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Em 22/02/2020 em 16:57, augustolliovett disse:

 

@arielbrothers mmuito obrigado pela gentileza ! Acho que vou ter que deixar Chang Mai para uma próxima, uma pena ja que é bem No festival. Vai ficar assim : 27 a 31/10 em Bangkoc, 31 a 02/11 em Krabi, 2 a 5/11 em Phi Phi, 5 e 6 em Krabi e dia 6 voo de volta para Indonésia( para regressar ao Brasil ) .

Bah! Vai dar para aproveitar bastante! Qualquer dúvida que tiver me avisa. Abraço!

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SUDESTE ASIÁTICO 12º Dia - Explorando as ruas de Siem Reap (15/11/2016)

Atualizado: há 6 dias

Este dia reservamos para explorar a região dos arredores do nosso hostel, passando em alguns pontos turísticos por ali como o Old Market, o templo Wat Preah Phrom Rath e alguns outros mercados menores. Acordamos cedo pra sair e aí vimos como foi importante ter ar condicionado no quarto. De manhã cedo já estava um calorão, bem mais quente do que estávamos acostumados na Tailândia.

Ainda não conhecíamos as ruas secundárias ali próximas que contavam com milhares de cafés e restaurantes então tomamos café na rua principal mesmo (a mesma que passamos no dia anterior). Na primeira carrocinha de rua que avistamos, que contava com várias mesinhas na calçada, experimentamos aqueles cafés da manhã tipicamente asiáticos que parecem um almoço (com massa, arroz e tudo que tem direito).

Devidamente alimentados, começamos então a desbravar a cidade. Primeiro seguimos até uma ponte próxima, que fica sobre o Siem Reap river, um rio que cruza toda a cidade. O rio (assim como as ruas) é muito mal cuidado, com bastante lixo e cheiro de esgoto, nos lembramos do nosso Arroio Dilúvio aqui de Porto Alegre. A ponte, só para pedestres, era bem simpática, e levava até o outro lado (é mesmo?) onde fica um mercado de artesanatos.

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Ponte sobre o Rio Siem Reap

Demos uma olhada rápida pois como iríamos passar pelo Old Market, não queríamos tomar um fartão de mercados logo de cara. Outra coisa que nos chamou a atenção que agora de dia pudemos perceber melhor é o trânsito extremamente caótico da cidade. Falavam que a Ásia toda era uma terra sem lei no trânsito, mas na Tailândia, não sentimos tanto isso. No Camboja agora sim: Existem mais scooters do que habitantes em Siem Reap e coisas simples como respeitar o sentido das ruas não existe, tu anda do lado que tu quiser e entra na rua que quiser (acho que nem existe esse negócio de mão única, mão dupla, vai na fé). Sinaleira (semáforo) só vimos uma na Avenida principal que passamos quando fomos para o Angkor Wat, o resto das ruas é quem se enfiar primeiro vai. Mas, apesar da maioria dos carros que observamos sempre terem marcas de batida e inclusive termos presenciado algumas batidinhas entre carros e motos, para o pedestre é bem tranquilo, eles respeitam e, também pelo caos no trânsito e pelo estado das motinhos, não se vê muitos condutores correndo nas ruas, só é preciso olhar para todos os lados possíveis (e impossíveis) antes de atravessar uma rua.

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As milhares de motinhas no trânsito caótico de Siem Reap

Seguimos então direto para o Old Market, o mercado principal da cidade, que conta com lojas estilo camelozão de artesanato, roupas, lembrancinhas turísticas, comida e etc. Lá é aquela mesma ladainha de sempre, tem que pechinchar para tudo, não existe isso de perguntar o preço e eles te dizerem de cara. Diferente da Tailândia, aqui nem preço inicial tem, a primeira coisa que eles perguntam é: how much you pay (quanto você quer pagar?)? E também são mais "agressivos" que o vizinho, ficam te puxando e baixando o valor até depois que tu já tá a metros da loja (3 dólares, 2 dólares, 1 dólar...), mas na verdade chega a ser engraçado porque normalmente a vendedora é uma mocinha que fica fazendo cara de coitada pra ver se tu fica com pena e compra. Tu passa o tempo inteiro falando orkum (obrigado em khmer). E pior que quando tu desvia das lojinhas e pisa na rua aí vem os motoristas de tuk-tuk te oferecerem tudo que é tipo de porcaria.

Compramos umas lembrancinhas no mercado e obviamente fui atrás da camisa da seleção de futebol do Camboja para comprar e, por mais que a seleção do Camboja nunca tenha passado da primeira fase das eliminatórias asiáticas para a Copa, a camisa da sua seleção é vendida abundantemente em cada esquina, além de você ver na rua muita gente local a usando, principalmente os motoristas de tuk-tuk, vendedores e outros trabalhadores de rua. O futebol é bastante popular no país e, assim como as ligas tailandesa e indiana, a liga nacional do Camboja tem crescido bastante nos últimos anos. Com a facilidade pra achar a bendita camisa, só pra contrariar, acabei comprando ela da única vendedora que não parecia estar muito disposta a negociar, só me deu o preço fechado (9 dólares), comprei e deu.

Depois fomos conferir onde ficava a parte das comidas do mercado. Já estávamos esperando um lugar com uma higiene no mínimo duvidosa, mas como na época ainda não conhecíamos os mercados do Perú, tomamos um choque com a porqueira daquilo ali. Pessoal limpando os bichos (porco, galinha, peixe) tudo em cima dumas pias, do lado de onde serviam as comidas para os clientes. Gatos passando pelas mesas e lambendo os peixes, açougueiro/vendedor com os pé sujo em cima da mesa fumando enquanto cortava uns pedaço de porco (moscas então nem se fala). Mas mesmo com tudo isso achei um lugar muito legal para passear e observar o movimento dos locais e só não comemos ali porque ainda estávamos cheios do café da manhã.

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"Praça de alimentação" do Old Market

Depois do passeio pelo mercado seguimos para o templo Wat Preah Phrom Rath (eita), um dos templos mais famosos de Siem Reap, que fica a duas quadras do Old Market e com entrada grátis. O lugar é um oásis no meio do tumultuado centrinho da cidade, bastante paz e silêncio com seus prédios e jardins muito bem decorados, coloridos e limpos.

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O belo templo Wat Preah Phrom Rath

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Juju prester a ser mordida por uma Naja!

Bem na entrada tem umas esculturas representando uma das mais famosas passagens da história do Buda, história essa que vimos ilustrada com desenhos nas paredes da grande maioria dos templos que visitamos, porém neste foi a primeira vez que vimos ela representada por esculturas: a passagem que mostra o príncipe Sidartha (o Buda), numa viagem de carruagem fora do seu palácio, se deparando na estrada com um homem morto no chão com seu cadáver envolto em urubus e vermes comendo seus restos. Segundo os escritos foi ali a primeira vez que o Buda descobriu que existia morte, pois até então ele viveu sempre protegido e separado do mundo exterior em seu castelo, com seus pais e súditos sempre tratando de esconder dele o conhecimento da existência das mazelas do mundo, inclusive a existência da morte. A escultura em si não chega a ser mórbida, apesar do tema, é até meio engraçado os bonecos e bem colorida.

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Representação de uma das passagens da história do príncipe Sidartha (o Buda)

Passando pelos jardins decorados se chega então ao templo principal do complexo, que contém uma estátua de buda no estilo khmer, bem diferente dos templos tailandeses. Atrás do altar ainda se deparamos com um buda reclinado dentro de uma espécie de sarcófago, também em estilo cambojano, bem interessante.
 
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Buda estilo khmer que conta com um buda reclinado "escondido" atrás
 
Ao redor do templo principal ficam também diversas ilustrações bem bonitas representando os ensinamentos budistas. Lembro que neste templo especificamente as figuras contavam a história de um pescador que encontrou mais tarde a iluminação se tornando um Buda. Não lembro agora da historinha mas sei que tinha achado ela bem bonita.
 
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Pátio interno do templo com suas ilustrações belíssimas

Já do lado de fora ao lado esquerdo do jardim se tem uma edificação bem bonita que agora é uma escola budista e uma biblioteca.

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Escola que fica dentro do templo

Depois da visita ao templo seguimos meio sem rumo pela rua que margeia o rio Siem Reap. Essa rua, apesar do rio ser bastante sujo, é bem arborizada e junto com o rio dava uma amenizava no calorão que estava fazendo.

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Rua que margeia o rio Siem Reap

E por falar em calorão, avistamos no caminho um shopping, o Angkor Trade Center, e resolvemos entrar para conhecer e aproveitar um pouco de ar condicionado. O shopping, se é que dá pra chamar assim, se tratava de um centro comercial com algumas lojinhas, bem simples e com um cinema que, assim como na Tailândia, era voltado pra estrangeiros e passava filmes com legendas em inglês.

Seguimos então pela rua às margens do rio. No caminho bastante pessoas aproveitando o local (inclusive tomando banho no rio), além de várias "excursões" de colégios, com um monte de crianças cambojanas muito fofas vestindo uniformes escolares (passamos por umas três turmas de colégios diferentes).

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Gurizada se divertindo à beira do rio

A medida que se aproximávamos de um lugar que parecia um parque com vários jardins envoltos por prédios que pareciam prédios públicos do governo, a rua ia ficando mais bonita, decorada com várias bandeirinhas do Camboja, além de cartazes com a foto do rei deles (sim, Camboja também é uma monarquia, mas eles não são tão fanáticos pelo rei como na Tailândia). Neste parque havia um palco montado com várias cadeiras de plásticos dispostas no gramado em frente, mas não tinha nenhum evento acontecendo ali no momento.

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Chegando próximo ao Royal Independence Gardens, onde havia um palco montado para algum evento que ocorreria (ou ocorreu) ali e uma feirinha

Não descobrimos quem que ia se apresentar ali ou se já havia se apresentado em outro dia e estavam desmontando. Depois olhamos no google maps e descobrimos que aquele parque ali na verdade é o Royal Independence Gardens, um parque público bem agradável onde ocorrem vários eventos e feiras na cidade e fica em frente a uma das dependências reais e do prédio do governo de Sieam Reap, além de contar com alguns templos budistas também. É aqui também que se inicia a rua Charles De Gaulle, a principal rua de Siem Reap, que seguindo ela leva direto ao Angkor Wat.

Do outro lado da rua, em frente ao parque, passamos também numa feirinha que estava acontecendo ali. Essa era uma feira bem "modesta" digamos. Apesar de vender quase as mesmas coisas que o Old Market, incluindo milhões de camisetas de futebol, os produtos eram de uma qualidade bem inferior. As barracas também eram todas montadas com as coisas expostas no chão mesmo, sendo esse chão todo de terra, tudo meio embarrado (não preciso dizer que as mercadorias ficavam todas sujas e empoeiradas), as comidas vendidas também eram cozinhadas ali numas cozinhas improvisadas bem "roots".

Depois de ficar um tempo ali curtindo o parque e a feira, fomos seguindo a Charles De Gaulle até que passamos na frente do Museu Nacional, o Angkor National Museum que fica num prédio suntuoso, que se destaca na paisagem de Siem Reap.

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Angkor National Museum, prédio que se destaca na paisagem de Siem Reap

A visita a esse museu, que é considerado um dos principais museus de história do Camboja e o que mais traz informações sobre a civilização khmer, estava no nosso roteiro como uma opção "se der tempo a gente vai", já que ele é bem caro pros padrões asiáticos (12 dólares a entrada) e ele não contém nenhuma informação sobre a história contemporânea do país, que é o que mais me interessava no Camboja. Além disso, como iríamos ao Angkor Wat, que já é um museu a céu aberto, deixamos o museu meio que de plano B.

Pois bem, como ainda era cedo e não estávamos gastando nem 5 dólares por dia em Siem Reap, resolvemos entrar no museu, e te digo que valeu muito a pena. O museu que também é um oásis em meio ao caos da cidade, como já dito, fica num prédio luxuoso que se destaca entre as demais edificações (ainda mais que fica a uma quadra da feirinha essa que passamos). Parece até que se está em um outro país.

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A fachada "ostentação" do Angkor National Museum

Dentro também as instalações são muito bem adornadas e ostensivas. Mas além da beleza, as exposições e as informações históricas são riquíssimas e sensacionais, além de possuir bastante conteúdo interativo como vídeos por exemplo. Tem alguns outros jogos também que nós não entendemos direito, só fizemos um que você balança um jarro com palitos de madeira com dizeres e o que cair primeiro é a sua sorte do dia (não lembro o que caiu para nós). Dá pra ficar o dia inteiro no museu, deu pra aprender bastante sobre a cultura khmer, seus rituais e sobre a religião hinduísta com seus três deuses: sheeva, brahma e vishnu. Bastante coisa também sobre o Angkor Wat. Deu muito certo termos visitado este museu antes da visita ao templo pois acabamos apreciando muito mais, sabendo o significado das construções e como aquela civilização vivia ali.
 
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Infelizmente, não se pode tirar fotos dentro do museu, só conseguimos tirar essas aí, numa "piscina" que fica dentro do prédio e eu me passando por khmer puxando a serpente

Saímos do museu morrendo de fome, já que não tínhamos almoçado ainda e já era fim de tarde. Fomos voltando pela avenida de trás do museu (que é a mesma rua do nosso hostel e aquela primeira que visitamos no dia que chegamos), até chegar numa região cheia de restaurantes caseiros um do lado do outro. Experimentei por ali então o meu primeiro khmer amok, o prato nacional do Camboja que eu estava ansioso para provar (acompanhado de uma cambodian beer, é claro). E este prato é muito bom! Um cozidinho de carne com leite de coco servido normalmente numa folha de bananeira na hora se tornou meu prato preferido de toda a viagem. E o melhor é o preço! Em todos esses restaurantes que pesquisamos era assim: prato normal é 1 dólar, mais elaborado é 2 dólares, e é isso os preços (só a carne de sapo que no fim não conseguimos experimentar que era 4 dólares, o prato mais caro dos lugares ali).
 
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Provando pela primeira vez o Khmer Amok acompanhado de uma Cambodia Beer (a Juju não quis arriscar e foi de hambúrguer...)

À noite fomos conhecer "de verdade" a Pub Street (no dia anterior só tínhamos dado uma passada rápida).
 
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Pub Street

A rua é uma Khao San Road mais light (menos muvucada), dominada por turistas bebendo e fazendo festa como se estivessem na casa da mãe joana e com todo aquele comércio voltado para turistas: venda de "petiscos" de escorpião, cobra, gafanhoto, etc. Pessoal te oferecendo drogas na cara dura e bares "para gringos".

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Pessoal vendendo escorpião, larvas, gafanhotos entre outros "petiscos" engana turista e dois "bares pra gringos" bem conhecidos, o Cheers e o Angkor What?

Mas apesar disso os preços ali são absurdamente baratos e meio que tabelados. Por mais chique que o bar fosse, caneco de cerveja sempre custava 50 centavos de dólar!! Bastante variedade de comidas também de vários lugares do mundo, com destaque para o cambodian barbecue, que ficamos de comer em outro dia.
 
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50 centavos o Chope!!

No lugar também fica o Red Piano, um bar que é famoso por ser o preferido da Angelina Jolie, inclusive tem um drink chamado Angelina Jolie e um cartaz com fotos dela lá. Pra quem não sabe, a atriz visitou o país quando foi gravar Tomb Raider e se apaixonou! Inclusive um dos trocentos filhos adotados dela é cambojano. Ela também produziu junto com o filho recentemente um filme muito bom (e pesado) chamado First they Killed my Father (primeiro eles mataram o meu pai) que conta a história do advento do regime de terror do khmer vermelho no Camboja. Recomendo!

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Red Piano, o bar "da Angelina Jolie"

Como tínhamos agendado com o Phey para o outro dia às 4h da manhã a visita ao Angkor Wat para ver o nascer do sol, não nos estendemos muito e fomos cedo pro hostel. No caminho ainda passamos no Art Center Night Market, aquele mesmo mercado de artesanatos que fica do outro lado do rio que havíamos ido pela manhã, mas que agora de noite estava muito mais cheio e bem bonito iluminado.

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Art Center Night Market

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SUDESTE ASIÁTICO 13º Dia - Vislumbrando o amanhecer no Angkor Wat (16/11/2016)

Atualizado: Fev 21

E chegou o dia de conhecer o Angkor Wat, um dos momentos mais aguardados da nossa viagem. Para quem não sabe, o Angkor Wat é o principal complexo arqueológico do Camboja. Tão importante que está na bandeira do país, em todas as notas de dinheiro, nas ruas, nas roupas, na cerveja, ou seja, todo o país gira em torno dele.

Na verdade Angkor Wat é apenas um dos templos do complexo de Angkor, sendo o principal e mais conservado do local. Mas todo o complexo arqueológico, que compreende vários templos, prédios governamentais, altares, muros, aquedutos e inclusive uma cidade capital, berço da civilização khmer acabou sendo conhecido e chamado até hoje de Angkor Wat.

Mas a visita ao Angkor Wat não é só ir lá e conhecer, o espetáculo mesmo, que é uma daquelas coisas que estão na bucket list de todo viajante (e devia estar na de todo ser vivo) é acompanhar o nascer do sol de frente para o Angkor Wat (o templo principal) e estávamos ansiosos para presenciar tal fenômeno.

Acordamos então às 4h da manhã e 4h30 o Phey já estava nos esperando na portaria junto com os dois guris da recepção (já em suas poses eretas nos esperando com um bom dia). Partimos então de Tuk Tuk ainda noite escura, inclusive estava um pouco friozinho, mal sabíamos que mais tarde iríamos enfrentar um calor de quase 40 graus.

No caminho para o Angkor Wat, primeiro passamos no local de venda de ingressos, que não fica exatamente no caminho pra lá. Chegamos ainda não tinha aberto a bilheteria, mas já tinha uma certa fila, com milhões de Tuk Tuks em volta, tudo o pessoal para ir acompanhar o nascer do sol no templo. Compramos o ingresso de um dia só por 20 dólares (bem caro, mas dizem que hoje o preço subiu horrores) e partimos rápido pra tentar chegar antes de todo mundo.

Indo pra lá, achamos estranho que não se passa num portão ou numa entrada propriamente dita. A única coisa parecida foi uma cancela no meio da estrada onde tivemos que apresentar nossas entradas para passar (o motorista de Tuk Tuk não precisa mostrar nada). Seguimos mais um pouco e aí o Phey estacionou e nos deixou então no meio de um breu. Descemos e fomos seguindo na escuridão, o que achávamos ser uma estradinha, a luz dos celulares da horda de turistas, até que chegamos num local onde não tinha mais como passar porque tava lotado de gente. Pensamos então: deve ser aqui que se pára pra observar o nascer do sol. Bem de longe se ouviam cânticos de monges ressoando no ar dando uma atmosfera toda mística ao lugar e é aí então que começa o espetáculo.

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Angkor Wat se revelando no horizonte

Quando começam a aparecer os primeiros raios de sol por trás do Angkor Wat contornando a silhueta das torres grandiosas do templo, é impossível não se emocionar. Aos poucos então o templo vai aparecendo na escuridão que, junto com os cânticos e o reflexo das torres no lago em frente ao templo que vão se desenhando é uma cena realmente inacreditável, nem os milhões de turistas querendo tirar foto ao mesmo tempo e um monte de ambulantes te oferecendo ali na hora foto personalizada, serviço de guia e tudo que é coisa, conseguem estragar o momento mágico.

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Lentamente o sol vai aparecendo e contornando as formas do templo (repara na simetria dos coqueiros, e também na multidão de gente lutando por uma foto)

Ficamos ali um tempo ainda tirando fotos com o sol já todo "amanhecido" e seguimos então uma dica importante que tínhamos lido em quase todos os blogs de viajantes sobre o Angkor Wat: o normal do passeio é começar pelo Angkor Wat, pois fica na entrada do complexo e também pra ver o sol nascendo e etc. Isso faz com que, assim que o sol sai, todas as excursões (e turistas inexperientes) se toquem para o Angkor Wat, congestionando e tornando intransitável o local. A dica então é: enquanto a multidão de excursões e turistas tá lá se amontoando no Angkor Wat, você parte para os outros templos do complexo e deixa ele por último, quando teoricamente ele vai estar mais vazio. Já tínhamos combinado isso com o Phey então voltamos para o Tuk Tuk e deixamos o Angkor Wat para visitar para depois. 
 
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Angkor Wat já "amanhecido"

Seguimos então para o Angkor Thom, que seria uma cidade sede da capital khmer, um espaço enorme delimitado por um córrego e que dentro compreende vários templos e construções, dentre eles o Bayon, o famoso templo das cabeças (já já falo mais dele). Aliás, isso é outra coisa impressionante: se você olha no Google Maps, tanto o Angkor Wat como o Angkor Thom e outros templos do complexo são praticamente perfeitos geometricamente. Todos formam um quadrado que se alinha com as linhas de latitude e longitude do globo terrestre, ficando suas portas de entrada voltadas perfeitamente para os pontos cardeais (pois é, lá no século XII ou XIII a civilização khmer já sabia que a terra não era plana e hoje em dia tem gente que ainda acha que é...).
 
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Mapa do Angkor Thom (perfeitamente simétrico)

E o templo que fomos primeiro foi justamente o Bayon, o templo com esculturas impressionantes de rostos e que fica geometricamente localizado no centro de Angkor Thom que você provavelmente já deve ter visto no instagram de alguém.

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Bayon

Esse templo é bem conservado e ainda conta com plataformas de madeira para você poder chegar nos andares superiores e ficar ainda mais próximos dos rostos. Havíamos visto no Museu no dia anterior (viu como foi importante ir no museu antes?) que as cabeças com seus rostos serenos esculpidos nas torres de pedras e também perfeitamente alinhados com as linhas cardeais seriam até hoje um mistério. A teoria que se sustentou por mais tempo entre arqueólogos e historiadores era a de que seriam a representação do deus Brahma do hinduísmo, pois este sempre era representado por uma figura com quatro cabeças. 

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Os "cabeções" de Bayon

Porém mais tarde, quando se descobriu que o templo na verdade foi uma construção budista e só depois, quando o hinduísmo se tornou a religião oficial do reino khmer que ele foi "convertido" para o hinduísmo, criou-se outras hipóteses: uma que seria uma representação de Buda e outra que seria o retrato do próprio rei que construiu o local no século XII ou XIII. Mais tarde porém, descobriu-se numa escavação no local vários artefatos e esculturas representativas da religião hindu, criando daí uma nova teoria de que o templo teria sido um misto das duas religiões, retornando assim a probabilidade de que as cabeças seriam mesmo a representação do deus Brahma. 
 
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Figuras tanto budistas como hinduistas no templo de Bayon

Um destes objetos é uma fonte de água de formato "fálico", que seria a representação da deusa Shiva, pois como ela é a destruição e a criação de um novo mundo, estaria ligado à virilidade e fertilidade. 
 
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Alguns destes objetos fálicos que representariam a deusa Shiva. O último é um que foi destruído.

Essas esculturas fálicas estão espalhadas por vários dos templos de Angkor Wat e, Shiva que me perdoe, mas são muito estranhas, algumas bem engraçadas até. Infelizmente, por estes símbolos serem mal vistos pelo budismo, quando os monges budistas ocuparam o Angkor Wat novamente, muitas foram destruídas.
até o budismo se tornar a religião principal do Camboja, o império khmer passou por uma alternância religiosa bem complexa, que se reflete na arquitetura de seus templos antigos, com características tanto budistas quanto hinduístas.

Chegar bem pertinho dos rostos esculpidos é fenomenal, e subir pelos corredores labirínticos do templo faz você se sentir o próprio Indiana Jones ehehehe. 

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Na saída fomos saudados por vários "moradores" dali: uns macaquinhos procurando por comida entre os turistas. Como tinha ouvido a história do guri canadense que levou uma mordida de macacos e teve que ficar um mês tomando anti-rábica, mantive distância. 

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Os "moradores" do Bayon

Deixamos o resto do roteiro dentro do parque a critério do Phey, que por ele teria nos levado a todos os templos do Angkor Wat hehehe. A próxima parada então foi num templo bem próximo ao Bayon, o Baphuon. 
 
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Baphuon

Este templo não tem uma arquitetura tão singular como o Angkor Wat ou o Bayon, mas se destaca por ser enorme e imponente e pelo extenso corredor que leva até sua entrada cheio de pilares. 
 
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Entrada do Baphuon (eu me sentindo o Indiana Jones tentando pressionar a pedra que parece um botão secreto)

Infelizmente por motivos de conservação não é permitido subir até os andares superiores, mas demos uma volta completa por ele e deu para ter uma boa ideia de toda sua magnitude. 
 
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Pelas fotos dá pra ter uma ideia do tamanho do templo

O Phey então nos indicou para seguirmos uma trilha por trás do templo e nos encontrar na estrada lá na frente, passando o terraço dos elefantes. Essa trilha (dentre várias que existem dentro do complexo) é bem "no meio do mato" e por ali você passa por vários templos e altares menores, a sua maioria já tomada pela natureza, tudo muito bonito. 
 
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Trilha dentro do Angkor Thom (alguns templos só sobrou o batente da porta

No final da trilha, chegamos ao "Terraço dos Elefantes", uma espécie de plataforma que fica em frente a uma praça, toda adornada com esculturas de elefantes (por isso o nome). 

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Detalhes das estátuas de elefantes do terraço

Esta estrutura foi construída pelo rei khmer Jayavarman VII para receber o exército khmer em eventos militares. Além disso, era utilizado como um palco para realização de cerimônias de sacrifícios e outros eventos reais, com o povo khmer se reunindo na praça em frente ao terraço para acompanhar tais eventos. 
 
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Terraço dos Elefantes visto de fora, visto de cima de frente para a praça e a Juju caminhando sobre o terraço e depois no "altar" principal

Do lado do terraço encontra-se também uns muros todos construídos em blocos de pedras cada uma com figuras hindus muito bem feitas esculpidas, criando uma espécie de labirinto. Infelizmente não conseguimos descobrir do que se tratava. 
 
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Paredes todas esculpidas na pedra com figuras hindus

O terraço fica numa área aberta, sem muitas árvores e, ainda era manhã cedo, mas o sol já estava castigando, então não conseguimos aguentar muito tempo ali e já fomos encontrar o Phey para seguir o passeio.
 
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De volta ao Tuk Tuk

Passamos por mais uns dois templos dentro do Angkor Thom (só ali dentro são milhares), no esquema de: chega ali, desce do Tuk-Tuk, tira umas fotos, volta pro Tuk-Tuk, vai pro próximo.

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Mais alguns templos dentro do Angkor Thom

Só que esses são todos meio parecidos e, como não tínhamos guia para nos contar alguma coisa sobre eles (já que são templos secundários) e já um pouco cansados e sofrendo com o calor, pedimos pro Phey para seguir para os templos que tínhamos mais interesse, o Ta Prohm e o Angkor Wat.
 
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Juju se achando a rainha khmer

Chegamos então ao Ta Prohm, templo que até algum tempo atrás não era um dos "top" do Angkor Wat, mas depois que serviu de locação para o filme do Tomb Raider de 2001, acabou se tornando um dos mais procurados do complexo.
 
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Ta Prohm

O templo em si realmente não tem nada demais em comparação aos outros, o que o torna tão especial é a simbiose entre a natureza e as construções. Este templo foi realmente "engolido" pela natureza. Raízes enormes (enormes mesmo) de árvores gigantes tomaram conta das ruínas formando uma paisagem realmente impressionante.
 
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Uma ideia do tamanho das raízes que tomam conta do templo

Nem preciso dizer que o local exato da locação do filme da Angelina Jolie é o mais disputado para fotos, mas realmente o lugar é surreal, com as raízes formando uma espécie de porta juntamente com as construções. Infelizmente por motivos de conservação, estas ficam isoladas dos turistas.
 
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Juliana Croft e ache o Ariel
 
Voltamos então pro Tuk Tuk e o Phey perguntou se estávamos com fome já que ele queria nos levar num restaurante lá. Com o inglês tenebroso dele não conseguimos entender direito se era um restaurante dele ou se era um que ele gostava ou sei lá o que. Mas não, ainda faltava mais um lugar para ir: o Angkor Wat. Seguimos uma estradinha bem bonita que dá nos fundos do templo, nos dando a chance de vislumbrá-lo por outra perspectiva.
 
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Chegando no Angkor Wat, agora "por trás"

Lá dentro, apesar de termos feito "a manha" de deixar o Angkor Wat por último, o local ainda estava lotado de turistas mas, tirando a fila enorme para subir nas torres, não chegou a atrapalhar o passeio.
 
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Pátio interno do Angkor Wat, lotado de turistas

É possível subir na parte superior da edificação que dá acesso às torres, mas para isso eles são bem rigorosos com a vestimenta. A Juju estava com uma blusa que mostra os ombros e mesmo cobrindo eles com o véu não deixaram ela subir, tive que ir sozinho (depois quando já estávamos no hostel a Juju achou uma camiseta dentro da bolsa).

A escadaria é íngreme para burro, com degraus bem altos e estreitos, fazendo com que tu tenha que subir meio que de lado (não sei o que esses khmer tinham na cabeça), mas o que mais dificulta a subida mesmo é a multidão de gente.

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Uma das escadarias do Angkor Wat (foi feita uma estrutura por cima dela pro pessoal poder subir de forma menos difícil)

Lá de cima dá pra ter uma boa ideia de quão grande era o império khmer, além de observar a natureza e como a floresta "reinvidicou" o local novamente.
 
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Vista do alto do Angkor Wat

Tem também vários pátios e corredores com escrituras em pedra bem bonitos, quase como se fosse outro templo dentro do templo.
 
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Pátios internos do Angkor Wat (muitas estátuas destruídas devido às alternâncias de religião do império khmer)

Não demorei muito e desci pra não deixar a Juju sozinha, mas quando cheguei ela já tinha até feito amizade com um tiozinho asiático que estava de guia de um grupo de chineses que ficou admirado que no Brasil falavam português (hehehe).
 
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Ache a Juju

Já meio que desidratados do calor (nossa água já tinha acabado), pedimos pro Phey para nos levar de volta para o hostel. Antes ele ainda deu uma insistida para que fossemos almoçar no restaurante que ele queria nos levar, mas como ainda eram umas 11 horas e não estávamos com a mínima fome, resolvemos voltar pro hostel mesmo. Depois descobriríamos que os motoristas de Tuk Tuk, quando levam turistas para almoçar num restaurante, eles ganham o almoço de graça, por isso que ele insistia tanto.

Ficamos um pouco mais de 6 horas no templo e conseguimos aproveitar bastante e ver todos os templos que queríamos, mas como o ingresso é um passe para o dia todo, poderíamos voltar lá a tarde se quiséssemos, então pegamos o whatsapp do Phey e ficamos de combinar com ele se fosse o caso.

Chegamos no hostel então, um pouco antes do meio-dia. Agoniada já com o calorão que a gente passou durante a manhã, enquanto eu tirei um cochilo a Juju ficou pesquisando na internet por hostels próximos dali que tivessem piscina, e encontrou um a duas quadras pelo mesmo valor do nosso (5 dólares a diária). Fomos lá então dar uma conferida depois do almoço (almoçamos nas ruas laterais ali naqueles restaurantes de almoço a 1 dólar). Sou meio contra a ideia de viajar para um outro país com tanta coisa pra fazer e conhecer e ficar perdendo tempo socado numa piscina, além disso a cena era deprimente pra mim: um monte de gringos europeus e americanos jovens e sarados curtindo e sendo servidos por vários cambojanos, uma aula sobre geopolítica mundial (hehehe). Mas fui voto vencido. Como já tínhamos pago nossa hospedagem, decidimos pelo seguinte: iríamos pagar uma diária lá naquele hostel e fingir que se hospedaríamos só pra usar a piscina. Chegando lá, eu já estava com o dinheiro na mão quando resolvi perguntar para o tiozinho da recepção se poderíamos só pagar a diária e usar a piscina, sem pegar nenhum quarto. Ele então nos deu a melhor notícia do dia: disse que se era só a piscina que queríamos, que era só usar, não precisava pagar nada, só consumir no bar da piscina (feito!). Podre de faceiros, passamos então o resto da tarde nos refrescando e tomando umas cambodians beer (o preço ali era um pouco mais caro do que na rua, 1 dólar o chope, mesmo assim muito barato já que na época o dólar era 3 reais!).

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Curtindo uma piscininha pra aliviar o calor de Siem Reap

Já refrescados e hidratados, resolvemos voltar ao Angkor Wat para ver o por-do-sol. Mandamos um whats pro Phey e ele veio nos buscar rapidinho (cobrou daí 5 dólares a mais). Partimos então para o templo Phom Bakheng, um templo alto e que fica em cima de um morro, sendo este o local "oficial" para se ver o por-do-sol no parque (no google dá pra ver que a vista é bem bonita). Para chegar lá já é sofrido, tem que seguir uma trilha um pouco longa no meio do mato e com uma subida um pouco íngreme (com uns mosquitinhos meio chatos ainda por cima). Só que chegando lá a má notícia: só é permitido acesso de 300 pessoas de cada vez lá no topo e tinha uma fila enorme para subir. Com certeza ninguém que estava lá iria descer antes do pôr-do-sol, mas mesmo assim ficamos um pouco na fila ali esperançosos. Esperamos quase meia-hora e estávamos pensando se desistíamos ou não até que um grupo de chineses (eles sempre andam em bandos) mal-educados que não paravam de falar alto na nossa frente, já desrespeitando o lugar que é um lugar sagrado e inclusive tem placas dizendo para manter silêncio ali, começaram a jogar suas garrafinhas de água vazias ali no meio do mato. Resolvemos então ir embora, putos com a cena antes que mandássemos aquele pessoal longe.
 
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Juju subindo a trilha para o Phom Bakheng e depois puta da cara na frente do templo

Faltando ainda alguns minutos para fechar o parque, pedimos pro Phey para nos levar ao Angkor Wat pra ver se o por-do-sol lá é tão bonito quanto o nascer hehehe. Ao redor do templo, muitas famílias cambojanas fazendo piqueniques, cenário bem agradável e diferente da manhã quando 100% dos presentes eram turistas. Descobrimos depois que cambojanos não pagam para entrar no complexo.
 
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Muitas famílias cambojanas aproveitando o fim de tarde para fazer um piquenique no parque

O pôr-do-sol no templo nem de longe se compara ao nascer do sol, mas com o lugar mais vazio, pudemos aproveitar ele mais um pouco.
 
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Fim de tarde no Angkor Wat

Sem postes de iluminação, assim que o sol se põe rapidamente o lugar se tornou um breu, iluminado somente pelos faróis dos Tuk Tuks que, levantando uma poeirada desgraçada, deixava mais difícil ainda de enxergar qualquer coisa. Ficamos na escuridão um bom tempo perdidos procurando o Phey. Vários Tuk Tuks tentavam nos ajudar a procurar. Diziam: "se voê já pagou ele, esquece que ele não vai voltar". Como não tínhamos pago ainda, estávamos tranquilos hehehe. Mais uns minutinhos, o Phey nos encontrou e seguimos viagem de volta para o hostel. O Angkor Wat é realmente impressionante, aqueles lugares que todo mundo deveria conhecer pelo menos uma vez antes de morrer, principalmente no nascer-do-sol, que entrou no nosso "top momentos inesquecíveis da vida".

Nem paramos no hostel na verdade, loucos de fome saímos para jantar ali na mesma rua dos restaurantes de 1 dólar e comemos um Kuy Teav, uma espécie de sopa parecida com o Tom Yum Tailandês e outro Khmer Amok, só que nesse restaurante era servido num prato e não numa folha de bananeira.

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Kuy Teav e Khmer Amok

À noite, ainda quente, voltamos para a piscina. Havia um cartaz lá de tarde dizendo que essa noite ocorreria uma "pool party", com beer pong, cervejas pela metade do preço e tudo mais, mas chegando lá não tinha nada, só o dj tocando sempre as mesmas músicas em looping e a piscina iluminada. Até que foi bom assim pois deu pra relaxar mais e até se arriscamos (desastrosamente) no slack-line que tinha ali do lado da piscina.

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Curtindo uma piscininha à noite

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SUDESTE ASIÁTICO 14º Dia - Conhecendo as minas terrestres do Camboja (17/11/2016)

Já havíamos combinado no dia anterior com o Phey o transporte de Tuk tuk para visitarmos o museu das minas terrestres e o Templo Beng Meala este dia. Ele ofereceu o mesmo pelo valor de 40 dólares, que nós imediatamente achamos um absurdo mas, como não queríamos sair na rua e ficar negociando com outros tuk tuks, aceitamos, mas não sem antes conseguir um descontinho e fazer por 35. Acontece que esses dois lugares são bem longes mesmo de Siem Reap. Só pra ter uma ideia, somente um do outro é mais de 50 km de distância, o que, com o Tuk tuk que chega no máximo a 40 km/h, só de ir de um para outro iria levar mais de uma hora de viagem. Sendo assim (e depois pesquisando na internet) vimos que o preço era esse mesmo.

Pois bem, acordamos cedo então para se encontrar com ele e seguir rumo a primeira parada do dia: o museu das minas terrestres. No caminho passamos pelo que acredito ser a avenida principal de Siem Reap, pois era toda ornamentada com bandeiras do Camboja e ainda por cima era a única que vimos possuir sinalização de trânsito (semáforos e faixas de segurança) e postes de iluminação pública.

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Principal Avenida de Siem Reap

Também passamos pelo prédio onde se vendem os ingressos para o Angkor Wat que, agora de dia, deu pra ver que era bem bonito, em estilo budista.

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Prédio onde se compra o ingresso para o Angkor Wat

Demoramos mais ou menos uns 50 minutos para chegar ao museu, que fica a pouco menos de 30 km do nosso hostel e custava 5 dólares a entrada por pessoa, com direito a áudio guia com diversas línguas (inclusive português).

Para quem não sabe, a história desse museu é a seguinte: durante a guerra fria, mais especificamente a guerra do vietnã, o Camboja, na sua região fronteiriça, foi brutalmente bombardeado de forma quase que ininterrupta pelos Estados Unidos e seus aliados (dizem que foi lançado mais bombas pelos EUA aqui do que em toda a segunda guerra) com o objetivo de atingir o exército vietnamita (num raio de destruição que entendiam ser o caminho que Ho Chi Minh estava percorrendo, o Ho Chi Minh Trail). Não preciso dizer que o país foi praticamente dizimado e, com a instabilidade política advinda da destruição causada pelos EUA, abriu-se espaço para um grupo radical tomar o poder através de um golpe de estado, o khmer rouge (khmer vermelho). Este grupo, liderado pelo ditador Pol Pot, que dizia estar implantando um regime comunista no país (mas que de comunista não tinha nada), foi o responsável por um dos maiores genocídios da história da humanidade. Estima-se que um quinto da população cambojana foi assassinada entre 1975 e 1979, época em que o khmer rouge esteve no poder. Mas essa história fica para o próximo post, o que interessa aqui é que, reivindicando a região da fronteira com o Vietnã, o khmer rouge entrou numa guerra sangrenta com este país, sendo que uma das táticas utilizadas nesta guerra era a instalação massiva de minas terrestres nos campos.

A estratégia é a seguinte: se um soldado inimigo morre, o exército inimigo sofrerá apenas uma baixa, agora se ele perde um membro ele TEM que ser resgatado e tratado por seus companheiros, o que gerará muito mais dispêndios para o exército do que uma simples morte. A intenção das minas é justamente essa, já que ela dificilmente mata a pessoa na hora, e sim à machuca gravemente, normalmente arrancando algum membro.

Muitas dessas minas não foram explodidas e não foram mapeadas quando da sua instalação. Dessa forma, existem ainda milhares de minas terrestres ativas espalhadas pelo Camboja, sendo que até hoje, muitas pessoas no interior ou em estradas mais afastadas ainda morrem ou se machucam gravemente em contato com estas (segundo dados do museu, este número à época era de uma pessoa machucada por minas a cada 3 dias, número este que já foi de 3 pessoas por dia), colocando o Camboja como o país mais perigoso do mundo neste quesito.

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Ilustração mostrando uma família encontrando os parentes mortos por minas terrestres numa plantação

Mas não é só isso, como as bombas que foram lançadas pelos EUA eram produzidas em alta escala, o que não permitia um controle de qualidade adequado, muitas delas não estouraram quando na hora do seu impacto, estando até hoje espalhadas por todo o interior do Camboja e com alto grau de instabilidade, causando diversas mortes nos campos quando ativadas por acidente. Além disso, o próprio exército americano quando da guerra do Vietnã também foi responsável pela instalação de diversas minas terrestres.

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Bombas americanas expostas no museu

Mas o que esse blá blá blá todo tem a ver com o museu? Acontece que um ex-soldado mirim cambojano, que hoje atende pelo nome de Aki Ra (separado assim mesmo) e que lutou tanto ao lado do khmer quanto ao lado dos vietnamitas desde os 11 anos de idade, se tornou durante a guerra um especialista em rastreamento e desarmamento de minas e bombas e, após a guerra, continuou procurando por minas em seu país. Criou uma instituição que auxilia as vítimas de minas e capacita técnicos em desarmamento de bombas para atuarem nos campos do interior cambojano e foi fazendo uma "coleção" pessoal de minas e bombas.

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Minas terrestres desativadas encontradas no Camboja por Aki Ra e expostas no museu

Essa coleção mais tarde acabou se transformando neste museu, que a principio teria como foco apenas os tipos de bombas e minas encontradas, mas acabou se tornando um museu da própria história do Camboja. E aqui, vale a pena abrir um parenteses para contar um pouco da história do Aki Ra:
Ele foi arrancado dos pais muito cedo pelo khmer rouge e até hoje não sabe seu nome de verdade e nem sua idade verdadeira, sendo chamado hoje de Aki Ra pois foi um apelido que ganhou de um agrupamento japonês o qual integrou. Quando raptado, foi lhe dado no mesmo dia um rifle e ele aprendeu a atirar de forma brilhante, incorporando o exército khmer acredita ele que em torno de seus 11 anos de idade. Neste período, muitas vezes ele fez parte do grupo que instalava minas nas fronteiras, já despertando aí seu interesse por este tipo de atividade.

Aos 13 anos, ele e outro companheiro de exército mirim, certo dia avistaram um tanque vietnamita no campo de batalha e foram tentar atacá-lo com suas armas (olha a cabeça). Os vietnamitas que estavam dentro do tanque facilmente os renderam, mas, observando o "potencial" dos garotos, fez a eles a seguinte proposta: "querem lutar do nosso lado?" O amigo de Aki Ra foi o primeiro a ser questionado e, ao responder que não, na mesma hora levou um tiro na cabeça a queima roupa. Aki Ra então, observando a cena, respondeu rapidamente que sim e assim ele passou a lutar na guerra pelo lado vietnamita, tendo que muitas vezes matar seus antigos companheiros. Foi nessa época que Aki Ra, em suas "horas vagas" começou a aprender e se tornou um especialista em rastreamento e desarmamento de minas e bombas, sendo que depois da guerra passou a integrar a ONU justamente por esta especialização, antes de retornar ao Camboja e abrir o centro de auxílio ao desarmamento de bombas e mais tarde o museu.

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Cartaz falando sobre a tragédia das minas terrestres no Camboja; cartaz falando sobre o centro de desarmamento de bombas; instruções de como desarmar minas terrestres

Hoje ele é bastante conhecido mundialmente e dificilmente "aparece" no museu. Apesar de toda tragédia que foi sua vida, surpreendentemente Aki Ra parece ser um cara tri "de boa" e, pelos videos, fotos e relatos de pessoas que tiveram contato com ele, todos dizem que ele exala simplicidade, inteligência e "alto astral".

Demos sorte que no dia que visitamos o museu, uma quinta-feira, ocorre uma visita gratuita guiada oferecida por um americano, amigo e sócio do Aki Ra (eles abriram o museu juntos) que contou diversas histórias que não estavam nas exposições do museu, o que enriqueceu imensamente a visita. Inclusive a história da fabricação das bombas americanas sem passar por um controle de qualidade rigoroso foi ele que nos contou, já que ele próprio trabalhou numa dessas fábricas! Uma das histórias que ele mencionou, merece ser contada aqui por ser um pouco "engraçada" (se não fosse terrivelmente trágica):

Quando passou para o lado do exército vietnamita, Aki Ra ainda era uma criança e, conta ele, que passava as noites "de folga" brincando junto com seus antigos amigos do exército khmer, sendo que no outro dia de manhã, eles estavam uns atirando nos outros em cada lado das trincheiras. Numa dessas ofensivas ele conta que viu o seu tio do outro lado, atirando incessantemente contra ele. Ele então, para poupar seu tio, errou de propósito todos os seus tiros e contou para seus superiores que estava com febre e tontura aquele dia, afinal Aki Ra era conhecido por sua exímia pontaria. Depois do fim da guerra ele encontrou novamente seu tio e contou essa história. Diz que os dois na mesma hora caíram na gargalhada.

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Algumas das histórias "tragicômicas" de Aki Ra

Além da exposição das minas e bombas o museu também tem uma parte voltada para o khmer rouge, com fotos dos soldados, amostras das carteiras de identidade que identificavam quem era leal ao regime ou não (quem iria morrer ou não), dinheiro que utilizavam e a bandeira que adotaram durante o seu governo, denominado de República da Kampuchea. O Museu deixa bem claro que, segundo os cambojanos, o principal culpado para a ascensão do khmer rouge foi os Estados Unidos que, ao quase destruir o país, abriu o caminho para ideologias fascistas assumirem o poder junto a uma população assustada (já vimos estas histórias diversas vezes não?).
 
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Fotos dos soldados do Khmer Rouge e as carteiras de identidade que identificavam os aliados do regime; notas utilizadas pelo governo durante este período (todas as antigas foram trocadas com menções ao khmer; um pouco da história da ascensão do khmer rouge; pintura ilustrando a guerra civil tendo o Angkor Wat como pano de fundo;

Eu estava bem ansioso para conhecer esse museu e posso dizer que superou minhas expectativas, ainda mais que demos a sorte de vir no dia da visita guiada. Acho que depois do Angkor Wat é o segundo lugar de Siem Reap em questão de "imperdibilidade" (atração imperdível). É um daqueles lugares "pesados", que te fazem questionar a raça humana, mas ao mesmo tempo extremamente necessário justamente para que não percamos nossa humanidade (penso como faz um falta um museu deste tipo no Brasil, que escancare as atrocidades históricas que o ser humano pode causar. Será que se tivéssemos um desses por aqui ainda assim teríamos gente querendo a volta da ditadura ou dizendo que a escravidão não foi nada demais?).
 
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Intervenção artística que fica no centro do museu e é um dos símbolos deste, todo feito de minas terrestres e bombas desativadas

Saímos do museu meio abalados e fomos se encontrar com o Phey. Até ia perguntar se ele ou os pais dele de alguma forma sofreram com a guerra, mas não sei se é um assunto delicado pra eles então achei melhor não. Ele começou a insistir novamente para nos levar para almoçar, e nós, já sabendo agora do esquema, aceitamos pra que ele pudesse ganhar um rango grátis, mas só depois que visitássemos o Beng Mealea, nossa próxima parada.

Esse templo, apesar de ser da mesma época e também do reino khmer, não faz parte do complexo do Angkor Wat, ou seja, tem que pagar a parte (5 dólares). Ele foi "descoberto" bem mais tarde e havia boatos de que o primeiro filme do Indiana Jones tinha sido gravado ali, mas nada haver, parece que os cenários foram inspirados nele e a ideia era gravar lá, mas para cortar custos, reproduziram o templo em um estúdio.

Como já dito, o Beng Mealea fica a 50 km do museu das minas terrestres e demoramos mais de uma hora pra chegar.

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Bonito caminho até o Beng Mealea

Chegando lá, bem na entrada do templo você já percebe que a conservação dele é bem "precária", digamos assim, com vários muros totalmente demolidos somente com os blocos de tijolos soltos e entulhados e várias árvores gigantes tomando conta, lembrando muito o Ta Prohm.

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Entrada do Beng Mealea: bastante destruída e com as árvores tomando conta

Como os demais templos do Angkor Wat, se você olhar ele no google maps percebe que é perfeitamente alinhado com os pontos cardeais, formando um quadrado perfeito.

Com a entrada destruída, tem que se dar a volta para entrar nele e ali foi construída uma passarela de madeira para que se possa transitar por dentro dele sem danificá-lo.

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Essa passarela atravessa diversas partes do templo, entrando dentro de cavernas e subindo para outros andares, quase como que um labirinto, fazendo tu se sentir mesmo o Indiana Jones ou a Lara Croft hehehe.

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Juliana Croft e Ariel Jones

Seguindo pelo caminho que seria a parte de trás do templo, a estrada termina no córrego que circunda o templo (todos os templos tem um), só que aqui a ponte está destruída e sua encosta toda tomada pelo mato e a erosão, parecendo ser o percurso natural de um rio, bem bonito e agradável.
 
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Rio que corre atrás do Beng Mealea

Ficamos um bom tempo ali admirando os detalhes do Beng Mealea (fazendo valer os 5 dólares hehehe), que conta também com várias esculturas escavadas em pedras com figuras hinduistas, várias já tomadas pelos musgos, mas o calor e a fome começou a pegar então resolvemos ir almoçar.

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O Phey nos levou então no que parecia ser o "restaurante padrão que se leva turistas que visitam o Beng Mealea", ou seja, era um pouquinho mais caro do que o que estávamos acostumados (comida custando 2 dólares ao invés de 1). Queríamos convidar o Phey pra sentar com a gente mas ele rapidamente foi para um lugar separado onde almoçavam os motoristas de Tuk tuk, obviamente um lugar mais quente e menos limpo que o reservado para os turistas, uma coisa bem colonialista mesmo.

Pedi um khmer amok (tinha me viciado) e a Juju pediu uma Fried Noodles (massa frita) e te digo que apesar de ser mais caro e "chique" que os lugares que comíamos em Siem Reap, a comida não era tão boa quanto.

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Fried Noodles with Chicken

Alimentados, começamos então a jornada de volta pro hostel a bordo do nosso Tuk tuk. No caminho, o Phey de repente falou que ia pegar um atalho para chegarmos mais rápido e dobrou numa rua de terra bem esburacada (mas bota esburacada nisso). Na verdade acho que ele queria mesmo era mostrar como era o interior do Camboja pra gente, pois toda hora ele apontava e mostrava para nós, todo orgulhoso, os lugares que passávamos, as casas bastante humildes construídas em palafitas, os morros (como eu disse, acho que ele não tinha ideia de onde ficava o Brasil, de certo pensava que a gente era Europeu e não tava acostumado com esse tipo de cenário). Além disso, por causa da buraqueira da estrada estávamos andando na média de 5 km/h, não tinha nada de atalho naquilo ali (pra ter uma ideia, em alguns buracos ele tinha que descer da moto e manobrar o Tuk tuk pra passar).

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Desbravando a zona rural de Siem Reap: na primeira foto, o nosso motora Phey!

Uma hora ele parou do lado de um açude para mijar, mas acho que na verdade ele queria era nos mostrar um pessoal que estava pescando ali, submersos até o pescoço naquela água lamacenta e pegando os peixes com uma rede improvisada. Ele perguntou pra nós se em nosso país era assim também e ficou meio desapontado quando eu disse que sim, que nas zonas mais pobres do interior do Brasil era do mesmo jeito.

Apesar da buraqueira detonando nossas costas, da poeira na cara que fez a Juju adotar um visual meio "muçulmano", foi bem legal ver este lado do Camboja.

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Não, eu não estou sendo sequestrado por um ninja, é só a Juju se protegendo da poeira da estrada

Muitas casas bem simples sem nenhum sinal de energia elétrica, algumas poucas com gerador, muitas vacas magérrimas pelo caminho e várias casas "adotadas" por gringos: havíamos lido que muitos europeus e americanos vinham pra essa região e meio que adotavam uma casa ou um terreno, fornecendo luz elétrica, comida, ensinando inglês e etc. Como funciona na prática isso eu não sei mas que parece ser um negocio bem colonialista parece... Nessas casas fica uma plaquinha com a bandeira e o nome dos adotantes. Vimos bandeiras de vários países europeus, mas a maioria era dos Estados Unidos.

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O Camboja que a Globo não mostra: na verdade a Globo acho que nunca mostrou nada do Camboja

Chegamos no hostel quase à noite (acho que levou umas duas horas o trajeto de volta). Com as costas em frangalhos e cobertos de poeira da estrada da cabeça aos pés, se despedimos do Phey e fomos dar uma relaxada na piscina antes de ir pra "night". Pensamos também em fazer uma massagem tailandesa ou uma fish massage nas ruas, mas todos os lugares que as ofereciam pareciam meio fake e mais caros que na Tailândia, então abortamos a ideia.

Já descansados (mais ou menos), à noite fomos para a Pub Street atrás do famoso churrasco cambojano. Não sei se esse prato é típico de lá ou uma coisa meio que "pra turista", só sei que é bem famoso e tem vários restaurantes e propagandas dele, com preços que variam entre 7 e 10 dólares e, já durante o planejamento da viagem estava nos nossos planos experimentá-lo. Obviamente fomos num de 7 dólares e funciona da seguinte maneira: você pede vários tipos de carne diferente (no nosso caso podiamos escolher 3) que são servidas junto com vários legumes e no meio da mesa fica uma brasa acesa com uma estrutura de metal em cima. Ali tu coloca as carnes e deixa elas assando enquanto o caldo delas cai em volta ficando armazenado e fervendo também. Nesse caldo que fica ali da carne tu joga então os legumes, que ficam cozinhando e formando uma sopa que tu pode tomar enquanto come os pedaços de carne assados. Pedimos carne de frango, porco e a mais exótica dali, de crocodilo (que tinha gosto de frango) e foi bem gostoso e divertido, embora as carnes sejam tão fininhas que dão uma saudade das nossas aqui...

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Provando o exótico churrasco cambojano

Aproveitamos o resto da noite pra observar mais um pouco o movimento ali na Pub Street tomando uns chopes a 50 centavos de dólar, mas não ficamos muito e já voltamos pro hostel pra dormir.
 
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Curtindo o fim de noite na Pub Street

 

 

 

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SUDESTE ASIÁTICO 15º Dia - Visitando um campo de concentração do Khmer Rouge (18/11/2016)

Pesquisando as sugestões de locais para comer em Siem Reap, havia 2 que nos despertaram interesse: o Bug´s Cafe (que você pode ver mais neste endereço aqui: https://bugs-cafe.squarespace.com/), que quando a Juju descobriu do que se tratava imediatamente foi riscado da nossa lista, e o Peace Cafe (http://www.peacecafeangkor.org/), que tem a proposta de ser um lugar meio zen, frequentado por monges, com aulas de yoga em alguns horários e no cardápio sucos e salgados exóticos.

Acordamos então e fomos tomar café no Peace Cafe. Vimos no Google Maps que ele se localizava na rua do Siem Reap River, então seguimos costeando o rio. No caminho, novamente um monte de criançada com uniforme de colégio seguindo uma professora, só que desta vez eles estavam com sacolas e recolhendo o lixo da beira do rio. Achamos aquilo sensacional, tinha que fazer isso aqui no Brasil também nas escolas, ensinar desde pequeno a respeitar o meio ambiente (e de quebra mostrar a importância do trabalho de um gari, que aqui no Brasil é visto como um subemprego e "coisa de pobre").

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Estudantes cambojanos recolhendo o lixo à beira do rio

Quando chegamos então ao endereço que o Google Maps indicava, pra nossa surpresa não tinha nada, só umas outras lojas, se não me engano uma borracharia e uma mecânica. Demos mais uma volta na quadra e não encontramos nada. Ficamos putos porque não encontramos a birosca? Não! Pelo contrário, acabamos conhecendo outra parte da cidade que não iríamos conhecer se tivéssemos achado o café de primeira. Viajar é bom por isso, até quando tu se perde é legal. Mas estávamos com fome, então fomos voltando pros nossos restaurantes de 1 dólar para tomar café.

Resolvemos então alugar uma scooter ou uma bicicleta para de tarde para procurar o tal do café e também para visitar o Wat Thmei, um dos diversos campos de concentração da época do khmer rouge que existem pelo Camboja. Várias lojas pelas ruas ofereciam o aluguel de bicicletas e scooters por 1 e 2 dólares respectivamente o dia, mas como estávamos com medo de cair no golpe aquele de, na hora de devolver o veículo dizerem que tu quebrou alguma coisa e te cobrarem o valor de 3 motos (depois limos que esse golpe se aplica mais na Tailândia, nos outros países é mais raro), resolvemos alugar com os guris do hostel mesmo. Optamos pela bicicleta porque com a scooter se corre outro risco, o de ser parado por algum policial corrupto que, ao ver que tu é gringo, inventa qualquer desculpa pra te extorquir dinheiro (capacete com fecho estragado, luz da moto desligada, moto arranhada, etc).

Passamos o resto da manhã na piscina para amenizar o calorão. O Phey nos mandou vários whats oferecendo o passeio para as vilas flutuantes (ele já tinha oferecido este passeio diversas vezes, ele é bem popular aqui em Siem Reap), um passeio que tu faz de barco para visitar uma comunidade ribeirinha bastante simples que fica às margens do Siem Reap River. Até acho que deve ser legal esse passeio mas optamos por não fazer por 2 motivos: o primeiro é que é o mais caro de todos, 14 dólares por pessoa e ainda se paga o barqueiro a parte, mais 5 dólares. Em segundo lugar, neste passeio se visita vários orfanatos no caminho, e passeio turístico em orfanato no Camboja é furada, vou explicar porque:

Como se sabe, o khmer rouge foi responsável pela morte de um quinto da população do país, a grande maioria adultos que eram considerados "inimigos" do regime. As crianças geralmente eram poupadas e recrutadas para o exército khmer, o que gerou uma legião de órfãos ganhando o Camboja a alcunha de "o país de órfãos". Com o fim da guerra e a vinda da ajuda humanitária internacional, construiu-se então diversos orfanatos pelo país para abrigar os órfãos do khmer rouge. Estes orfanatos, por sua história peculiar e pela grande quantidade de órfãos, passaram a atrair voluntários do mundo inteiro e os Cambojanos viram ali a oportunidade de explorá-los turisticamente.

Visitar orfanatos então se tornou uma das principais atrações turísticas do país até hoje, só que, o problema é o seguinte: o khmer rouge governou o país até 1979, como que ainda existem órfãos do regime de terror se isso foi à mais de 30 anos atrás? E é aí que acontece o golpe. Não existem mais órfãos no Camboja hoje em dia (pelo menos não numa quantidade absurda remanescente de um genocídio), estes orfanatos que os turistas visitam hoje em dia, a maioria das crianças tem pai e mãe e, dizem que os pais recebem um dinheirinho para deixar as crianças lá durante o dia em que ocorre as visitas turísticas, e depois buscam mais tarde, que sacanagem hein? Por esse motivo também que não quisemos fazer o passeio para as vilas flutuantes.

Voltamos ao hostel à tarde e os guris da recepção já estavam nos esperando com as bicicletas. Custou 3 dólares cada uma a diária, mais caro do que se fossemos de Tuk Tuk, mas pelo menos iríamos fazer um exercício. As bicicletas eram daquele estado de sempre, parecendo que eram do tempo do império khmer. Tentamos perguntar para eles também umas três vezes se era obrigatório o uso de capacete mas eles não entenderam, então ficamos sem mesmo.

Seguimos então com nossas bikes pela rua principal, a mesma do hostel, em direção ao Wat Thmei (a Sivutha Boulevard), no meio do trânsito caótico de Siem Reap. No caminho vimos uma barreira policial e vários turistas de Scooter sendo abordados (demos graças a deus então que optamos pelas bicicletas). 20 minutos depois, chegamos ao Wat Thmei.

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Wat Thmei
O Wat Thmei é um templo budista, utilizado pelo khmer rouge como campo de concentração durante os anos 1975 - 1979, um dos diversos que existem no país. Como a religião havia sido proibida pelo regime, o local foi invadido, destruída suas estátuas budistas e utilizado para aprisionar e exterminar seus inimigos.

Hoje o templo foi reconstruído e transformado em uma espécie de memorial do genocídio, possuindo em seu pátio diversas informações sobre o período desde o início da ascensão do khmer rouge com a tomada de Phnom Penh até a época em que foi transformado em um campo de concentração.

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Cartazes no Wat Thmey mostrando a evacuação de Phnom Penh pelo khmer rouge; a primeira foto mostra uma família que foi desmembrada, trabalhando nos campos

Além disso, após a guerra foram encontradas no local milhares de ossadas enterradas pertencentes às vítimas do khmer rouge, que hoje estão expostas em "altares" no pátio do templo.
 
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Ossadas dos mortos no campo de concentração

Falando mais um pouquinho agora do khmer rouge (já que havia prometido no outro post), este era formado por um grupo extremista, liderado pelo ditador Pol Pot, que, aproveitando-se da instabilidade política e econômica instaurada como consequência da guerra do Vietnã e da destruição causada pelos bombardeios norte americanos, encontrou a brecha para tomar o poder no Camboja. O khmer rouge se dizia um grupo marxista e tinha como objetivo implantar o comunismo no país o transformando numa grande "fazenda cooperativista" em que todos trabalhassem no campo para a exclusiva subsistência do grupo. Eles então, num certo dia, invadiram a capital Phnom Phenh, depuseram o governo da época e, com a falsa notícia (olha as fake news aí fazendo estragos políticos) de que a cidade seria bombardeada pelos EUA naquele dia, expulsaram as pessoas de suas casas e as levaram para as zonas rurais do interior do país. Nem preciso dizer então que o regime implantado pelo khmer rouge não tinha nada de comunista, se tratando na verdade de uma ditadura fascista e sanguinária. Imediatamente à evacuação de Phnom Penh, todos os opositores do regime foram assassinados, além dos intelectuais do país (diz-se que pessoas que tinham curso superior, sabiam falar outra língua ou simplesmente usavam "óculos", foram assassinadas), religiosos e pessoas com deficiência que não servissem para realizar trabalhos braçais. Cerca de 25% da população foi assassinada num episódio que ficou conhecido na história como o genocídio cambojano (entrando no grupo dos genocídios que ocorreram na humanidade). O resto da população foi levada para realizar trabalhos forçados nos campos e, simultaneamente foram criados campos de concentração para aprisionar qualquer um que se rebelasse contra o khmer rouge ou não realizasse os trabalhos forçados de forma adequada.
 
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Mapa dos campos de concentração no Camboja

Muitos também morreram no caminho que durava dias de Phnom Penh para o campo, ou de fome ou de cansaço.

O reinado do khmer rouge durou até 1979, quando as tropas vietnamitas invadiram o país e libertaram a população nos campos de trabalhos forçados (mais ou menos...). Pol Pot no entanto não chegou a ser julgado pelos seus crimes, foi assassinado em 1998 por ex-companheiros (somente em 2000 os executores do genocídio foram a julgamento).

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Foto com os líderes do khmer rouge que foram indiciados por crime de genocídio em 2000.

Durante os 4 anos em que durou o regime, o país mudou de nome para "República da Kampuchea", além de alterar sua bandeira, seu dinheiro, enfim, tudo foi modificado pelos ditadores. Um filme muito bom que retrata esse período macabro é o "First They Killed My Father", produzido pela Angelina Jolie e disponível no Netflix.

Voltando agora a nossa visita ao local, brasileiros que somos, com medo de que roubassem as bicicletas, já que não tinha no lugar um local para guardá-las, nos revezamos para a visita ao templo. Enquanto um ficava no pátio cuidando das bicicletas, o outro entrava para olhar. Foi aí que levei o primeiro golpe da viagem: estava eu ali de frente à estátua de Buda dentro do templo quando chega uma fofíssima criança vestida de monge e puxa o meu braço. Ele então põe na minha mão três incensos e pede pra eu acendê-los para oferecer ao Buda e depois fazer as três reverências aquelas em direção à estátua. Não resisti ao monge mirim e acabei fazendo tudo que ele pediu até que, terminada as três reverências, ele se vira pra mim com a mão aberta e diz: "one dollar". Pensei na hora: não acredito que até agora não tínhamos caído em nenhum golpe e fui cair logo no de uma criança! Meio puto, me lembrei então que a Juliana tinha uns dólares velhos na bolsa que não aceitavam mais e fui lá atrás dela pedir uma nota pra dar pro guri, isso com ele correndo atrás de mim e gritando sem parar: "one dollar, one dollar". Dei a nota velha pro guri e consegui me livrar, não sem antes já ter umas 4 crianças em volta também de olho no dólar do mini monge.

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Templo budista que faz parte do Wat Thmei

Saímos então do templo e fomos procurar o tal do Peace Café. Pelas fotos do site ele ficava na margem do rio, então fomos costeando o Siem Reap River à procura. Aproveitamos e demos uma volta de bicicleta "por dentro" da região, conhecendo mais um pouco as casas e as ruas adjacentes à avenida, a maioria bem simples e com chão de terra.

Chegando no café, o lugar é bem agradável até, com as mesas dispostas num jardim bem bonito, mas não é o nosso tipo de lugar (muito elitizado). O problema de seguir sugestões de lugares para comer em blogs de viagem é esse, muitas vezes o pessoal sugere lugares mais requintados e turísticos, mas nós já preferimos comer nos lugares mais desconhecidos mesmo, onde come a população local (e de preferência onde é mais barato). Como já estávamos ali mesmo e estava começando a cair uma chuva bem fininha, resolvemos aproveitar e tomar um chá e um suco verde (4 dólares o suco, uma facada!) pra esperar a chuva passar.

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Peace Café

Só que a chuva piorou, e muito, um aguaceiro! Aquelas que não tinha cara que iria acabar tão cedo. Esperamos quase uma hora e então, vendo que as ruas iam lentamente se alagando, resolvemos encarar.

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Chuvarada pegando!

Fechamos nossos tênis numa sacola plástica (em viagens só levamos o par de tênis dos pés) para não molhar e fomos pedalando na chuva mesmo, de pés descalços. Tomamos um caldo, sujando as costas com o barro que levantava das rodas e em muitas ruas que tínhamos que parar para esperar o trânsito, apoiávamos os pés no chão e ficávamos com eles completamente embaixo d´água (sim, naquelas ruas cheias de lixo e esgoto de Siem Reap), não sei como não pegamos uma leptospirose no caminho.

Chegamos no hostel ensopados e devolvemos as bikes pros guris da portaria que já estavam lá nos esperando com guarda-chuvas (acho que esse dia eramos os únicos hóspedes do hostel), tomamos um bom banho quente, limpamos bem os pés hehehe e, fomos descansar? Claro que não! Era nossa última noite no Camboja então sem pensar muito (e como já tinha parado a chuva) seguimos para a Pub Street para aproveitar.

Mas primeiro fomos conhecer um dos tantos mercados de artesanato de Siem Reap, o Angkor Night Market (ANM Khmer market), que fica a duas quadras "pra trás" do hostel, e é um mercado bem grande, menor é claro, do que o Old Market, mas na mesma linha, com um monte de bugigangas pra turista ver e comprar, sempre naquele mesmo esquema de pechinchar tudo.

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Angkor Night Market

Também na entrada do mercado ficavam vários barzinhos, alguns com música ao vivo, bem agradável.

Depois da visita ao mercado, voltamos à Pub Street e fomos conhecer mais a fundo os diversos bares e restaurantes que tem ali. Dos bares que nos agradavam, tomamos um chope em cada (sempre a 50 centavos de dólar a caneca), dos mais chiques aos mais furreca.

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Curtindo mais uns chopes a 50 centavos de dólar

Fomos inclusive num restaurante italiano que fica numa rua transversal que tinha o banheiro mais bonito que eu já fui na minha vida.
 
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Bar italiano (com a bandeira do Che Guevara) e o banheiro mais chique que eu já usei na vida

Ficamos até mais tarde esse dia e deu para acompanhar bem como vai mudando o "público" da região à medida que a madrugada avança. Mais gringos bêbados vão chegando e mais gente te oferecendo drogas também.
 
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Juju remexendo o esqueleto

Não chegamos a ir em nenhuma "balada", que não é o nosso estilo, tomamos mais uns chopes (e o chope é bem leve, tem que tomar vários para se embebedar) e voltamos pro hostel, no outro dia partiríamos rumo à Hong Kong, a viagem começaria a ficar um "pouquinho" mais cara.

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Se despedindo da noite cambojana

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SUDESTE ASIÁTICO 16º Dia - Se despedindo do Camboja (19/11/2016)

Dia de dar tchau para o Camboja. Como essa foi nossa primeira viagem "grande" e nós não sabíamos ainda como seria nosso nível de cansaço/disposição, tínhamos combinado que os dias em que houvesse troca de cidade seriam dias "livres", ou seja, sem nenhuma atividade programada. Só descansar e se preparar para pegar o transporte. Sendo assim, deixamos nossa roupa para lavar com os guris do hostel (1 dólar o quilo), e pedimos para eles o transfer para nos levar ao Aeroporto, achando que seria de graça que nem na vinda, mas não, nos cobraram 6 dólares. Fechamos o transfer para as 17h. O vôo só sairia depois das 21h, mas como gosto de sair bem antes para não correr riscos (pra não dizer que sou neurótico), sempre tentamos sair no mínimo com 4 horas de antecedência.

Tomamos café bem tranquilos e passamos o resto do dia na piscina, guardando energia para a noite.

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Aproveitando a piscininha

Quando fomos comprar a passagem da Air Asia de Siem Reap para Hong Kong, o site não permitia essa opção (mesmo com escalas), então comprei dois trechos separados, de Siem Reap para Bangkok e de Bangkok para Siem Reap. O voo de Siem Reap para Bangkok mais barato do dia era o das 21h45, com previsão de chegada em Bangkok às 22h50, e de Bangkok para Hong Kong havia duas opções com o mesmo preço: saindo de Bangkok às 23h45, ou então sair somente no outro dia às 6 da manhã. Para não correr o risco então de perder o voo para Hong Kong, visto que teríamos que passar pela imigração e tudo o mais e menos de uma hora parecia muito pouco tempo, optamos por escolher o voo das 6h da manhã, ou seja, iríamos passar a noite no aeroporto de Bangkok, seria uma longa noite (isso porque na época ainda não estávamos acostumados ainda com esse tipo de indiada, hoje em dia isso já se tornou comum nas nossas viagens hehehe)...

Almoçamos na beira da piscina mesmo, aproveitamos para comer um prato que ainda não tínhamos provado que também é típico do Camboja, um refogado de cogumelos com arroz que não lembro o nome.

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Arroz com cogumelos e a Juju foi de hambúrguer de novo

Nos arriscamos mais um pouco no slackline (sem sucesso) e fomos voltando pro hostel perto das 17h. Antes ainda passamos no Family Mart comprar umas guloseimas para a viagem.

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Guloseimas para viagem. A Juju comprou os salgadinhos do One Piece só para ganhar as figurinhas

Chegando lá no hostel, o Phey estava lá na frente desesperado nos esperando. Ele disse que havia nos mandado várias mensagens pedindo para nos levar no Aeroporto mais cedo ou mais tarde, porque ele tinha já outra corrida para fazer no mesmo horário, mas como não temos internet no telefone, acabamos não recebendo (na verdade nem sabíamos se seria ele que nos levaria para o Aeroporto, já que havíamos fechado direto com o hostel). Mal deu tempo de pegar as roupas lavadas então, que nem estavam totalmente secas, nos despedir dos guris do hostel e seguimos rumo ao Aeroporto.

Apesar do trânsito caótico, o Tuk Tuk lento e o Aeroporto longe, chegamos super cedo, só não chegamos mais cedo porque no caminho tivemos que parar para umas vacas magérrimas passarem (agora eu sei porque no churrasco cambojano a carne é tão magrinha). Não deu nem pra tirar uma foto de lembrança com o Phey já que ele estava com pressa e nem desceu do Tuk tuk.

No Aeroporto, na hora do embarque, a mesma coisa do último voo, apesar de low cost não nos cobraram o check in no guichê e nem mediram nem pesaram nossas mochilas.

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Aeroporto de Siem Reap. Ache a Juju

Assim, pouco antes das 22h, nos despedimos do Camboja, um país que ficará marcado para sempre em nós, tanto por sua beleza quanto pela simplicidade e felicidade de seu povo, que viveu uma história recente tão terrível mas ainda assim encontrou forças para levantar e, por mais que o turismo ali seja um pouco exploratório, ele tem ajudado muito o povo do Camboja (e a comida é maravilhosa e a cerveja é barata!). O Camboja faz questão de escancarar, tanto em museus quanto em templos e campos de concentração abertos ao público, as atrocidades que sua história presenciou. Esse reconhecimento é essencial para um país seguir em frente (no Brasil, onde estão os porões do DOPS, as senzalas?).

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Até logo Siem Reap!

Fizemos certo em comprar o voo para Hong Kong só no outro dia. Chegamos no aeroporto de Bangkok (o menorzinho, o Don Muenang) somente às 23h e, até passar pelo Health Control e a imigração, entramos no país já passava da meia-noite.

Fomos procurar um lugar para dormir e acabamos encontrando um 7eleven no fundo aeroporto! Que saudades! O 7eleven do aeroporto tinha preços mais caros do que os da rua, mas ainda assim muito mais baratos que qualquer mercadinho no Brasil. Compramos um monte de guloseimas e agora sim, fomos procurar um lugar para dormir.

Espiados que somos, fizemos um revezamento: enquanto um tirava um cochilo, o outro vigiava as mochilas. Ainda trocamos de "dormitório" umas duas vezes à medida que chegava gente e começava a fazer barulho perto de nós e assim seguiu a madrugada, acho que se dormimos duas horas foi muito.

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Tirando aquele cochilão!

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Roteiro resumido: Siem Reap

Segue abaixo o resumo (com mapas) da nossa passagem de 6 dias por Siem Reap, lembrando que os preços das atrações aqui listados são de 2016, então certamente já estão defasados. Também cabe ressaltar que este roteiro representa unicamente a NOSSA experiência na cidade, não tendo a pretensão de ser um "guia do que fazer em Siem Reap", ou muito menos um "guia definitivo da cidade". Até porque muitas atrações turísticas deixamos de fora ou porque era muito caro ou porque não nos interessava (ou simplesmente porque não deu tempo de ir). Segue então o roteiro abaixo:

 

RESUMÃO:

 

Ficamos 6 dias em Siem Reap, sendo que no primeiro dia chegamos à noite e no último saímos à noite, ficando assim 4 dias "inteiros" na cidade. Nossas atividades na cidade ficaram então divididas assim:

 

1º Dia: Saindo de Chiang Mai, chegando em Siem Reap

2º Dia: Old Market, Templo Wat Preah Phrom Rath, Royal Independence Garden, Angkor National Museum, noite na Pub Street

3º Dia: Angkor Wat

4º Dia: Museu das minas terrestres, Templo Beng Mealea

5º Dia: Templo Wat Thmei, Peace Café, Angkor Night Market

6º Dia: Saindo de Siem Reap em direção à Hong Kong

 

Ficamos no hostel Cercle D´Angkor Villa, que atendeu o que precisávamos. Ficaríamos novamente, mas não podemos dizer que é a melhor opção de hospedagem. A localização é excelente porém há vários outros hostels próximos pelo mesmo preço (inclusive alguns com piscina, que é muito útil no calor de Siem Reap), que devem ser tão bons quanto. Escolhemos ele pelo preço, por oferecer transfer grátis para o aeroporto (na ida somente) e por sua localização: bem na rotatória central, a uma quadra da Pub Street, do Old Market e do Templo Wat Preah Phrom Rath, além de uma leve caminhada até o museu nacional de Angkor.

 

O link para o site da guesthouse no booking é este aqui: https://www.booking.com/hotel/kh/cercle-d-39-angkor-villa.pt-br.html?aid=304142&label=gen173nr-1FCAEoggI46AdIM1gEaCCIAQGYAS24ARfIAQzYAQHoAQH4AQyIAgGoAgO4As-P5vEFwAIB&sid=8b9044c8af2e06625343a969a7f673be&dest_id=-1032755&dest_type=city&group_adults=2&group_children=0&hapos=1&hpos=1&no_rooms=1&sr_order=popularity&srepoch=1581428082&srpvid=344e5f78b4130072&ucfs=1&from=searchresults;highlight_room=#hotelTmpl

 

Essa é a avaliação que fizemos dele no booking:

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1º Dia: Saindo de Chiang Mai, chegando em Siem Reap

 

1. Saindo de Chiang Mai

 

  • Do hostel em Chiang Mai, seguimos até a avenida que circunda o Old Quarter e atacamos um Songtaew para nos levar ao Aeroporto

  • Valor normal deste trajeto é 150 baths

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Caminho do Soisabai Guesthouse até o ponto onde pegamos o Songtaew
 
  • O trajeto até o aeroporto leva cerca de 20 minutos (mas é bom se atentar para a hora por causa do trânsito)

  • O voo de Chiang Mai para Siem Reap pela AirAsia faz escala em Bangkok mas você já passa pela imigração em Chiang Mai mesmo para carimbar a saída da Tailândia.

 

2. Chegando em Siem Reap

 

  • Tinhamos feito o visto online e o trouxemos impresso, então quando descemos, passamos direto para a imigração sem necessitar passar antes no Visa on Arrival.

  • Nosso hostel oferecia transfer de tuk tuk gratuito do Aeroporto, então quando chegamos lá, o motorista já estava nos esperando.

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Trajeto do Aeroporto até o Hostel
 
 
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Localização do Hostel Cercle D´Angkor Villa
  • Aproveitamos e já fechamos o Tuk Tuk para nos levar para o Angkor Wat com o próprio motorista do transfer por preços bem na média (é possível conseguir mais baixo ainda se pechinchar com os motoristas na rua).

  • Nosso motorista para todos os passeios em Siem Reap foi o Phey (se lê "Pi"), segue abaixo os dados dele:

Whatsapp: +855 17838152

E-mail: pheyangkorsiemreap@gmail.com

Instagram: @rphey

 
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Instagram do Phey
 

2º Dia: Old Market, Templo Wat Preah Phrom Rath, Royal Independence Garden, Angkor National Museum, noite na Pub Street

 
  • Todos os lugares foram visitados à pé:

  • Old Market (Psar Chas)

  • Angkor Trade Center

  • Templo Wat Preah Phrom Rath: entrada grátis

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Primeira parte do trajeto
  • Royal Independence Garden

  • Angkor National Museum: 12 dólares a entrada

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Segunda parte do trajeto
 
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Trajeto completo do dia
  • Noite na Pub Street:

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Região da Pub Street
  • Fomos também, do outro lado da ponte, no Siem Reap Art Center Night Market:

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O mercado fica por toda a extensão da área demarcada em vermelho
 

3º Dia: Angkor Wat

 
  • Site oficial do Angkor Wat: https://www.angkorenterprise.gov.kh/

  • Valor do transporte de dia inteiro pelo Angkor Wat de Tuk Tuk: 15 dólares

  • Valor do ingresso do Angkor Wat para 1 dia de visita: 37 dólares (valor atualizado em 2020, nós pagamos na época 20 dólares)

  • Saída às 4h30 da manhã para ver o nascer do sol (bilheteria abre às 5h)

  • Lembrar o motorista de Tuk Tuk para passar no local de venda de ingressos antes, caso ainda não tenha comprado o seu (não fica na entrada do Angkor Wat e nem no caminho)

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Local de venda de ingressos para o Angkor Wat

Templos que visitamos no Angkor Wat (em ordem):

 

  • Angkor Wat (só pra ver o nascer do sol)

  • Bayon

  • Baphuon

  • Terraço dos Elefantes

  • Ta Phrom

  • Angkor Wat

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Lugares visitados no Angkor Wat
 
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Trajeto a pé feito dentro do Angkor Thom
  • No fim da tarde pedimos para o Tuk Tuk para voltar ao Angkor Wat (já que o ingresso é válido para o dia inteiro): ele nos cobrou 5 dólares a mais

  • Fomos no templo Phnom Bakheng, onde dizem ser o melhor lugar para ver o por-do-sol por lá

  • Tem que chegar cedo, tipo umas 16h pois o local lota e tem limite de pessoas que podem entrar, 300 por vez (nós não conseguimos)

  • Para chegar no templo, tem-se que fazer uma pequena mas íngreme trilha

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Local do Phnom Bakheng
 
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Trilha para acessar o templo
 
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Entrada da Trilha
 

4º Dia: Museu das minas terrestres, Templo Beng Mealea

 

  • Para fazer o trajeto até o Museu das minas terrestres e o Templo Beng Mealea, contratamos um Tuk Tuk para o dia todo: 35 dólares

  • Entrada no Museu das minas terrestres: 5 dólares com direito a áudio guia gratuito

  • Entrada no Beng Mealea: 5 dólares

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Trajeto percorrido no dia: Hostel - Museu das minas - Beng Mealea
 

5º Dia: Templo Wat Thmei, Peace Café, Angkor Night Market

 

  • Alugamos bicicletas para ir até o Wat Thmei e o Peace Café

  • Aluguel das bicicletas para o dia inteiro: 3 dólares cada (direto no hostel)

  • Wat Thmei: entrada grátis

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Trajeto do Hostel até o Wat Thmei
  • Peace Café

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Trajeto do Wat Thmei até o Peace Café
  • Angkor Night Market (ANM Khmer Market)

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Local onde fica o Angkor Night Market
 

6º Dia: Saindo de Siem Reap em direção à Hong Kong

 

  • Tuk tuk do hostel até o Aeroporto: 6 dólares

  • Não havia como comprar (na época) no site da Air Asia um vôo de Siem Reap para Hong Kong, então compramos dois voos separados: Siem Reap - Bangkok no dia 19/11 à noite (21h45) e chegando em Bangkok às 22h50 e Bangkok - Hong Kong no dia 20/11 às 6h da manhã. Passamos a noite no Aeroporto Don Muenang de Bangkok.

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SUDESTE ASIÁTICO 17º Dia - Chegando na terra do Bruce Lee (20/11/2016)

E depois de 3 horas de voo, o voo mais longo que pegamos nesta viagem, chegamos a Hong Kong. Geopoliticamente falando, Hong Kong não fica no sudeste asiático, mas, aficionado por filmes de kung fu "honconguenses" e do Bruce Lee desde pequeno, Hong Kong pra mim se tornou uma cidade mitológica e um sonho de consumo um dia conhecê-la. Sendo assim, estando ali tão perto, não iria perder essa chance.

Chegamos quase no fim da manhã e a imigração no aeroporto foi tranquila, só ficamos meio "nervosos" com um cartaz grande que dizia: "passageiros com sintomas de gripe devem se apresentar imediatamente ao Health Control para quarentena" (foi bem no ano que tinha dado aquela epidemia de H1N1).

No Aeroporto, que é gigantesco, já deu pra sentir aquele "baque". Acabávamos de vir de um país bastante pobre economicamente para um que esbanja ostentação, uma mudança drástica. Só pra ter uma ideia, pra ir da sala de desembarque para a imigração tem que se pegar um metrô interno hiper modernoso, que fica num salão com um jardim vertical e uma cascata artificial (pouco extravagante).

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Jardim vertical e cascata artificial no terminal do Aeroporto de Hong Kong

A primeira coisa que fizemos foi comprar os nossos Octupus Card, uma (das várias) coisa bem legal de Hong Kong, que é um cartão que, como o nome indica, permite ser usado para 8 coisas diferentes, as que eu lembro eram: metro, ônibus, ferry e compras em mercados, muito prático! Só ir nas maquininhas que tem pela cidade toda, carregá-lo com dinheiro ou cartão de crédito e usá-lo. Usamos bastante o cartão nas máquinas automáticas de bebidas que tem em toda estação de metrô e por incrível que pareça, com preços menores do que no 7 Eleven. A Juju se viciou de cara no Oolong Tea (chá de oolong) gelado que vendiam nessas maquininhas.
 
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Maquininhas de refresco espalhadas pela cidade

O Aeroporto possui uma estação de metrô dentro dele com uma linha própria que leva à cidade, mas como custava algo em torno de 50 reais a passagem pra nós dois, optamos então por pegar um ônibus do lado de fora dele e que levava até a estação de metrô mais próxima (Estação Tung Chung), o que acabou dando menos de 10 reais pra cada um já incluindo o preço do metrô (é, transporte público em Hong Kong é um pouco caro, padrão Brasil).

No caminho até a parada passamos ainda por uma exposição que acredito que era temporária, com fotos e curiosidades sobre Bruce Lee, e ali já começamos a ver como o país/cidade exalta de forma constante os seus símbolos, sendo o Bruce Lee o maior deles.

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Exposição do Bruce Lee na saída do Aeroporto

Bruce Lee na verdade nasceu em São Francisco, nos Estados Unidos, mas foi criado em Hong Kong e voltou aos EUA somente com 18 anos para estudar, trazendo com ele o formato dos filmes de Kung Fu de Hong Kong, popularizando o gênero no ocidente, sendo considerado o ator que introduziu o cinema de artes marciais em hollywood, abrindo as portas das produções cinematográficas de Hong Kong para o mundo.

Descemos na estação Jordan, bem no meio "do fervo" de Kowloon e aqui, cabe explicar um pouco do que é Hong Kong:

Hong Kong não é um país, é uma região que até 1997 pertencia à Inglaterra e hoje pertence à China, no entanto, é uma região autônoma utilizada pela China como "zona economica especial", sendo um canal de abertura da economia chinesa para o capital estrangeiro, possuindo regras específicas de livre comércio. Além disso, possuem governo próprio, moeda própria e leis migratórias próprias (por exemplo, não necessita de vistos para brasileiros sendo que na China sim), além de possuir o inglês como língua oficial, ainda que o cantonês seja mais amplamente utilizado.

Hong Kong é um arquipélago que possui 3 ilhas principais, a Ilha de Hong Kong, Ilha de Lantau (onde fica o aeroporto e o Buda sentado) e Kowloon (que na verdade fica no continente e é a área mais "popular" digamos). Todas elas são ligadas por ferrys, metrô e estradas, sendo que estes dois últimos são subterrâneos e passam por baixo do mar. Como Kowloon é a região mais central e com os menos piores preços de hospedagem, optamos por ficar por ali, bem próximos à Nathan Road, uma espécie de Avenida Paulista da cidade.

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Primeiro contato com as ruas de Hong Kong (no prédio em construção ali atrás ficava o nosso hostel)

É em Kowloon também que fica a famosa Chung King Mansion, um prédio "sem lei" com infinitos andares onde se concentra o comércio "obscuro" da cidade, cheio de lojas de imigrantes, maioria indianos e paquistaneses (mas tem gente do mundo todo), que vendem de tudo, milhões de alfaiatarias (aqui em Hong Kong eles te abordam na rua toda hora te oferecendo serviços de alfaiate), além de comidas, coisas "ilegais" e hospedagens de tudo o que é tipo, sendo considerado o local dos menores preços da cidade. As hospedagens que tem lá são daquelas de 1 metro e meio quadrado que só cabe a pessoa no quarto e mais nada. Até olhamos algumas por ali no booking, mas as avaliações eram sempre terríveis e o preço, apesar de ser o mais baixo da cidade, não era tão barato assim pros padrões asiáticos, e conseguimos um hostel em outro local um pouquinho mais caro só.

Voltando então, saímos da estação por volta do meio-dia e, não avistando nada que parecesse um hostel no meio das milhares de lojas e centros comerciais ali da Nathan Road, fomos primeiro procurar um lugar pra almoçar e entramos no lugar que tinha cara de ser o mais barato ali das redondezas, um restaurantezinho chinês bem simples. Quando olhamos o cardápio, tivemos mais um "baque": acostumados a almoçar por 1 dólar, no máximo 2 lá no Camboja, ali em Hong Kong, no restaurante mais simples da avenida, um em que os talheres (hachis) ficavam em cima da mesa pegando pó e poluição o dia todo, a comida mais barata que tinha custava o equivalente à 24 reais!!! Rapidinho então já se adaptamos a nova realidade da nossa viagem. Pedimos dois soap noodles ali bem faceiros e ainda contamos com a ajuda de uma cliente para nos traduzir o que o tio do boteco que não falava inglês começou a resmungar para nós: que não tinha o peixe que nós pedimos, se ele podia trocar por frango.

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Com uma cara de quem não tomou banho e nem dormiu direito, paramos no primeiro boteco que vimos para almoçar

Com a sobrevida proporcionada pelo almoço, fomos então procurar nosso hostel. No endereço que constava no booking não tinha nada parecido com um hostel, então fomos pedir ajuda num cafeteria ali do outro lado da rua (acho que era um Mcdonalds, não lembro). O rapaz que estava no caixa, muito prestativo, largou o que estava fazendo para nos ajudar: pegou nosso celular, olhou os mapas, olhou o endereço do hostel no booking, enfim, fez de tudo e conseguiu descobrir pra nós que o nosso hostel ficava dentro do prédio comercial ali na outra esquina. Fomos nós então.

Entramos naquele prédio que parecia a Galeria do Rosário (pra quem conhece Porto Alegre), com milhares de lojas de produtos de procedência duvidosa no primeiro andar e, subindo as escadas, aqueles corredores mega lúgubres que no Brasil você só subiria com alguém que conhece o lugar. Mas numas dessas portas tinha ali um cartaz: HoHo Hostel, encontramos finalmente nosso hostel! E era um hostel bem bom, pequeno como toda habitação em Hong Kong, mas muito limpo (os staffs passavam o tempo inteiro limpando) e organizado, recomendo fortemente.

A guria que nos recebeu, numa primeira impressão parecia meio antipática, mas depois descobrimos que ela não falava muito bem inglês e por isso tinha um pouco de vergonha.

Mais de 24 horas sem dormir direito e sem banho, iriamos descansar um pouco? Claro que não! Com pouco tempo para aproveitar essa cidade incrível (ficaríamos só 4 dias), fomos só tomar um banho (e nisso já demorou uma meia hora até a atendente nos explicar como funcionava os chuveiros que era tri complexo, tinha um monte de botão de várias cores do lado de fora deles e tinha que ligar um e desligar outros pra funcionar a ducha tal, uma loucura...) no banheiro mais limpo que eu já tinha visto na vida, e já fomos explorar a cidade.

Antes de sair conhecemos uma das nossas colegas de quarto, uma jovem que era ali de Hong Kong mesmo mas ia passar uns dias no hostel porque sua casa estava em reformas. Ela nos sugeriu comermos à noite o prato "Claypot Rice", que dizia ser o prato mais "típico" da cidade, então já deixamos combinado de experimentá-lo.

Saímos então seguindo a Nathan Road em direção a um dos mais icônicos lugares de Hong Kong, a Avenue of Stars: um espaço dedicado ao cinema e artes de Hong Kong, uma calçada da fama contendo a assinatura, forma dos pés e mãos dos maiores artistas da região, além de estátuas de algumas figuras famosas, entre elas a famosa e instagramável estátua de Bruce Lee.

No caminho, entre milhões de vendedores oferecendo serviços de alfaiataria, encontramos o nosso templo, o 7Eleven! Porém, a alegria durou pouco quando percebemos que os preços ali não tinham nada de "tailandeses", eram nível Hong Kong de careza, além de pouquíssimas variedades de produtos e comidas se comparado aos da Tailândia. Macarrão instantâneo sim, esses tinham milhares, dos mais variados tipos e preços, os chineses são mesmo loucos por essas massinhas com gosto de plástico.

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Primeiro "rolê" na Nathan Road: na segunda foto um shopping podre de chique com uma lona que imitava um efeito de trovões

Infelizmente quando fomos, a Avenue of the Stars, que fica no calçadão à beira mar, estava em reformas, mas as estátuas e as placas dos artistas estavam expostas noutro lugar, um pouco mais ao leste do local original, numa elevada que depois se tornou o "Garden of the Stars", uma espécie de continuação da Avenue of Stars.
 
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Garden of the Stars

Apesar de não ser na beira da baía, dali já tivemos a nossa primeira visão dela e ficamos boquiabertos com o tamanho dos arranha-céus tanto de Kowloon quanto os da ilha de Hong Kong, lá do outro lado.
 
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Vista da Garden of the Stars com a ilha de Hong Kong ao fundo

Ficamos ali procurando os artistas honconguenses (é assim que se fala será?) que conhecíamos. Destes encontramos plaquinhas do Tsui Hark, Jackie Chan, Stephen Chow e Jet Li.

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Plaquinhas dos artistas de Hong Kong

E é claro, a cereja do bolo, a belíssima estátua do mestre Bruce Lee, considerado um dos principais monumentos de Hong Kong, muito emocionante.
 
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Icônica estátua de Bruce Lee

Depois de mais um tempo observando as pessoas tirarem tudo que é foto em poses bizarras com o mestre Bruce (inclusive nós também), fomos então conhecer um dos parques de Hong Kong, o Kowloon Park.
 
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Imitando os locais e "desrespeitando" o mestre

Hong Kong, apesar de seu ritmo "frenético", com seus arranha-céus gigantescos e gente correndo pra tudo que é lado, possui alguns lugares "de paz", espécies de oásis zen em meio ao caos. Os três principais são os parques Kowloon, Hong Kong e Victoria (sendo esses dois últimos localizados na ilha de Hong Kong) e a nossa ideia era conhecer os três durante nossa passagem por Hong Kong se desse tempo. Este dia então, como nossa ideia era ficar ali por Kowloon mesmo, fomos para o Kowloon Park, que fica ali no meio da muvuca na Nathan Road, quase em frente à Chung King Mansion.

Logo na entrada do parque, uma coisa nos chamou a atenção: muitas (muitas mesmo) mulheres muçulmanas vestidas com burca, juntas em grupinhos fazendo altos piqueniques cheios de comida, não só ali mas em todo o parque. Até pensamos que estivessem vendendo quitutes de tanta coisa que carregavam. Descobrimos depois que essas mulheres são, em sua maioria, mulheres que vem da indonésia e malásia para tentar a vida em Hong Kong, onde a moeda é muito mais valorizada e, como elas não tem para onde ir nas horas vagas, ficam ali pelo parque confraternizando com suas conterrâneas.

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Mulheres muçulmanas que ficam pelo Parque Kowloon

Quanto ao parque, achamos sensacional! Dos três parques principais, Kowloon seria o mais "simplesinho" deles, mas mesmo assim é um parque belíssimo, com cascatas artificiais, fontes, lagos, um aviário, tudo muito limpo e majestoso. Ficamos imaginando: se este é o mais simples, imagina o que é os outros?

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Belíssimos jardins do Kowloon Park, com fontes e um lago com flamingos!

O parque conta inclusive com um "labirinto natural", com arbustos muito bem aparados e organizados.
 
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Labirinto "vivo" dentro do parque

Outra coisa que nos deixou perplexos é o sinal fortíssimo de wi-fi grátis em todo o parque, além de banheiros públicos limpíssimos também gratuitos. Essa época foi bem no "boom" do joguinho do Pokemón e tinha bastante jovens jogando pelo parque, inclusive a Juju aproveitou pra caçar uns também e até virou líder de um ginásio Pokemón em plena Hong Kong (da-lhe Brasil! ehehehe)!
 
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Caçando Pókemon

Também ali no parque fica o "Avenue of the Comic Stars", um espaço reservado aos artistas de animação chineses, com diversas esculturas dos personagens de quadrinhos e animações chinesas (não reconhecemos nenhum).

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Avenue of the Comic Stars

Mas o que mais nos fez cair o butiá do bolso foi a piscina pública que tem dentro do parque! Imagina uma piscina dos clubes mais caros aqui do Brasil? É tipo isso, uma piscina podre de chique, que conta ainda com uma piscina térmica ao lado, só que totalmente pública (no dia ambas piscinas estavam desativadas pois estávamos no início do inverno na região)!
 
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Boquiaberto com a piscina pública dentro do parque

Pra tu ver né? O local que é considerado o paraíso do capitalismo com tantas coisas fornecidas pelo Estado de forma pública e gratuita (os liberais aqui do Brasil tinham que vir aqui aprender algumas coisinhas...).

Para fechar, o parque ainda é cercado por enormes prédios que contam com infinitos apartamentos "populares". Não sei como funciona mas é tipo o "minha casa minha vida" chinês (mas com apartamentos que devem ser ainda mais minúsculos).

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Gigantescos prédios "populares" de Hong Kong

Chegando à noite, fomos retornando ao calçadão para assistir ao Symphony of Lights, um espetáculo que acontece todas as noites, pontualmente às 20h, desde 2004, estando no Guinness como o show mais longevo deste tipo.

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Chegando a noite, as ruas vão se iluminando. Na última foto o hotel que se hospedamos (heuaheuahe, jura né...)

O Symphony of Lights se trata de um espetáculo de luz e som onde os prédios da cidade (mais especificamente os da ilha de Hong Kong), juntamente com holofotes e lasers posicionados na baía, se iluminam formando figuras e desenhos, tudo de forma sincronizada com uma música tocada em auto-falantes estrategicamente posicionados no calçadão à beira-mar de Kowloon, sendo ali o local ideal para assistir ao espetáculo, que dura 15 minutos.
 
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Symphony of Lights

Confesso que o show propriamente dito é bem furreca, mas a paisagem dos arranha-céus iluminados vistos do calçadão de kowloon à noite é sensacional!

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Baía de Kowloon; Torre do relógio, resquício da colonização inglesa em Hong Kong

Terminado o espetáculo e agora sim já noite escura, é essa hora que as ruas de Kowloon começam a "ganhar vida": gente pra tudo que é lado e as ruas parecendo dia claro de tão iluminadas pelos painéis luminosos das lojas.
 
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Maravilhados com as luzes da noite Honconguense

Fomos seguindo a Nathan Road sem pressa, parando para ver as vitrines e entrando em algumas lojas para dar uma olhadinha. Diferente da hospedagem e de produtos para alimentação, as roupas até que tinham preços muito bons. A Juju aproveitou para trocar o seu tênis por um novo num outlet da Reebok por um preço três vezes menor do que se comprasse aqui no Brasil. Procurei também pela camisa da seleção de futebol de Hong Kong (sim, existe), mas acabei não encontrando, apesar de que em lojas oficiais devia ser muito cara e eu não iria comprar de qualquer jeito hehe.

Hong Kong também é famosa por suas feiras de rua (existem várias), aquelas típicas feiras asiáticas onde um monte de tendas são montadas em estilo camelozão para vender de tudo, de comida à eletrônicos, passando por brinquedos, roupas e souvenires para turistas. Em Kowloon as mais famosas são duas que acontecem à noite: a Temple Street Night Market e a Ladies Market (que o nome dá a entender que é uma feira só pra mulheres mas nada haver, é igual às outras). Como não queríamos nos expandir muito, essa noite fomos conhecer a Temple Street por ser menor e mais perto do nosso hostel.

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Temple Street Night Market

Essa feirinha é bem legal e com coisas muito baratas. Também funciona naquele velho esquema de pechinchar pra tudo (se não pechinchar ficam brabos), mas o preço normal que tem nas etiquetas já é muito barato. Pra ter uma ideia, aquelas camisas turísticas com dizeres tipo: "I love HK" custavam o equivalente à 10 reais. Muitos brinquedos também, aqueles que vendem em feiras de anime aqui por mais de 100 reais lá se encontrava por 15, no máximo 30 reais. Bastante camisas de futebol muito bem falsificadas e baratas mas também não encontrei a tal camisa da seleção de Hong Kong.

Demos umas 3 voltas na feira e depois fomos olhar as lancherias para comer. Queria experimentar o Claypot que a guria do nosso quarto nos indicou, então procuramos o lugar que tivesse menos turistas na esperança que fosse mais barato. Comemos então, por 24 reais cada prato (facada!), num botequinho duma senhorinha que ficou debochando do meu inglês. Não sei se era o restaurante ali que não era bom ou se é o prato em si, mas achei uma comida bem sem-graça, um arroz empapado sem gosto servido com uns salsichão numa panelinha de barro (acho que foi o dinheiro mais mal gasto nessa viagem).

Ali também constatamos outra característica da cidade: por mais que as ruas fossem limpíssimas e as edificações uma ostentação pura, na hora de fazer a comida a higiene segue o mesmo padrão asiático, aquele padrão de higiene que nós brasileiros vemos com estranheza. Fui procurar o banheiro ali do "restaurante" e passei pela cozinha caótica: pratos sendo lavados em baciões tudo com a mesma água e paredes que escorregavam de tão engraxadas de banha. O banheiro também, ficava numa porta que levava para um bequinho nos fundos do prédio e lá ficava uma casinha com banheiro, ao lado de uma montoeira de lixo, lembrando muito aqueles filmes de máfia chinesa. Banheiro também estilo asiático, sem papel higiênico e só com uma bacia com água do lado do vaso para se limpar (pra quem não sabe, dá uma pesquisada aí no Google como funciona). Nós já estávamos acostumados com essas "porquice" então nem dávamos muito bola, mas pensávamos que por Hong Kong possuir um nível mais elevado economicamente, haveria algo parecido com uma vigilância sanitária, mas pelo visto não.

Já passava da meia-noite quando retornamos pro hostel. Para nossa surpresa o prédio já estava fechado, só com uma portinha de emergência dando acesso. Se de dia os corredores daquele prédio já eram sinistros, a noite então nem se fala, pareciam de filme de terror. Se fosse em outro lugar nunca que entraríamos num prédio desses à noite.

Depois de um dia "frenético", onde tomamos uma overdose de informação (e de satisfação) nesse nosso primeiro contato com Hong Kong, somado a quase 48 horas sem dormir direito, abrimos a porta do quarto e já caímos duros na cama.

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SUDESTE ASIÁTICO 18º Dia - Explorando a ilha de Hong Kong (21/11/2016)

O nosso quarto era composto de triliches, sendo que o colchão mais de baixo ficava literalmente no chão, com o ar condicionado voltado praticamente todo para esta cama mais de baixo, e foi justamente ali que a Juju dormiu. Não deu outra, acordou com a garganta destruída, com dor de cabeça e princípio de febre (logo se lembramos do cartaz do aeroporto que dizia que pessoas com sintoma de gripe teriam que se apresentar para a quarentena). Ela tomou então um bom banho, se entupiu de remédios pra gripe e partimos pra rua explorar.

Nossa ideia era ir hoje mesmo ao The Peak (o ponto mais turístico de Hong Kong, o equivalente mais ou menos ao Cristo Redentor no Rio), mas com o tempo nublado, resolvemos deixar para outro dia. Ao invés disso, fomos conhecer a "escalator", a maior escada rolante urbana do mundo. Aliás, por falar em tempo ruim, só pegamos dias nublados e com chuva em Hong Kong, bastante friozinho estava essa época lá por sinal.

Fomos seguindo então a Nathan Road em direção à estação de ferrys para atravessar a península em direção à ilha de hong kong, não sem antes parar num 7 Eleven para tomar o nosso café da manhã. Pegamos um fish ball noodles, um noodles com umas bolas tipo almondegas de peixe, bem típico dessa região (e bem ruim, que saudades do 7 Eleven da Tailândia...).

Uns 20 minutinhos caminhando, chegamos no pier. Os ferrys públicos de Hong Kong, denominados de "Star Ferrys", companhia que opera os ferrys desde 1888, são uma atração a parte, pois preservam o mesmo estilo histórico colonial, inclusive suas duas principais estações, no porto em Kowloon (Tsim Sha Tsui) e em Hong Kong (Central Pier) também se localizam em prédios históricos conservados.

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Os clássicos Star Ferries

Mesmo que hoje o trajeto entre as ilhas seja feito pela maioria dos honcongueses tanto em rodovia quanto por metrô suboceânicos, o trajeto de barco ainda é tradicionalmente mantido, sendo hoje a forma mais barata (e agradável) de travessia na baía vitória (a baía que separa Kowloon e Hong Kong), ao custo de 2,20 HK Dollars em dias de semana (1,10 reais na época).

Infelizmente o trajeto é curto, e logo chegamos ao Central Pier em Hong Kong.

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Prédio histórico do Central Pier de Hong Kong

Quando se "desce" na estação, funciona como a maioria das saídas de estações de metrô de toda a cidade, você sai normalmente dentro de um shopping, que se liga a outros shoppings por passarelas.

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Passarelas que transportam os pedestres por praticamente todo o centro da ilha de Hong Kong: detalhe para os bondinhos bem clássicos estilo inglês, a roda gigante clássica que toda a cidade turística faz questão de sempre ter e a Juju fazendo não sei o que...

E não é qualquer shoppinzinho, é tudo uns shoppings ostentação, cheios de badulaques e decorações ostensivas. Você pode andar por horas e por vários prédios diferentes sem encostar na rua, só atravessando passarelas e passagens subterrâneas.
 

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Olha o "naipe" dos shoppings (e esse é um dos simplesinhos)

Dito isso, sabíamos que o começo da Escalator era na saída de um shopping grande por ali, o IFC Shopping Mall, e foi um pouco complicadinho de achar por causa de todas as passarelas e interligações entre os prédios, mas enfim, achamos, sendo que como já mencionado, saindo da estação de ferrys e adentrando nos shoppings através de passarelas, chegamos lá sem passar por nenhuma rua.

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Início das Escalators

A Escalator é a maior escada rolante urbana do mundo. Ela foi construída devido ao terreno da ilha de Hong Kong ser muito acidentado, permitindo dessa forma que as pessoas que moram lá nas partes mais altas da ilha acessem a zona central (que fica embaixo) ou o píer para Kowloon) de um jeito rápido e prático.

Essa escada rolante tem uma extensão de 800 metros e atinge uma elevação de 135 metros, sendo considerada pelo Guinness a maior escada rolante urbana do mundo.

Mas ela não possui um lado para subir e outro para descer, ela funciona da seguinte forma: até às 10 horas da manhã ela desce, permitindo ao pessoal que mora "no morro" descer para ir trabalhar. A partir desse horário então, ela só sobe. Nós chegamos depois das 10 horas justamente para usá-la para subir.

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Esperando ela mudar pro modo "subida"

Pode parecer uma besteira se prestar a ir para um lugar usar uma escada rolante só para passear (me lembrou quando surgiram as primeiras escadas rolantes aqui em Porto Alegre e o pessoal corria pro shopping pra andar), mas nós que não temos nada parecido aqui no Brasil, nos divertimos à beça, subindo e acompanhando as mudanças na paisagem das ruas de Hong Kong.

 

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A medida que se sobe, a paisagem vai mudando

A escada na verdade não é uma peça única, ela é um conjunto de várias escadas que se interligam em certas ruas como se fosse uma estação para entrada/saída nela, permitindo sua ligação com as principais ruas da ilha. Nós paramos em vários pontos para dar uma volta ao redor dessas ruas em que se localizavam as intersecções.

 

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Conhecendo as ruas da ilha de Hong Kong

Numa dessas paradas, adentramos num mercadinho para pegar uma cervejinha. Como não sabíamos se era proibido tomar cerveja na rua, tivemos a brilhante ideia de passar antes no Starbucks pegar um canecão de café e usá-lo para "disfarçar" nossa latinha de ceva.
 
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Tomando um cafézinho singelo e depois usando o copinho com uma latinha de Tsingtao Beer dentro

Continuamos subindo as escadas rolantes e numa das "paradas" mais uma coisa legal: para incentivar o pessoal a usar a escadaria e não poluir, existe um totem onde você pode passar o seu Octupus Card e ganhar créditos para usar no metrô e ônibus, uma mixaria, acho que era 1 HK Dólar só, mas vale a intenção.

Chegando ao fim da escadaria, já à 135 metros acima, descansamos um pouco e começamos a descida, agora utilizando as escadarias normais (não rolantes). Na descida também, fomos curtindo as ruas da ilha sem pressa.

 

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Hora de descer

Numa dessas paradas, observamos uma movimentação diferente numa rua. Parecia estar tendo uma feira ou ocorrendo alguma festa, com bastante gente aglomerada e um tiozinho num auto-falante gritando alguma coisa em chinês. Obviamente fomos conferir: se tratava de alguma comemoração referente ao ano do porco (que estava acontecendo naquele ano), ocorrendo num espaço entre um mercado de frutas e uns açougues, com uma decoração bem bonita chinesa incluindo aqueles dragões dançantes que várias pessoas em trenzinho carregam como se fosse um fantoche. Se "infiltramos" no meio dos locais para participar da festa e acabamos ganhando bolo, carne de porco e cerveja, tudo de grátis, oferecido gentilmente pelo pessoal que tava ali na festa na maior felicidade por ver turistas por ali, bem legal.

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Gremista tentando se enturmar no meio dos honconguenses e a Juju comemorando o ano do porco com sua cervejinha grátis

Chegando "no nível do mar", seguimos em direção a nossa próxima parada, o Hong Kong Park. Dá pra chegar lá do mesmo jeito que chegamos do píer ao escalator, por meio de shoppings e passarelas, mas resolvemos seguir pela rua mesmo pra conhecer. No caminho passamos pelo coração financeiro de Hong Kong, tipo a Wall Street deles, onde se localiza o luxuoso prédio da bolsa de valores de HK. Inclusive com a sua própria versão do touro de Wall Street, sendo que aqui é um Leão meio sem graça.
 
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Leão da "Wall Street" de Hong Kong

Outro prédio que fiquei muito vidrado é um que parece um transformers (o Lippo Center), que não consegui descobrir do que se tratava. Também passamos pelo prédio do Banco Chinês que, com suas formas triangulares, é um dos prédios mais icônicos de Hong Kong e talvez um dos mais antigos da ilha (dentre os arranha-céus exóticos).
 
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Lippo Center, Prédio do Banco Chinês e Prédio do HSBC (onde foi filmado o filme do Batman Dark Knight do Nolan)

Chegando no parque, fomos primeiro numa atração que fica lá que achamos que seria bem legal de conhecer (e foi), o Museu do Chá, ou Flagstaff House Museum of Tea, que fica num dos cantos do parque num prédio bastante histórico.
 
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Museu do Chá

Esse museu, que se não me engano possuía entrada grátis mas infelizmente não se podia tirar fotos dentro, é genial! Conta toda a história do chá na China transpassando as diversas dinastias que reinaram no país e como cada uma dessas influenciou na bebida e na cerimônia do chá, fazendo uma relação bem legal da história do país contada através do chá. Possui diversas cerâmicas originais utilizadas pelos dinastas chineses e vídeos onde aprendi como se faz a cerimônia do chá. Fiquei muito a fim de comprar algum jogo de chá lá que tinha preços bem em conta, uns em formato de dragão, de flor-de-lótus, muito bonitos, mas como não ia caber nas nossas mochilas, deixei pra comprar pelo Ali Express mesmo quando voltamos pra Porto Alegre hehehe.

Saindo do museu, bem do lado, observamos uns senhores chineses caminhando com "cara de dor" numa espécie de cercadinho. Quando chegamos perto para ver o que tinha ali dentro, era um piso cheio de pedras de vários tipos e tamanhos utilizado por eles para massagear e estimular a circulação dos pés, muito interessante! Quando chegamos ali o tiozinho falou pra nós: "tire os sapatos! Massagem!". Pois bem, tiramos o sapato e experimentamos a "massagem" ali enquanto os tiozinhos riam de nós e realmente, é bem dolorido caminhar naquelas pedras, mas se ajuda mesmo a estimular a circulação dos pés, tá valendo.

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"Massageando" os pés

Enfim fomos conhecer o parque. O típico parque urbano é bem bonito, pequeno mas com bastante coisa para se ver e consegue ser ainda mais "extravagante" que o Kowloon Park.
 
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Entrada do Hong Kong Park

Bem na entrada, fica o local de embarque para o "peak tram", o trenzinho que leva ao The Peak, bem parecido com o bondinho do Rio de Janeiro que leva ao Cristo Redentor, mas deixamos para subir lá noutro dia devido ao céu, que estava muito nublado e não ia dar pra ter uma visibilidade boa lá de cima.

Um pouquinho mais pra frente já topamos com uma das várias fontes e espelhos d´água do parque, uma que é muito legal imitando um "coreto" que jorra água de seu teto por todos os lados e você pode inclusive entrar embaixo dela.

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Mais para dentro do parque um lago artificial com uma cachoeira e com um monte de peixes, aves e tartarugas, inclusive tinha umas fugindo do lago e se arriscando no meio das passagens de pedestres.

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Belíssimo lago com cachoeira artificial no Hong Kong Park

Mas o que mais nos embasbacou (além dos banheiros públicos gratuitos e limpíssimos) dentro do parque foi o aviário enorme que tem lá dentro, que concentra centenas de espécies de aves dos mais variados tipos, todas livres dentro da redoma, interagindo com os visitantes.
 
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"Proibido jogar objetos estrangeiros no vaso". Se for objeto chinês então pode?

O aviário é realmente enorme e muito bem estruturado. E o mais surpreendente: grátis!

O Edward Youde Aviary, nome em homenagem ao governador de Hong Kong entre 1982 e 1986, possui 600 exemplares de aves representando 80 espécies e foi inaugurado em 1992.

Além de aves, o aviário ainda possui outras espécies animais como alguns roedores que ficam na parte lá do solo e podem ser observados das passarelas por onde se transita. Para nós parecia um monte de ratos correndo no meio do mato, meio nojento.

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Aviário Edward Youde

Depois da visita ao aviário seguimos pelos caminhos arborizados do parque, que pareciam até trilhas no meio do mato, a gente até se esquece que está numa cidade altamente urbanizada e caótica.
 
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Trilhas bastante arborizadas dentro do parque

Antes de ir embora passamos ainda num jardim zen que tem dentro do parque que havíamos lido que é bastante utilizado pelos moradores para a prática de meditação e Tai-Chi-Chuan. Um jardim muito bonito com fontes d´água muito bem cuidados e com aquele barulhinho relaxante da água caindo. Conta também com um mirante que se podia subir para ter uma vista privilegiada do parque, mas não subimos porque eram muitos degraus e a essa altura a gente já tava morto de cansado (e com fome).
 
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Jardim Zen onde os locais vão para praticar Tai-Chi-Chuan e meditar

Ali do lado havia também um complexo esportivo ultramoderno que estava fechado, mas parecia um negócio olímpico oficial (inclusive com o símbolo das olimpíadas). Será que Hong Kong planeja sediar as Olimpíadas num futuro próximo?
 
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Complexo "Olímpico" surreal...

Era cedo ainda da tarde, então resolvemos aproveitar para ir visitar nesse dia mesmo o Kowloon Walled City Park, mais uma das atrações que estávamos muito ansiosos para conhecer!

Kowloon Walled City foi um conjunto residencial criado por exilados chineses após a ocupação inglesa na ilha em 1898, onde estes, fugindo da dominação inglesa, se instalaram numa antiga base militar chinesa onde o governo inglês não possuía jurisdição.

A população nesse local foi crescendo e com ela as construções altamente irregulares, se tornando uma favela vertical com prédios feitos sem nenhum planejamento ou conhecimento de engenharia chegando nos anos 1960 a ser considerado o conjunto habitacional com a maior densidade demográfica do mundo (com 3 ou 4 famílias dividindo apartamentos minúsculos). Como um lugar sem intervenção do Estado, foi dominado pouco a pouco pelas "tríades", se tornando um antro de drogas, prostituição, jogos e comércios ilegais de todo o tipo (inclusive dizem que era famoso pela quantidade de dentistas sem licença que realizavam operações ali dentro).

Apesar de tudo, ex moradores dizem que viveram muito felizes lá e contam diversas histórias de como ali dentro existia um mundo próprio e que contribuíram para este se tornar um lugar mítico. Inclusive foi filmado um filme do Van Damme aqui, o Bloodsport, em 1988, onde o personagem vivido pelo ator adentra a Kowloon Walled City para disputar um torneio de luta secreto, o "Kumite" (baita filme!).

A história da Kowloon Walled City e das pessoas que viveram lá é fantástica! Foram feitos muitos estudos e documentários sobre essa "experiência antropológica" que aconteceu em Hong Kong, deixo aqui dois links para quem quiser conhecer mais sobre, um resumo do documentário que foi feito sobre a cidade e outro um artigo muito bom publicado no site de arquitetura Archdaily:

https://www.youtube.com/watch?v=dj_8ucS3lMY

https://www.archdaily.com.br/br/801899/o-que-as-descricoes-ocidentais-sobre-a-cidade-murada-de-kowloon-nao-dizem

Em 1984, o governo britânico, juntamente com o chinês, começou a considerar como intolerável a existência de um lugar assim, tanto pelos crimes cometidos lá como os perigos sanitários para a população lá existente (tanto de falta de tratamento de esgoto como a falta de sol, que se tornou inexistente lá dentro), bem como o perigo de desmoronamento das construções, e começou um polêmico e controverso processo de evacuação, que encontrou forte resistência, sendo concluído somente em 1992. Em 1993 iniciou-se a construção de um parque no local, o Kowloon Walled City Park, que foi inaugurado em 1995 (só dois anos pra fazer um parque!!), com diversas referências a antiga cidadela e inclusive mantendo algumas das construções originais, como as placas de entrada do antigo forte e o antigo templo que ficava no centro da favela (que com tantas construções feitas em cima nem se sabia mais que havia um templo ali!) que foi transformado num mini museu contando a história da Kowloon Walled City.

Feito esse breve resumo do local, pegamos o metrô na estação Admiralty, a mais próxima do Hong Kong Park e seguimos até a Estação Lok Fu, que não fica exatamente perto do Kowloon Walled City Park, mas é a estação mais próxima (mais de um kilometro do parque), o que foi bom porque pudemos conhecer um bairro diferente da cidade, mais residencial (mas nem por isso menos movimentado).

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Caminho para o Kowloon Walled City Park: pessoal seguindo à risca a placa de trânsito

No caminho vimos uma tendinha vendendo alguma coisa de comer cheia de piazada comprando e pensamos: se tá cheio de locais comendo é porque deve ser bom né? Paramos então para "almoçar". O tio da banca vendia somente um espetinho de bolinhos com carne de porco, a tal de pork balls, que já havíamos visto na Tailândia mas ainda não tínhamos provado (não tem nada de mais, parece uns bolinhos fritos de farinha).

Chegamos então a um parque enorme e pensávamos que era ali mesmo o lugar que estávamos procurando, mas não vimos nada que remetesse à Kowloon Walled City. Confesso que foi meio difícil até descobrir que o parque ficava na verdade dentro deste parque grande, como se fosse um pedaço deste. Por toda sua história, eu pensava que fosse um local mais turístico, mas não, eramos os poucos turistas ali e também não haviam muitas sinalizações indicando o local. Mas pra mim, que havia pesquisado muito sobre esse lugar e não esperava a hora de conhecer, foi bem emocionante.

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Entrada do Kowloon Walled City Park

Na entrada já havia uma maquete da antiga Kowloon Walled City, ao lado de uma fundação conservada de um dos vários prédios do local e a placa de entrada do forte, que se manteve durante toda a existência do conjunto habitacional.

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Maquete da grande favela e restos arqueológicos preservados do antigo forte, incluindo a placa de entrada que foi mantida durante toda a "vida" do complexo

O parque é muito ajeitadinho, todo em estilo chinês com vários templinhos e jardins com espelhos d´água impecáveis, fiquei imaginando como conseguiram fazer tudo isso em apenas 2 anos (os chineses são loucos)!
 
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"Templinhos" dentro do parque

Bem no meio do parque fica um pequeno museu contando a história da Kowloon Walled City, numa das poucas edificações que foram mantidas do lugar: um templo que existia dentro da cidadela mas que havia sido totalmente tomado por construções irregulares em sua volta, quase desaparecendo (quem pesquisar fotos dele no google à época vai ver que era assustador).
 
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Mini museu dentro do parque, rodeado por uma coleção de bonsais

Neste mini museu além de mais umas maquetes dos vários períodos e das várias transformações que ocorreram no local desde que era um forte militar, há também videos passando relatos de ex-moradores sobre a cidade e sobre a sua demolição.
 
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Exposição dentro do museu

Também ali você pode entrar em salas fechadas que simulam como se você estivesse dentro da Walled City há época de sua "explosão demográfica". Numa delas você é transportado para uma das ruas da cidade, um lugar onde a luz solar não chegava nunca devido ao amontoado de prédios irregulares, cheio de ligações elétricas e encanamentos feitos de forma amadora. Aliás, um dos problemas de saúde mais comuns dos moradores era justamente o fato de nunca tomarem sol, muitos sofreram por doenças ligadas a esta falta, ficando o conjunto habitacional conhecido também como "cidade das sombras".
 
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Dentro das ruas da Kowloon Walled City

Posso dizer que essas salas eram bem realistas (claustrofóbicas, escuras e fedorentas) e ali você sentia bem como devia ser a vida desses moradores nos anos de 1960 a a final de 1980.
 
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Espaços onde a população trabalhava e usufruía (olha onde as crianças brincavam)

Não sei como realmente ocorreu a realocação dessas famílias e pra onde elas foram, tudo indica que foi feita de forma bastante forçada e desrespeitosa. Também não sei se houve um processo de gentrificação da região, mas de todo modo é interessante observar como o "problema" foi tratado pelo governo britânico e chinês: a construção de um parque muito bonito mas que manteve de algum modo as memórias dos que viveram ali de forma tão intensa.

Chegando à noite, foi aí que as ruas e o parque começaram a ganhar vida: bastante gente chegando para correr, caminhar, crianças saindo das escolas vindo passear, gente levando o cachorro pra sair, etc. Aliás, dentro do parque maior que fica ali havia um complexo esportivo enorme, parecia um negócio pra esportistas profissionais, mas acredito que seja só "um parquinho" pra eles.

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Caindo a noite, o parque começa a ficar mais cheio

Paramos um pouco pra descansar numas arquibancadas que haviam ali e ficamos observando um treino de futebol que estava tendo numa das quadras esportivas, mas não ficamos muito porque a gurizada jogava muito mal, dava vontade até de ir lá pedir pra jogar hehehe.

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Curtindo uma "pelada" honconguense

O dia ainda não havia terminado. Ainda tínhamos mais um local para visitar neste dia, o Ladies Market (que apesar do nome, não é um mercado só pra mulheres), considerado um dos maiores, senão o maior mercado noturno de rua de Hong Kong, então tomamos o caminho de volta ao metrô e seguimos para lá.

Chegando lá, mais um mercado asiático (que é muito legal), que vendem de tudo que é possível e imaginável (tudo de procedência duvidosa, mas de ótima qualidade), sempre naquele esquema de pechinchar por tudo. O mercado é praticamente idêntico ao Temple Street Night Market que tínhamos ido no dia anterior, porém bem maior.

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Ladies Market

Diferente deste também, não havia barracas de comida, mas na rua em que ficava o mercado havia diversos restaurantes um do lado do outro. Morrendo de fome que estávamos por praticamente ainda não ter almoçado direito, escolhemos um aleatoriamente pra jantar. Entramos num bem chiquezinho até, mas com os preços iguais aos outros que já havíamos ido (ou seja, muito caro!). Comemos um fried rice with shrimp (arroz frito com camarão) e uma yellow fried noodles (massa amarela frita) acompanhado duma cervejinha Blue Girl e tiramos a barriga da miséria: os pratos eram muito generosos (nem precisávamos ter pedido um pra cada).
 
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Fried Rice e Fried Noodles (por incrível que pareça os pratos eram para uma pessoa só)

Quanto a higiene do local, aquela mesma coisa que já tínhamos notado: por mais que o lugar fosse bem "direitinho", uma hora ouvimos um barulho e vimos uma poeirinha caindo do teto, olhamos pra cima e era um casal de ratinhos "dando um rolê" nas vigas que sustentavam o forro, na maior tranquilidade, do tipo: tamo em casa.

Depois de jantados e antes de voltar pro hostel, demos mais umas 3 voltas pela feira para olhar e negociar uns souvenires para levar de lembrancinha pros amigos.

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SUDESTE ASIÁTICO 19º Dia - Visitando o Buda Gigante em Lantau (22/11/2016)

Mais um dia que amanheceu horroroso, com muita chuva e frio. Por causa disso (e por causa da Juju estar gripada), ficamos mais um pouco na cama e partimos para conhecer o Buda Gigante sentado já no meio da manhã. É interessante notar que em Hong Kong o dia começa um pouco tarde para os nossos padrões: as lojas e os serviços começam a abrir lá pelas 10 horas da manhã, mas em compensação, ficam até altas horas da noite funcionando. A grande estátua do Buda sentado fica localizada na ilha de Lantau, a maior ilha do arquipélago e a mesma em que se localiza o aeroporto, portanto, para chegar lá tivemos que pegar o metrô até a última estação da ilha, a Thung Chung, a mesma em que havíamos pego o metrô na chegada à cidade.

Lá se tem 3 opções para se chegar na vila onde fica a estátua do Buda: de ônibus, de teleférico e a pé por trilhas. Ir a pé é uma ótima opção para dias de sol e pra quem tem bastante tempo em Hong Kong, já que algumas trilhas podem levar o dia inteiro. Ônibus é a forma mais barata mas, como o teleférico (Ngong Ping 360 o nome dele), que passa em meio a floresta atlântica, é considerado o mais longo da Ásia (pelo menos na época) e oferece vistas espetaculares da ilha de Lantau, é uma atração por si só, resolvemos ir por este meio de transporte.

A fila pra pegar o teleférico começa ali na saída do metrô mesmo e é sempre bem grande, acho que ficamos mais de uma hora para pegar o bendito. Havia dois tipos de vagão, o normal e um que possui o chão transparente.

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Mapinha do Ngong Ping 360 e "pequena" fila para embarcar no vagão

Como o normal era bem mais barato, foi esse que pegamos.
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Nóis no teleférico

Como dito, com o templo nublado e com chuva, a visibilidade não era das melhores, quando começou a subir se conseguia até enxergar alguma coisa e deu pra aproveitar a vista. A ilha é bem arborizada e muito pouco povoada, sendo a maioria das povoações formadas por vilas de pescadores, com bastante trilhas "no meio do mato" que devem ser bem bonitas de se fazer (dava pra enxergar vários pontinhos no meio do mato as percorrendo).

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Vista da ilha de Lantau no início da subida do teleférico

Já havíamos conhecido boa parte da ilha quando pegamos o ônibus do aeroporto em direção à Estação Thung Chung (no único dia em que vimos sol em Hong Kong) e havíamos ficado bem impressionados pela natureza do lugar.

Mas, assim que o teleférico começou a subir mais e a "entrar" dentro da floresta, entramos numa nuvem e não enxergamos mais nada, até que era bonito, parecíamos estar dentro dum "limbo".

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Entrando no meio da floresta (e no meio das nuvens)

Quando as nuvens deram uma pequena trégua, conseguimos avistar a estátua do Buda lá adiante em cima da montanha, bem impressionante!

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O Grande Buda sentado dando às caras

25 minutos depois, chegamos na base do complexo onde fica o Buda, a Ngong Ping Village, uma vilinha bem bonita e típica chinesa (toda artificial, montada para o turismo, mas bem legal) criada especialmente para receber (explorar) os turistas que vão até lá visitar a estátua.

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Ngong Ping Village (lá no fundo a estátua do buda)

Dali da descida do Ngong Ping 360 é ainda uma boa caminhada até a estátua do buda e no caminho se passa por várias "atrações" como lojinhas de souvenires, brinquedos interativos e exposições em homenagem ao cinema de Hong Kong.

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"Brinquedos" interativos na Ngong Ping Village

Há também um pequeno cinema voltado para lançamentos de filmes (quando fomos, estavam lançando o filme "Ip Man 3").
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Cinema em homenagem aos filmes de Kung Fu

Apesar do local extremamente turístico, os preços das lembrancinhas foram os mais baratos que encontramos em Hong Kong, então aproveitamos pra levar várias bugigangas para os amigos e parentes. Há muitas críticas ao local dizendo que a experiência espiritual budista foi transformada em uma simples atração turística (como se nos outros templos budistas não houvesse exploração turística também).

Atravessando o portão que leva "à zona do Buda" propriamente dita, primeiramente se passa num corredor com 12 estátuas de guerreiros (the twelve generals), cada um portando uma arma diferente representando os doze signos chineses, num espaço muito bem limpo e organizado.

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Caminho dos "doze generais" e Portão que leva ao Grande Buda

Atravessando este jardim, chega-se então finalmente ao lugar onde se localiza a grande estátua do Buda sentado.
O Grande Buda (Tian Tan) foi construído no ponto mais alto da ilha de Lantau e é uma extensão do Mosteiro Po Lin, que fica logo abaixo. A estátua tem como base uma folha de lótus e está rodeada por pequenas estátuas de deuses que representam a imortalidade. A construção da estátua do Grande Buda terminou no dia 28 de dezembro de 1993, tornando-se na época a maior estátua de buda sentado do mundo (hoje já não é mais).
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Tian Tan (Grande Buda sentado)

Para se chegar à base da estátua, tem-se ainda que subir uma escadaria de 268 degraus (é, sempre tem que pagar uma penitência nums lugares assim). Aproveitando que a chuva havia dado uma trégua e que ainda não estávamos tão cansados, fomos logo subir a escadaria e apreciar o Budão lá de cima e a linda vista de Lantau, para só depois ir conhecer o resto das dependências do monastério.

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Iniciando a "subidinha" (Juju fingindo que não estava cansada)

Na subida já dá pra se ter uma bela vista da ilha e de Hong Kong, com certeza num dia de sol deve ser espetacular.

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Belíssima vista do mar e do Monastério Po Lin

Chegando lá, você não consegue subir nos pés do buda, o máximo que dá pra ir é até a sua base, que é uma flor de lótus gigante onde dentro possui um pequeno museu contando sobre budismo além de mostrar a história da construção do monumento. Pra nós foi bom ter esse lugar ali pois a chuva apertou nesse momento e assim conseguimos nos abrigar um pouco.

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Grande Buda sentado na flor de lótus. Não, o Buda não é nazista! dá uma lida no link abaixo para saber mais sobre o símbolo aquele ali que tem no peito dele.

A estátua do Buda é bem imponente e majestosa. Neste site aqui dá pra conferir todos os simbolismos da estátua e saber mais sobre ela: https://semlimites.net/desvendando-os-simbolismos-do-buda-de-hong-kong-tian-tan-buddha/

Aqui também tem uma dica: o valor que você paga na entrada do museu também serve de crédito para você usar na lancheria do Monastério lá embaixo. Pagamos 33 HK dólares cada um e pudemos usar todo esse valor para almoçar depois!

As estátuas que tem em volta do monumento, na base do Buda e que representam as Bodhisattvas, entidades budistas que são venerados por ajudar os mortais a alcançar a iluminação, são bem impressionantes também.

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Estátua das Bodhisattvas

Depois da visita ao Buda, seguimos para o Monastério Po Lin, que é considerado um dos maiores do mundo.

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Mosteiro Po Lin

No caminho se atravessa o local onde se fazem as oferendas, uns incensários gigantes com incensos de tudo que é tamanho, uns até mais grossos que um poste de luz, fica uma fumaceira absurda em frente ao mosteiro e você chega lá defumado.

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Se defumando um pouco

O mosteiro é muito bonito, em estilo tibetano por fora, com suas vigas e estruturas do teto bem coloridas.

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Bonita fachada do Mostéiro Po Lin

Lá dentro fica o salão dos 10 mil budas, e a entrada não é permitida (pelo menos naquele dia), fazendo os turistas todos se aglomerarem no hall de entrada pra dar uma olhada no seu interior (também era proibido fotografar).

Depois de passar a manhã toda pegando chuva, paramos então para almoçar na lanchonete do Monastério (pouco capitalistas esses monges hein?), todo com comidas vegetarianas e num estilo meio fast-food. Com o valor de crédito que tínhamos não deu pra se empanturrar com muita coisa não mas conseguimos comer um noodles bem bom, um bolinho de vegetais e um chá gelado de Oolong Tea (da marca Coca Cola) que a Juju se viciou.

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Oolong Tea da Coca-Cola

Ali também tem um restaurante, mas daí já não era pro nosso bico ($$$).

Depois de almoçados, ficamos um tempo embaixo de um toldo em frente ao monastério esperando a chuva passar junto com outros turistas quando de repente aparece um visitante inesperado: uma vaca aparece do nada revirando as latas de lixo na nossa volta. A princípio, como estávamos numa parte mais alta, subindo umas escadas, pensamos: "ela não vai vir aqui, não tem como uma vaca subir as escadas". Até que ela começou a subir lentamente as escadas indo na nossa direção. Fiquei cagado de levar um coice ou uma mordida do bicho (vai saber né) e me escondi atrás do pilar, mas ela tava nem aí, ficou ali no meio dos turistas (com a Juju junto), só vendo se alguém ia dar comida hehehe.

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Querendo se enturmar (e comer). Na última foto, ache o Ariel.

Havia uma trilha que queríamos fazer ali por trás do monastério que leva ao Wisdom Path (caminho da sabedoria), um caminho onde há entalhado em letras chinesas em troncos de madeira dispostos lado a lado (formando o símbolo do infinito) o "mantra do coração", que havíamos visto fotos e achamos bem bonito, mas como já tínhamos tomado chuva demais e ela estava começando a ficar mais forte, ficamos pensando se valeria a pena fazê-la. Resolvemos encarar, afinal, quando voltaríamos a esse lugar? Compramos o guarda-chuva mais barato de uma das vendinhas em frente ao monastério, a Juju comprou aqueles chapéis de camponês chineses em forma de cone (que foi um trambolho pra levar no resto da viagem) e seguimos o caminho por detrás do mosteiro.

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Seguindo a trilha para o Wisdom Path

A primeira parte é só mato e, apesar do guarda-chuva, se molhamos bastante. Paramos num sobrado para nos abrigar bem próximo da entrada mesmo do Wisdom Path, junto com uns turistas chineses e ficamos conversando com eles um pouco.

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Paradinha pra se abrigar da chuva. O portão ali mais a frente leva para uma outra trilha no meio da floresta.

Quando a chuva finalmente deu uma trégua, seguimos ali para o Wisdom Path e realmente valeu a pena, o lugar é muito bonito e tem um silêncio hipnotizante.

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Wisdom Path e o Mantra do Coração

Não ficamos muito tempo lá por causa da chuva, então rapidinho começamos nossa jornada de volta para Kowloon. Escolhemos voltar de ônibus, tanto por causa do preço quanto para conhecer outra parte da ilha e da baía, já que pegamos o ônibus até um terminal de ferrys que fica numa vila de pescadores e de lá pegaríamos um ferry para a ilha de Hong Kong (também dá pra pegar um ônibus que leva direto ao terminal Thung Chung de metrô, na base do teleférico).
 
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Juju faceira com seu chapéu chinês

O terminal de ônibus lá do Buda fica bem entre o portão que dá acesso ao monastério e a Ngong Ping Village, no caminho passamos por mais um monte de vacas soltas, umas inclusive nas paradas de ônibus. Não sei se tinham fugido de algum lugar ou é o horário que elas passeiam por lá hehehe.

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Terminal de ônibus do Big Buddha e a Juju fazendo amizades

Para pegar o ônibus é bem fácil, em cada parada e no próprio ônibus tem o nome do terminal que ele vai em inglês e com os horários que ele passa ali.

Quase uma hora depois, atravessando um caminho basicamente só de floresta, com pouquíssimas casas (mas tudo asfaltado) chegamos no terminal de ferrys de Mui Yo, uma pequena vila de pescadores mas muito bem organizada, com colégio, hospital e tudo mais. O ferry sai bem na hora de chegada do ônibus (deve ser sincronizado com certeza). Descemos e já entramos nele em direção à ilha de hong kong. Este é bem mais moderno que o Star Ferry (é outra empresa que faz o trajeto), todo fechado, o que acabou sendo horrível pois estávamos ensopados, com frio, e o ar condicionado ligado a toda, quase tivemos uma hipotermia.

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Mortos de cansados, enfim voltando para Hong Kong depois de uma hora de ônibus e mais uns 50 minutos de ferry. À direita, o prédio "do Batman Cavaleiro das Trevas".

Mais uns 50 minutos de viagem em que dormimos a grande parte, chegamos no píer central da Ilha de Hong Kong. A chuva parecia ter dado finalmente uma trégua então aproveitamos um pouco o começo de noite e o bonito céu que estava aquele dia, e ficamos na passarela que liga o píer à cidade apreciando um pouco das luzes da ilha, inclusive ficamos impressionados com uma loja da Apple que havia ali que era gigantesca e estava lotada de gente (loja da Apple no Brasil naquela época não existia).
 
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"Skyline" da ilha de Hong Kong e a loja gigantesca da maçãzinha

A ideia inicial era voltar de Star Ferry, mas como estávamos mortos de cansaço pegamos o metrô ali mesmo, já que a estação que desceríamos, a mais próxima do nosso hostel, era praticamente dentro do mesmo prédio. Chegando no hostel, para evitar ficarmos gripados (no caso da Juju, "mais" gripada ainda), tomamos um banho bem quente, bebemos um chá que havia disponível ali na portaria e fomos nos deitar.

Mais à noite, aproveitando que acabara a chuva, demos mais uma volta ali por perto do hostel mesmo.

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Fomos até a temple street olhar o movimento e depois, não querendo gastar aquela grana toda para comer na rua, compramos um noodles no 7 Eleven e levamos para comer no hostel. Eu comprei o mais simples (e barato) só pra matar a fome mesmo. Já a Juju quis comprar um mais "elaborado" e acabou se dando mal: o negócio era apimentado que um diabo e ela não conseguiu comer inteiro. Ainda ficou com uma azia desgraçada depois.

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Noodles do diabo!
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