Colaboradores Cessil Postado Janeiro 29, 2011 Colaboradores Postado Janeiro 29, 2011 Fonte: Folha.com.br http://www1.folha.uol.com.br/mundo/867930-novo-governo-nao-cessa-confrontos-no-egito-e-mais-pessoas-morrem.shtml 29/01/2011 - 20h06 Novo governo não cessa confrontos no Egito e mais pessoas morrem DE SÃO PAULO COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Pelo menos 12 pessoas morreram durante confrontos com a polícia neste sábado em Beni Suef, a 140 km da capital Cairo, de acordo relatos de fontes médicas e das forças de seguranças às agências internacionais. Os protestos fazem parte das manifestações populares que pedem mudanças políticas, e que forçaram o presidente Hosni Mubarak, no poder desde 1981, a indicar um novo primeiro-ministro e um novo vice-presidente. O ex-ministro da Aviação Ahmad Shafic, o novo premiê, terá a missão de formar um novo governo ao lado do novo vice-presidente, o ex-chefe dos serviços de inteligência Omar Suleiman, que segundo analistas ocidentais pode vir a comandar o país numa eventual renúncia do mandatário que está há 30 anos no poder. A troca de cadeiras não encerrou, no entanto, as manifestações no Cairo e em outras regiões do país. Os confrontos com as forças de segurança que já resultaram em 38 mortes nesta semana, além de milhares de feridos. Algumas agências internacionais, citando fontes médicas, mais que dobram essa cifra. A agência France Presse, com base em consultas aos hospitais, aponta 92 mortes desde terça-feira, sendo 23 somente neste sábado -- 12 em Beni Suef, onde manifestantes tentaram atacar duas delegacias de polícia-, além outras três no Cairo, três em Rafah e cinco em Ismailiya -- todas por conta desses confrontos. Já a Reuters, até o início deste sábado, informava 74 mortes, citando uma fonte médica que falou sob anonimato. Mubarak afirmou na sexta que as demonstrações mostram que as pessoas querem 'mais empregos, preços mais baixos, menos pobreza'. 'Sei que todas essas questões sao necessárias, e trabalho por elas todos os dias. Mas não posso permitir saques e incêndios em locais públicos, afirmou. Seguindo as ordens de Mubarak os ministros do governo egípcio, incluindo o premiê Ahmed Nazif, apresentaram sua renúncia neste sábado, abrindo caminho para a formação de um novo governo. REPERCUSSÃO INTERNACIONAL Milhares já se manifestaram em todo o mundo pedindo a saída de Mubarak e se solidarizando com os protestos populares nesse país. Nos países próximos, Iêmen e Jordânia, no Reino Unido e nos EUA, muitos se reuniram em frente a representações diplomáticas. Em Nova York, centenas se reuniram frente a sede das Nações Unidas, brandindo cartazes em que se poderia líder"Egito livre já", "Não à ditadura" e "Mubarak, vá embora já". Na Jordânia, Hamman Saeed, o líder da Irmandade Muçulmana, de oposição ao governo do rei Abdullah 2º --aliado de Washington- disse que as revoltas no Egito devem se espalhar por todo o Oriente Médio, levando os árabes a se rebelar contra seus líderes 'tiranos' aliados aos Estados Unidos. O presidente americano, Barack Obama, disse em pronunciamento na Casa Branca nesta sexta-feira que o ditador egípcio, Hosni Mubarak, deve cumprir as promessas feitas hoje à nação e dar 'passos concretos' pela reforma política do país, pela promoção da democracia. 'O que é necessário agora são passos concretos para o avanço dos direitos do povo egípcio. Falei com ele [Mubarak] depois do discurso, e disse que agora ele tem a responsabilidade de dar sentido a essas palavras', disse Obama no discurso na Casa Branca. Aliado importante dos EUA na região, o rei Abdullah, da Arábia Saudita, onde Ben Ali estaria exilado, minimizou as revoltas no Egito ao classificá-las como 'bagunça'. Durante conversa ao telefone com Mubarak, ele denunciou 'intrusos' que estariam 'bagunçando a segurança e a estabilidade do Egito (...) em nome da liberdade de expressão'. A Arábia Saudita 'apoia com todos os seus recursos os governo e o povo do Egito', destacou Abdullah. Infelizmente um país tão incrível está sempre às voltas com eventos desse tipo. Que essas mortes não sejam em vão e que o povo desse país alcance a liberdade.
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