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Amigos,

 

Já vai fazer um ano que voltei do México e, agora que estou planejando outra viagem, bateu um peso na consciência de não ter dividido minha experiência com vocês, depois de tanto me aproveitar das informações do fórum.

 

O meu tempo, entretanto, não anda largo. Isso me impede de fazer um relato detalhado. Além disso, algumas coisas (como o exato dia em que fiz tudo) já me fogem da memória.

 

Por isso mesmo, vou fazer o relato aos poucos...

 

Quando definimos eu e minha então noiva que nossa lua de mel seria no México, me encarreguei de todo o planejamento e escolhi os lugares que queria visitar, nas grandes cidades e fora delas. Eu não estava interessado em praia (não gosto e tenho até alergia!), mas sim na cultura e nos sítios arqueológicos.

A coisa estava ficando até chata, pois, quando eu anunciava que iria ao México, as pessoas me perguntavam: "vai a Cancún?". Quando eu dizia "não", perguntavam, "então o que tem lá se você não vai a Cancún?". Cara, que raiva! Para a maioria, o México é só isso? Ao fim da viagem, fiquei com pena dessas pessoas. Sério, se alguém te disser que foi ao México, pois foi a Cancún ou Playa del Carmen, é mentira! Aquilo é para gringo ver! O México de verdade não está lá!

 

Então, a primeira coisa que fiz foi estabelecer bases, de onde eu partiria para conhecer os locais. Escolhi Cidade do México, Mérida e Playa del Carmen. A partir desses lugares, eu visitaria outros, voltando sempre para a base, onde estaria hospedado. Além disso, como a grana era curta e a viagem era longa (cerca de 20 dias), decidimos que ficaríamos em um hotel de mais qualidade (mais adequado para uma lua de mel ::kiss:: ) e noutros dois menos convencionais, fossem hostels ou coisa parecida.

 

Então, fui ao site do Lonely Planet e lá comprei somente os capítulos sobre a Cidade do México, Yucatán e Riviera Maya. Ficou mais barato.

 

Segundo o planejado, começaríamos a viagem na Cidade do México, iríamos de avião à Mérida, de Mérida a Playa del Carmen de ônibus, de Playa del Carmen até o aeroporto de Cancún também de ônibus, e de Cancún de volta para a Cidade do México, de avião, onde ficaríamos mais alguns dias até voltarmos ao Brasil.

 

DO BRASIL AO MÉXICO

 

Com seis meses de antecedência, encontrei um voo barato pela Aeroméxico, embora partisse de Guarulhos, sendo eu de Belo Horizonte.

No dia do voo, chegamos a Guarulhos num voo separado e corremos para fazer o check-in, com medo de pegarmos assentos ruins (porque raios a Decolar.com não oferece escolha de assentos?). Como o check-in da Aeroméxico fica em frente ao da israelense El Al, quando minha noiva saiu de perto um pouquinho só da bagagem, veio um cara dar sermão em inglês para que ela não deixasse a bagagem (ele ainda deu uma mexida na mala). Putz! O cara trabalha aqui e não fala português? Ninguém é obrigado a compreender inglês, não, caramba!

Depois disso, nós dois fincamos ainda mais o pé na vontade de esquecer inglês e falar só espanhol durante a viagem, apesar de ser fácil encontrar quem fale inglês no México. Ah, e isso foi bom, pois fizemos amizades e voltamos com o espanhol razoável.

A Aeroméxico estava em apuros, pois fizeram overbooking e nos ofereceram 400 dólares ou uma outra passagem grátis para embarcar no dia seguinte. Como estava agarrado no meu planejamento (se é defeito ou qualidade, não sei...), que incluia uma agenda, preferi não aceitar. Ah, eles fizeram o mesmo na volta.

O voo era noturno, o que foi ótimo, pois pudemos dormir quase o tempo inteiro, chegando na Cidade do México por volta de 5h30.

Fazia um frio de uns 7 graus. Sério, eu nunca havia experimentado coisa tão gelada. Não imaginava isso na Cidade do México. Por causa do frio e do horário (não queríamos acordar o pessoal da casa em que ficaríamos), preferimos ficar dentro do aeroporto (muito bonito e confortável) até as 7h.

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CIDADE DO MÉXICO (também conhecida como DF pelos locais)

 

Pois, então, pegamos um taxi até o hotel. Dentro do aeroporto há vários quiosques onde se vendem passagens de taxi por preço fixo, conforme o lugar de desembarque. Cuidado! Há uns mais caros que os outros. Contra a informação do pessoal do hotel, eu acabei pegando um mais caro. Os carros do aeroporto são espaçosos e tem aparência de confiáveis, ao contrário dos que se vê andando pelas ruas rotineiramente.

 

Já na saída você vai vivendo a Cidade do México, pois o aeroporto é dentro da cidade e a uns 20 minutos do centro. Como era cedo, o movimento me lembrava muito o de uma grande cidade brasileira. Muitas pessoas pelas ruas, indo trabalhar. Muitos camelôs armando suas barracas. Gente vendendo coisas entre os carros nos sinas de trânsito... eu já me sentia em casa.

 

O hotel em que ficamos, o Chill out Flat, foi o melhor de toda a viagem. É uma guest house, modalidade de hospedagem não muito comum no Brasil. Num prédio antigo da cidade (primeira metade do séc. passado, acho) e tombado pelo Patrimônio Histórico, os donos têm dois apartamentos. Em um eles vivem e em outro (com quatro quartos) hospedam as pessoas. Não é tão barato quanto um hostel e não é tão caro quanto um hotel. Eles te dão a chave e você chega e sai quando quiser. Ótima oportunidade de intercâmbio, com os hóspedes e os donos se reunindo à mesa no café da manhã. Ao longo da estadia, tinha gente do interior do México, dos EUA, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Inglaterra... Fica no Centro Histórico, há um quarteirão do metrô, há uns cinco do Zócalo e há uns dois do Museu de Belas Artes.

 

A primeira coisa a se fazer na Cidade do México, eu acho, é pegar o ônibus turístico, à semelhança daquele que há em NY, com o segundo andar descoberto. Após a viagem, você terá uma visão mais panorâmica da cidade e saberá se localizar melhor. O ônibus para em pontos sinalizados e, com a mesma passagem, você pode descer e subir nos pontos que lhe interessarem. Ele faz o Centro Histórico, a av. Passeo de la Reforma, Bosque de Chapultepec e outros lugares. Nós descemos na Zona Rosa e almoçamos lá.

 

Por falar no almoço, saiba que lá é hábito dar gorjeta e ela não vem na conta. Eu paguei só o que estava na conta e saí. Ao voltar para ir ao banheiro preventivamente, o garçom me perguntou sem vergonha se eu não ia deixar a "propina".

 

Depois de aprender a se localizar, experimente andar de metrô. Dava vontade de chorar vendo como o México, mesmo sendo subdesenvolvido como nós, conseguiu construir um metrô tão eficiente. Não é tão eficiente quanto o de NY, mas também não é tão sujo. Põe no chinelo o metrô de SP. O de BH, então... :oops: . Ah, e custa cerca de R$0,50. Impressionante! O Valor é subsidiado pelo governo, como forma de desincentivar as pessoas a andarem de carro. Sim, o trânsito é infernal!

 

Não andamos de ônibus. Se o metrô é excelente para os padrões brasileiros, os ônibus são horríveis. São micro-ônibus verdes, a maioria antigos e alguns literalmente se desmontando. Se bem me lembro, acho que são um pouco mais caros que o metrô e me pareceu serem opção apenas para quem mora longe ou para quem não quer andar muito para além das estações de metrô.

 

Também corremos a um lugar que muito nos seria útil: o Hostal Catedral, que ficam bem atrás da Catedral Metropolitana, perto do Zócalo. Aconselho ir até lá para pegar informações e comprar passeios para lugares fora da cidade. Imediatamente, compramos um passeio para Teotihuacan.

 

Ao caminhar pelas ruas do centro histórico, você logo vê que há algo estranho: os edificios são tortos. Como a cidade foi construída sobre o lago Texcoco drenado, o terreno desce continuamente. Um dos grandes desafios do patrimônio histórico da cidade hoje, é, por exemplo, salvar a catedral.

 

A primeiro lugar a visitar a pé é, com certeza, o Zócalo, praça gigantesca onde, em volta da bandeira do México, estão o palácio do governo federal, a catedral metropolita. Ao lado da catedral, há ainda as ruínas do Templo Mayor, da antiga Tenochtitlán.

 

[Flickr] DSC01364[/Flickr]

 

A catedral está sempre aberta durante o dia. Entre e observe cuidadosamente. Por fora, as igrejas são diferentes das brasileiras (influência espanhola x influência portuguesa) e geralmente são menos bonitas. Por dentro, pelo menos a catedral se salva. É um espetáculo. De longe, olhe para o altar e veja com o piso é muuuuito torto.

 

20101218133653.JPG

 

O palácio do governo é aberto ao público, desde que você tenha passaporte em mãos e vença o raio-x. Eu só precisei deixar com os guardas as garrafas de tequila que tinha acabado de comprar... :oops: . Você não tem acesso a tudo, claro, mas o suficiente para ver detalhes do prédio e os incríveis murais de Diego Rivera, que contam a história do México desde os Astecas.

 

Pague para visitar as ruínas do Templo Mayor e o museu anexo. Vale muito a pena. É sem noção ficar imaginando o que era aquilo quando os espanhóis chegaram. Em alguns lugares, até as cores originais permaneceram. Com detalhes, pode-se ver, embora ao longe, desenhos e esculturas.

 

20101218140735.JPG

 

 

A propósito, a cidade inteira é um sitio arqueológico. É comum encontrarem coisas "novas" frequentemente. Dizem que as escavações do metrô foram uma beleza! No meio de uma das estações, a propósito, há um templo que encontraram e protegeram. Durante nossa viagem, um hotel foi fazer uma reforma na garagem e ops... um edifício asteca!

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COMIDA

 

Abramos uma seção especial sobre a tão famosa comida mexicana.

 

Antes de viajar, o que eu sabia de comida mexicana era o que tinha experimentado no TGI Friday's. Lá eu já havia comido tacos muuuito bons.

 

Esqueça.

 

O México foi uma decepção nesse ponto.

 

Assim que chegamos (eu já contei sobre o frio), nos apresentamos, deixamos nossas coisas no hotel e fomos tomar café no primeiro restaurante que encontramos. No cardápio, é claro, queríamos experimentar tudo que era diferente. As garçonetes passam com um cesta de pães e bolos para você escolher. Escolhemos o nosso e pedimos um chocolate quente local (bebida achocolatada, o nosso conhecido nescau ou toddy), que, pasmem, vem na versão com água ou com leite. Bom, vamos tomar o diferente, com água, né!?... Blergh, é horrível, cara, deixamos 2/3 do copo.

 

E aquele foi o único dia de pouca comida no café. Os mexicanos fazem um "desayuno" muito forte: tortas com ovo e batata, pães (de vez em quando), tortilhas sempre e... feijão! Isso aí, pasta de feijão no desjejum, também na versão pão com feijão e vinagrete! E não é só isso... saindo pelas ruas de manhã, vários, vááários ambulantes vendem o "desayuno", geralmente tortilhas recheadas de tudo, inclusive "carne al pastor", que, você, paulista, conhece como churrasco grego.

 

E a tortilha está em tudo, tudo mesmo. Se aqui o garçom traz pãezinhos antes do prato chegar, lá eles trazem tortilhas. Mas as tortilhas não têm gosto de nada...

 

O taco comum na Cidade do México é uma tortilha em forma de rolinho crocante, recheada com algo. Só ao final da viagem fui descobrir que o taco do TGI Friday's é mais próximo do "taco norteño", servido no norte do México e sul dos EUA. Esse é a tortilha comum, não crocante e aberta, com recheio de carne bovina e mais algo.

 

Quanto ao tempero, é tudo sem sal. De fato, tempero para eles é pimenta. Mas tem pimenta para todo gosto. Se você é macho, pode experimentar o "chile habanero", a verdinha destruidora. E há versão apimentada para tudo. No Bosque de Chapultepec, os ambulantes vendem tamarindo com pimenta. No cinema, tinha molho de pimenta para pipoca. Há também balas, chicletes e frutas cristalizadas com pimenta. Provei manga e maçã com pimenta. Não arde, mas é ruim de dar dobra na língua. Fui ao banheiro cuspir fora.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20101218160831.JPG 500 281.25 Tamarindo]Tamarindo com pimenta à esquerda e com açúcar à direita. Ambas as opções têm gosto ruim.[/picturethis]

 

Veja, eu não sou nada exigente quanto a comida, mas na primeira semana eu já estava exausto daquilo. Não queria mais ver tortilhas, comi tortilha com feijão, com carne, com repolho, com guacamole e até sopa de tortilha.

 

Mas nem tudo se perdeu. Gostei do guacamole e dos churros. Sem dúvida, na Cidade do México você não deve deixar de ir ao restaurante "Churreria El Moro", onde são servidos os churros tipicamente mexicanos desde 1935. São diferentes dos nossos. Assados em rolos enormes, são cortados em pedaços e servidos e com açúcar por cima. Não encontrei churros recheados. Acho que é invenção brasileira.

 

Ah, as bebidas. Quem gosta de birita pode se fartar de tequila. É barato e tem de todo tipo. Experimentei também uma bebida fermentada que fazem do cacto. Fiquei decepcionado com a falta de opções em se tratando de sucos. Se aqui no Brasil tem suco de todo tipo, lá no México, contente-se com "agua de limon", "agua de naranja" ou "agua de jamaica" (hibisco). Não se trata de limonada ou laranjada, mas de água com um "temperinho" de limão ou laranja. Claro, em alguns lugares há um pouco mais de variedade, como refresco de tamarindo (lembrou daquele episódio do Chaves, né!?).

 

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20101218161314.JPG 500 281.25 Churros]Churros na Churreria El Moro[/picturethis]

  • 1 mês depois...
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Teotihuacan

 

Como eu já disse, passeios para Teotihuacan e outros são vendidos na recepção do Hostel Catedral (http://www.hostelcatedral.com/secc_tours.html). O Hostel, como o nome sugere, fica atrás da Catedral Metropolitana.

 

Saímos cedo em uma van, num grupo bilíngue (inglês e espanhol) de mais ou menos 12 pessoas. Apesar de entendermos inglês, acompanhamos o grupo hispânico porque eram mais gente boa e também porque logo percebemos que as explicações em espanhol eram bem mais detalhadas (fica a dica, pois isso se repetiu em outros passeios).

 

Antes de chegar a Teotihuacan, o passeio pára em dois locais: Tlatelolco (ou Praça das Três Culturas) e Basílica de Guadalupe, ainda dentro da Cidade do México.

 

Tlateloco era uma cidade comercial, um gigantesco mercado para os padrões da época, tendo rivalizado com Tenochtitlán, mas sucumbido a esta algum tempo antes da Conquista. Das ruínas, sobram ao visitante apenas as bases. Num canto, há dois esqueletos, encontrados abraços pelos arqueólogos, são os "amantes".

O lugar é também conhecido como Praça das Três Culturas porque ao fundo das ruínas há uma igreja, construída pelos espanhóis com pedras tiradas dos edifícios astecas (sacanagem, hein!?). Comparada às igrejas coloniais brasileiras, não é bonita nem por fora nem por dentro. Ao lado das ruínas, ainda há um edifício mais moderno. Segundo eles, as ruínas representam a cultura asteca, a igreja representa a cultura espanhola e o edifício moderno representa a cultura do moderno México.

 

 

 

Em Tlateloco, o último Imperador asteca, Cuauhtémoc, que resistia aos espanhóis, foi vencido. Lá aconteceu um outro capítulo muito triste da história do México: o Massacre de Tlatelolco, em 1968, quando vários estudantes que protestavam contra o governo foram mortos.

 

A Basílica de Guadalupe é uma igreja grande e de arquitetura moderna, situada perto da antiga Basílica que, por sua vez, foi construída onde o índio Juan Diego teria visto Nossa Senhora. A antiga igreja corre risco de desabamento, de torta que é. Na igreja nova está a roupa do índio, onde ficou gravada a imagem da Santa. Independentemente do seu credo, a história é interessantíssima: um tecido desse tipo se deteriora em 20 anos, mas esse está intacto há quase cinco séculos; ampliações da imagem mostraram nos olhos da Santa o que parece ser a imagem do próprio Juan Diego. Pode-se chegar a pouca distância da imagem, passando por sobre uma esteira rolante.

 

[Flickr] DSC01218[/Flickr]

 

A van pára numa oficina de artesanato (jabá entre os donos da oficina e o guia -- descobrimos ser comum em todos os passeios) e em um restaurante, ambos ao lado de Teotihuacan, de onde já se pode vibrar com a visão da pirâmide maior. O almoço está incluído no preço do passeio. O restaurante ainda pôs uns caras para tocar música típica.

 

Finalmente, Teotihuacan.

 

Não vou descrever tudo o que há por lá (procure a Wikipédia, cara!). Só vou comentar que é a coisa mais fantástica que conheci no México inteiro: mais impressionante que Uxmal e até Chiché-Itzá. Um espaço plano e enorme, com duas pirâmides grandes e muito robustas. Você pode subir até a metade da pirâmide da lua até o topo da pirâmide do sol. Disseram, se me lembro bem, que a Pirâmide do Sol é a terceira maior do mundo, perdendo apenas para uma das grandes egípcias e um outra no interior do México.

[Flickr] DSC01254[/Flickr]

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  • 4 semanas depois...
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Acabou!?

 

Acabou, por enquanto, só o tempo para escrever.

 

Dissertação de Mestrado + Trabalho + Planejamento da próxima viagem em março = falta de tempo para relatar a viagem anterior (e consertar as fotos também).

 

Desculpa, turma, mas eu chego lá.

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Estou escrevendo tudo aos poucos. Perdoem a lentidão. Quando sobrar mais tempo, também tentarei ajeitar as fotos.

 

Xochimilco

 

Também no saguão do Hostal Cathedral nós compramos um passeio cujo destino final seria Xochimilco, mas que, no caminho, passaria pelo bairro de Coyacán, pela casa de Frida Kahlo e pela Universidade Nacional do México (UNAM). Tudo isso com um guia local, sujeito bacana que conversou muito conosco, interessado em futebol e política no Brasil.

 

Coyacán (que quer dizer "lugar dos coiotes") é um bairro um pouco afastado do centro da Cidade do México, com ares bucólicos. Foi lá que Cortez construiu sua casa de campo. Lá morou também Frida Kahlo, cuja história muitos conhecem. A casa dela é hoje um museu privado, onde se paga alguns pesos para entrar. Foi o único lugar onde aceitaram minha carteira de estudante brasileira (uma carteira simples, da UFMG), permitindo a meia-entrada. A casa é agradável: há um belo jardim, algumas obras da artista e de Diego Rivera, seu marido, e móveis originais.

 

Também neste bairro está o campus da UNAM, fundada em 1551, que é tida como a maior universidade da América Latina. Visitamos (por fora) o prédio da Biblioteca Central, uma obra de arte impressionante com murais pintados por Juan O'Gorman, retratando a história do México (realmente é um povo fascinado pela própria história). Não muito longe da biblioteca está o Estádio da UNAM, onde jogam os Pumas, time de futebol da universidade, um dos grandes do futebol mexicano.

 

Da UNAM partimos finalmente para Xochimilco, quando pela primeira vez vi o trânsito pesado da Cidade do México.

 

Xochimilco (pronuncia-se o "x" com som de "j" em espanhol) é um distrito distante da Cidade do México, onde há uma rede de canais que restaram da paisagem antiga, quando Tenochtitlán era uma ilha no Lago Texcoco.

 

Nessa rede de canais abundam as "trajineras", barcos coloridos de madeira e fartamente adornados com desenhos. Os barcos navegam pelos canais levando turistas a bordo. Frequentemente algum vendedor ou músico salta de barco em barco em busca de vendas ou gorjetas. Os turistas mais ricos podem pedir os serviços contínuos dos músicos (em sua maioria são os típicos mariachis) em seu barco. Cruzamos com um barco cheio de músicos e de comida. A gente aproveitou pelos menos a música...

 

O ponto negativo foi que aquele dia foi o único de chuva que pegamos no México, e bem durante o passeio pelos canais, o que estragou significativamente a tarde.

 

É diferente e um pouco interessante, mas não é uma das coisas essenciais para se fazer na Cidade do México. Os mais aventureiros podem contratar um guia extra e ir até a "Isla de las Muñecas", ilha distante onde um morador passou a coletar brinquedos encontrados pelos canais e pendurá-los nas árvores (dizem que é assustador :shock: ).

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Outras atrações:

 

Passeios vendidos no Hostel Catedral

 

Se eu tivesse mais tempo, faria:

 

Nevado de Toluca – um vulcão (quase) extinto próximo ao DF. Seria minha primeira chance de passar dos 4 mil metros de altitude e de ver neve.

 

Taxco – cidade colonial que cresceu em torno da exploração das minas (é a Ouro Preto dos mexicanos). No passeio a Teotihuacan, uma argentina que estava conosco disse que foi e amou a cidade. É bom lugar para comprar joias.

 

Lucha libre – a lucha libre é um “esporte” quase tão popular como o futebol no México. No início, não tive interesse, mas depois de ver uma animação chamada “AAA” (“Triple A”) num cinema da Cidade do México, me animei a ir, mas não havia tempo. Para compensar, comprei uma camisa do grande “Huracan Ramirez” para mim e do fabuloso “El Santo” para o meu irmão. É um teatro de movimentos muito bem ensaiados e misturado com humor tipicamente mexicano.

 

Passeios curtos pela cidade do México

 

Alameda Central: parque não muito bonito, com alguns cantos sujos e envelhecidos. Vale a pena visitar o monumento "Hemiciclo a Juarez", de frente para a Avenida Juarez.

Há vendedores ambulantes e abundantes – bom lugar para comprar dvds do Chaves – péssimo lugar para namorar.

 

Torre Latinoamericana: melhor vista da Cidade do México, de onde se vê a parte histórica, inclusive o Zócalo com a bandeira tremulando ao centro, a parte chique da Passeo de la Reforma, a periferia e as montanhas no horizonte – cobra-se entrada e há binóculos de observação.

 

Passeo de la Reforma: avenida muito bonita, bem arborizada, com bons restaurantes (mas caros), com monumentos interessantes (como o anjo da independência, onde estão os túmulos de heróis da independência mexicana). A Embaixada do Brasil fica lá. Entrei para pedir cartões postais, mas não havia. Não achei nem quem falasse português.

 

Bosque de Chapultepec: ENORME, com várias atrações, inclusive o Castillo, o "Monumento a los Niños Heroes" e o zoológico. Não perca a chance rara de ver um urso panda (minha esposa quase desmaiou numa crise de fofura) e o feioso cão pelado mexicano, única raça de cães de origem americana (minha esposa não gostou dele...).

 

Manifestações no Zócalo (ou para o Zócalo): não perca a chance de se infiltrar num legítimo protesto mexicano que, como todos, se dirigem ao Zócalo! Grite palavras de ordem, xinge a polícia, pare o trânsito, sinta-se em casa!

 

Calle Francisco Madero à noite: ela é fechada aos carros e liberada aos pedestres, que passeiam da Alameda até o Zócalo, entre os bares das adjacências e ao som dos realejos carregados pelos ambulantes de uniforme. Num desses bares, os caras tocaram Roberto Carlos em espanhol. Um barato! (foi comum ouvir música brasileira pelo México: além de Roberto Carlos, lembro de Tom Jobim, Carlinhos Brown e Capital Inicial).

  • 3 meses depois...
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Cara,

 

A visita em Teotihuacán demorou muito? Meu medo com esses passeios é ir nas ruínas e ter que voltar rápido, e não aproveitar pra ver cada detalhe!

 

=D

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Cara,

 

A visita em Teotihuacán demorou muito? Meu medo com esses passeios é ir nas ruínas e ter que voltar rápido, e não aproveitar pra ver cada detalhe!

 

=D

 

Não,

 

A visita foi na medida de tempo suficiente. Sai-se pela manhã, passa-se por Tlatelolco e pela Basílica de Guadalupe, almoça-se em frente a Teotihuacán e, finalmente, tem-se toda a tarde no sítio arqueológico. Dá para percorrer todas as grandes pirâmides ao longo da Calçada dos Mortos na companhia do guia e ainda sobra tempo livre para subir nas construções em que isso é permitido, além de explorar outras mais afastadas.

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