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Parque Nacional do Itatiaia - Pico das Agulhas Negras e Prateleiras (2 dias)


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Foda né cara? Fiquei pensando em como o Brasil é cheio de atrativos naturais, e em vez de apoiar e fortalecer isso, despreza como todo o resto.. é triste. 

Quando ao pico, não deixe de ir quando tiver a oportunidade, é surreal! Gostei muito de lá.. 

Abraço! 

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Vc tem o contato do guia?

Em 09/09/2021 em 09:46, Marco_AV disse:

Fala pessoal! 

Faz um tempo desde minha última postagem.. pandemia postergou várias viagens planejadas, mas aqui estamos para mais um relato! Apesar de já ter feito algumas trilhas e escaladas em algumas viagens, como por exemplo a Table Mountain na África do Sul e o Monte Etna na Itália, essa foi a primeira viagem que fiz especificamente para isso, portanto, merece um relato mais detalhado, principalmente para aqueles que, assim como eu, são aventureiros de primeira viagem. Sem mais delongas, vamos ao relato! 

Bom, eu e mais um amigo, após descobrir sobre o Parque Nacional do Itatiaia (1° parque nacional do Brasil que abrange três estados do Brasil, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), ficamos ansiosos para fazer as trilhas do parque. Alguns pontos aqui.. Eu achei muito mal explicado as coisas no site do parque, tive que caçar diversas fontes de informações pra conseguir ir certinho. Pela lista de guias do site, fechamos com o guia Ian, da agência Bem da Terra, e acabamos acertando em cheio.. o guia era super gente boa e atencioso! Ficou R$ 450,00 para duas pessoas para irmos na segunda-feira ao Pico das Agulhas Negras. É necessário também ingresso para entrar no parque, que estava incluso nesse valor, e pedimos ao guia para comprar um dia a mais de visitação, o que nos poupou um tempo extra de ter que fazer isso na hora. Um casal de amigos meus foram ao parque recentemente e me recomendaram a Pousada Bululu, onde ficamos também. O dono, Bululu é um cara muito simpático e fez toda diferença durante nossa estadia.. a pousada fica à 20 minutos da entrada da estrada que vai pro parque e cerca de 5 minutos do centro da cidade. Pagamos R$ 260,00 a diária para duas pessoas com café da manhã incluso.. destaque para a pousada: 

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Vista da pousada acima.. passa um riozinho bem do lado. 

Escolhemos o feriado de 7 de setembro, saímos no sábado, com retorno previsto para a terça-feira. Existem algumas maneiras de chegar no parque.. como saímos de Campinas, fomos pela Dom Pedro / Dutra.. escolha errada. Pegamos muito trânsito, mesmo saindo no sábado, levando em torno de 6 horas pra chegar em Itamonte (Aqui vale uma ressalva.. o parque é muito grande, então dependendo do atrativo que você quiser visitar, é recomendado ficar na cidade mais próxima e, no nosso caso, Itamonte era essa cidade.. que fica em Minas Gerais). Chegando na cidade, passamos no mercado para comprar comida para os dias do parque (coisas pra lanches, frutas, água, castanhas, etc.). 

1° Dia - Prateleiras

Bom, como tínhamos um dia longo pela frente na segunda-feira, queríamos conhecer o parque e fazer alguma trilha mais tranquila e menos cansativa no domingo. Saímos da pousada às 9 horas e fomos em direção ao parque.. após 20 minutos na estrada, a entrada do parque fica à 15 km em uma estrada muito (MUITO!) ruim.. leva em torno de 1 hora para percorrer esses 15km.. é triste de ver a situação precária da estrada, considerando que é uma BR. O desprezo é um espelho do que acontece em várias áreas do país.. mas, enfim. Chegamos na entrada do parque por volta das 11 horas (quase sempre pega-se fila pra entrar no parque, precisa preencher alguns termos, dizer qual atrativo você vai, etc.), estacionamos logo na entrada.. outro ponto a ressaltar aqui. O parque é muito grande.. da entrada do parque até o Abrigo Rebouças que é o mais próximo das trilhas dá em torno de 3km, ou seja, pra ir e voltar pra entrada são 6km que você terá a mais além do percurso da trilha, então, procure parar o mais próximo possível do começo da trilha que você for fazer. Acabamos optando pelo Pico das Prateleiras, onde à princípio iriamos até a base dela, pois até o cume precisaria de guia e seria mais exaustivo também. A ida até a base é bem tranquila.. leva em torno de 1 hora.. porém, chegando lá, quisermos ir um pouco mais, e desse pouco mais, acabamos indo até o cume 😬, pois nos enturmamos com um pessoal que estava com guia e acabamos indo junto.. Valeu todo o esforço que não tínhamos planejado (e que não foi pouco!). A vista de lá era surreal! 

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Ao longo da trilha.

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Há alguns trechos como esse, onde você tem que passar por dentro das rochas. 

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Vista do cume. Observação para a caixa metálica, onde contém um livro que as pessoas que sobem podem assinar, deixar alguma mensagem, etc.

Na volta do cume, o pessoal ia fazer um rapel em um dos pontos e nos seguimos sem eles.. quando chegamos na base, a gente não conseguia encontrar o caminho de volta e aqui fica um adendo.. o Prateleiras é muito mais simples do que o Agulhas Negras, mas, sempre optem por um guia, ou alguém que já conheça o percurso para evitar se perderem igual aconteceu com a gente. Por sorte, tinham algumas pessoas lá que nos auxiliaram na volta.. Todo esse percurso, até o carro que estava quase na portaria 😪 levou em torno de 5/6 horas, mais 1h30 até a pousada, chegamos em torno das 18:30. Resumindo, tínhamos um longo dia pela frente na segunda e chutamos o balde no domingo, rs. Mas, valeu todo o esforço! E um check em um dos atrativos mais visitados no parque. Chegando na pousada, jantamos e logo fomos dormir.. tínhamos que estar na entrada do parque as 7 horas da manhã para encontrar o guia 😬.

2° Dia - Pico das Agulhas Negras

Acordamos as 04:30 da manhã para conseguir chegar ao parque as 7hrs. Ponto positivo para a pousada, que deixou preparado o café da manhã mesmo nesse horário. Como eles estão acostumados com o pessoal saindo cedo, bastou falar para o Bululu que ele já se dispôs a fazer essa gentileza pra gente. Bom, nos reunimos com o pessoal que ia junto com a gente para a trilha, e fomos em 11 pessoas (2 guias). Eu acho que foi mais gente do que deveria, para esse tipo de trilha, considerando que tem vários trechos com rapel, demora muito para todo mundo caminhar junto.. acredito que um grupo de 4 a 5 pessoas seja o ideal. Enfim, seguimos do Abrigo Rebouças em direção ao Pico das Agulhas Negras, sendo que o trajeto todo, subindo e descendo duraria em torno de 8/9 horas. Até a base do pico é bem tranquilo, caminhada sem muitos esforços.. à partir da base é que a coisa começa a complicar (bem mais do que o Prateleiras). A diferença entre as duas é que o Agulhas tem muitos mais trechos de pedra e o esforço com os joelhos e com os braços é muito maior..

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Primeiro trecho de rapel.

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Eu, Gui e Ian (nosso guia) no segundo trecho de rapel, à 10 minutos do cume.

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Vista do cume das Agulhas Negras (na verdade esse cume é o que chamam de cume "falso", pois existe um ao lado, que é preciso fazer 1 rapel de descida e mais um de subida, e é o verdadeiro cume, onde também fica localizado o livro para assinar. Obviamente que fomos, mas nem todos os guias levam até lá, e também nem todas as pessoas vão, pois é um pouco mais complicado e exige mais, psicologicamente e fisicamente).

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Foto do cume do Agulhas Negras, à 2791m de altitude 🤘

Como tinham algumas pessoas lá, demorou mais do que o previsto para descermos, sendo que começamos o retorno em torno de 13:30hr, o sol estava estralando! No retorno, na parte do segundo rapel, há uma possibilidade de fazer o rapel por um outro trecho, com 18 metros de altura.. foi muito massa!

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Segundo trecho do rapel, no retorno.

A volta exige bem mais do que a ida.. uma por já estar cansado, e outra pelas pedras, que te fazem usar muito os joelhos e os braços.. Após um dia muito limpo, com muito sol, chegamos de volta no abrigo rebouças por volta das 17:30hr, e o tempo lá muda demais.. as 18hrs já estava fazendo 7, 8° graus.. ou seja, é sempre bom levar uma blusa reforçada, além de que, no cume das montanhas venta demais, e eu sempre ficava tirando e colocando a blusa..

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Na ponte do abrigo, com o pico das Agulhas Negras ao fundo, iluminado pelo sol já se pondo.

Não preciso dizer que nosso retorno foi muito cansativo.. acumulando os dois dias de trilha, estávamos exaustos, mas de mente aberta e havíamos superado nossos medos de altura, rs. No retorno a pousada, só nos restou tomar um belo banho quente, jantar e preparar para o retorno no dia seguinte. Optamos por voltar por Minas, a estrada é de maioria pista única, mas o caminho é bem bonito, então valeu a pena! Espero fazer outras trilhas em breve, me despertou um sentimento muito bom, de superação e aventura.. e, espero ter ajudado também os montanhistas de primeira viagem, assim como eu!

Obrigado e até a próxima!

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