendo com que o nível de todas as saídas dos rios estivessem acima do normal.

Atravessado o rio, seguimos pela faixa de areia da Praia de Parnaioca até a entrada do Camping da Janete, sinalizado por uma pequena cruz fincada sobre pedras.

Acompanhei um senhor e um doguinho, enquanto ele me falava um tanto sobre o lugar – dizia ele estar fazendo a restauração da cruz, segunda vez que fazia isso na vida, e segundo ele, a mesma tinha mais de 350 anos.

No camping logo seguimos até a recepção onde a dona Janete nos atendeu.

Sobre o CAMPING DA JANETE
Preço da diária: R$ 40,00
Cozinha completa, área coberta, banheiros, lavação, água fria, poucos pontos com tomadas, sem energia (gerador até às 22:00 horas).

CRITÉRIO

Alan

Giovana

Jéssica

Marlon

Média

Localização

10

9

10

9

9,50

Espaço

9

8

10

9

9,00

Segurança

9

9

10

9

9,25

Limpeza

8

7

8

9

8,00

Recepção

10

10

10

10

10,00

Estrutura

8

8

9

9

8,50

Média Geral

9,04


Assim que fizemos o registro, pegamos algumas coisas para beber e partimos para escolher onde iriamos acampar. Nos instalamos e começamos a nos organizar para o banho e depois a janta.

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Um grupo que já estava lá gentilmente nos ofereceu um prato de feijão, que dividimos entre nós (devem ter ficado com pena ao nos ver comendo miojo). 😊

Tratamos os doguinhos que ficavam nos encarrando com o resto da comida (fizemos a mais justamente para sobrar para eles).

Depois disso tudo, segui até a recepção e fiquei por lá mexendo no celular, até que chegou um dinamarquês pedindo informações em inglês – ele queria fazer justamente o trajeto pelo qual viemos no dia, e assim conseguimos transmitir dicas preciosas de como aproveitar melhor a passagem. Depois disso, continuamos conversando sobre diversas coisas até a hora que a dona Janete apontou que estaria desligando o gerador, e desta forma, não restaria muito mais o que fazer além de ir dormir.

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Eu adorei esse dia, afinal foi o primeiro qual completamos uma caminhada – e a noite também se provou muito boa, com tranquilidade e silêncio.

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7º DIA – QUARTA-FEIRA, 09 DE FEVEREIRO DE 2022
CHUVOSO
PARNAIOCA > ABRAÃO

Outro dia que acordei cedinho, o céu estava nublado, e como sempre (sim, vou repetir isso) fui fazer meu café, ajeitei minhas coisas e esperei cada um do grupo ir acordando.

Hoje começamos nossa caminhada saindo de Parnaioca em direção a Dois Rios às 09:40 horas, e depois de lá seguiríamos até Abraão.

A dona Janete nos acompanhou até o início da trilha, que fica aos fundos do seu camping, e nos contou também um pouco da história do local e também deu dicas do que haveria pela frente.

O começo da trilha, que é em mata fechada, obrigando o grupo andar em fila indiana, se dá em uma subida com aclive acentuado por cerca de 50 minutos – e depois disso corre em direção a Dois Rios sem muitas variações altimétricas.

Assim como a trilha do dia anterior, haviam muitas árvores e galhos caídos bloqueando parcialmente a passagem, e também muitas nascentes para nos reabastecer de água.

Apesar dos tracklogs sugerirem uma caminhada de 17km desconsiderando o ataque até Caxadaço (que seria de cerca de 5km ida e volta), a verdade é que ao final de toda a caminhada, e sem fazer esse ataque, percorremos 23km.

O caminho basicamente se dividia em 11km até Dois Rios, e o restante até Abraão (sendo que devemos ter percorrido pouco mais de 1km pelo centro de Dois Rios).

Ainda falando do trajeto inicial, quase chegando em Dois Rios é possível notar a antiga estrada onde algumas décadas atrás passavam carros, mas que agora estão totalmente absorvidas pela selva.

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Passamos por riachos onde se notava a base de antigas pontes, que agora não existiam mais, e em outros casos por cima dessas mesmas pontes ainda resistentes ao tempo.

Chegando em Dois Rios, a sensação era estranha ao ver uma quase cidade estruturada, porém abandonada, com um grande parque central e seu monolito indicando o centro da vila, postes artísticos que remetem a década de 70, e tantos outros pequenos detalhes.

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O antigo presídio se tornou um museu, e haviam algumas poucas casas que traziam o pouco de vida que aquela região tinha.

Nos dirigimos até um bar que servia bebidas, porções e prato feitos (detalhe que as vezes esse lugar não está aberto – não tem uma agenda bem definida). Lá pegamos algo para beber (tudo muito caro – garrafa de 600ml de Heineken por R$ 25,00) e esperamos um pouco para descansar.

Nos encontramos com uma dupla de surfistas que conhecemos em Parnaioca, eles saíram mais cedo e estavam se preparando para seguir por Caxadaço, diferente de nós que estaríamos indo até Abraão.

Além deles, quatro Agentes Penais almoçavam e falavam de política. Ao lado, a viatura, uma picape preta aguardava (há conexão que permite o tráfego de carros entre Dois Rios e Abraão, apesar de exigir que sejam traçados).

Parte do grupo, de novo, estava exausta, e decidiram ir atrás de algum barqueiro que pudesse leva-los até Abraão. Não havia ninguém disponível em Dois Rios, obrigando-nos dessa vez a ter que andar até o destino.

Enfim, o tempo não para, então achei que já era hora de seguir viagem para não atrasar muito nossa chegada. Comentei com o grupo que estaria continuando, e logo meu irmão e minha amiga se mostraram interessados também. Os demais decidiram que ficariam descansando um pouco mais.

Esse trajeto que vai por uma estrada até Abraão consiste basicamente em um grande aclive, e depois um grande declive – sendo que não demorou muito para encontrarmos a saída que levaria até Caxadaço (qual não tomamos).

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Seguimos pela estrada e em certo momento meu irmão decidiu ir na frente, pra chegar mais rápido no camping – eu continuei acompanhando minha amiga, que precisava parar eventualmente.

Assim como no dia anterior, eu estava carregando parte das coisas delas na minha cargueira, a fim de reduzir o peso para ela e conseguirmos andar mais rápido.

Ainda na subida, diria ai na metade, começou uma garoa que logo se tornou em chuva fraca, e conforme continuamos subindo a chuva se intensificou ao ponto de estarmos completamente molhados.

No começo, o frescor da chuva era bem vindo, entretanto, após chegarmos ao topo e começarmos a descida, já eram 18:00 horas e devido ao céu nublado o clima começou a ficar bem mais frio.

A descida era sem dúvidas muito mais fácil, mas devido à forte chuva riachos se formaram na estrada, serpenteando com água barrentas – e isso atrapalhava um pouco na hora de pisar.

O frio se intensificava conforme o tempo passava, e muitos minutos depois, chegamos no mirante que, em tese, permitiria ter uma visão panorâmica de Abraão, mas devido à chuva, nada se podia ver.

Continuamos a descida e quando avistamos a primeira casa pela estrada, já estava escuro. Não demorou para chegarmos exatamente na estrada que levava ao nosso camping.

Chegando lá vi meu irmão ajeitando as coisas dele, e logo segui para um banho quente para tirar o frio dos ossos.

Depois do banho arrumei algumas coisas minhas dentro da cargueira (molharam alguns itens mas foi falha minha), e daí os outros três do grupo apareceram também.

Esperamos todos se arrumarem, e decidimos montar as barracas só depois, pois estávamos com muita fome e combinamos de comer fora. Enquanto isso, a galera do camping nos congratulou pela volta e até pediram para escolher uma música da vitória haha.

Encontramos um restaurante bacana em uma das ruas principais, com preços e comida boa, e também um combo de três caipiras (venenosas) por R$ 20,00 reais.

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Comemoramos nossa quase volta na ilha e depois retornamos até o camping, perto da meia noite, onde um pouco afetados pelo álcool, montamos com sucesso nossas barracas.

Foi uma noite tranquila, e com muito sossego dessa vez.

Editado por Alan Rafael Kinder
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