Colaboradores Este é um post popular. beatrizz Postado Junho 1, 2019 Colaboradores Este é um post popular. Postado Junho 1, 2019 Há aqueles que ainda não tiveram a oportunidade divisora de águas que é subir uma montanha. Para esses eu digo: vá! Para aqueles que já experimentaram compartilho alguns sentimentos, ao ler, lembre da sua última ida a montanha e reviva as memórias.. Quando me perguntam o porque de viajar horas pra depois caminhar horas, levando mais de 10 kg nas costas, em terrenos desafiadores, só pra chegar no topo do morro.. Fico sem ter uma resposta prática e auto explicativa. Pois eu mesma estou no processo de compreender as dimensões do meu ser que são "movimentadas" com tudo que acontece durante uma missão de montanhismo ou trekking. Só tenho certeza do valor que isso tem. Subir uma montanha não é uma atividade de descanso, não é um passeio. Exige esforço, muito esforço, determinação, coragem. Cada etapa de um processo desses é especial, desde as noites anteriores de planejamento, estudando o destino, se preparando. E quando chega perto do tão esperado feriado.. O coração já começa a se inquietar, como que já entrando na vibe. Depois a organização dos equipamentos, do cardápio, a divisão dos itens compartilhados, a previsão do tempo, a preparação da cargueira. Chega aquele dia! Celulares com dados móveis desativados, estamos indo... Chegamos na base, pegamos nossas mochilas, fizemos aquele café, colocamos nossas botas e começam os trabalhos! É sempre um rito, as ações em si são sempre parecidas, mas cada vez é especial, é como uma preparação pra uma cerimônia, cada experiência com sua essência a ser absorvida. Nos primeiros 500 metros de subida o corpo reclama, demora pra acordar, pra entrar no ritmo. Respiração pesada, corpo formigando pelo esforço, tira casaco. Logo começamos a ganhar altitude, a primeira vista aparece, seguida de um 'uaau, nossaaa'. Já estamos energizados, envolvidos no sacrifício (sacro ofício = ofício sagrado). Mente concentrada, não chegam pensamentos sobre boletos a pagar, nem como está o seu cabelo. A mente encontra-se conectada com a energia da montanha. Seu corpo responde com força e determinação, como um bom e sábio servo. Não é uma coisa pensada (com o kama manas, que é nossa mente concreta, analítica, crítica), é algo que vem de dentro, que flui. Vem as partes de desafio, mata fechada, horas indo, pedras, raízes, grampos e cordas compõem o caminho. Seus pés parecem alados, recebem uma agilidade extra, sabem exatamente onde se colocar, com milésimos de segundo entre os dois. Eles sabem bem... A cargueira parece que já faz parte de você, bem ajustada, quase nos acostumamos com o peso. E quando vamos repondo as energias com água, eletrolitos, açúcar e carboidratos, o corpo vai respondendo. Falamos muito pouco nessas horas, deixando para os 5 min de pausa qndo largamos a mochila. E depois aquela força necessária pra colocá-la de volta nas costas.. Merece respeito. Quando começamos a ter a visão do cume, surge um plus de energia (quase lá!). E chegamos!!! Mochila jogada no chão, alonga o corpo, olha em volta, sorri e sente : que fantaaaastico. Depois as funções de montar a barraca, arrumar a 'casa', fazer aquele rango. Chega o por do sol, pra fechar o dia com chave de ouro, você senta em uma pedra bem pertinho da borda, medita e agradece. A noite o céu está um espetáculo a parte, estrelas sem fim, a via láctea, meteoros, quem sabe a lua, o vento soprando intenso. A noite vem o frio, o vento balança a barraca, mas os specs fazem seu papel e fica tudo bem. Dormimos cedo pra cerimônia da manhã : assistir o nascer do sol... Acordamos e preparamos aquele cafezinho com apreço, e sentamos pra contemplar. Ficamos lá, ipnotizados, esperando o astro rei chegar. É quando começa a avermelhar o horizonte, ele da os primeiros sinais, pintando tudo de dourado, logo abaixo a neblina cobre tudo, parece que estamos acima das nuvens, mais pertinho do Sol. O frio e vento não dão desconto, mas não sentimos, olhos brilhando. Meditamos nesse momento, como um presente por todo o esforço do dia anterior. Sentimos pequenos em relação a natureza e Deus, grandes em relação a nós mesmos, e igual aos nossos companheiros. Aqui bebemos um néctar invisível de força e coragem, pra enfrentar a vida " la fora". Com respeito e cautela, veneração e devoção, reconhecemos esse mundo que somos parte integrante, tentando entender um pouco mais sobre nossa própria natureza. Com o coração leve, mente limpa, e corpo descansado, respiramos fundo, olhamos uns pros outros, não é necessário dizer nada, um abraço compartilhado mostra as sentimentos que são comuns. Iniciamos o processo de desmontar o acampamento, e descida. E depois de várias horas chegamos na base. Agradecemos a presença, a parceria e amizade, laços criados e fortalecidos. Gratidão ao nosso corpo, nosso bom amigo, nosso veículo, companheiro da mente, via de manifestação da alma. Todos os componentes do seu Ser então em harmonia. Nos sentimos vivos! Missão cumprida! Uhuuull. É mais ou menos assim. É diferente pra cada um, mas com uma essência em comum. Então... Vai pra montanha meu amigo!!! 🌸🌄⛰️ 4 1 Citar
Membros Rogerio K C Postado Junho 1, 2019 Membros Postado Junho 1, 2019 Que montanhas você foi que achou legais? Citar
Membros de Honra Luka Izzo Postado Junho 2, 2019 Membros de Honra Postado Junho 2, 2019 10 horas atrás, beatrizz disse: Há aqueles que ainda não tiveram a oportunidade divisora de águas que é subir uma montanha. Para esses eu digo: vá! Para aqueles que já experimentaram compartilho alguns sentimentos, ao ler, lembre da sua última ida a montanha e reviva as memórias.. Quando me perguntam o porque de viajar horas pra depois caminhar horas, levando mais de 10 kg nas costas, em terrenos desafiadores, só pra chegar no topo do morro.. Fico sem ter uma resposta prática e auto explicativa. Pois eu mesma estou no processo de compreender as dimensões do meu ser que são "movimentadas" com tudo que acontece durante uma missão de montanhismo ou trekking. Só tenho certeza do valor que isso tem. Subir uma montanha não é uma atividade de descanso, não é um passeio. Exige esforço, muito esforço, determinação, coragem. Cada etapa de um processo desses é especial, desde as noites anteriores de planejamento, estudando o destino, se preparando. E quando chega perto do tão esperado feriado.. O coração já começa a se inquietar, como que já entrando na vibe. Depois a organização dos equipamentos, do cardápio, a divisão dos itens compartilhados, a previsão do tempo, a preparação da cargueira. Chega aquele dia! Celulares com dados móveis desativados, estamos indo... Chegamos na base, pegamos nossas mochilas, fizemos aquele café, colocamos nossas botas e começam os trabalhos! É sempre um rito, as ações em si são sempre parecidas, mas cada vez é especial, é como uma preparação pra uma cerimônia, cada experiência com sua essência a ser absorvida. Nos primeiros 500 metros de subida o corpo reclama, demora pra acordar, pra entrar no ritmo. Respiração pesada, corpo formigando pelo esforço, tira casaco. Logo começamos a ganhar altitude, a primeira vista aparece, seguida de um 'uaau, nossaaa'. Já estamos energizados, envolvidos no sacrifício (sacro ofício = ofício sagrado). Mente concentrada, não chegam pensamentos sobre boletos a pagar, nem como está o seu cabelo. A mente encontra-se conectada com a energia da montanha. Seu corpo responde com força e determinação, como um bom e sábio servo. Não é uma coisa pensada (com o kama manas, que é nossa mente concreta, analítica, crítica), é algo que vem de dentro, que flui. Vem as partes de desafio, mata fechada, horas indo, pedras, raízes, grampos e cordas compõem o caminho. Seus pés parecem alados, recebem uma agilidade extra, sabem exatamente onde se colocar, com milésimos de segundo entre os dois. Eles sabem bem... A cargueira parece que já faz parte de você, bem ajustada, quase nos acostumamos com o peso. E quando vamos repondo as energias com água, eletrolitos, açúcar e carboidratos, o corpo vai respondendo. Falamos muito pouco nessas horas, deixando para os 5 min de pausa qndo largamos a mochila. E depois aquela força necessária pra colocá-la de volta nas costas.. Merece respeito. Quando começamos a ter a visão do cume, surge um plus de energia (quase lá!). E chegamos!!! Mochila jogada no chão, alonga o corpo, olha em volta, sorri e sente : que fantaaaastico. Depois as funções de montar a barraca, arrumar a 'casa', fazer aquele rango. Chega o por do sol, pra fechar o dia com chave de ouro, você senta em uma pedra bem pertinho da borda, medita e agradece. A noite o céu está um espetáculo a parte, estrelas sem fim, a via láctea, meteoros, quem sabe a lua, o vento soprando intenso. A noite vem o frio, o vento balança a barraca, mas os specs fazem seu papel e fica tudo bem. Dormimos cedo pra cerimônia da manhã : assistir o nascer do sol... Acordamos e preparamos aquele cafezinho com apreço, e sentamos pra contemplar. Ficamos lá, ipnotizados, esperando o astro rei chegar. É quando começa a avermelhar o horizonte, ele da os primeiros sinais, pintando tudo de dourado, logo abaixo a neblina cobre tudo, parece que estamos acima das nuvens, mais pertinho do Sol. O frio e vento não dão desconto, mas não sentimos, olhos brilhando. Meditamos nesse momento, como um presente por todo o esforço do dia anterior. Sentimos pequenos em relação a natureza e Deus, grandes em relação a nós mesmos, e igual aos nossos companheiros. Aqui bebemos um néctar invisível de força e coragem, pra enfrentar a vida " la fora". Com respeito e cautela, veneração e devoção, reconhecemos esse mundo que somos parte integrante, tentando entender um pouco mais sobre nossa própria natureza. Com o coração leve, mente limpa, e corpo descansado, respiramos fundo, olhamos uns pros outros, não é necessário dizer nada, um abraço compartilhado mostra as sentimentos que são comuns. Iniciamos o processo de desmontar o acampamento, e descida. E depois de várias horas chegamos na base. Agradecemos a presença, a parceria e amizade, laços criados e fortalecidos. Gratidão ao nosso corpo, nosso bom amigo, nosso veículo, companheiro da mente, via de manifestação da alma. Todos os componentes do seu Ser então em harmonia. Nos sentimos vivos! Missão cumprida! Uhuuull. É mais ou menos assim. É diferente pra cada um, mas com uma essência em comum. Então... Vai pra montanha meu amigo!!! 🌸🌄⛰️ Amei o texto. Montanha é vida!!! Citar
Membros gesiel nunes machado Postado Junho 2, 2019 Membros Postado Junho 2, 2019 beatrizz parabéns pelo texto ! gostei demais !!!!! Citar
Colaboradores beatrizz Postado Junho 25, 2019 Autor Colaboradores Postado Junho 25, 2019 @Rogerio K C olá!! Então, minhas preferidas são o Pico Paraná e o Caratuva na serra do Ibitiraquire. Também o monte Crista e Araçatuba perto de Garuva. Se puder te ajudar em algo mais direcionado, é só me chamar. Abraço Citar
Colaboradores beatrizz Postado Junho 25, 2019 Autor Colaboradores Postado Junho 25, 2019 @gesiel nunes machado obrigada!!! Um pouco do que sinto. Acho justo compartilhar hehe. Citar
Colaboradores beatrizz Postado Junho 25, 2019 Autor Colaboradores Postado Junho 25, 2019 @Luka Izzo concordo! As montanhas tem muito a nos ensinar! Citar
Colaboradores Juliana Champi Postado Junho 25, 2019 Colaboradores Postado Junho 25, 2019 Tb gostei muito do texto! Eu tenho esta sensação de preenchimento com música e natureza. Parece que o ar respirado fica mais eficiente, a sensação é difícil de descrever! É como se a gente sentisse a vida zunindo num tom mais alto. Citar
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