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De São Paulo ao Jalapão (sem guia), Serra das Confusões e Serra da Capivara - parte 1


Luis Arau

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Postado (editado)

Este relato foi feito para mostrar que é fácil ir ao Jalapão e conhecer seus atrativos sozinhos, sem guia. Acabamos conhecendo muito mais coisas, pegando dicas com os locais. A única coisa que fiz, foi pesquisar um pouco no google earth. É claro que existem pessoas que irão somente com guia, mas, quero deixar bem claro que, dá sim para ir sem guia, conhecer tudo e mais um pouco.

Vou ser rápido no trajeto até Ponte Alta, pois o que interessa é depois...

Saímos de São Paulo às 5:30h e pegamos a Anhanguera sentido Ribeirão Preto, Uberaba, Uberlândia e chegamos em Cristalina – Goiás sem parar para almoço. Cidade muito barulhenta nos finais de semana. A velha mania de som alto nos carros durante a madrugada. Nem pensar em dormir na cidade, pois os 2 melhores hotéis são precários e muito caros pelo que oferecem. R$ 120,00 (Goiás Hotel) e 110,00 com café. Melhor ficar no hotel Cata Vento ao lado do posto, na BR, à 1,5 km da cidade. Jantamos uma boa picanha na churrascaria Rodeio.

Dia seguinte saímos sentido Planaltina, Planaltina de Goiás, São Gabriel de Goiás, São João d’Aliança, Alto Paraíso, Teresina de Goiás, Monte Alegre de Goiás e chegamos em Campos Belos – Goiás. Dormimos no hotel Serra Verde. Muito bom, piscina ar-condicionado e ótimo café. Cidade pacata e com algumas casas de alto padrão. Acordamos e seguimos uma rota sugerida por um grupo de 4x4 de Palmas que conheci no mochileiros.com. Entramos no Tocantins por Arraias (cidade histórica),Conceição do Tocantins, Natividade (vale parar e conhecer a cidade histórica)

 

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e Chapada de Natividade. 19 km depois da Chapada da Natividade entre à direita (estrada boa de cascalho) sentido Pindorama do Tocantins. São 120 km até Ponte Alta. Como era época de manga, enchemos alguns sacos pela estrada a fim de nos abastecermos para os 6 ou 7 dias no Jalapão.

 

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Chegamos e ficamos na Pousada Águas do Jalapão (63) 33781677. Ela fica fora da cidade e é bem tranqüila. Pagamos R$ 80,00 o casal com café. Quarto razoável, mas, com ar-condicionado. Uma piscina pra tirar a zica da estrada caiu como uma luva. E de manhã, um banho numa vereda atrás da pousada com água claríssima na temperatura ideal. Lá pela 9:00h já deu pra perceber o calor que nos esperava em todo o Jalapão. Outubro é quando se inicia o período das chuvas, porém, elas estão atrasadas e o calor e a seca deste ano estão fortes.

Bom, o melhor vem agora! Pergunte aonde é a estrada que vai para Mateiros. Passando a ponte de madeira (zere o odômetro do carro) na saída da cidade, vire à esquerda e entre a primeira à direita e vá sentido Mateiros (estrada cascalhada). Adiante vc verá a placa Portal de entrada do Jalapão. Logo no início tem uma placa com algumas kilometragens. Esqueça. 14, 5 km depois você chegará no Cânion de Sussuapara (tem uma placa no lado direito “cânion sussuapara 100m”). Deixe o carro em uma entrada à direita antes da ponte. A direita da placa tem início uma pequena trilha (5 min) e vc chegará na parte alta do cânion. Desça e explore o lugar. Na verdade é água de uma vereda que despenca e acaba formando um pequeno cânion. Lugar interessante.

 

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Pegue o carro e rode mais 17,5 km pela estrada cascalhada (os postes acompanham) e verá em sua direita uma estrada de areia. Ela vai para a cachoeira do Lajeado. Se estiver de 4x4 pode entrar. Carro sem tração é melhor ficar. Caso fique ou queira caminhar pelo cerrado (o nosso era traçado, mas, como gostamos de caminhar) em 30 minutos você chegará na cachoeira. Vá em silêncio, pois existe a possibilidade de avistar algum animal. E leve água caso tenha problemas em beber “in natura”. À direita tem umas pequeninas quedas, mas, mais à direita ainda tem uma de uns 9 metros e um belo poço grande e fundo.

 

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Para chegar até ele, desça pelas pedras do lado esquerdo do riacho e logo verá uma trilha que sai logo abaixo. Contorne pela esquerda e vc chegará no poço. Ficamos umas 2 horas tomando banho e ninguém apareceu. E pode beber da água para matar a sede. Eu bebi, aliás, como diz minha mulher, meu estômago aceita tudo! Maravilha! Voltamos pela mesma estrada, pois a idéia era chegar na Cachoeira da Velha. Do carro que ficou na entrada para a cachu do Lajeado, rodamos mais 33,8 km até chegar em uma bifurcação. À esquerda vai para a Cachoeira da Velha, á direita vai para Mateiros. Aquela placa que indica Cachu da Velha não existe mais. Entramos na estrada que vai para a Cachoeira da Velha. Estrada cascalhada, mas, com alguns trechos de areia. Não arriscaria com um carro sem tração. Após 13,3 km vc verá uma placa do lado direito “Você combina com o Jalapão, o lixo não”.

 

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Preste atenção, pois, alguns metros antes, tem uma estrada de areia à direita. Ela cortará o caminho no sentido para Mateiros. Você não precisará voltar até a bifurcação. Mais 7,2 km vc verá uma fazenda à direita. Ela era uma antiga pousada chamada Jalapão. Dizem que ainda deixam armar barracas. Mais 8,8 km e você chegará na placa Cachoeira da Velha à direita. À esquerda a praia do rio Novo. Fomos direto para a praia, pois lá será nossa base por 2 dias. Fim da estrada, pode deixar o carro em frente aos 2 banheiros e desça as escadas de madeira.

 

 

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Praia maravilhosa e areia branca e limpa, contrário de alguns posts descritos aqui. Água do rio muito transparente e quente. Acampamos aqui durante 2 dias. Caso queira acampar em outro local, existem mais duas praias no lado esquerdo. Uma à 5 minutos da primeira e outra, a seguir com uns 25 minutos de caminhada pelas pedras. Esta terceira praia é ainda mais bonita que a primeira. Nas pedras encontramos linhas de nylon 100 amarradas nas árvores indicando que os peixes ali são grandes. Encontrei até uma linhada com um anzol de 11 cm o que comprovou minha teoria. Em Mateiros ficamos sabendo que no rio tem o famoso Jaú (peixe de couro enorme). Pensamos em acampar na terceira, mas, como era dia de semana, achamos que não apareceria ninguém na primeira. Acertamos. Ficamos 2 dias sozinhos. Ficávamos tomando banho de rio até tarde da noite com aquela água quente. De dia algumas mutucas pra encher o saco, nada mais. Estava tão quente que tivemos que umedecer as toalhas para poder deitar e dormir. O rio tem belas corredeiras e dá até pra fazer um bóia cross da primeira para a segunda praia, mas, cuidado se não tiver experiência. Aliás, tem um rafting de 4 dias no rio Novo, acampando nas prainhas.

 

 

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No dia seguinte, deixamos a barraca armada e subimos as escadas para ir até a cachu da Velha. Em cima, ao lado da escada tem uma placa. Atrás dela tem início uma trilha à pé de 1,2 km que margeia o rio pelo alto e chega até a cachu da Velha. Se preferir, volte por outro caminho, (uma antiga estrada bloqueada) que chega na estrada, antes dos banheiros. É uma trilha mais aberta.

Passamos 2 ótimos dias explorando o lugar com muita calma.

 

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Na volta acabamos levando o lixo que uns incautos deixaram em sacos plásticos ao lado dos banheiros.

Retornamos pela mesma estrada cascalhada, porém, lembram-se da placa “Você combina com o Jalapão, lixo não?”. Pois bem, quando chegamos nela, alguns metros a frente, entramos à esquerda na estrada de areia. Ela corta um bom caminho e vc entrará no meio do Jalapão. São 13,2 km até a principal. Com 9 km vc já poderá ver a torre da antena (que fica na principal). Somente entre neste atalho se tiver com 4x4. Fui o tempo todo traçado e em segunda marcha. A paisagem é areia e cerradinho que estava brotando após uma grave queimada. Vimos alguns gaviões e estava um calor de matar. Ar condicionado ligado direto durante os 6 dias no Jalapão. Se estiver com carro comum, não pegue este atalho, volte até a bifurcação para Mateiros. Chegando na estrada principal (torre da antena), entre à esquerda sentido Mateiros. Não há placa alguma. Este atalho ainda segue cortando a estrada principal e sai lá na frente uns 10,5 km, mas, nós não entramos. Quem tiver mais tempo acho que vale a pena pois é só areia e passa beirando um paredão (depois é que fui ver no google earth).

 

 

 

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Do ponto da torre até a ponte do rio Novo são 41,7 km.Antes da ponte, no lado esquerdo, você passará por uma comunidade. É lá a entrada para a praia dos crentes. São 8 km de estrada de areia. Nos disseram que é uma praia do rio Novo muito grande e bonita. Nós não a conhecemos, mas, acreditamos que vale a pena. Como estávamos querendo ver o lado direito, o lado do acampamento Korubo, resolvemos continuar com nossos planos. 900 metros antes da ponte do rio Novo, existe uma estrada à direita. Não tem placa indicando nada. Logo nos primeiros metros, vc verá do lado esquerdo uma pista de pouso. Siga esta estrada. Aparecerão algumas bifurcações, mas, continue seguindo a mais rodada. São 3,7 km até o acampamento Korubo. Sofisticado, possui algumas tendas e até um restaurante. Tudo muito moderno para o nosso gosto. Se tiver com carro comum, nem tente, pois o areião é pesado. Tivemos que ir traçado na segunda marcha. Ficamos uns 15 minutos e voltamos até a principal pois o destino naquele dia eram as dunas e o pôr do sol.

 

 

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Após a ponte do rio Novo siga mais 12 km na estrada cascalhada e chegará na entrada à esquerda para as dunas. Tem uma corrente com cadeado na entrada da estrada para as dunas, mas, logo aparecerá alguém cobrando R$ 5,00 por cabeça. Bom, este é outra estrada para 4x4. Se tiver com carro comum é bom não arriscar. O problema é que terá que andar 5,2 km pra chegar lá. E com um calor de cozinhar neurônios. Leve bastante água. No meio do caminho tem a lagoa do Jacaré. É muito bonito e o pôr do sol de cima da duna é um espetáculo! E claro, somente nós dois no meio daquele paraíso. Não apareceu ninguém mais uma vez. Somente uma mutuca perturbou um pouco. O Jalapão era só nosso!

Ficamos até escurecer e voltamos pela estrada à noite e claro que a corrente nem estava passada.

 

 

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Chegamos na estrada principal (cascalhada) sentido Mateiros. Rodamos mais 8,4 km e chegamos na entrada para a trilha que sobe o maciço do Espírito Santos à pé. Passamos direto, pois já passava das 19:00hs e estava totalmente escuro. Mais 26,8 km e chegamos em Mateiros. Ficamos na Pousada dos Buritis. Muito boa e com um bom café da manhã. R$ 100,00 o casal e pode pagar com cheque. Aliás, o diesel não está tão caro. R$ 2,38 e aceita cartão. Pra jantar tem a Rosa (vale o jantar batendo um papo com ela) e o Rancho 21 (mais cara, mas, muito boa comida caseira). Acordamos e fomos para o fervedouro. Da pousada, vá até a rua principal (asfalto) e vire sentido São Félix, após 24,3 km de estrada cascalhada você verá uma placa escrita “fervedouro 1.200 m, fervedouro Soninho 4 km e Mumbuca 10 km. Fomos até o primeiro fervedouro (900 m e dá pra ir nos 2 com carro comum). Deixe-o ao lado da estrada e vá a pé pela trilha. 10 minutos de caminhada e chega-se até esta maravilha! R$ 5,00 por cabeça, não tinha ninguém. O cara que toma conta, pegou a grana e voltou pra sua casa que fica bem longe. Nos deixou à vontade. Ficamos umas 2 h tomando banho, flutuando sozinhos e não apareceu ninguém (coisa boa é viajar fora de temporada!) A areia é tão fina, mas tão fina que vc não vê o grão. Chega a grudar nas mãos. Água na temperatura ideal (uns 26°C) e cor mineral.

 

 

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Saímos e após 2,7 km chegamos no fervedouro do Soninho. O dono do Korubo comprou aquela área e este fervedor é mais caro. R$ 8,00. Como já tínhamos tomado um bom banho, seguimos mais 8,0 km até a comunidade de Mumbuca. Pra chegar lá, somente 4x4. O areião é pesado. Vá até o centro de artesanato de Mumbuca e compre objetos feitos de capim dourado. Em Mateiros tem objetos até mais interessantes e com os mesmo preços. Ficamos umas 2 hs batendo papo com o pessoal do povoado. A Dita que nos recebeu muito bem, nos levou pra casa dela e comemos doce de buriti. Aí apareceu um gaiato com um rabeca feita de buriti e ficamos cantando e escutando ele tirar um som daquele belo instrumento. Ele até gravou um CD e fará shows pelo nordeste. Não deixe de levar os doces e as coisas feitas de capim. Pois bem, conversando com a Dita descobrimos que lá tem o fervedouro de Mumbuca que quase ninguém conhece. O filho dela, Ranieli nos levou até lá. Pra chegar tem uma boa trilha de carro e depois um trecho pequeno à pé. Depois atravessamos um rio de correnteza forte e fundo de pedra. Mais 5 minutos e o fervedouro aparece. Pra variar, ninguém. Ele tem a areia mais fina que o de Mateiros e o poço é bem menor que o do Soninho, porém, o volume de água é maior e vc não afunda mais do que a da coxa pra cima. Muito louco!

 

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Voltamos, fizemos o fervedouro do Soninho e xavecamos no preço (ficou por R$ 5,00). Este é muito grande e com vários olhos d’agua. Cabe umas 20 pessoas e é cheio de pequenos peixes. Água totalmente transparente como todos os outros. Pra variar, ninguém! Ficamos somente 1 hora tomando um banho, pois iríamos até São Félix e não pretendíamos pegar estrada à noite.

 

 

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Voltamos até a placa na estrada principal e entramos à esquerda sentido São Félix. Da placa, pela principal, até a entrada para a cachoeira do Formiga são mais 2,8 km. Deixamos a cachu para a volta. 34 km depois tem a entrada para a cachoeira do Prata. Essa vale a pena! Nós faremos na volta. Da entrada para a cachu do Prata até São Félix são mais 21 km. A estrada está toda cascalhada, mas, tem uns trechos (7 ou 8) curtos, que carro pequeno e baixo não passará. Um caminhão estava atolado na areia e nós só passamos traçado. Chegamos já escuro em São Félix. Um calor de matar! Cidade pequena, ela é curiosa! Está dividida em duas. Fomos direto na pousada Capim Dourado. O preço que a Socorro fez foi, R$ 70,00 por casal com um bom café incluso.

 

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Peça o jantar (ótima comida caseira) com antecedência. Como não almoçamos em nossas viagens, só jantamos, fica mais fácil e se aproveita muito mais o dia. Conversando com um guia, ele nos deu dicas valiosas da região. Além da cachu do Prata, ele nos falou do encontro das águas do Rio Novo e Rio Sono. Bom, acordamos, tomamos o café e seguimos, como sempre, sem guia em direção à Novo Acordo. Saímos da pousada e após 9,7 km, à direita, antes da ponte, tem uma prainha muito boa pra tomar um banho. É uma pequena vereda. Daí mais 18,7 km e passando por uma pequena serra vc chega em frente a Pedra da Catedral. O guia havia nos dito que não dá pra subir o paredão, mas, como nós somos insistentes dei uma avaliada nas formações e tracei um caminho. Fomos subindo, subindo e chegamos até a base do maciço vertical. Dava até pra subir, contornando pelo lado esquerdo, mas, como não tínhamos muito tempo e calor estava de matar (levem bastante água) ficamos um tempo no alto abrigado do calor. Se subir, cuidado com as pedras soltas e alguns escorpiões que são abundantes.

 

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Descemos, fomos para o carro e seguimos em direção a Novo Acordo para irmos até o encontro das águas. Este lugar foi dica de um guia em São Félix. Da Pedra da Catedral rodamos mais 4,5 km até uma estrada à esquerda de cascalho. Após 1,7 km vc verá um rancho do lado direito, com cercos para o gado. Siga reto e mais uns 900 metros a estrada é fechada por uma cerca de arame farpado com porteira e cadeado. Deixe o carro no local, atravesse a cerca e caminhe por uns 15 minutos e encontrará o Rio Sono. Águas claras e profundas, a correnteza é muito forte. Encontramos alguns pescadores que estavam indo embora, pois passaram à noite acampados no local. Mais uma vez, sozinhos. Que beleza!

Uma trilha de 15 minutos para o lado esquerdo levará até o encontro das águas dos rios Novo e Sono. O Novo à direita deságua em 3 braços. Esse é o rio Novo onde estávamos acampados bem longe dali. Uma trilha do lado direito de uns 20 minutos te levará para uma prainha bem grande de areias brancas. Um calor terrível, sol de rachar e água do rio na temperatura ideal, ficamos umas 2 horas dentro dágua.

 

 

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Voltamos para a estrada principal e retornamos sentido São Félix, pois ainda não tínhamos ido para o fervedouro do Alecrim, em São Félix, que fica 1,5km da pousada Capim Dourado. Deixamos o carro na pousada e atravessamos à pé para o outro lado da cidade (lembra-se que ela é dividida em duas?). Pergunte aonde é a praia do rio do Sono, vá até lá por uma estrada de areia. Um pouco antes de chegar, entre a esquerda em uma estrada (só tem ela, não tem como errar) siga por uns 15 minutos e verá uma placa do fervedouro. R$ 5,00 por cabeça, ele fica logo atrás de uma casa no final de uma trilha de 5 minutos. De novo, sozinhos. Maravilha! Poço enorme, maior que o do Soninho e cheio de peixes ornamentais, água mineral e um olho dágua bem no centro e vários outros pequenos. Ficamos quase até o escurecer. Pegamos a trilha de volta e ainda deu pra tomar um banho no rio do Sono, pois a prefeitura de São Félix colocou iluminação no local. É bem verdade que está um pouco mau conservada, pois fica quase dentro da cidade. Cheio de larica, almojantamos uma comidinha maravilhosa. Depois, uma volta pela cidade (demos 3 voltas) e um sorvete artesanal (o calor à noite estava infernal) feito pelo sr. Joaquim, voltamos para o quarto com ar-condicionado.

 

 

 

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Dia seguinte fechamos a conta e voltamos sentido Mateiros pois ainda íamos para a cachu do Prata e cachoeira do Formiga. Entramos na comunidade do Prata, paramos em uma casa de tijolos de barro (fabricados por eles) e perguntamos se alguém poderia nos levar até lá. Tinham umas meninas na frente e elas foram perguntar para a mãe. Claro que não se pode confiar em ninguém. A menina veio e falou que um primo poderia nos levar e ela veio junto. Chegamos no tal primo, o Edmilson e uns 2 amigos perguntaram se poderiam ir “banhar” também. Fomos todos. Mais uns 12 km de areião (caminhonete traçada direto) chegamos na cachu. Na verdade é uma grande vereda em que várias deságuam todo o volume de água, formando uma cachu bem volumosa. Peguei meu snorkel e minha máscara e fui caminhando até onde pude ir antes da queda. Me joguei na água e fiz um drift-diving (snorkeling com correnteza) fascinante de uns 30 minutos até antes da queda. Alguns lugares no rio tinham uns 8 metros de profundidade e dava pra enxergar tudo. Dei a máscara para o Edmilson experimentar. O cara ficou maluco! Nunca tinha utilizado uma. Bebeu um pouco de água pelo snorkel, mas, faz parte do aprendizado. E quem disse que ele queria ir embora... E quando eu ensinei pra ele a técnica de equalização pra não doer o ouvido quando se afunda! Ficou doido! Depois de um tempo fomos para o poço da queda e ele nos levou para atrás da cortina de água. Lá tem uma toca com um ninhal de andorinhas. Quando nós entramos foi uma revoada só. Dá pra ficar lá dentro e ver a cortina numa boa. Bom, depois de umas boas horas, era hora de ir embora pois tínhamos que ir para a cachu da Formiga. Ficou a promessa de mandar pelo correio para a Socorro da pousada em São Félix, uma máscara e snorkel para o Edmilson. Brevemente enviarei. Voltamos para a comunidade e os deixamos. Eles ficaram todos muito contentes pois como estava muito calor, aquele banho foi como lavar a alma!

Ainda compramos alguns objetos muito bem feitos de capim dourado da mãe da menina que nos levou.

É sempre muito bom ajudar de alguma forma!

De lá seguimos sentido Mateiros.

 

 

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Depois de um tempo apareceu a placa cachoeira do Formiga à esquerda. A estrada de 2,4 km é punk. Areião pesado, somente carro traçado. Mas vale cada perrengue. R$ 5,00 por pessoa, a água é completamente incolor e na temperatura ideal. Tinham alguns gaiatos que foram logo embora, portanto, de novo, ficamos a sós mais uma vez. O poço é enorme, com uns 3 metros na parte mais funda.

Ficamos umas 2 horas dentro dágua espantando o calor. Se puder, vá até a nascente. Ela fica 1,5 km pra cima. Nós não fomos porque o caseiro que toma conta do local estava sozinho e não poderia abandonar o local. Mas, ele disse que seria um prazer nos levar pois quase ninguém pede para ir até lá e ele disse se um local muito bonito. Fica para a próxima.

 

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Bom, pé na estrada e voltamos para Mateiros. Ficamos na mesma pousada dos Buritis. Tem até conexão wireless. Como a proposta era acordar às 4:00 da madruga para ver o nascer do sol no alto da Serra do Espírito Santo, jantamos no Rancho 21 e fomos dormir.

Acordamos às 4:00, e rumamos para a estrada sentido Ponte Alta. Como já tínhamos passado pelo local na vinda, sabíamos mais ou menos onde era a entrada, mas, como estava escuro...

Chegamos na entrada e era escuridão e areião puro. 4x4 acionado, entramos e após 800 metros chegamos no início da trilha. Lanterna de cabeça ligada, subimos a trilha no escuro e em 20 minutos estávamos lá em cima. Chegando lá, tem uma placa com o início da trilha para o mirante das dunas. São 3 km. Como o sol nasce bem na frente da trilha, ficamos até clarear. O problema é que o sol resolveu não aparecer. Clicamos algumas fotos e fomos para o mirante. Chegando lá, percebi que umas nuvens vinham do leste. Ficamos um pouco vendo as dunas de cima e a erosão no paredão da serra que as forma e as alimenta. As nuvens foram se avolumando e escutei uns trovões. Como lá em cima é um chapadão com cerradinho, achei que não estaríamos bem protegidos. Começou a chover uns pingos e logo o toró desabou. Voltamos correndo pela trilha e os raios começaram a despencar aos montes. Os trovões e raios quase simultâneos nos indicava que estavam bem pertos. Aumentamos a corrida e chegamos no início da trilha no topo da serra. Em 10 minutos estávamos entrando no carro ensopados. Descemos num pau só, quase rolando.

Não se enxergava nada e o toró aumentando. Cheguei na estrada. Lamaçal puro, dei uma rabeada e atravessei na pista. Tracei a caminhonete e segui até a pousada.

 

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Um banho quente, um ótimo café, arrumamos nossas coisas e seguimos em frente. Na pesquisa que fiz antes da viagem, um grupo de 4x4 de Palmas me disse que existe uma estrada que sai de Mateiros e vai até Coaceral no norte da Bahia divisa com Piauí e Maranhão. Esse era o caminho ideal para pegar a BR135, pois nosso plano era o PN Serra das Confusões, no Piauí. Esta estrada de cascalho e areia não consta em nenhum mapa rodoviário, mas, ela existe e nós a pegamos...

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Usuários Mais Ativos no Tópico

  • Membros de Honra
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Lu,

 

Parabéns pela trip, pelo relato e pelas fotos.

 

Morei no Tocantins por muitos anos e sei como é belo este Estado, principalmente a região do Jalapão.

 

::cool:::'> ::cool:::'> ::cool:::'>

 

Maria Emilia

  • Membros
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Valeu Maria Emilia.

Pena não ter ficado mais, pois tem muito mais pra conhecer por lá. Essa é a vantagem de ir de carro, você pode explorar o lugar e conhecer tudo, mais um pouco e ainda deixar para a próxima!

  • 1 mês depois...
  • Membros
Postado

Ola,

Que viagem maravilhosa........este ano estarei por lá...........

 

Estava em duvida sobre pegar ou não um 4x4 , agora ja nao resta mais duvida.......quero aproveitar ao maximo o passeio......

 

Vc utilizou GPS para montar os trajetos? Planilhou?

 

Tambem sou de Sampa.......e valeu pelas dicas de hospedagem e deslocamentos!!!!

 

Abç

  • Membros
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Lu,

Parabens pelo relato e um parabens especial pelas fotos. Estão maravilhosas principalmente a da menininha descabelada. Me comoveu a inocencia e graça dela.

Estivemos no Jalapão no carnaval do ano passado, tambem sem guia e num Pajero TR4. Saimos de Brasilia e dormimos em Natividade no sabado. Aí resta somente 3 dias e não dá para ver nem metade das belezas do Jalapão. Pretendemos voltar e seu relato vai ser nosso guia neste retorno.

Abraços

Patricia

  • Membros
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Olá Beto,

Nem precisa de GPS. Também não planilhei. A única coisa que fiz foi zerar o odômetro inúmeras vêzes. Mas, o que eu estudei a fundo foi o google earth. Dê uma boa estudada na região por ele e imprima os trechos. No google vc verá as estradas perfeitamente e as fotos confirmarão os atrativos. Usei a ferramenta da medição da km do programa e coloquei nos mapas impressos. Bateu com o que fiz in loco. Foi perfeito. Beto, no google (aproximando bem) dá até pra ver o fervedouro do Alecrim, em São Félix. As outras dicas dos atrativos desconhecidos, peguei com os locais de cada cidade. Vai fundo. Pegue uma 4x4, sem guia, e fique à vontade e por quanto tempo quiser, sem pressa. Qualquer duvida, me dê um alô. Estude bem o Jalapão no google e siga a km que mapeei no relato. Não tem erro. Em que época vc irá?

  • Membros
Postado

Patrícia, vai fundo. Como Brasília é bem mais perto, vale tirar uns dias a mais para curtir o Jalapão mais intensamente. Sei que tem mais de 16 fervedouros na região e inúmeras outras cachoeiras. Lá ficamos sabendo de outras coisas, porém, tinhamos que seguir até a Serra das Confusões e Serra da Capivara. Aliás, vale muuuuuito pegar a estrada que sai de Mateiros e vai até Coaceral. São 100 km de areia e terra, sem nada e quase ninguém. De lá vc pega a BR 135 para chegar nas Confusões. Estou postando o relato desta segunda parte por estes dias. Aguarde.

Quando for ao Jalapão de novo e tiver alguma dúvida, me mande um e-mail. Mas, pode seguir tranquilo a km do relato. Bateu com o do google earth.

Postado

Luuuu, relato incrivel... Pode ter certeza que vou deixar esse relato na gaveta e pretendo fazê-lo assim que possível, deu água na boca, que fotos maravilhosas!!!! ... Parabéns mesmo.

  • 2 semanas depois...

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