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Soroche, Mal de Altura ou Mal da Altitude


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  • Membros de Honra

O mundo alto é diferente do mundo baixo. Mesmo não sendo inviável para nós, é diferentes. E nosso organismo pode ou não pode ser muito flexível para com essas mudanças. Ainda mais quando não lhe damos muito tempo para se acostumar. Esse tempo necessário varia de pessoa para pessoa e até de ocasião para ocasião (e altitude para altitude). Em resumo, você nunca pode saber se, como e quando será afetado(a) pela altitude.

 

O Sherpas nepaleses estão mais ou menos adaptados à altitude, mas não somos sherpas, então é bom levar o ambiente à sério. Principalmente se já possuímos problemas em nosso ambiente de vivência. Certas dificuldades de funcionar no ambiente "normal" poderão ou não ser piores em outro ambiente.

 

Quando eu viajo, a primeira coisa que sente a diferença é minha digestão e... bom... defecção. Mas a última vez foi MUITO melhor que a primeira, então pode ser que o fator psicológico tenha seu papel em problemas do corpo em viagens.

 

Remédios ajudam, mas não adaptam o organismo. Eles apenas tiram o desconforto, justamente o "relatório" do corpo nos dizendo como ele está respondendo ao novo ambiente. Em crises sérias, remédios podem ser verdadeiros salvadores, mas NÃO para continuar subindo. Salvadores porque assim você pode descer para altitudes mais confortáveis.

 

Existem três regras para AMS, que, sugere-se, sejam seguidas por todos:

 

1) Se se sente mal e não tem médico perto, assuma que é AMS.

 

2) Nunca suba se sentindo mal.

 

3) Se está se sentindo cada vez pior, desca imediatamente.

 

Não há provas de que asmáticos sejam especialmente afetados pela altitude. Pelo menos não nos sites sobre AMS que visito. Alguns até observam que o ar mais limpo e leve da altitude é benéfico para asmáticos. Mas, idem, sem provas. Algumas vezes a asma pode ser confundida com um sintoma de AMS. E vice-versa.

 

Nesse caso sugiro a regra 1: se não sabemos o que é, é AMS. Não seria muito aconselhável sentir um sintoma de asma parecido com um sintoma de asma, continuar subindo porque está se medicando contra asma e no fim AMS continua acumulando.

 

Para quem sofre de obstrução das vias respiratórias de maneira crônica pode experimentar uma piora em altitude. Levar medicamentos apropriados e consultar seu médico antes de viajar.

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  • Membros de Honra

O ogum está certo. Em time que está ganhando, não se mexe.

 

Além disso, vejo muito problema logístico com essa de tirar e pôr sangue. Cê vai levar o sangue consigo e mete-lo pouco antes de subir aos 3000m? ou vai ficar ali, abaixo dos 3000m, por vários dias, com sangue extra?

 

A adaptação biológica dos povos andinos, se for como os Sherpas, não é apenas na produção dessas substâncias, eles possuem mais mecanismos operando, tipo maior capacidade pulmonar, coração, etc... e eles SOFREM com altitude. É apenas recente e graças ao turismo que Lobuche tem sido habitado durante todo ano. Antes era só base provisória, para pastar as manadas.

 

Lá tinha essa também: neguinho sem preparo e/ou sem tempo e/ou com grana pegam avião em Kathmandu, voam prá Lukla, 2800m, andam no dia seguinte até Namche, 3400m, passam a noite lá e, muitas vezes, vão logo prá Tengboche, 4000m. Como AMS é cumulativa e não instantânea, de Tengboche em diante é só alegria de AMS. Cansei de ver gente com sinais primários de AMS nas pensões por lá... se sentiam bem e acham que pode ir pro EBC na garra. Uma roleta russa.

 

Eu quase que desço com meu irmão de Dingboche, 4400m, porque ele tinha UM POUCO de dor-de-cabeça e ALGUMA insônia. Era tipo meia-noite quando ele me acordou. Assumi imediatamente ser AMS e conversamos sobre o assunto. Peguei o guia do LP que tinha muito sobre o assunto, fizemos um check-list dos sintomas. Insônia e dor-de-cabeça estavam fracas, mas eram parte de AMS nos estágios iniciais. Ou podiam ser parte. Dei Diamox e Paracetanol e ficamos observando. Ele se acalmou, se sentia melhor. Decidimos dormir e ver como ele acordava de manhã.

 

Acordou normal, sem nada. Disse que dormiu bem o resto da noite e que a dor-de-cabeça tinha sumido.

 

Eu que dormi pouco, com receio e fazendo preparativos mentais para uma descida no meio da noite... Levar água, comida e casacos. O resto ficaria na pensão.

 

No fim deu tudo certo. Não sabemos se era AMS ou não, mas a dor-de-cabeça sumiu, fizemos uma grande caminhada de aclimatação no dia seguinte à essa noite (que já tinha sido planejada ANTES dos sintomas surgirem). 10 horas de caminhadas, Chokung adentro, com dois picos inclusos, de 5300 e 5900 metros. Voltamos só o bagaço prá Dingboche, mas a janta foi homérica e em NENHUM momento deixamos de beber água e tirar pausas curtas. Era nosso SEGUNDA noite em Dingboche e ela seria crucial para determinar se no dia seguinte subiríamos para Duglha, 4900m. Passamos o dia andando alto, comendo e bebendo, principalmente bebendo, muito. Dormimos feito anjos e acordamos novos em folha e fomos prá Duglha.

 

Durante todo resto da parte alta do trek, uns 10 dias, estivemos SEMPRE acima dos 4000m e nada parecendo AMS apareceu. Falta de ar e coração batendo forte sim, mas era só parar por uns segundos e tudo normalizava. Se tivéssemos uns 15kg nas costas ao invés de 25kg, acho que teria sido mais fácil de respirar...

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  • Membros de Honra

Outra coisa que o ogum está certo é que sim, AMS nos dá MUITOS sinais antes de atingir o estado sério e mortal, de edemas pulmonares e cerebrais.

 

Ao invés de considerar tirar e pôr sangue, é mais fácil, seguro, correto e, para mim, agradável (já que posso então explorar o local) subir devagar, comer e beber bem.

 

Caminhe alto e durma baixo.

 

Beba muitos líguidos.

 

Se alimente bem.

 

Se fizer isso, acho que estará criando ALTAS possibilidades de aclimatar satisfatoriamente.

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  • 4 meses depois...
  • Membros de Honra

huahuahuauha.....separe ao menos 1 dia de sua viagem pra passar mal.....essa foi otima!!!!!! ( e é verdade...siga esse conselho...rsss).

 

Soroche Phills é MUITO bom...minha viagem se dividiu em antes e depois das pilulas. Foi como tirar a dor de cabeça e a aritmia com a mão.

 

Masquei folha de coca e não achei grande coisa, não notei diferneça nos sintomas....mas o chá de folhas verdes feito na hora fazia uma diferneça enorme.

 

Na dúvida...soroche phills no bolso...eu tomava de 5 em 5 horas ( em média)...passei MUITO MAL NO 1º dia mas no 2º já deu pra começar a viagem de fato.

 

p.s: VAREJA...saudades sua!!! Boas trips pra 2008.

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  • 5 meses depois...
  • Colaboradores

Ola turma, estou chegando agora.

O Hendrik e Juliano colocaram muito bem, com detalhes, sobre aclimatação. Acrescento que para segurança de aclimatação, é importante ficar dois dias (dormir duas noites), , nas ALTITUDES de 3000 e 4000 metros. No trek do Acampamento Base Everest, seria em Namche Bazar, e depois Dingboche. A maioria das excursões respeitam esse roteiro, mas já vi algumas que saltam a etapa de 4000m, o que seria pior. O Hendrik ficou até mais dias, o que é bom, mas alguns não terão o tempo.

 

O Diamox na dose de 125mg de 12 em 12 horas pode ser util na aclimatação sim, sem mascarar. Porque ele acidifica o sangue, reduzindo a alcalose (oposto de ácido). É útil de dia e mais ainda à noite.

Esta alcalose acontece com todos que estão respirando mais frequente e com mais volume (hiperventilação). Essa hiperventilação provocando a alcalose, à noite, durante o sono, poderá provocar a respiração de Cheyne-Stokes: A pessoa hiperventila pela necessidade de oxigênio, fica com sangue alcalino (com pouco CO2-hipocarbia) que INIBIRÁ a respiração, e após alguns segundo com pausa, sem respirar, o cérebro sentirá o sangue mais ácido, e voltará a respirar de novo, fazendo o ciclo (respira rápido, redução da respiração, para------ pausa respiratória -----, respira novamente, aumentando a frequência, recomeçando o Ciclo)

 

Essa pausa às vezes é meio longa, assusta muita gente, mas não tem risco!!

 

Lógico que o Diamox MEIO comprimido de 250mg, acidificando, fará que a pessoa durma melhor, reduzindo ou eliminando as pausas respiratórias, e consequentemente oxigenando bem todo o corpo, para restaurar durante a noite o que gastou durante o dia (musculos, etc), e produzir mais hemacias... E um SONO melhor!

 

Lembrar que remédios para dormir, CALMANTES são PROIBIDOS. (Aí sim, reduzem a respiração mais ainda, com risco de morte). Os especialistas dizem que "calmante para as montanhas" é o DIAMOX !!

 

Penso em ir pro EBC, e JÁ havia pesquisado a auto-hemotransfusão que o Ricardo falou: Faz sentido teórico, não vi relatos, e acho que não devemos inventar a roda. Se fosse excelente, já era rotina fazer. Em 21 dias você já teria resposto seu sangue, e se receber a transfusão neste momento, na sua cidade, ficaria com EXCESSO de glóbulos vermelhos (poliglobulia), que faz o sangue ficar mais viscoso, e teria um risco maior de trombose venosa durante um voo longo, inativo numa poltrona. Poderiamos fazer a reposição de uma quantidade menor (meia bolsa de hemacias?), mas creio que o ritmo natural deve ser melhor...

 

A aspirina não ajuda na aclimatação, e ela não "afina" o sangue, apenas reduz a capacidade de surgir coágulos (trombos), que poderia ser útil em sangue viscoso arterial, mas não em sangue venoso.

PORTANTO o MELHOR de tudo é HIDRATAR ( 4 litros ou mais): assim você DIMINUI a VISCOSIDADE do sangue ARTERIAL e Venoso, facilitando a circulação pelas extremidades, por todo o corpo, REDUZINDO inclusive o ESFORÇO do coração. Sangue mais viscoso = mais cansaço. Sangue mais hidratado = Menos cansaço, melhor perfomance.

 

Aliás, falando em perfomance, o mal das altitude costuma ser mais frequente em que está melhor preparado porque ele sobe mais depressa, exagera nos esforços, faz mais estrepolias. O mais fraquinho, vai passo a passo, descansando... Nos primeiros dois a treis dias de aclimatação é recomendado não fazer muito exercício ( Himalyan Rescue Center).

 

E a máxima: Andar ALTO (força o organismo, que estabelerá um novo nível, nova "meta bioquímica"), e Dormir BAIXO ( permite que o organismo responda melhor às novas exigências, tendo mais oxigenação em altitude menor).

Espero ter contribuido.

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  • Membros de Honra

E lembrar que aclimatar não é passar o dia parado. Caminhar, mesmo que por poucas horas, devagar, sem pressa, mochila mais leve, é garantir mais ainda aclimatizar.

 

A trilha Lukla-Namche é UMA trilha. A província nepalesa habitada pelos sherpas onde essa trilha se encontra na verdade é formada por VÁRIAS trilhas. A região toda é uma rede de trilhas que levam de vilarejo prá vilarejo. Enquanto aclimatisando em Namche, vale a pena caminhar em volta. Se quiser, pode até tentar um 4000 metros indo prá vila de Thami, dormir lá e descer no dia seguinte prá dormir em Namche de novo. O mosteiro budista que eles tem encravado numa encosta é massa!

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  • Colaboradores

Eu havia pensado na auto hemotransfusão, antes de ler o tópico de Ricardo. Aprofundei mais na pesquisa, inclusive sobre o hormonio Eritropoetina, que irá estimular a produção de hemácias. A eritropoetina já começa a ter seu valor mais elevado logo no início.

Mas para surpresa minha, na altitude, o sangue só começará a ter suas hemácias aumentadas, à partir de semanas (do 10º ao 15º dia, lentamente), e só após meses chegará ao máximo.

 

As adaptações iniciais mais conhecidas são principalmente da:

1) hiperventilação, com aumento da frequencia, e da amplitude respiratória, podendo aumentar de 2 a 5 vezes a capacidade respiratória, comparando com a do nível do mar.

2) do uso mais efetivo de áreas de pulmão (que não usamos 100% na baixa altitude, seria uma reserva natural nossa),

3) uma adaptação das enzimas no sistema celular(mitocondrias, etc), promovendo um melhor aproveitamento do oxigénio e glicose.

4) outras, como maior trabalho cardíaco, diurese aumentada de elementos alcalino, para normalização do PH, etc, etc.

 

É importante antes de viajar, verificar se não está com tendência à anemia, e talvez a prescrição de sulfato ferroso, e ou Ac. Fólico, por médico Hematologista, possa contribuir.

 

LEMBRAR também o óbvio: Calor ou frio extremo, febre ou ansiedade elevam a demanda de oxigênio pelo organismo. Aí vai precisar respirar mais, vai cansar mais depressa... Evitando essas situações, irá melhorar o folego...

 

E para os asmáticos, ou mesmo quem não é, o uso de máscara ou lenço no nariz , de lã ou seda, protege, quando o caminho é cheio de poeira! Depois tentarei abordar sobre a tosse da montanha...

 

Como controle da Hidratação, a MELHOR maneira de controlar a quantidade de líquido que está tomando, é pela cor da urina: ela deve ficar clarinha, quase branca. E a pré hidratação (beber 1 a 2 litros antes de sair andando), já contribui com os 4 a 5 litros ou mais que terá que carregar, e à noite beber mais... Varios sites são bons, mas esse em ingles está muito bom: (http://www.mounteverest.net/expguide/cure.htm)

 

Café, chocolate, e alguns chás são diuréticos, e não pode-se contar o quanto bebeu, do mesmo modo que fosse água.

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  • 3 meses depois...
  • Membros de Honra

Não... Altitude depende de pessoa pra pessoa.

 

E mesmo assim, uma pessoa pode viajar pra 4000 metros e não passar nenhum mal, mas quando volta aos 4000, um ano depois, não quer dizer que não vá passar mal.

 

Isso é uma coisa que nunca vai saber.

 

Medicamentos:

 

Citoneurin 5000 o principal, que nada mais é que uma dose gigante de vitamina B1+ B6 + B12. Essa vitamina, é muito melhor que qualquer Diamox (remédio controverso para Glaucoma) e acelera muito mais o sistema cardíaco e respiratório. Eu disseminei essa vitamina e já tinha grande número de escaladores que estávam tomando, pois é um forte doping natural, além de fazer bem e o excesso de vitamina ser liberado tranquilamente do corpo via urina.

 

A vitamina B12 aumenta muito a produção de Glóbulos Vermelhos.

 

OBS: Já usei Diamox e o Citoneurin é muito melhor.

 

Soroche pills ou Sorojchi Pills, cada cápsula contém Acido Acetilsalicílico 325 mg + Salofeno 160 mg + Cafeína 15 mg. Esse serve pra mascarar dores de cabeça, enjôos e tudo mais.

 

Chá ou mate de coca. Muito bom, mas nada de saquinho e chá amarelo. Compre um saco de folhas, um mergulhão (foto abaixo) e uma boa e grande caneca de louça ou vidro. Mergulhe o aparelho, ligue na tomada e deixe uns 3 minutos pra água ferver. Desligue da tomada, tire o aparelho e jogue umas 30 folhas pra 500ml. Deixe até que as folhas estejam no fundo do recipiente. Ai é só beber.

 

Desse jeito, vai ver o que é um chá de coca de verdade e conhecer seus efeitos, como acabar com todo mal de altitude e dar muita, mais muita energia.

 

Nome em Espanhol: Calentador Eléctrico Espiral. Vende muito ao lado do mercado das bruxas.

 

Dexametasona, não vou entrar no mérito, pois é um medicamento muito emergencial pra montanha. Já tomei quando tive edema, mas depois vieram os famosos problemas na imunidade do organismo.

 

Mergulhão:

 

mergulhao.jpg.f2b82cc1854c69d1c081b635cecd29dd.jpg

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  • 2 semanas depois...
  • Membros de Honra

Não vejo muito problema não...

 

Nunca se sabe se vai sofrer quase nada ou muito o mal de altitude.

 

No post acima, eu escrevi algumas coisas que vc pode usar.

 

O Citoneurin 5000 é vitamina. Não há mal em tomar. Diamox sim !!!

 

Aspirinas é obrigatório levar. E além do mais, mal de montanha se resolve descendo. Não há grandes problemas.

 

Pode chegar tranquilo, ver como vai se sentir e se não estiver ok... Passa pro chá de coca. Não resolvendo passa pra Aspirina. Não resolvendo... Espera mais um pouco e tenta ficar em repouso. Não dando certo, pode procurar um hospital e pedir pra usar uma câmara hiperbárica.

 

É bem engraçado. Te botam num saco de dormir de borracha e uma pessoa fica do lado de fora bobeando ar pra dentro até virar um balão e criar um clima atmosférico parecido com o nível do mar. Melhora muito, mas por pouco tem.

 

Se depois disso tudo não melhorarem os sintomas de dor de cabeça forte que não passa com nenhum medicamento, tosse seca e com espuma avermelhada de sangue, dor na nuca muito forte e coisas assim...

 

Ai é melhor pegar um bus e descer pra uma cidade mais baixa. Esse é o melhor remédio.

 

Agora... Mal de altitude, em geral é bem tranquilo. Poucas pessoas tem problemas realmente graves. Dor de cabeça, falta de apetite, insonia e enjôo nos primeiros dias é muito comum e não é nada sério.

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  • Membros de Honra

Quando está tossindo e saindo espuma avermelhada já está provavelmente com edema pulmonar.

 

O tratamento pode ser feito pelo Gamow Bag (câmara Hiperbárica), pois vai melhorar muito, mas se os sintomas voltarem... A única solução é descer !!!

 

DSCN3099.JPG.1fe11cd93cacc7b323bbd5eb1442d171.JPG

 

 

 

 

 

Texto da Internet:

 

É raro experimentar mal de altitude abaixo dos 2.400m. As elevações capazes de causar problemas se dividem em três categorias: moderadas, entre 2.400 e 3.600 metros; altas, entre 3.600 e 5.400 metros; e extremas, acima do 5.400 metros. O Mal de Altitude é resultado direto da pressão atmosférica reduzida que se verifica nessas elevações. Embora a percentagem de oxigênio no ar permaneça praticamente constante, a 21 por cento, a quantidade real de oxigênio que inalado diminui com o declínio da pressão atmosférica. Pressões menores deixam o ar menos denso, e o corpo obtém menos moléculas de oxigênio a cada inspiração. Tempestades causam quedas adicionais na pressão atmosférica, aumentando o desconforto dos escaladores em altas elevações.

 

A primeira parte do corpo a reclamar da quantidade reduzida de oxigênio no ar é o cérebro, que utiliza 20 por cento de todo o oxigênio consumido. Para compensar a redução no oxigênio, os vasos sangüíneos que suprem o cérebro se dilatam para permitir que mais sangue - e, conseqüentemente, mais oxigênio - chegue à cabeça. O cérebro superalimentado começa a inchar, resultando no primeiro e mais comum dos sintomas do mal de altitude: a dor de cabeça. O inchaço progressivo do cérebro pode levar finalmente ao Edema Cerebral (HACE), caracterizado por dores de cabeça severas, vomito, confusão, perda de coordenação, tontura e, se não for tratado à tempo, inconsciência, coma e morte.

 

Os pulmões, que oxigenam todo o sangue do corpo, também requerem maior fluxo sangüíneo quando o oxigênio do ar está menos disponível. O aumento do fluxo sangüíneo nos pulmões pode causar o vazamento de fluidos dos vasos sangüíneos para os espaços de ar, produzindo Edema Pulmonar de Altitude (HAPE - High Altitude Pulmonary Edema). Os fluidos obstruem e dificultam a difusão do oxigênio para o sistema sangüíneo, piorando o débito de oxigênio presente no organismo.

 

Inicialmente a vítima do Edema Pulmonar perceberá marcante falta de ar ao menor esforço e desenvolverá uma tosse seca e cortante. Com o acumulo de quantidades maiores de fluido nos pulmões, a vítima apresenta respiração ofegante mesmo em períodos de descanso, e uma tosse que produz escarro espumoso, geralmente avermelhado. A vitima torna-se ansiosa, não consegue descansar, e tem um pulso rápido e martelado. Pode ocorrer cianose (coloração azulada dos lábios e sob as unhas, indicando oxigenação pobre do sangue). O Edema Pulmonar, HAPE, geralmente aparece dentro de um ou dois dias após a ascensão, mais comumente na segunda noite. Se o paciente não descer para elevação mais baixa, distúrbios severos da respiração, confusão e morte podem ocorrer rapidamente. Embora o Hape seja a causa mais comum de mortes relacionadas com altitude, quando reconhecido à tempo e tratado adequadamente, sua cura é fácil e completa.

 

Nem todo mal de altitude é severo. O mal de altitude moderado, conhecido como Mal de Montanha Agudo (AMS - Acute Mountain Sickness), é comum em viajantes que ascendem rapidamente à elevações acima dos 2.400 metros. O paciente típico sofre de dor de cabeça, dificuldade para dormir, perda de apetite e náusea. Enxaquecas são causadas por problemas vasculares e podem ser distinguidas das dores provocadas por AMS por tenderem a ser localizadas - atrás de um olho, por exemplo - Dores de cabeça por AMS são mais globais. A enxaqueca não evolui para HAPE ou HACE, e não determina a descida imediata, embora a descida cause alívio da dor. Havendo dor de cabeça severa de qualquer tipo, não continue a subir. Se os sintomas não melhorarem dentro de dois dias à mesma elevação, ou piorarem, desça imediatamente.

 

Os pacientes de AMS comumente manifestam uma alteração em seu padrão de sono, conhecida como respiração periódica (Cheyne-Stokes breathing). O sono torna-se espasmódico, associado a um padrão respiratório irregular, caracterizado por períodos de ritmo mais rápido alternados com períodos sem respiração - muito desconcertante para seu colega de barraca.

 

O sintoma que mostra mais seguramente, por si só, a progressão do mal de altitude, de moderado para severo, é a perda de coordenação. O indivíduo tende a cambalear, tem problemas de equilíbrio e é incapaz de andar em linha reta. Não é surpresa que muitas tragédias em expedições de alta montanha se devam em parte a mau julgamento e perda de coordenação, resultado da falta de oxigênio e mal de altitude.

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