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Olá!

Minha esposa e eu recentemente lançamos um blog de relatos das nossas viagens pelo mundo, em formato meio que de diário, mas também com posts com informações das nossas viagens como preços das atrações, transportes utilizados e mapas percorridos em cada dia. Para quem quiser conferir, o endereço é osmochilinhas.com, mas pretendemos publicar na íntegra os relatos aqui no blog dos mochileiros também. Terminamos a pouco o nosso relato de 35 dias que passamos no sudeste asiático em 2016, que você pode conferir aqui.

Iniciamos agora nosso relato dos 14 dias que passamos na Colômbia em 2017, entre Cartagena, Medellin e San Andrés. Espero que gostem dos relatos e que ajudem outro viajantes que pretendem conhecer a Colômbia a planejar a sua viagem. Segue então:

 

COLÔMBIA 1º Dia - Chegando à Cartagena (24/04/2017)

Entre 2016 e 2017 houve uma explosão de promoções para Cartagena e San Andrés pela Copa Airlines. O preço mais baixo foi de 600 e poucos reais ida e volta de São Paulo. Saindo de Porto Alegre, chegando em Cartagena e saindo por San Andrés conseguimos no fim por pouco menos de 900 pilas para abril de 2017.

Saímos na madrugada do dia 23 de abril de Porto Alegre e chegamos em Cartagena na manhã seguinte, fazendo ainda uma conexão de 20 minutos no Panamá, que achávamos que seria correria mas no fim foi bem tranquila.

No pequeno aeroporto de Cartagena, trocamos um pouco de dinheiro para pagar nosso transporte até o hostel. Como na casa de câmbio só haviam nos dado uma nota grande, tivemos que trocar por menos já que havíamos lido que o ônibus em Cartagena custava 1.000 pesos colombianos (CUP) (na época 1.000 pesos equivaliam mais ou menos a 1 real). Para isso, dentro do aeroporto mesmo compramos um sorvete e já de primeira percebemos como a Colômbia é um país muito barato. 1 Sorvete, dentro do aeroporto, que no Brasil não sairia por menos de 10 reais, pagamos 3 pilas! E ainda por cima um daqueles "chiques" com cobertura de chocolate quente e tudo mais.

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Sorvetinho diferentão e baratíssimo

Havíamos lido que, saindo do aeroporto, se andássemos uma quadra pra frente, avistaríamos uma avenida onde passavam os ônibus de linha que poderíamos pegar para o nosso hostel, que ficava dentro da cidade murada, ou melhor, ciudad amurallada. Acontece que chegando na tal avenida, não avistamos nada parecido com uma parada de ônibus e nem vimos ônibus passando. Fomos de uma ponta a outra e nem sinal. Entramos então num mercadinho para perguntar sobre o tal ônibus e nos falaram que para ir até a cidade murada, teríamos que pagar o "táxi coletivo", um táxi compartilhado com tarifa fixa de 5.000 pesos para os dois. Avessos à táxi que somos, entramos em mais um mercado e uma farmácia para perguntar e todos deram a mesma instrução, pegar o táxi coletivo, então foi o que fizemos. A pegadinha aqui é que não tem diferença dos táxis comuns para os coletivos, a diferença é como você pede ele. Fomos bem instruídos por todos os comerciantes que, ao passar qualquer táxi, tínhamos que levantar o dedo indicador e gritar "colectivo" para deixar claro para o taxista que queríamos o valor coletivo e não taxi privado. E deu tudo certo, fomos deixados dentro da cidade murada em uns 20 minutos de corrida por meros 5 pilas.

Ao descer na muvuca da cidade murada, nos deparamos com mais uma característica marcante de Cartagena: o calor insuportável. Calor insuportável mesmo, do tipo que nunca havíamos sentido, e isso que Porto Alegre no verão é a filial do inferno. Aquele calor úmido que tu é obrigado a entrar em algum lugar com ar condicionado de tempos em tempos sob o risco de começar a ter tonturas da desidratação.

Demoramos um pouco a se encontrar dentro das ruelas da cidade murada (na verdade não chegamos a nos encontrar nunca), todas estreitas, igualmente belíssimas com suas casas coloniais disputando qual ostenta as flores mais coloridas nas suas varandas (inclusive há uma competição aqui de verdade que premia a casa mais decorada) na região mais turística de Cartagena, e aqui vale a pena começar a falar um pouco sobre essa cidade histórica:

Citar

A cidade de Cartagena foi um importante, se não o mais importante porto durante a época da colônia espanhola. Um entreposto comercial onde os espanhóis embarcavam ouro e prata pilhados da América para a Europa e para as demais colônias na América Central e desembarcavam escravos da África (daí a grande presença de negros em Cartagena). Não tardou para que se tornasse um lugar muito visado pelas demais colônias concorrentes, além de piratas e outros saqueadores. Diante do iminente perigo de invasões, a Espanha mandou construir diversas fortificações na cidade, entre elas o Castelo de Barajas, com visão privilegiada do porto, além de outros fortes e a muralha que circunda hoje a Ciudad Amurallada, região onde concentrava-se as moradias da nobreza e hoje ainda conserva grande parte dos seus muros majestosos, sendo patrimônio da UNESCO e a principal atração turística de Cartagena.

 

Cartagena ainda é um dos principais portos das Américas. Aqui por exemplo, é onde saem as balsas que atravessam o estreito de Darién, único trecho sem estradas da Rodovia Panamericana, estrada que liga o Ushuaia ao Alasca. Dito isso, a Ciudad Amurallada é o "local para se estar em Cartagena". Museu a céu aberto, dentro das muralhas concentram-se as principais igrejas da cidade, praças, além de infinitas opções de hospedagem, dos mais variados tipos e preços. O bairro Getsemani, que depois descobrimos ser o bairro com a melhor noite de Cartagena, e que fica do ladinho da muralha, também é ótima opção para se ficar, mas os preços não mudam muito. Há também a região "das praias", Bocagrande, mais elitizada, com prédios altos modernos e apelidada de "Miami" da Colômbia.

Depois de se perder um pouco e ter a sensação de passar 10 vezes na mesma rua, finalmente achamos nosso hostel, o Casa Roman, quase na esquina da entrada da ciudad amurallada, onde fica a instagramável Torre del Reloj. Este hostel na época estava recém inaugurando, então estava com um preço absurdo de barato (15 reais o quarto com 8 pessoas), no entanto, não possuía cozinha na época e ainda estava meio com as instalações não totalmente prontas (hoje eles já dão café da manhã e tem até piscina!), mas como eles queriam angariar clientes, o atendimento era excelente e deixavam o ar condicionado no quarto ligado 24 horas, coisa rara nos hostels por aqui (e que faz muita diferença!).

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Entrada principal da cidade murada, a Torre do Relógio

Como ainda era cedo pro check-in, deixamos nossas mochilas no hostel e fomos procurar um lugar para almoçar. Primeiro fomos trocar dinheiro e recebemos a dica de fazer o câmbio nos fundos de uma joalheria que ficava bem embaixo do nosso hostel, e foi a melhor cotação que conseguimos em toda Colômbia disparado! Mais um ponto pro hostel.

Não estávamos ainda habituados com os preços e como funcionava os restaurantes colombianos, então entramos no primeiro que vimos com um tiozinho chamando os fregueses na porta e que era bem caseiro e achamos que era um preço bom, numa ruazinha dentro da cidade murada, o equivalente a 12 reais por pessoa. Mal sabíamos que dava pra almoçar por menos e, se tiver com pouca fome, dá pra pedir só um prato para os dois, pois os almoços na Colômbia são sempre nesse rito: tem a sopa de entrada, a comida farta e mais um suco "de açúcar" no fim, tudo incluído.

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Almoço farto, sempre acompanhado de suquinho doce e sopa de entrada

Depois do almoço então, começamos "oficialmente" a desbravar a ciudad amurallada, que é um lugar para conhecer sem pressa. Cada esquina você se depara com um monumento, uma igreja histórica e conservada, uma pracinha, isso sem contar as casas coloniais coloridas com suas sacadas todas decoradas com flores e ornamentos.
 
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Belíssimas ruas da cidade murada de Cartagena

Só tem que tomar cuidado para não se desidratar com o calor, por isso, fomos "obrigados" a parar em cada esquina para nos hidratar com as fraquinhas (mas boas) cervejas colombianas. Cervejas colombianas são duas as principais: a Aguila, bem aguada e mais barata (2 reais a latinha) e a Club Colombia, mais encorpada, com versões red, black e gold, mais carinha (2,50 a latinha). Ambas são fraquinhas, perfeitas para tomar no calorão.
 
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Se "hidratando" nas ruas de Cartagena. Na primeira foto um bar todo com motivos soviéticos, que fomos no outro dia, muito legal.

Outra coisa muito legal que tem por lá em abundância, igual ao que já tínhamos presenciado no sudeste asiático, são as barraquinhas de rua vendendo frutas em potes, já descascadas e com um palito, prontas pra tu sair andando e comendo: melancia, mamão, manga, abacaxi, morango e mais algumas típicas da Colômbia. Tri bom para espantar um pouco o calor, e saudável ainda por cima, coisa que não sei porque não vemos aqui no Brasil. Ah! E preços do tipo que: a fruta mais cara custava 2 reais.

Fomos caminhando em direção ao mar, já se preparando para vermos o por do sol no oceano. Nessa parte da muralha que fica voltada para o mar, você consegue subir nela e caminhar por um trecho bem longo apreciando um visual incrível da baía e da própria muralha, que é fantástica e muito bem conservada neste trecho!

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Passeando por cima da muralha. Na primeira foto, que será que fazem ali naquela casa?

Ao longo da muralha foram mantidos vários "canhões" conservados também que dá pra dar uma ideia do espaço de mira que tinham os espanhóis para alvejar os barcos invasores, além de várias "guaritas" de controle da costa.
 
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Depois de caminhar um grande trecho da muralha, sentamos na beiradinha do muro para apreciar um pouco o movimento na costa, dando uma primeira conferida no mar do caribe e assistindo uma gurizada de colégio jogando um futebolzinho e usando a muralha de goleira.

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Curtindo a costa de Cartagena

Quando começou a baixar o sol, sentamos para tomar uma cerveja no famoso bar que fica em cima da muralha, famoso por ficar num local privilegiado para assistir o por-do-sol, o Café del Mar.
 
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Parte da muralha onde fica o Café del Mar. Ao fundo os prédios do bairro de Boca Grande, apelidado de Miami da Colômbia.

O lugar é elitizado e não vale muito a pena não. Daria para comprar umas cervejas no mercado e assistir ao pôr-do-sol do mesmo jeito uns 500 metros mais a frente na muralha de graça.
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Café del Mar

Tomamos só umas duas Club Colombias a 6.000 pesos cada e assistimos o espetáculo que é o por-do-sol no mar em Cartagena, contrastando com as muralhas já se iluminando e os prédios de Bocagrande ao fundo. Sensacional!
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Por do sol de Cartagena

Já noite e ainda um calor infernal, demos mais uma volta dentro da cidade murada que está sempre bem movimentada, então dá pra caminhar tranquilo qualquer hora do dia.
 
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Torre del reloj à noite

Costeando a parte leste da muralha, parte que já não existem mais muros, voltada para a a Avenida Venezuela, lugar que dizem ser um pouco perigoso mas que não achamos não e acho que esse preconceito é só porque é um lugar mais "centrão", com muitas galerias e com lojas de roupas de "procedência duvidosa" e frequentado mais por moradores do que por turistas, encontramos um supermercado que vendia latinhas de ceva geladas por 1 real! Dessa vez tratamos de decorar a rua para poder voltar sempre hehehe.

Chegando no hostel, fomos tomar banho para se refrescar e, para nosso desespero, o chuveiro, e isso que lá em Cartagena não existe chuveiro elétrico (acho que nem nunca precisaram por lá) saía água quente, um horror! Dava mais calor ainda.

Fim da noite tentamos ficar um pouco na área comum do hostel mas era impossível, na época não havia ar condicionado ali, então, sem condições de aguentar o calor.

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COLÔMBIA 2º Dia - Conhecendo o Bairro Bocagrande (25/04/2017)

Atualizado: Fev 2

Acordamos com uma companheira de quarto fazendo alongamentos no meio do quarto. Acho que ela ia sair para correr ou algum outro exercício e, por causa do calor infernal da rua, aproveitou o ar condicionado do quarto para se alongar antes de sair. O pessoal do quarto era bem legal, um casal de holandeses, um francês e um casal de espanholas (uma delas a guria do alongamento).

Para o café da manhã, compramos uns pães muito bons e feitos na hora numa padaria que havia na frente do hostel que tinha um cheiro muito bom, embora com um atendimento bem precário.

Já com um calor grotesco, fomos então em busca do nosso primeiro café colombiano, um momento que estávamos bastante ansiosos para experimentar.

Para quem não sabe, a Colômbia é o segundo maior produtor de café do mundo (só perde para o Brasil), e um dos melhores. No oeste do país fica a região cafeeira, muito procurada por turistas que fazem a chamada "rota do café", visitando fazendas de café pelo caminho (parecido com a rota dos vinhos no Rio Grande do Sul).

Na minha opinião, até agora os melhores cafés que já experimentei na vida foram os da Colômbia.

E fomos atrás do mais popular do país, o "Café Juan Valdez", uma versão Starbucks colombiana (e na Colômbia não existe Starbucks) só que com preços que não são absurdos de tão caros. Uma grande franquia com muitas lojas espalhadas pelo país (duas somente dentro da cidade murada). Tomei um Mocaccino e a Juju pediu um café irlandês com whisky e ambos eram sensacionais! Viramos fãs na hora e sempre que passávamos por um Juan Valdez começamos a parar para tomar um café.

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Café Juan Valdez

O resto da manhã aproveitamos para desbravar mais um pouco a cidade murada, conhecendo mais igrejas e praças históricas. Aproveitamos também pra conhecer o famoso Hard Rock Café de Cartagena (entramos mais para aproveitar o ar condicionado mesmo, hehehe) que é bem pequeno e não tem nada demais, só a exposição de umas roupas originais da Shakira que ela usou em videoclipes.

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Mais lugares belíssimos e históricos dentro da cidade murada

Ao lado da igreja central (que estava passando por reformas na época), tem uma grande feira onde vende-se artesanatos e souvenires turísticos. Aqui é com certeza o lugar mais barato para comprar lembrancinhas. Aproveitamos para comprar algumas e comprei também a camisa da seleção da Colômbia por 18.000 pesos (18 reais), naquele esquema que já estávamos calejados da nossa última viagem para a Ásia, ter que pechinchar para tudo.
 
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Igreja central onde ao lado ficam as barraquinhas de rua vendendo artesanato e souvenires

Depois do almoço, fomos até o muelle de la bodeguita comprar nossa passagem de barco para no outro dia visitarmos a Playa Blanca. Playa Blanca é uma das praias mais famosas de Cartagena, que fica na Ilha Barú (apesar de tu olhar no mapa e não conseguir perceber que é uma ilha e não parte do continente). Na ilha Barú, que fica na margem oeste da cidade, existem diversas praias, a maioria privadas, com resorts, naquele esquema que você tem que pagar a entrada no resort para poder usufruir da praia. Playa Blanca é uma das únicas praias públicas e dizem ser uma das que possui a água mais cristalina e a areia mais branca (daí o nome) delas, só que nos últimos anos a infestação de turistas tem tornado ela uma das praias mais mal-faladas da Colômbia, com muita sujeira e muitos vendedores enchendo o saco. Se antes os blogs de viagem davam ela como ponto turístico imperdível para se visitar em Cartagena, hoje ela está na lista dos "lugares para evitar". Para chegar lá, ou se pega um ônibus e mais um táxi para chegar pelo único acesso por terra que é pela ponte Barú, mais de uma hora da cidade murada (gastando-se menos de 10.000 pesos), ou se vai de barco em 40 minutos (mais caro é claro). O transporte de barco, independente se tu comprar só a passagem no porto ou se fechar com uma das milhares de agências de turismo que se encontra em Cartagena, é o mesmo passeio (vai todo mundo junto inclusive), com direito a primeiro visitar as ilhas Rosário, arquipélago formado por diversas ilhas que fica ao lado das ilhas Barú e depois Playa Blanca, com direito a almoço. Como queríamos conhecer também as ilhas Rosario, optamos por comprar o transporte de barco (também pelo almoço incluído, ehehe).

Em frente à torre do relógio ficam milhares de vendedores de agências oferecendo esse e outros passeios turísticos disponíveis em Cartagena, mas havíamos lido que seria mais barato ir direto no píer do muelle de la bodeguita, comprar o bilhete direto na bilheteria, e foi para lá que nós fomos. O muelle de la bodeguita fica do lado/em frente ao muelle de los pegasus, outro cartão postal muito bonito de Cartagena.

O muelle de los pegasus, fica bem em frente à torre do relógio, do lado de fora das muralhas e tem esse nome pois possui duas estátuas de Pégaso muito bonitas em frente à entrada dos barcos. A origem das esculturas não é muito clara, mas a teoria mais verossímil é de que, antes de construírem um aeroporto em Cartagena, ali naquele píer é onde atracavam os aviões hidroplanadores da marca pegasus, daí a inspiração.
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Vista do portão de entrada da cidade murada e bem em frente, o muelle de los pegasus

No caminho não conseguimos desviar de todos os vendedores de passeios e teve um que no fim nos acompanhou até a bilheteria. Pensei que iria querer cobrar alguma comissão ou dar algum golpe, mas não, pagamos direto para a atendente do caixa só o preço tabelado do píer e ainda conseguimos um desconto por comprar dois: de 70.000 pesos por pessoa acabou ficando 100.000 para os dois (uhu!). Com os bilhetes comprados, queríamos seguir para Bocagrande tomar um banho de mar para nos refrescarmos. Como o vendedor que nos acompanhou não se mostrou um achacador de turistas, resolvemos perguntar para ele que ônibus que podíamos pegar dali para chegar em Bocagrande e, ficamos surpresos novamente de ele não tentar nos enfiar num táxi e pedir gorjeta ou tentar vender algum passeio pra lá ou algo assim, ou então viu nossa cara de muquirana hehehe. Ele foi bem sincero e disse: "não precisa de ônibus nenhum! Dá pra ir a pé bem fácil! É menos de 2 km." Agradecemos então e, mesmo com o calor escaldante, resolvemos ir a pé. Costeando toda a orla norte de Cartagena.
 
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Caminho até Bocagrande

No meio do caminho paramos para entrar num shopping e aproveitar o ar condicionado. O shopping possuía um sacadão com uma bonita vista e, àquela altura da orla, já dava pra observar o mar mudando de cor e ficando mais com cara de mar do caribe.

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Sacada do Shopping apreciando o mar do Caribe

À medida que você vai chegando mais perto da praia de Bocagrande, o assédio de vendedores e gente oferecendo tudo que é tipo de coisa vai aumentando de forma insuportável, com destaque para as mulheres oferecendo massagem. Início da tarde então, com poucos turistas por ali além de nós dois, vinham 2, 3 de uma vez nos incomodar de forma insistente. Paramos num quiosque na beira do mar, um pouco antes de chegar na praia propriamente dita para tomar uma cerveja e ver se os vendedores paravam de pentelhar mas não adiantou muito. Nisso tomamos um golpe duma mulher oferecendo massagens: ela chegou, passou um creme de canfora ou algo do tipo nas mãos e começou a massagear minhas costas, disse que era só uma amostra grátis pra divulgar a massagem dela e ficou ali fingindo que me massageava enquanto tomávamos nossa cervejinha. Uns minutos depois então ela parou e disse que aquele tinha sido a massagem completa dela e que custava 50.000 pesos. Puto da cara, peguei a primeira nota que tinha no bolso, de 30.000 pesos e dei pra ela e ainda xinguei já que ela falou que era de graça e eu não tinha pedido nada (o certo seria não pagar nada mesmo né). Depois disso ainda veio mais umas duas oferecerem massagem mas aí já não deixava chegar nem perto, até que a Juliana gritou com uma: "estoy cansada de ser molestada!!" e aí afugentou de vez as aproveitadoras e finalmente conseguimos tomar nossa cerveja em paz.

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Tomando umas Aguilas na beira da praia (tentando pelo menos)

Ainda não tínhamos almoçado, então fomos procurar algum restaurante. Sabendo que Bocagrande é um bairro mais elitizado, fomos procurar nas ruas "de dentro", longe da beira da praia, algum lugar mais barato, embora Bocagrande fique numa península estreita onde 3 quadras para dentro tu já chega na praia de dentro, a parte onde fica a "boca" propriamente dita (por isso o nome), que não possui faixa de areia, mas um calçadão bem bonito com vista para o continente. Achamos um restaurante/lancheria com um preço razoável (pra brasileiros), 14.000 pesos o almoço com sopa, refresco e de prato principal galinha caipira (bem bom).

Outro motivo que queríamos visitar o bairro de Bocagrande é porque lá havia uma acadêmia de Crossfit e a Juju, que é educadora física, queria conhecer e de repente fazer uma aula experimental, já que naquela época ainda não existiam academias desse tipo no Brasil, pelo menos não em Porto Alegre (hoje existe as pencas e inclusive virou "modinha"). Depois do almoço então, rumamos para a acadêmia Crossfit 644 (que hoje já não existe mais).

A Juju então pagou os 30.000 pesos para fazer uma aula experimental e curtiu bastante. Eu, já cansado de caminhar e naquele calor insuportável, não quis encarar, fiquei só observando e tirando fotos hehehe.

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Juju suando as tripas no Crossfit

Depois que a Juju acabou sua ginástica, fomos então finalmente conhecer a praia de Bocagrande, e fechar a tarde com um merecido primeiro banho de mar no Caribe. Acontece que a praia de Bocagrande, talvez pela urbanização desenfreada, não é lá essas coisas. A areia e o mar um pouco "lamacentos" são pouco convidativos. O que mais te convida a mergulhar mesmo são os vendedores enchendo o saco, já que dentro do água eles não conseguem vir te oferecer pulseirinhas, comidas, passeios, massagens e o escambau, hehehe.

Louco para tomar um banho de mar para se refrescar do calor do dia inteiro tomando sol na cuca, me deu uma agonia quando mergulhei e vi que a água na praia de Bocagrande é tão quente quanto fora dela. Uma decepção.

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Praia de Bocagrande

Ficamos mais um tempinho na areia para curtir o por-do-sol no mar, o que não deu muito certo visto que muitas nuvens tinham aparecido, e depois fomos voltando devagarinho pela costa rumo à cidade murada, já com os prédios altos da orla se iluminando e formando um espetáculo bem bonito.

À noite, depois de mais um banho quente no hostel, fomos passear pela cidade murada observar o movimento.

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Noite dentro da cidade murada

Aproveitamos para visitar o bar todo com motivos soviéticos que havíamos visto no dia anterior durante o dia. Esse bar conta com peças originais oriundas da antiga União Soviética, coisa de museu mesmo.
 
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Bar "soviético" de Cartagena

Possui também um menu muito legal, impresso numas garrafas de vodca antigas, e deixam você tirar fotos com alguns (só alguns) chapéus e roupas soviéticas.
 
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Menu muito legal, em garrafas antigas

O preço que não é muito "socialista", então tomamos só duas cervejas e já seguimos nosso passeio.

Depois de mais umas voltas e uma passada no supermercado aquele pra comprar umas cervejas à 1 real, fechamos a noite comendo um cachorro quente bem em frente à Torre do Relógio que, apesar da salsicha com um gosto bom, nem de longe é comparável com os cachorros-quentes brasileiros, com milho, batata-palha, queijo ralado e tudo o mais que se tem direito.

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COLÔMBIA 3º Dia - Fazendo o passeio para Playa Blanca (26/04/2017)

Dia reservado para fazer o passeio para Playa Blanca. 9h já estávamos no píer do muelle de la bodeguita para pegar o nosso barco.

Dali saem diariamente dezenas de barcos para este passeio, que consiste de: na parte da manhã visita às ilhas rosario, e depois, parte-se para a Playa Blanca para almoço e curtir a praia até o final da tarde. Dizem que alguns barcos vão somente para Playa Blanca e outros somente para as ilhas rosario, mas não nos inteiramos sobre o assunto.

O Barco demora uns 40 minutos até as ilhas rosario. A primeira parte é bem tranquila, costeando Bocagrande, depois ele faz uma pequena parada em frente à "boca chica" para apreciar o Forte San Fernando, que fica na sua margem.

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Iniciando o passeio, com os prédios de Bocagrande ao fundo

Bocagrande e Bocachica são duas penínsulas cuja formação geográfica acabam servindo de portas de entrada, ou "bocas", para o porto comercial de Cartagena. Como se percebe pelo nome, uma maior e outra menor. Eram também por onde adentravam os piratas e saqueadores na cidade. Primeiramente a entrada principal era por Bocagrande, mas após a construção da muralha e do Castelo de Barajas, os piratas encontraram outro caminho para invadir: a Bocachica. Diante disso, os espanhóis construíram o Forte de San Fernando, bem na entrada da Bocachica, fechando de vez a entrada de embarcações inimigas.

Passando Bocachica, o mar aberto com bastante vento torna o passeio mais "emocionante". O barco começa a dar umas "salteadas" no ar e tu começa a se molhar de forma considerável, o que no calor de Cartagena é ótimo!

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Parte do passeio "com emoção"

Nessa parte também o mar já começa a ficar "da cor do caribe", aquele azul turquesa que tu não acredita de tão transparante e que estávamos tão ansiosos para vislumbrar.
 
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Olha a cor dessa água!

Depois de dar uma pequena volta pelo arquipélago do Rosário, que é formado por 28 ilhas, grande parte de preservação ambiental e outras dominadas por resorts privados, o barco para na ilha onde fica o Oceanario do Rosário, e ali eles te dão duas opções: ou visitar o Oceanario, com entrada no valor de 18.000 CUP por pessoa à época, ou rumar para uma ilha ao lado fazer snorkel (dá pra atravessar pra essa ilha caminhando pelo mar, com água na cintura, fantástico). Como já iríamos fazer bastante snorkel em San Andrés e o Oceanario lá diziam ser um local de preservação ambiental importantíssimo para o arquipélago (não sei se é bem assim), responsável pela restauração dos corais da região e com muitas espécies animais para tu observar, optamos por dar essa ajuda para o Oceanario.
 
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Chegando no Oceanario

A visita ao Oceanario é meio "guiada", para que não fique uma bagunça lá dentro, visto que os barcos descem ali tudo no mesmo horário e chega a ficar bem lotado de turistas. Primeiro, na entrada, tem os tanques com vários corais e espécies ameaçadas, com destaque para as tartarugas, estrelas-do-mar e tubarões pequenos, dos mais variados tipos.

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Tanque das tartarugas

Legal também é que em cima dos tanques fica cheio de pelicanos e outros passáros, loucos para ver se algum peixe dá uma bobeada e eles descolam um "lanchinho" hehehe.
 
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Só de bico para ver se descolam um lanchinho

A parte de dentro também conta com a exposição de diversos corais, todos recuperados ali da região. O mais legal (e triste) é um aquário que mostra como os corais ficarão em poucos anos se o ser humano continuar a jogar lixo no oceano.
 
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Corais presentes nas Islas del Rosario. Na última foto uma amostra da intervenção humana

Depois de dar uma boa olhada na parte interna, somos convidados a se deslocar para a parte que fica em mar aberto, onde ficam separados por cercas dentro do mar os peixes "grandes" como golfinhos, tubarões e diversos tipos de peixes.
 
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Parte externa do oceanario

Logo em seguida daí, nesse local, começam as "apresentações", e aí tu começa a se questionar sobre as condições dos tratos dos animais ali e o quanto tem de "preservação" nesse Oceanário. Primeiro assistimos o show com golfinhos: eles fazendo piruetas e malabarismos. Eu gostei porque nunca tinha visto golfinhos na vida, mas claramente é uma exploração turística dos animais. Segundo a instrutora são golfinhos resgatados que estão ali para preservação, mas o apito que ela usava para comandar os bichinhos dizem ser extremamente estressante para eles e danoso para sua audição.
 
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Show aquático dos golfinhos

Sem contar que depois do show a turistada faz fila pra tirar foto dando "beijinho" nos golfinhos, anestesiados pela manhã de apitadas na cabeça, um horror!
 
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Turistada sem noção querendo tirar foto dando "beijinho" nos pobres dos bichinhos. Na foto debaixo a Juju tentando se comunicar.

Depois fomos encaminhados para a parte que ficam os tubarões grandes (ou como se diz em espanhol: tiburones). Muito bonitos, dizem ser todos resgatados da região para preservação, visto a importância que os tubarões tem para o ecossistema marinho. No Oceanario observamos várias espécies incluindo o temível tubarão martelo.

Mas o destaque é o tubarão "gato" (ou nodriza), um que fica paradinho no fundo do mar, parece que tá morto ou dormindo, só esperando pra dar o bote, mas dizem ser inofensivo e que só se alimenta de pequenos moluscos e crustáceos.

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Tubarão "Gato"

Este é tão mansinho que, assim como os golfinhos, resolveram "adestrá-lo", e aí começa mais uma apresentação lá no Oceanario. A segunda apresentação do dia então, um instrutor vai alimentar os tubarões. Mas não é só jogar a comida pra eles não, ele chama os bichinhos para uma plataforma suspensa dentro do tanque e eles sobem em cima da plataforma para comer, ficando a centímetros do pé do instrutor, bem impressionante.

Mas quem rouba a cena é uma gaivota que fica ali comendo junto com eles, aparentemente sem perigo algum. Disse o instrutor que aquela gaivota já faz parte ali do Oceanario e até já virou amiga dos tubarões, hehehe.

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Hora do lanche dos tubarões

Cada vez mais lotado de gente no Oceanario ao decorrer da manhã e como bem capaz que iriamos tirar foto com gofinhos, fomos embora e ficamos lá na frente esperando o barco para seguir viagem. Aproveitamos para já dar uma curtida no mar em frente à entrada para se refrescar um pouco, que com as formações de pedras acaba formando uma mini piscina natural.
 
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Entrada do Oceanario

Terminada a visita ao Oceanario, mais uns minutos e o barco já atraca na Playa Blanca e, varados de fome, já somos direcionados para o almoço incluído, num restaurante bem roots à beira da praia. Aliás, as instalações aqui são bem roots mesmo. Na beira da praia ficam vários restaurantes e pousadas de madeira, literalmente "pé-na areia", com opções de dormir em redes e tal, provavelmente com energia elétrica de gerador.

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Todas as instalações na beira da praia são bem rústicas

Muitos turistas pagam o passeio mas não voltam no mesmo dia, ficando por lá em alguma pousada ou acampando de graça na beira da praia mesmo e voltam em outro dia se tiver lugar em algum barco (sempre tem). Acho que é o que vale mais a pena mesmo, visto que o lugar é super tranquilo (pelo menos era na época), bem roots mesmo, bom pra aproveitar fora dos horários que tem a infestação de turistas que vem pra passar o dia, com direito a fazer fogueira à noite e tudo mais (ficamos na vontade!).
 
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A bonita Playa Blanca

No almoço finalmente experimentamos "patacones", comida típica dessa região da Colômbia que eles utilizam como acompanhamento em quase todos os pratos. Uma banana esmagada frita como se fosse uma batata frita, só que não é uma banana normal e sim as tal de patacones, uma banana enorme e dura, meio salgada e que só dá pra comer desse jeito mesmo. Esmagando e cozinhando. Muito bom, parece bata frita mesmo mas mais leve!
 
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Peixe, arroz, salada e Patacones!

Outra coisa ruim de vir com passeio é o assédio de vendedores. Tu nem desce do barco direito e já vem uns 3 te achacar, querer alugar guarda-sol, cadeira, vender artesanato, comida, etc. Para fugir disso, depois do almoço seguimos para um canto da praia longe dos restaurantes, e demos sorte de achar um barzinho abandonado (ou fechado durante o dia) com uma cobertura de palha em frente onde pudemos estender nossa canga embaixo e nos abrigar do sol. Também conseguimos espantar os vendedores, acho que eles, vendo que nós não alugamos cadeira e nem guarda-sol e improvisamos um lugar pra se abrigar, viram que não ia ser fácil vender alguma coisa pra nós hehehe.

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Cantinho que encontramos para nos abrigar do sol

Calor infernal que estava, rapidinho fomos então conferir as águas caribenhas transparentes de Playa Blanca e, para nossa frustração, assim como a praia de Bocagrande no dia anterior, a água era quente, arrisco dizer que com a temperatura maior do que fora dela. Impossível se "refrescar". Isso, somado ao fato de lembrarmos que quando chegássemos no hostel para tomar banho, a água do chuveiro também iria estar quente, começou a nos bater um certo desespero hehehe. O jeito então foi passar o resto da tarde se refrescando com umas Águilas, que nos barzinhos na beira da praia eram um pouco caros mas nada absurdo para uma praia do caribe, 3.000 CUPS a latinha.
 
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Que vidinha ruim hein?

Quando os barcos começaram então a chamar para voltar, guardamos nossas coisas e seguimos. Na volta dá pra entrar em qualquer barco, não necessariamente no que te trouxe, já que todos voltam para o Muelle de la Bodeguita do mesmo jeito.

Playa Blanca é bem bonita, mas virou uma praia muito popular com o tempo e hoje sofre com o turismo predatório, muito lixo, a água quase não é mais transparente e sem contar que é impossível ter 1 minuto de sossego sem alguém vir te oferecer alguma coisa. Para quem vem a Cartagena e vai dar um pulo em San Andrés (nosso caso), não vale a pena a visita, já que as praias em San Andrés são infinitamente mais bonitas. Vale sim pra quem vem passar a noite aqui, nas pousadas que ficam quase dentro d´água e aproveitando os horários sem turistas.

30 minutos depois já chegamos no píer e, finzinho da tarde e um pouco mais fresquinho o clima agora, aproveitamos para dar uma passeada por ali, dando uma conferida nos iates ostentação que ancoram por lá e apreciando a vista da muralha de outro ângulo.

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Muelle de La Bodeguita

Encontramos também aqueles navios de pirata de passeios como os que tem em Camboriú, em Santa Catarina, mas não chegamos a ver como é e como funciona esse tipo de passeio por lá.
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Barco pirata

Antes de voltar pro hostel, fomos procurar uma agência para fechar o passeio do dia seguinte para o Vulcão Totumo, o que não é nada difícil. Como qualquer cidade mega turística, em todo canto tem uma agência ou alguém vendendo os passeios padrões. É aquele esquema de sempre que tanto faz qual tu escolher, todas tu tem que pechinchar o preço e no fim no outro dia elas se juntam todas e distribuem os passageiros aleatoriamente entre as empresas de transporte. Sendo assim, a primeira mais escondida que achamos, deixamos reservado o passeio com almoço incluído. Não lembro por qual valor exato, mas algo em torno de 80.000 CUP por pessoa.

Depois de tomar aquele banho quente com água a conta gotas no hostel, ficamos um tempo na sauna, digo, área comum do hostel, vendo videclipes de Reggaeton na TV e decidindo o que faríamos na noite. Não havia comentado ainda sobre o reggaeton na Colômbia. Lá é uma praga, para todo canto que tu olhasse tava tocando reggaeton em algum lugar. Se houvesse uma tv em alguma loja ou restaurante, estaria passando videoclipes de reggaeton: J Balvin, Ozuna, Nicky Jam, Daddy Yankee... na época ainda não faziam sucesso fora da América Latina. Na TV da área comum do hostel ficava o dia inteiro passando videoclipes de todos esses em looping, deu pra decorar várias músicas heheheh. Pra completar, era o ano de lançamento de "Despacito" que recém estava chegando no Brasil mas lá já era um sucesso consolidado. A cada 3 músicas que se ouvia tocando nas ruas, uma era Despacito. Em 2 dias na Colômbia já tínhamos decorado toda a letra só ouvindo a música pelas ruas.

Depois que o sol se pôs, decidimos então conhecer a noite no bairro Getsemani, considerada uma Lapa ou Cidade Baixa (pra quem é de Porto Alegre) de Cartagena.

Getsemani é um bairro que fica logo em frente à Ciudad Amurallada, saindo das muralhas pela torre do relógio. Durante os tempos da colônia era o bairro popular, onde ficava a população que não fazia parte da nobreza (mas também não era a "ralé" da época). Com a independência foi deixado meio de lado e acabou se transformando numa região bem perigosa da cidade, reduto de tráfico de drogas e prostituição. De uns tempos pra cá, no entanto, passa por um processo de "gentrificação". Muitos artistas de várias partes do mundo fincaram pé por ali, redecorando as ruas estreitas com grafites e obras de arte e abriu-se também vários restaurantes e bares. Ao mesmo tempo, ao contrário de quase 100% da cidade murada, ainda possui vários moradores antigos, então há um contraste bem legal entre os turistas e os locais. Hoje Getsemani ainda sofre o estigma de receber muita gente que vem pra fazer festa e beber e regularmente ocorrem batidas policiais para prender os "drogaditos". Mas é um bairro bastante seguro para vir a noite, como qualquer cidade grande, e com certeza o melhor e mais "democrático" da cidade.

Para se chegar lá a partir da torre do relógio, tem que se caminhar por uns 400 metros num trecho com ruas bem escuras e meio desertas, lugar que no Brasil com certeza não andaríamos à noite, mas aparentemente era tranquilo, óbvio que ficamos ligados nos arredores o trajeto todo.

O Bairro tem a rua principal, a Calle 30, que conta com os bares e baladas mais badalados, como o Café Havana, que dizem ser uma reprodução do bar homônimo de Cuba, muito procurado pela turistada e que só toca Salsa a noite toda. Mas é adentrando por suas ruelas coloniais, em direção sul, que está o charme de Getsemani. Muitos murais com grafites espetaculares, e muitos moradores que põem suas cadeiras de praia em frente a suas casas para se refrescar um pouco e acompanhar o movimento.

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Bonitas ruas do bairro Getsemani

É seguindo pela Carrera 10 que se chega no "point" do Getsemani. Em frente à igreja Iglesia de la santissima trinidad, na praça homônima, é onde o o pessoal se reúne para curtir a noite, tomar uma cerveja comprada nos mercadinhos próximos e comer uma comida de rua das várias barraquinhas que tem ali. Fazendo um aquece para os bares ou ficando na noite por ali mesmo, visto que acontece por ali também várias apresentações de artistas de rua.
 
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Plaza e Iglesia de la Santissima Trindade

Como local mais movimentado, os vendedores de rua por ali dão uma atochada nos preços, então tratamos de procurar algum mercadinho nas ruas adjacentes mais afastadas para comprar nossa cerveja, e achamos numa rua escura um mercado dos mais fuleiros vendendo long necks de Águila a dois reais. Compramos umas e ficamos ali pela praça curtindo o movimento das diversas tribos que perambulam por ali, dando uma interagida com alguns locais. Muito agradável o lugar ali.
 
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Curtindo à noite no Getsemani

Foi por ali que descobrimos, pelo menos de escutar falar, da Champeta.
Discutindo com uns locais sobre como eles são viciados em Reggaetton por lá, nos disseram que na verdade o ritmo oficial de Cartagena é a Champeta, estilo que mistura ritmos caribenhos e africanos, influência do imenso fluxo de escravos que desembarcaram em Cartagena e que, conforme eles, a dança é tão frenética que em 5 minutos tu já fez exercícios para um dia inteiro. Fiquei imaginando tal tipo de dança naquele calor infernal...

Para fechar a noite, experimentamos nossa primeira Arepa, comida originária da Venezuela, mas muito comum na Colômbia também, uma tortilha meio que de farinha de mandioca, meio de milho que normalmente se come lá com queijo, mas essa barraquinha de rua que vimos vendia elas com vários recheios, estilo um cachorro quente. Muito bom (e barato), alimenta muito bem!

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Arepas recheadas

Voltamos a pé pro hostel já tarde e, aparentemente àquela hora as ruas no caminho ficam mais movimentadas, então achamos bem tranquilos o trajeto de volta à cidade murada.
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Saudades dos 88 dias que passei no país e senti o calor de Cartagena também, mas posso te dizer que há um lugar mais quente ali perto :Barranquilla, que faz 45 graus praticamente todo dia e Santa Martha, que não fica atrás. 

Você disse ser o triângulo cafeeiro composto por Armênia, Manizalles e Pereira parecido com a rota dos vinhos gaúcha. Também pensei,só que não é.Há a visita a Fazenda RECUCA,que pode lembrar muito, tem explicação sobre todo o cultivo do café,mas o Parque Nacional do Café é um parque de diversões com painéis sobre o tema e o atrativo mais visitado é um parque Fazenda cujo tema principal é a vida no campo. 

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Muito legal! Obrigado por compartilhar o relato completíssimo! Com certeza vai ser de grande utilidade pra muita gente aqui. Ainda não conheço a Colômbia e tenho muita vontade de ir a Cartagena e Medellin.

Abraços,

Gustavo Woltmann

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Em 06/03/2021 em 02:32, D FABIANO disse:

Você disse ser o triângulo cafeeiro composto por Armênia, Manizalles e Pereira parecido com a rota dos vinhos gaúcha. Também pensei,só que não é.Há a visita a Fazenda RECUCA,que pode lembrar muito, tem explicação sobre todo o cultivo do café,mas o Parque Nacional do Café é um parque de diversões com painéis sobre o tema e o atrativo mais visitado é um parque Fazenda cujo tema principal é a vida no campo. 

Oi Fabiano!

Pois é, não conheço ainda, uma colega minha que visitou e pelos relatos dela parecia ser o mesmo "estilo" dos passeios que tem aqui no interior na região das vinícolas. Obrigado por complementar a informação! Na minha próxima visita à Colômbia a região cafeeira está no topo da minha lista!

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COLÔMBIA 4º Dia - Dando um rolê num vulcão desativado (27/04/2017)

Conforme comentamos no post anterior, este dia tínhamos reservado com uma agência para fazer o passeio para o Vulcão El Totumo, vulcão desativado que fica a uns 50km ao norte de Cartagena, no município vizinho de Santa Catalina.

O vulcão El Totumo é um vulcão desativado de 15 metros de altura que hoje ao invés de lava é todo composto de lama em seu interior (que dizem possuir mais de mil metros de profundidade). Lama essa que possui mais de 50 sais minerais, sendo dessa forma utilizada pelos visitantes para se banhar dentro dele para se beneficiar das suas propriedades medicinais, sendo este o principal atrativo dele (já que como vulcão ele é bem "mirradinho").

Além disso, o local é bem bonito, fica num vilarejo bem pobre com uma vista incrível da lagoa/rio Ciénaga del Totumo que dá pra tomar banho. Diz a lenda que o vulcão foi desativada quando benzido por um padre, que transformou toda lava em lama.

Para chegar lá não tem jeito, ou vai com agência ou aluga um carro, já que fica bem afastado de tudo. O passeio que reservamos foi o "completo", com direito a almoço em uma praia de Cartagena após a visita ao vulcão.

Antes de se dirigir à agência, fomos atrás do nosso café da manhã. Próximo à igreja central sempre víamos umas barraquinhas de comida que de manhã tavam sempre com uma fila de pessoas locais. Fomos experimentar então o que parece ser a comida mais popular do desjejum dos Cartageneiros: Arepas de queijo. Diferente das arepas recheadas que comemos na noite anterior, essas vendidas nas barraquinhas dentro da cidade murada eram mais "pesadas", mais farinhentas, com bastante queijo dentro, lembrando um pouco polenta com queijo, bem bom e bem nutritivo para dar aquela energia para o restante do dia.

Depois do café, seguimos então até a agência que havíamos reservado o passeio. Só tinha nós e outro casal por ali, pensamos até que íamos cair num golpe, mas, depois de uns minutinhos, chegou a atendente, que no fim foi a nossa guia no passeio, e nos levou até o estacionamento que fica em frente à Torre do Relógio. Ali as agências distribuem os turistas entre os vários micro-ônibus que fazem os passeios do dia (por isso que sempre digo que tanto faz a agência que tu reservar o passeio). Nessa "distribuição", é bom ficar ligado. Nós quase que fizemos o passeio para Playa Blanca de novo (já estávamos até subindo na van que ia pra lá), mas no fim a nossa guia se deu conta que tinha nos trocado com o outro casal e deu tudo certo.

O passeio para o vulcão Totumo, apesar de ser um passeio bem divertido e interessante, não está entre os mais procurados de Cartagena, a cada dez ônibus de excursão indo para Playa Blanca, só um ia para o vulcão.

Quase 10h, partimos no Micro-ônibus diretamente para o vulcão Totumo.

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No micro-ônibus rumo ao vulcão. No caminho mais visuais bonitos da cidade histórica

No caminho a guia, que era bem divertida, foi contando várias histórias e piadinhas da região. Quando descobriu que tinha brasileiros na excursão então, começou a disparar piadinhas de trocadilhos sobre a palavra ônibus em espanhol (buseta), já viu né? Só estranhamos, não só nesse passeio mas em todos que fizemos, que os guias falam prioritariamente, ou somente em espanhol. Aí fiquei pensando, já que Cartagena é um destino turístico que atrai viajantes do mundo todo, como ficam os que não sabem a língua? Aliás, é uma coisa que notamos na Colômbia, poucos falantes de inglês, assim como pouquíssimas sinalizações e placas em inglês também, estranho para um país tão turístico.

Pouco antes de chegar no Vulcão, já somos avisados de que tudo lá é cobrado "à parte". Nada que oferecerem "na gentileza", não vai ser cobrado depois. Cobram para tirar foto, para guardar suas roupas, para fazer massagem, etc, e se não quiséssemos nada que era só recusar educadamente, mas que a comunidade que reside ali é uma comunidade muito pobre que vive em função dos turistas que visitam o vulcão, então seria de bom grado utilizar algum dos serviços que lá disponibilizam, ainda mais visto que o cobrado era um valor simbólico, uma gorjeta de 2.000 à 5.000 COP por serviço.

Também somos instruídos a já colocar os trajes de banho ali dentro do ônibus mesmo, para ganhar tempo, já que o lugar fica bem lotado e tem fila para subir no vulcão, então a ideia era descer do ônibus direto pras escadarias que levam ao vulcão. Nossa guia também orientou a deixar os chinelos dentro do ônibus, já que com a lama do vulcão as escadas ficam bem escorregadias e também é comum se perder chinelos lá dentro, sugados pela lama movediça. Além disso, o pessoal ali em volta cobra para cuidar dos teus chinelos também.

Todo mundo se trocou então desconfortavelmente dentro do ônibus e já descemos direto em frente às escadarias para subir no vulcão. Com o chão quente e sem chinelos, nem dava pra ficar muito de bobeira ali mesmo e já fomos correndo para a escadaria de madeira, que já tinha uma fila considerável (e na tua cola já um monte de gente oferecendo tudo que é tipo de coisa).

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Subindo as escadarias do Vulcão Totumo

Como o espaço é pequeno dentro do vulcão, eles deixam entrar só umas 20 pessoas ao mesmo tempo, e só por 20 minutos, mas ninguém cronometra o tempo, vai mais do bom senso de cada um.
 
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Fila bem considerável já pra entrar no Vulcão

Apesar de pequeno em altura, lá de cima se tem uma bonita vista do lago e da estrada.
 
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Bonita vista do topo do Vulcão

Quando chegou nossa vez de entrar, fomos meio que obrigados a deixar nossa câmera com um dos guris lá em cima pra tirar fotos da gente, já que é bem perigoso perder ela no meio da lama. Tu paga eles só depois, na hora de ir embora.

Bem rapidinho, entramos na lama, e que sensação estranha (mas boa!). Por causa da densidade da lama, é impossível afundar. Por mais que tu tente ficar com a cara dentro da lama, é muito difícil. Apesar da muvuca e do pouco espaço ali, dá pra curtir bastante a sensação e aproveitar. Se não tem propriedades medicinais, pelo menos pra pele dá uma revigorada boa e é muito relaxante!

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Nossa vez de entrar na lama!

Lá dentro também ficam vários "massagistas" te puxando querendo fazer massagem em ti. Tem que ficar esperto pra desviar deles, qualquer dois toques em ti já vão querer cobrar a massagem completa.

Apesar de não dar vontade de sair, uns 20 minutinhos depois já fomos levantando âncora para dar lugar pra os outros. Até dá pra ir pro fim da fila e entrar novamente, mas pelo tamanho da fila e pelo tempo da excursão, dificilmente dá tempo.

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Na descida das escadas daí tem que ter cuidado pois com a lama fica bem escorregadio.

Uma coisa boa do corpo coberto de lama é que ela funciona como um protetor solar natural, inclusive dá uma amenizada boa no calorão e também nos pés descalços, ajudou a não queimar os pés no chão quente em torno do vulcão.

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Enlamacados!

Para tirar a lama do corpo, somos convidados a tomar um banho de rio ali nas margens do Ciénaga del Totumo, um rio com a água bem escura com fundo lamacento. Antes, porém, sentamos numa barraquinha na beira do lago, pedimos duas Águilas e, aproveitando mais um pouco o corpo coberto de lama, finalmente pudemos dizer que se refrescamos do calor de Cartagena. A lama do Totumo realmente dá uma sensação muito boa de relaxamento (dizem que cura artrite, câimbra, torsão, etc, hehehe).

Dentro do rio, ficam umas mulheres com uns baldinhos que se oferecem para ajudar a tirar a lama do corpo (cobrado, obviamente). É até meio invasivo, vimos uns gringos que estavam utilizando o serviço e elas pediam até para eles tirarem a sunga para tirar bem a lama.

Com a lama tirada do corpo no riozinho (mais ou menos), antes de pegar o micro-ônibus para ir embora, o carinha que tirou as fotos pra gente no vulcão e o que vendeu as cervejas vieram nos cobrar bem certinho, não sei como eles lembram da tua cara no meio de tanta gente.

Já início da tarde, a próxima parada do passeio é na praia de La Boquilla, ao norte de Cartagena, para almoço e curtir a praia. Comemos peixe novamente com patacones, sempre com sopa de entrada, num barzinho na beira da praia. Essa praia é bem sem graça (comparada às outras), com uma faixa de areia extensa e meio acinzentada e mar escuro, lembra muito as praias aqui do Rio Grande do Sul, porém o mar é menos revolto. Pouco convidativa para um banho, a maioria dos nossos colegas da excursão ficou pelo barzinho mesmo conversando, fomos um dos poucos que foi conferir a praia e dar uns mergulhos. Aqui também somos avisados antecipadamente sobre as mulheres oferecendo massagens na beira da praia, que não pode deixar elas encostarem em ti se não já vão querer cobrar.

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Praia de La Boquilla

Meio da tarde então, somos chamados para o ônibus para retornar para a torre do relógio. Na volta, em frente da torre do relógio, já retornando pro hostel, vimos um pessoal oferecendo Free Walking Tours e deixamos reservado para fazermos o tour no outro dia, já que naquele dia ali o tour seria em espanhol e naquela época ainda achávamos mais fácil o entendimento em inglês.

De volta ao hostel, tomamos um banho para tirar o resto de lama do corpo (é bem difícil até sair tudo mesmo) e ficamos um tempo na sacada do hostel relaxando curtindo um Reggaeton na tv e tomando umas Club Colombias esperando chegar a noite.

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Se gelando na sacada do hostel

À noite, rumamos para o Getsemani. Antes porém, fomos procurar um bar para ver o jogo do Grêmio, que àquela noite estaria enfrentando o Guarani do Paraguai pela Libertadores. E não foi difícil achar, bem na praça em frente à torre do relógio, estávamos tirando umas fotos dos prédios históricos bem bonitos que tem por ali, entre eles o Teatro Colón, um importante teatro que data da época da colônia (e que hoje infelizmente está meio neglicenciado) e, bem na esquina da rua que segue para o Getsemani encontramos um bar e conseguimos assistir um pouco do jogo.

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Teatro Colón, próximo à entrada da muralha e paradinha para assistir o jogo do Grêmio

Já no Getsemani, na praça da Santíssima Trindade, nessa noite ela estava com bem menos movimento. Não sei se devido a isso, mas tinham uns policiais fazendo batida por ali aquele dia e, pelo que tínhamos observado, estavam encrencando com quem estava consumindo bebidas alcoólicas na praça. Com receio de virem nos incomodar, tratamos de esconder nossas cervejas com sacolas de papel (como se eles não fossem saber o que tinha dentro), hehehehe.
 
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Tomando uma cerveja "escondido"

Como a praça estava meio deserta, saímos para caminhar pelo bairro. Encontramos uma rua bem "demolida", várias casas destruídas, que o pessoal aproveitou para utilizar as paredes dos escombros para fazer grafites muito bonitos.
 
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Grafites do Getsemani

Fechamos a noite num restaurantezinho barato que achamos ali pelas ruas de dentro. Jantamos praticamente o mesmo prato de sempre dos almoços (sopa de entrada, prato principal com uma carne, arroz e salada e suco horrível de doce) e voltamos cedo pro hostel.
 
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Parada pra janta antes de fechar a noite

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Teve coragem de entrar no "vulcão"?Eu não tinha a intenção,só conhecê-lo mesmo,mas andei sabendo que tudo é montagem e o vulcão não é de verdade.Seja como for,fui a Cartagena encerrar a viagem pelo aeroporto de lá,já estava cansado.rs 

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COLÔMBIA 5º Dia - Visitando o Castelo de Barajas (28/04/2017)

Nosso último dia "cheio" em Cartagena, ainda faltava em nosso roteiro a visita ao Castelo de Barajas e o Free Walking Tour. Acordamos cedo então e já seguimos para o Castelo de San Felipe de Barajas.

O Castelo de San Felipe de Barajas é uma forticiação que foi construída num ponto estratégico para a defesa do porto de Cartagena contra invasores, no alto da colina de San Lazaro, e é considerada a maior construção espanhola fora da Europa (só por isso dá pra ter uma ideia da importância que tinha o porto de Cartagena para os imperialistas espanhóis). Construído entre 1536 e 1657, foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1984, e também uma das sete maravilhas da Colômbia.

Como a visita é quase 100% em área aberta, tratamos de ir bem cedo para não pegar o sol a pino (o que não adiantou muito). Ainda, por ser um pouco mais afastado do mar, essa parte da cidade consegue ser ainda mais quente que o normal.

Seguimos então a pé pela Calle 30, passando pelo Bairro Getsemani e atravessando uma ponte que cruza a Laguna de San Lazaro, em seguida já se avista o imponente castelo ao fundo.

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Passando a ponte sobre a Laguna San Lazaro, já se avista ao fundo o bonito Castelo

O castelo fica a um pouco mais de 1 km de distância da torre do relógio e no caminho fomos obrigados a parar algumas vezes e entrar em algum lugar com ar condicionado para dar uma amenizada no calor. Primeiro entramos num shoppingzinho na Calle 30 em frente ao Castelo, e depois num supermercado, aproveitamos pra comprar uns Gatorades (muito barato na Colômbia) para rehidratar.
 
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Shoppingzinho pra afugentar o calor

Antes porém de entrar no Castelo, fomos procurar uma escultura que fica próxima dali que é bem famosa em Cartagena, o Monumento a los Zapatos Viejos.

O monumento dos sapatos velhos, em português, é um monumento em homenagem ao poema "A mi ciudad nativa", que por sua vez é uma homenagem à cidade de Cartagena do poeta nativo Luis Carlos López.

O poema de López é uma declaração de amor à cidade de Cartagena que foi convertido em estátua e hoje é uma atração turística da cidade.

Tão famoso que quando estávamos procurando a escultura os locais que passavam por nós na rua e viam que tínhamos cara de turista, apontavam na direção delas: "é lá que fica os sapatos velhos". A estátua em si não tem nada demais, mas dá pra tirar umas fotos bem bonitas com o Castelo de Barajas ao fundo, ou divertidas, dentro do sapato. Do lado da estátua fica um mural com a transcrição do poema de López.

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Monumento a los Zapatos Viejos

Finalmente então, rumamos para o Castelo. Havia lido que na Colômbia aceitavam a carteira de estudante de outros países para pagar mais barato o valor de entrada em alguns locais, e o Castelo foi um desses lugares (o único na verdade)! Apresentei minha carteira de estudante aqui de Porto Alegre e a entrada no Castelo, de 25.000 COP paguei 15.000 (uhu!).

Bem na entrada temos a estátua de Blas de Lezo, militar espanhol que liderou a defesa do Castelo durante o Cerco de Cartagena, em 1741, episódio que deu início à Guerra da Orelha de Jenkins, uma das maiores derrotas navais da Inglaterra.

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Estátua de Blas de Lezo

O começo da visita tem que subir uma ladeirinha que já dá uma certa cansada naquele sol, numa parte que foi toda reconstruída e criadas algumas pontes para os visitantes poderem chegar no Castelo, visto que quando era ativo, não havia uma "entrada" propriamente dita, tendo que ser acessado somente pelos túneis, ou escalando-o.

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Juju já morta por causa da subidinha e do calor

Chegando na parte "principal" já dá pra apreciar uma vista belíssima da cidade, com a Laguna de San Lazaro desembocando lá ao fundo em Bocagrande. Dá pra ver mesmo que a localização do Castelo era estratégica para a defesa da cidade.
 
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De cima da fortaleza pode-se observar praticamente toda a cidade

Por ali ficam várias salas internas que foram transformadas em museus com exposição de peças da época ou apenas retratando como eram as salas utilizadas pelo exército espanhol, tanto a parte das prisões como as salas mais administrativas do Castelo.
 
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Mais pontos "charmosos" do Castelo

A nossa sala de visitação preferida foi uma que estava passando um videozinho contando a história do Castelo de Barajas (já que era a única que tinha ar condicionado hehehe) e também de Cartagena, com ênfase nas batalhas travadas na região. Uma animação bem legal que conseguia deixar a guerra "divertida". Assistimos umas duas vezes o vídeo inteiro. A primeira "versão" do castelo era apenas um triângulo no topo da colina (que ainda hoje consegue se observar essa construção). Com as recorrentes tentativas de invasões de povos estrangeiros, como franceses e holandeses, tentando tomar o porto que desembocava para a Europa grandes quantidades de ouro e prata saqueados pelos espanhóis na América do Sul, aos poucos foi se expandido as fortificações em volta do Castelo, de forma até um pouco desordenada, como se nota ao caminhar sobre ele (andares desregulares, muros nada simétricos) culminando com a Guerra da Orelha de Jenkins em meados de 1700 com a expulsão dos ingleses, considerado hoje um ato heroico dos militares espanhóis que possuíam à época um exército considerado inferior ao britânico.

Mas um dos pontos altos do passeio são os túneis subterrâneos dentro da fortaleza. Bastante estreitos, vários estão conservados e permite que você ande por muitos metros dentro deles (pra quem não sofre de claustrofobia). Dizem que estes foram um dos motivos que propiciaram as vitórias nas batalhas travadas em Cartagena. Graças a extensa rede de túneis que permitiam acesso a diversos locais dentro e fora da fortificação (dizem que tinha túneis que iam até a cidade murada), formando um complexo labirinto, os soldados espanhóis conseguiam surpreender seus inimigos ou fugir quando estivessem encurralados.

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Túneis no Castelo de Barajas

Terminando a visita, fomos até a parte mais alta do castelo e lá a vista é ainda mais bonita. A parte mais alta mesmo estava fechada para visitação (não sabemos se é permanentemente fechada), apenas permitindo acessar uma lojinha de souvenires e mais uma masmorra do castelo.

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Masmorras do castelo e lojinha vendendo souvenires e antiguidades

Se aproximando do meio-dia e ficando ainda mais quente, fomos descendo então em direção à saída. Outro ponto que vale destacar, que muitos consideram uma característica negativa do lugar é a conservação dos muros, que não é das melhores. Particularmente achamos melhor assim, dando um clima mais "medieval" para o Castelo e ficando ele com uma coloração bem característica, que o torna único.
 
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As paredes do castelo tem uma cor bem característica

Resolvemos voltar pro hostel por um caminho diferente, pela ponte ao norte da que atravessamos na vinda, na Avenida Pedro de Heredia, para conhecer outra parte da cidade. No caminho, passamos por outro shopping, esse bem maior que os outros que havíamos conhecido na cidade e aproveitamos para dar uma parada e aproveitar o ar condicionado.
 
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Shopping grande em Cartagena

Demos uma passada na praça de alimentação e, vendo que os preços eram convidativos (e estávamos com fome) resolvemos almoçar por lá mesmo. Experimentamos então nossa primeira "badeja paisa", prato típico da região da Antioquia (província onde fica Medellin e onde mais tarde nós comeríamos várias bandeijas paisas) que consiste num pratão farto de arroz, feijão, banana frita, carne moída, ovo, chorizo (torresmo), linguiça e abacate. Pagamos 15.000 COPs um prato que dava pra dois e sobraria se estivéssemos com pouca fome.
 
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Primeira Bandeja Paisa da viagem

Para quem não sabe, paisa é como se referem à cultura e o povo da província de antioquia. Traçando um paralelo, seria como o "gaúcho" aqui no sul do Brasil. Inclusive as vestimentas paisa e as músicas são muito parecidas com as gaúchas (pilcha, bombacha, gaita), bem semelhante mesmo.

Almoçados, seguimos em direção ao nosso hostel. No caminho avistamos próximo à ponte da Avenida Pedro de Heredia uma pequena favela ribeirinha, bem próxima à cidade murada, altamente turística e do shopping luxuoso que almoçamos, contraste típico da nossa América Latina.

Passando a ponte e chegando na Avenida Venezuela, que leva em direção à Torre do Relógio, passamos por mais um ponto bastante famoso e turístico de Cartagena, a estátua em homenagem à India Catalina:

Catalina é a figura indígena mais famosa de Cartagena e quiçá da Colômbia. Diz a história que foi raptada pelos espanhóis com 14 anos quando do massacre de seu povo, o povo Calamari, na cidade que hoje é Santa Catalina. De posse dos espanhóis, foi catequisada e viveu uma paixão com Pedro de Heredia, fundador de Cartagena. Ambos voltaram juntos para Cartagena e como Catalina aprendeu o espanhol, serviu de interprete entre os índios que viviam ali e os espanhóis.

A figura da Catalina é um pouco controversa: alguns dizem que ela ajudou a colonizar os índios junto com os espanhóis, outros alegam que graças a ela os espanhóis não massacraram a população indígena que vivia ali, sendo ela uma heroína da história (que é a versão mais famosa entre os colombianos). Aliás, não havia comentado ainda, mas o nome oficial de Cartagena é "Cartagena das Índias", justamente por todo esse passado e história (não muito feliz) do povo indígena dali.

A praça onde fica a estátua é num ponto bem bonito e estratégico, que permite observar ao fundo o Castelo de Barajas, mas diziam ser um lugar meio perigoso, então não ficamos muito tempo de bobeira ali, só tiramos umas fotinhos e fomos embora.

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Monumento em homenagem à Índia Catalina

Enfim voltamos pro hostel e ficamos no quarto aproveitando o ar condicionado o máximo que deu, até às 15h, horário que estava marcado o nosso free walking tour.

Pra quem não sabe, free walking tour é uma iniciativa extraordinária que surgiu na Europa, nas cidades mais turísticas, onde voluntários, normalmente estudantes de história ou de turismo ou apenas amantes da sua cidade, se oferecem para realizar um pequeno tour pelos principais pontos da cidade, contando curiosidades e fatos históricos dos locais visitados, sem cobrar nada por isso, apenas uma gorjeta voluntária. Com o tempo esse tipo de iniciativa foi se aprimorando. Hoje já existe toda uma indústria de Free Walking Tours, funcionando como se fossem verdadeiras empresas e em quase todas as cidades turísticas do mundo se encontra pelo menos um grupo oferecendo Free Walking Tours. Na Europa então dá até briga pela concorrência. Alguns hoje em dia estipulam até o valor da gorjeta!

Foi a primeira vez que experimentamos um free walking tour, coisa que depois virou rotina nas nossas viagens. Sempre que dá tempo e a cidade oferece nós fazemos. Só uma dica (que quase nunca fazemos): é bom fazer o free walking logo que se chega na cidade, pois os guias sempre te dão várias dicas de lugares diferentes pra conhecer, lugares pra comer e comprar coisas mais baratos, além da forma mais econômica de chegar em certos pontos. Este de Cartagena por exemplo, a guia nos entregou que o lugar mais barato para comprar souvenires era no mercado de rua ao lado da igreja central da muralha, coisa que até já tínhamos descoberto, mas perdemos um bom tempo pesquisando em diversos locais pra isso. Todos os Free Walking Tours que fizemos sempre demos uma gorjeta simbólica, compatível com nosso orçamento, só na Alemanha que não pagamos nada uma vez porque o tour foi muito arrastado e cansativo, e também porque tinha centenas de pessoas pagando euros de gorjeta, então nossa merreca não ia fazer diferença, mas isso comentamos melhor nos futuros posts da Europa.

15h então, nos encontramos com a guia do Free Walk, nós e mais um grupo de gringos, para fazer o tour, em frente à Torre do Relógio.

O tour, que durou aproximadamente duas horas e meia, é muito bem aproveitado. De forma descontraída, percorremos os pontos mais importantes do centro histórico de Cartagena com a guia nos contando diversas histórias e curiosidades da cultura da cidade desde os tempos da colônia.

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Turminha iniciando o tour por Cartagena ao fundo a estátua de Pedro de Heredia e Catalina

Entre as curiosidades, a mais interessante diz respeito à arquitetura dos prédios históricos. Praticamene todos possuem uma espécie de "lança" no telhado, que servia segundo as crenças para "afastar as bruxas". As portas das casas também todas (as conservadas) possuem o emblema da família a qual pertenciam, em forma de animais como lobo, serpente, falcão (bem estilo Game of Thrones). Além disso, todas possuem tachões em metal que indicavam a riqueza de quem morava ali (quanto mais tachões, mais rica a família) e uma portinha menor para que os servos entrassem.
 
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Porta com detalhes que indicavam a família e a riqueza de seus donos e a Juju procurando as "lanças" para espantar bruxas no telhado das casas

Fazendo um breve resumo da tarde, começamos pela torre do relógio, onde bem em frente temos o "Portal de los dulces", local que passávamos sempre mas não imaginávamos que é um ponto turístico importante da cidade. Portal onde eram enfileirados e comercializados os escravos, com o fim da colônia se tornou um ponto onde se reúnem todo o dia vários comerciantes de rua que vendem doces típicos de Cartagena, bastante influenciados pela cultura africana. Pudemos experimentar vários doces, mas tudo era bem sem graça. Depois fizemos um tour pelas igrejas e conhecemos um pouco mais da história de cada uma, com destaque para a catedral de Cartagena, onde mais tarde iria ocorrer uma cerimônia de casamento.
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Catedral de Cartagena

E por falar em casamentos, depois seguimos em direção ao pedaço da muralha que fica voltada para o mar, a parte onde pode-se subir em cima, onde marcamos presença praticamente em todos os nossos dias em Cartagena, que estava tendo uma sessão de fotos para um casamento. Segundo nossa guia, é normal nos finais de semana os casais fazerem fila ali para sessões de fotos. Contou também diversas histórias bem interessantes sobre essa parte da muralha e da pontezinha que tem ali, mas para saberem vocês terão que ir à Cartagena fazer o Free Walking Tour (não vou dar spoilers mas envolvem até fantasmas).

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Caminhar no fim da tarde sobre as muralhas nunca cansa!

Descendo a muralha, seguimos para uma ponta que ainda não conhecíamos, uma esplanada com vários cafés e barzinhos um pouco mais elitizados, encostada na muralha em direção sul onde ficam vários monumentos militares e o museu naval de Cartagena, o qual dizem ser interessante a visita. Em frente ao museu, fica um monumento que é uma réplica da fonte de canaeletes, fonte que se localiza em Barcelona na Espanha e é o local onde a torcida do Barcelona comemora os títulos do clube. Esta réplica foi doada justamente pelo time do Barcelona, que se encantou com a cidade quando veio fazer uma excursão e resolveu presenteá-la com essa fonte que é o símbolo das vitórias esportivas de Barcelona. Em Cartagena, no entanto, nunca se comemorou nada nela, já que o time de futebol de Cartagena é um dos piores da Colômbia hehehe.
 
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Museu Naval e réplica da fonte de Canaletes

Em seguida nos dirigimos para a Plaza Santo Domingo, em frente à igreja de mesmo nome, outro local famoso da cidade com vários barzinhos e mesinhas na rua e local onde saem os passeios de carruagem pela cidade (embora as carruagens estejam sempre rodando e raramente parem ali na verdade), passeios esses que são outro símbolo da cidade murada.
 
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Carruagens passam o dia inteiro dentro da cidade murada

Mas a fama dessa praça se deve mesmo à obra de Fernando Botero que fica em frente a igreja. A escultura "Gertrudis", de uma mulher com formas bastante arredondadas, uma marca do artista, dizem trazer dinheiro para quem passa por ali e "acaricia" os seus seios. Como não somos bobos nem nada, seguimos a tradição, vai que né?
 
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Plaza Santo Domingo e a estátua de Botero "Gertrudis"

Finalizando o tour, seguimos em direção à praça Bolivar, que fica em frente à igreja da inquisição. Neste local era onde eram queimadas as bruxas e enforcados todos os que tinham alguma suspeita de desrespeitar a religião católica e mais tarde foi transformada em uma praça em homenagem à Simón Bolívar. No caminho, na parede lateral da imponente igreja, que hoje é um museu da inquisição em Cartagena, tem um local muito interessante que virou ponto turístico na cidade: a "ventana de la denuncia", ou como disse nossa guia: "a janela da fofoca". Nessa única janelinha que dá para o interior da igreja da inquisição é onde os moradores iam para "alcaguetar" os vizinhos que estivessem praticando ou suspeitos de praticar qualquer ato que fosse de encontro aos costumes católicos. Nem preciso dizer que dessa forma essa janelinha foi responsável por diversas mortes e, apesar da aparência um pouco mórbida, é bastante interessante.
 
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Janela da "fofoca"

Mórbida assim como a própria praça em frente, meio escura e com um ar melancólico, destoando das demais praças de Cartagena. Apesar disso, nesse dia da visita estava rolando no centro da praça uma apresentação cultural que deu uma certa alegria ao local. Vários meninos e meninas dançando a tal da Champeta! Finalmente descobrimos do que se tratava essa dança e essa cultura, com raízes bem africanas mesmo com roupas típicas bem coloridas.

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Apresentação de danças típicas

Aliás, outra atração que tem bastante por lá que eu não havia comentado ainda são as mulheres nas ruas vestidas com roupas típicas africanas, lembrando as baianas aqui do Brasil. Todas com roupas bem bonitas e coloridas, elas cobram aquela gorjetinha básica para tirar foto com os turistas.

Ali na praça da inquisição, curtindo a apresentação de Champeta, também foi onde encerramos nosso tour. Nos despedimos da turminha do Free Walk e da nossa guia e demos 30.000 COPs de gorjeta.

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Se despedindo da galera. A direita nossa simpática guia do Free Walk

À noite, havia mais uma atividade na nossa lista de coisas pra se fazer em Cartagena, mas essa estávamos meio indecisos se valeria a pena já que iria custar 40 dólares pra fazer: andar de Chiva Rumblera.
Uma coisa bem pega-turista em Cartagena é o tour noturno a bordo de uma Chiva Rumblera, aqueles ônibus coloridões bem caribenhos típicos, aberto dos lados e sem janelas, e o tour consiste em um passeio pelos principais pontos da cidade com duração de mais ou menos 3 horas. Durante o trajeto, uma banda na frente do ônibus vai tocando Rumba e animando os turistas junto com uma iluminação de balada, além do ônibus ser open bar (parece que hoje já não é mais), fazendo dele uma verdadeira festa em movimento.

Mas tivemos a brilhante ideia de perguntar para a guia do Free Walking Tour antes de nos despedirmos se esse passeio valia a pena, e ela foi sincerona, disse que se quiséssemos tomar uns 3 copos de rum com coca-cola quente e aguentar música alta e mal tocada a noite toda, que sim. Ainda disse que no final do passeio todos os ônibus se reúnem num local meio afastado e cada um liga sua música alta pra encerrar a noite em clima de balada a céu aberto, fazendo que tu tenha ainda que gastar com táxi ou uber pra voltar pro hostel.

Facilmente desistimos então dessa ideia, mas mais por causa do preço mesmo, pois deve ser um perrengue divertido (basta levar seu próprio isopor com cerveja).

Resolvemos então ir em direção à muralha apreciar o começo da noite. Antes porém, demos uma parada no Café San Alberto, uma espécie de "rival" do Café Juan Valdez, embora este último seja mais tradicional e menos comercial. No entanto, apesar de igualmente bom, é muito gourmetizado e o Juan Valdez continuou sendo nosso favorito (até hoje).

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Café San Alberto

Já noite, fomos dar uma passeada na parte da muralha que se pode caminhar por cima e ver o movimento. Como era uma sexta-feira, o local estava bem movimentado e agradável. Muitas famílias e turistas passeando por ali e com isso também, muitos assediadores. Um que se aproximou da gente começou a contar a história de Cartagena e queria mostrar a muralha pra nós "na parceria". Óbvio que era golpe né e ele iria querer cobrar depois pelo "tour", então não demos muita confiança. Insistente, tentei fingir que não falava espanhol, também que não falava em inglês, e não adiantava, até que fui sincero e disse: "não temos dinheiro", só assim, ele começou a rir e então foi embora hehehe.
 
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Bonito visual das muralhas à noite

Como era nossa última noite na cidade, queríamos aproveitar bastante, então seguimos em direção ao Getsemani. No caminho ainda paramos para observar um casamento que estava acontecendo na Catedral de Cartagena. Como a porta da entrada da igreja dá direto na pracinha movimentada que tem em frente, dá pra praticamente qualquer um que está passando "participar" do casamento. Na praça mesmo são colocadas várias mesas pros convidados, se misturando com as mesas dos outros bares que tem ali em volta.
 
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Casamento rolando

Chegando no Getsemani, este dia, como era uma sexta-feira, estava cheio de gente. Na praça da Santíssima Trindade estava rolando várias atividades: pula-pula pras crianças, aula de dança (Reggaeton, é claro), apresentações de artistas de rua, uma verdadeira festa! Também havia várias barraquinhas com comida de rua a mais do que os dias normais, então aproveitamos para experimentar um cachorro quente, esse sim bem recheado! Estilo os brasileiros.
 
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Bastante movimento no Getsemani

Depois de ficar um tempo curtindo o lugar e cansar e suar só de olhar o pessoal dançando, fomos dar mais umas voltas pelo bairro observar alguns outros grafites que ainda não tínhamos conhecido e comprar cerveja mais barata no mercadinho escondido que se tornou nossa parada obrigatório no Getsemani.
 
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Curtindo mais um pouco o Getsemani

Voltamos bem tarde pra cidade murada e havia ainda bastante movimento nas ruas, bem agradável de se passear.
 
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Se despedindo da noite Cartageneira

Demos mais uma volta então dentro das muralhas nos despedindo da noite Cartageneira. No outro dia partiríamos de ônibus noturno em direção à Medellin.

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