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Como iniciar a vida de nômade digital?


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Boa tarde galera, meu nome é Raphael e estou organizando os meus planos de viajar mundo a fora. Meu caso é um pouco diferente dos relatos que encontrei até agora por que eu já tenho um emprego que gosto, mas é home office e o horário é bem flexível, então eu queria usar essa liberdade que eu tenho pra viajar (sem prazo pra acabar) e conhecer o mundo, porém sem sair do meu emprego. Uma das desvantagens é que como a maioria dos empregos eu tenho que trabalhar oito horas por dia, mas por outro lado, como eu já disse, o horário é bem flexível e eu posso adaptar essas oito horas a minha realidade.
Queria saber se alguém aqui tem uma realidade parecida ou conhece alguém que tem?

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Geralmente é um tipo de viagem com mais tempo em um único lugar com internet boa. 

 

Até 2016 eu sei que muita gente ia para o Sudeste Asiático. Mas dos casos que já vi, acredito que a maioria eram pessoas com seus próprios negócios. Sem estar preso a um horário, mesmo que flexível.  

 

Mas nada te impede de pegar uns 2 meses e ficar em um casa em frente ao mar. Depois mais 2 meses na montanha.. e assim vai. 

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  • Membros

@_Umpdy Valeu pela dica. Sim, minha idéia é essa mesmo: ficar um tempo no local e não só conhecer, mas tentar sentir o que é viver lá. Um segundo objetivo dessa viajem é realmente experimentar os lugares e se eu realmente gostar de um lugar escolher lá como casa e um dia morar lá mesmo (é claro que nesse caso eu vou ter que provavelmente conseguir emprego lá, entrar em um processo de visto mais permanente, etc).

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  • Membros
4 horas atrás, pmichelazzo disse:

@Raphael Nunes dos Santos

Se você trabalha na área de TI (o que acredito), você se dará bem, principalmente se receber em Euro/Dólar. Quando eu comecei minha vida de "nômade" há mais de 10 anos, era mais difícil que hoje em dia.

Algumas sugestões sobre a vida prática para sua empreitada:

  • Tenha uma reserva para comprar uma passagem de qualquer lugar que estiver o mais breve possível, seja porque você precisa sair de onde está por causa de um conflito, por exemplo, ou porque seus pais faleceram ou coisa do tipo. Mesmo com minha poupança, investimentos e outros, eu mantenho dinheiro vivo guardado para chegar no aeroporto e pegar o primeiro voo que estiver saindo para o Brasil, sem depender de banco, cartão ou qualquer outra coisa (gosto de ser precavido);
  • Tenha um laptop que pode ser consertado em qualquer portinha da esquina. Se você for para a Indonésia, Camboja ou Uzbequistão com um MacBook, terá dificuldade para consertá-lo e as peças são muito mais caras. Isso não quer dizer que precise ter um vagabundo qualquer. Lembre-se que ele é sua ferramenta e seu ganha pão e precisa ter algo que funcione, sempre (o mesmo vale para seu celular).
  • Contrate um serviço de nuvem e VPN. Em alguns buracos do planeta, terá restrições de acesso e uma VPN resolve isso. No caso da nuvem, backup todos os dias, o dia inteiro (pelo menos dos dados). Se roubarem seu laptop ou acontecer uma desgraça qualquer, está resguardado (dizem que só backup e Jesus salvam. Eu só acredito no primeiro ;) )
  • Pouca bagagem. Você não precisará sair de casa com 30 toneladas de tralha. Na minha primeira passagem nômade, cheguei no destino com 18kg de mala para dois anos de vida (que depois percebi que poderia ter deixado uns 6kg para trás). O que fui precisando, comprei no local, inclusive com preço melhor.
  • Respeite sempre as leis locais, principalmente quanto a estadia no país e o que fará lá. Nunca diga que você está "indo trabalhar" pois, como bem comentou, o processo de visto é totalmente diferente. Nada lhe impede de ser turista com um laptop que está usando para ter seu sustento enquanto está em seu destino, porém a maioria dos países, senão todos, exigem um visto especial para trabalho, seja ele remoto ou não.
  • Arrume um cartão de crédito ou faça um seguro de viagem que cobre o mundo todo (isso existe, acredite), preferencialmente um que cubra esportes radicais e também dentistas. Eu tive que extrair um dente no Laos porque quebrou quando mascava uma azeitona e a conta ficou salgada para a seguradora. Além disso, vai que tem a magnífica ideia de pular de bungee jump na Nova Zelândia ou inventa de surfar em Bali :)
  • Mantenha cópia de seus documentos seguros, mas acessíveis, seja numa pasta criptografada, seja num pen-drive (melhor nos dois). Se acontecer de roubarem seu passaporte, ter uma cópia é a forma mais fácil de conseguir um novo em qualquer embaixada brasileira.
  • Faça uma reserva financeira de, pelo menos, seis meses que cubra todos os seus gastos de moradia e alimentação. Isso lhe traz muita tranquilidade para realizar seu trabalho e lhe dá condições de, se perder o emprego, conseguir sobreviver até achar outro. Psicologicamente isso faz uma bruta diferença (aprendi da pior forma, acredite).

Morei em Bali por um tempo e foi uma boa experiência. No período que lá estive, alugava um apto todo mobiliado com Internet, roupa de cama, lavanderia, etc etc etc, que me custava 20% do que ganhava. Em Malta, onde morei por quase 3 anos, a mesma coisa. Um apto todo mobiliado com tudo incluso. Na Holanda, idem.

Para encontrá-los, ficava uma semana em um hotel qualquer e saia procurando um lugar. Normalmente fazia uma pesquisa antes via Internet e já tinha mais ou menos ideia do que poderia encontrar. O que sempre fiz foi fixar um teto para minhas despesas de moradia de forma que, caso acontecesse de eu perder o emprego, tinha condições de me manter. Nunca procurei luxo, mas sempre lugares que não fossem "bimbocas". Sendo um estrangeiro que não fala o idioma local, tudo fica mais complicado e, querendo ou não, as autoridades sempre te olham de forma digamos, diferente.

A vida na estrada é muito legal, porém possui "pegadinhas". Uma delas é o fuso horário que, acredite, fode a pessoa. Precisar trabalhar 8 horas/dia é uma coisa; precisar trabalhar 8 horas/dia no fuso do Brasil é outra muito diferente, principalmente se você está à frente. Eu evito projetos, mesmo recebendo quase todos os dias propostas de trabalho do Brasil, por causa do fuso. 18:00 no Brasil já são 22:00 para mim (no inverno) e isso piora quando se vai para o oriente. Lembro-me da época que estava na Ásia que tinha 12 horas de diferença e até mesmo para conversar com a família era um saco.

Outra "pegadinha" é ter o romance de que irá conhecer o lugar. Claro que conhecerá mais e melhor que qualquer turista, mas não caia no conto de fadas que vivenciará tudo. Você tem 8 horas de trabalho, 8 de sono, 2 para comer e o restante para usar. Muitos acreditam que vão para Bali e tornar-se-ão "locais". Não, não vão. Como dito, conhecerá e vivenciará coisas que poucos turistas podem (como é meu caso que conheço buracos na ilha de Bali que raros são os turistas que lá estiveram), mas penso que é pouco tempo, por causa das restrições imigratórias, para decidir morar. Certo é, se gostar, voltar mais vezes e tentar conhecer mais de onde pode ser sua nova vida. Um exemplo é: se me perguntasse onde moraria em bali, diria que não seria na ilha de Bali, mas sim em Banyuwangi, Java. Menos "crowded", aeroporto próximo, opções de hospital e tão bela e barata quanto Bali. Isso somente descobri estando lá e certamente será isso que acontecerá contigo. O mesmo em Malta. Ao invés de morar em Sliema ou St. Julians, morei em St. Paul's Bay pelos mesmos motivos mas só descobri isso, lá.

Espero que a resposta te ajude, boa sorte e aproveite. O mundo é grande e redondo (ao contrário do que muitos pregam)...

 

Que baita conselho de vida amigo ! ao dono do post, digo que relato mais detalhado que esse dificilmente terá haha ! É isso aí, admiro muito quem não se atém a viver ! Sucesso !

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1 minuto atrás, _Umpdy disse:

@pmichelazzo

O verdadeiro nômade raiz. 😂

Obrigado por compartilhar sua história e mostrar o lado bom e as dificuldades de se tornar um nômade. 

Já fui meu caro, já fui. Hoje, só hotel 4* para cima e premium econômica, no mínimo :)

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  • 4 semanas depois...
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Em 07/12/2021 em 04:17, pmichelazzo disse:

@Raphael Nunes dos Santos

Se você trabalha na área de TI (o que acredito), você se dará bem, principalmente se receber em Euro/Dólar. Quando eu comecei minha vida de "nômade" há mais de 10 anos, era mais difícil que hoje em dia.

Algumas sugestões sobre a vida prática para sua empreitada:

  • Tenha uma reserva para comprar uma passagem de qualquer lugar que estiver o mais breve possível, seja porque você precisa sair de onde está por causa de um conflito, por exemplo, ou porque seus pais faleceram ou coisa do tipo. Mesmo com minha poupança, investimentos e outros, eu mantenho dinheiro vivo guardado para chegar no aeroporto e pegar o primeiro voo que estiver saindo para o Brasil, sem depender de banco, cartão ou qualquer outra coisa (gosto de ser precavido);
  • Tenha um laptop que pode ser consertado em qualquer portinha da esquina. Se você for para a Indonésia, Camboja ou Uzbequistão com um MacBook, terá dificuldade para consertá-lo e as peças são muito mais caras. Isso não quer dizer que precise ter um vagabundo qualquer. Lembre-se que ele é sua ferramenta e seu ganha pão e precisa ter algo que funcione, sempre (o mesmo vale para seu celular).
  • Contrate um serviço de nuvem e VPN. Em alguns buracos do planeta, terá restrições de acesso e uma VPN resolve isso. No caso da nuvem, backup todos os dias, o dia inteiro (pelo menos dos dados). Se roubarem seu laptop ou acontecer uma desgraça qualquer, está resguardado (dizem que só backup e Jesus salvam. Eu só acredito no primeiro ;) )
  • Pouca bagagem. Você não precisará sair de casa com 30 toneladas de tralha. Na minha primeira passagem nômade, cheguei no destino com 18kg de mala para dois anos de vida (que depois percebi que poderia ter deixado uns 6kg para trás). O que fui precisando, comprei no local, inclusive com preço melhor.
  • Respeite sempre as leis locais, principalmente quanto a estadia no país e o que fará lá. Nunca diga que você está "indo trabalhar" pois, como bem comentou, o processo de visto é totalmente diferente. Nada lhe impede de ser turista com um laptop que está usando para ter seu sustento enquanto está em seu destino, porém a maioria dos países, senão todos, exigem um visto especial para trabalho, seja ele remoto ou não.
  • Arrume um cartão de crédito ou faça um seguro de viagem que cobre o mundo todo (isso existe, acredite), preferencialmente um que cubra esportes radicais e também dentistas. Eu tive que extrair um dente no Laos porque quebrou quando mascava uma azeitona e a conta ficou salgada para a seguradora. Além disso, vai que tem a magnífica ideia de pular de bungee jump na Nova Zelândia ou inventa de surfar em Bali :)
  • Mantenha cópia de seus documentos seguros, mas acessíveis, seja numa pasta criptografada, seja num pen-drive (melhor nos dois). Se acontecer de roubarem seu passaporte, ter uma cópia é a forma mais fácil de conseguir um novo em qualquer embaixada brasileira.
  • Faça uma reserva financeira de, pelo menos, seis meses que cubra todos os seus gastos de moradia e alimentação. Isso lhe traz muita tranquilidade para realizar seu trabalho e lhe dá condições de, se perder o emprego, conseguir sobreviver até achar outro. Psicologicamente isso faz uma bruta diferença (aprendi da pior forma, acredite).

Morei em Bali por um tempo e foi uma boa experiência. No período que lá estive, alugava um apto todo mobiliado com Internet, roupa de cama, lavanderia, etc etc etc, que me custava 20% do que ganhava. Em Malta, onde morei por quase 3 anos, a mesma coisa. Um apto todo mobiliado com tudo incluso. Na Holanda, idem.

Para encontrá-los, ficava uma semana em um hotel qualquer e saia procurando um lugar. Normalmente fazia uma pesquisa antes via Internet e já tinha mais ou menos ideia do que poderia encontrar. O que sempre fiz foi fixar um teto para minhas despesas de moradia de forma que, caso acontecesse de eu perder o emprego, tinha condições de me manter. Nunca procurei luxo, mas sempre lugares que não fossem "bimbocas". Sendo um estrangeiro que não fala o idioma local, tudo fica mais complicado e, querendo ou não, as autoridades sempre te olham de forma digamos, diferente.

A vida na estrada é muito legal, porém possui "pegadinhas". Uma delas é o fuso horário que, acredite, fode a pessoa. Precisar trabalhar 8 horas/dia é uma coisa; precisar trabalhar 8 horas/dia no fuso do Brasil é outra muito diferente, principalmente se você está à frente. Eu evito projetos, mesmo recebendo quase todos os dias propostas de trabalho do Brasil, por causa do fuso. 18:00 no Brasil já são 22:00 para mim (no inverno) e isso piora quando se vai para o oriente. Lembro-me da época que estava na Ásia que tinha 12 horas de diferença e até mesmo para conversar com a família era um saco.

Outra "pegadinha" é ter o romance de que irá conhecer o lugar. Claro que conhecerá mais e melhor que qualquer turista, mas não caia no conto de fadas que vivenciará tudo. Você tem 8 horas de trabalho, 8 de sono, 2 para comer e o restante para usar. Muitos acreditam que vão para Bali e tornar-se-ão "locais". Não, não vão. Como dito, conhecerá e vivenciará coisas que poucos turistas podem (como é meu caso que conheço buracos na ilha de Bali que raros são os turistas que lá estiveram), mas penso que é pouco tempo, por causa das restrições imigratórias, para decidir morar. Certo é, se gostar, voltar mais vezes e tentar conhecer mais de onde pode ser sua nova vida. Um exemplo é: se me perguntasse onde moraria em bali, diria que não seria na ilha de Bali, mas sim em Banyuwangi, Java. Menos "crowded", aeroporto próximo, opções de hospital e tão bela e barata quanto Bali. Isso somente descobri estando lá e certamente será isso que acontecerá contigo. O mesmo em Malta. Ao invés de morar em Sliema ou St. Julians, morei em St. Paul's Bay pelos mesmos motivos mas só descobri isso, lá.

Espero que a resposta te ajude, boa sorte e aproveite. O mundo é grande e redondo (ao contrário do que muitos pregam)...

 

Valeu demais. São muitas dicas. Vou anotar todas e botar em prática

  • Obrigad@! 1
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  • 3 semanas depois...
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Acho que a galera aqui já respondeu. Mas quando eu penso em me tornar nômade digital, a primeira coisa que eu penso é procurar um lugar/país que tenha uma internet boa. Sem internet fica impossível trabalhar.

E sobre o que fazer acredito que existem diversas possibilidades: marketing de influência, marketing de afiliados, redator, editor de fotos e vídeos, etc.

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