Membros Este é um post popular. CarolRib Postado Junho 1, 2019 Membros Este é um post popular. Postado Junho 1, 2019 Oi pessoal, tudo bem? Minha primeira contribuição aqui. Fico sempre querendo escrever depois de alguma viagem, mas acabo deixando passar o tempo e nunca faço. Como utilizo e muito da ajuda de vocês através dos relatos, achei que estava na hora de colaborar também na esperança de ajudar outro viajante . Minha viagem foi em abril/2019, bem recente ainda. Minha rota foi a seguinte: Dia 01 - Vinã e Valparaíso; Dia 02 - Deslocamento até a Isla de Chiloé; Dia 03 - Isla; Dia 04 - Isla e retorno até Puerto Varas; Dia 05 - Puerto Varas; Dia 06 - Região Puerto Varas e deslocamento até Pucon; Dia 07 - Pucón; Dia 08 - Pucón; Dia 09 - Pucón e deslocamento para Concepción; Dia 10 - Concepcion e deslocamento para Santiago; Dia 11 - Santiago; Dia 12 - Santiago e retorno Brasil. Dia 01 - Chegada em Santiago, Viña del Mar e Valparaíso: Cheguei em Santiago as 2:30 da madrugada. Eu já havia pesquisado sobre transfers do aeroporto e sabia que existiam duas empresas de ônibus que fazem o percurso aeroporto x centro da cidade 24hs. Bem, no site das empresas (Turbus e Centropuerto) há todas as estações de parada que fazem. Escolhi um hostel que ficava próximo de uma das estações. Fiquei no Happy House Hostel, perto do Metrô, estação Los Heroes, paguei 28.000 pesos em quarto misto de 12 camas. Tem piscina e bar (que não estava funcionando ). Achei muito barulhento, todas as camas faziam ruídos e o próprio piso de madeira acordava todo mundo no quarto. Cada trecho no transfer de ônibus está por 1.900 pesos, ou 3.500 ida e volta. Vi operadoras de turismo cobrando 7.000 cada trecho e os executivos do aeroporto cobram 10.000, então acho que já foi uma economia e tanto. Depois do café da manhã, incluso no hostel, fui procurar lugar para fazer câmbio. Era sábado, não tinha lojas abertas e a recepcionista me indicou onde haviam bancos, só que esqueceu de me dizer que os caixas eletrônicos não funcionam. Depois de tentar 3 bancos, nenhum com caixa aberto, pedi ajuda para um gari, e ele me disse que tinha caixa eletrônico dentro da estação do Metrô. Saquei uma graninha e ali mesmo já comprei o cartão do metrô e uma carga, o valor foi de 1.550 pesos pelo cartão (tarjeta bip) e 4.000 pesos para passagens. De metrô, fui até a estação Pajaritos. Eu já tinha comprado on line passagens para Viña del Mar pela Turbus, por 2.300 pesos. Baratíssimo (12 reais com IOF). O problema é que perdi tempo procurando os tais bancos e perdi o ônibus. Precisei comprar nova passagem e esta no balcão, saiu por 6.300 pesos. Chegando em Viña, fiz tudo caminhando, em uma manhã. Fui do terminal rodoviário até o Teatro Municipal, depois ao Palacio Rioja (vale uma volta pelos jardins e pelo casarão), tudo grátis. Continuei até chegar ao Cassino (na praia) e fui caminhando pela orla ate o Castillo Wulff (também gratis e vale a pena entrar). De lá fui ao famoso Relógio das Flores e voltei para o parque Quinta Vergara, onde há jardins, um palácio e ao lado fica a estação de metrô Viña del Mar. Paguei 2.100 pelo cartão + tarifa da viagem. Desta estação, fui de metrô até a última estação em Valparaíso, a estación Puerto. Como o nome diz, é do lado do Porto. Caminhei até o ascensor Artilleria, uma espécie de elevador que leva até a parte mais alta da cidade (existem vários por lá). Alguns são gratuitos, neste, paguei 300 pesos. Lá de cima tem um mirante bonito, onde se pode ver toda a área portuária, inclusive o carregamento de navios. O mirante fica ao lado do Museu Naval, mas não entrei nele. Desci para o centro da cidade a pé, por umas casinhas e ruazinhas pequenas, com diversos grafites interessantes. Chegando no nível baixo, almocei na rua Bustamente, tem varios restaurantes não muito bonitos, mas com pratos apetitosos e muito baratos (paguei 4.500 num prato com entrada, principal e sobremesa). De lá peguei um micro onibus daqueles antigos, o 612, que me levou até a La sebastiana (casa do Pablo Neruda) por apenas 370 pesos. A casa tem um mirante na frente e para entrar nas dependências tem um custo de 7.000 pesos. Depois dessa visita, desci novamente através do Museo a Cielo Abierto, região onde há mais grafites. Fui até a Catedral, parei num barzinho pra beber uma cerveja aproveitando o pôr do sol e, quando meus pés não aguentavam mais, fui para o terminal de ônibus. Assim como a ida, tinha comprado a passagem pela internet por 2.300 pesos, porém comprei para mais tarde, achando que ficaria mais tempo por lá. Comprei uma nova para o horário mais próximo e paguei a diferença 3.300 pesos. A moça que me atendeu, muito simpática, me mostrou a tela do sistema dela, onde os preços variavam e conforme mais próximo do horário de saída, mais caros. Fica o aviso... Chegando em Santiago voltei ao hostel por metrô, com a passagem inclusa no cartão comprado pela manhã. Entre água e alguns biscoitos, gastei mais uns 3500 pesos nesse dia. Dia 02 - Deslocamento à Isla de Chiloé (região dos lagos, sul do Chile): Meu voo era as 10 da manhã, fui até o aeroporto com o transfer que já estava pago (só apresentar o canhoto). Para ir à Ilha, o aeroporto mais próximo é o de Puerto Montt. O voo com a JetSmart (lowcost chilena) custou 25 dólares, somente ida, mas com bagagem despachada. Lembre-se que lá não há bagagem de mão gratuita, você só pode carregar um item de 35x25cm, ou seja, minúsculo. A bagagem de mão deve ter as mesmas medidas que aqui do BR e pesar até 8kg. Como o preço da bagagem de mão e da despachada é o mesmo, achei melhor despachar, pelo peso. Chegando em Puerto Montt, tem transfer na porta do aeroporto indo direto para o terminal de ônibus, custa apenas 2.500 pesos. Transfer de carro estava por 15.000. Lá no terminal de ônibus comprei minha passagem para Castro, capital da Isla Chiloé, por 6.500 pesos na Cruz del Sur. Deixei minha mochila no guarda equipaje e fui caminhar pela orla, simpática, da cidade. Fui até o mercado do peixe, onde tem alguns restaurantes, e almocei lá por 4.100 pesos, com bebida. Voltei ao terminal, entrei no ônibus e curti (só que não) a viagem interminável de 6horas. Para chegar na ilha tem que usar uma balsa, já inclusa no preço da passagem. Durante a travessia é possível descer do ônibus e curtir o visual do mar do alto da balsa. Mais tarde descobri, o ônibus que peguei não era o melhor, já que parava em todos os povoados ou pra qualquer um que fizesse sinal na estrada. Ou seja, não era direto, por isso a demora. Enfim, cheguei a Castro 🏼. A Isla de Chiloé, além das paisagens naturais é conhecida também pelas Igrejas, construídas pelos jesuítas a partir de 1600 em madeira. Hoje já existem 16 delas tombadas pela UNESCO. Já na chegada vc encontra a Catedral de Castro, toda em amarelo (uma cor diferente para igrejas católicas) e encantadora. Castro também é conhecida pelos palafitos, casas de madeira à beira da água, em palafitas, pintadas em cores vibrantes, totalmente coloridas. Depois de umas comprinhas no mercado (Jantar, café e lanche - 11.500 pesos) fui para o hostel. Lá, fiquei no Hospedaje Costanera. Pequeno, aconchegante e o dono super atencioso, custou 16.000 duas noites em quarto compartilhado (triplo), porém só havia eu e mais um casa no hostel, assim, fiquei com o quarto somente para mim. Aliás, descobri que essa época na ilha é super baixa temporada, então, quase nada de turistas. DIA 03 - Muelle de las Almas: Aqui tenho uma confissão, escolhi Chiloé por causa do muelle. Adoro locais da natureza e tinha visto algumas fotos, queria muito conhecer esse local. Este Muelle é na realidade um Pier, construído por um artista chileno, que transformou em arte (um pedaço de madeira) uma lenda indígena local. Diz a lenda, que as almas que morriam, deviam chegar até aquela parte elevada da montanha esperar pelo barco que levava-os para o outro lado, pagando com uma pedra o transporte. Assim, o artista construiu um pier com algumas pedras cravadas, mas estas infelizmente já foram arrancadas por arruaceiros (não podem ser turistas 🤨). Pra chegar lá, não é muito fácil, mas é bem mais fácil do que dizem em muitos blogs. Primeiro, eu só achava recomendações pra ir de carro ou com excursões. Tentei comprar por lá, mas por ser baixa temporada, não haviam tours. Um guia muito gente boa me respondeu no whats e me indicou como ir de ônibus. Pela manhã, cheguei no terminal de buses da cidade (minúsculo por sinal) e la achei a empresa que faz o Muelle (tem cartaz bem grande). Começando as 9:15, tem microonibus saindo de hora em hora. Este micro, leva apenas até a entrada do Parque Nacional Chiloé, lá, precisa pegar outro micro. Mas não precisa se preocupar, os horários são coincidentes para que haja tempo hábil da sua chegada na entrada do parque até a saída do ônibus que vai até o Muelle. Aqui, uma dica : a espera entre os ônibus é de 30 minutos. Eu que sentei na frente do micro, ao lado do motorista, fiz amizade com ele, e, ao chegar na porta do parque, me avisou que o micro iria até um ponto mais a frente e retornaria. Deste ponto eu poderia visitar a praia, antes dele retornar. Tudo isso nos exatos 30 minutos de espera do próximo. Fui, claro. Aproveitei e vi uma praia deserta no Pacifico. Muita areia, muito vento. Adorei a oportunidade. Foi corrido, pq o tempo só tinha 10 minutos na praia, mas valeu cada segundo, ainda mais sabendo que eu era a única com aquela experiência, pelo menos naquele momento. Voltei para o micro, meu amigo me deixou na porta do Parque, que aliás tem um restaurante e banheiros, que eu recomendo usar aí... Quando o outro micro chegou, eu e os demais 5 turistas fomos levados até o outro lado do parque, pagamos a entrada 1.000 pesos (preço de baixa temporada) e seguimos mais um pouco no micro. Ele nos deixa bem na entrada da trilha. A trilha é bem fácil, linda por todo o caminho. Parando para tirar muitas fotos e admirar tudo, levei 40 minutos. Quando cheguei haviam no máximo 15 pessoas pelo local. Vi fotos e relatos na internet que na alta temporada chegam a levar 2 horas de fila para uma foto no pier. Então não recomendo essa época. Porém, em abril, chove a qualquer hora, de um minuto para o outro, é frio e venta pra carambaaaa. Agradeci muito por estar com minha corta vento 🥶. Um calçado mais apropriado para trilha também é indicado, apesar de não ser essencial. Parei por lá, apreciando o visual incrível de montanha e Oceano Pacífico e fiz um piquenique por ali mesmo. Foi sensacional. Na volta, fiz o mesmo, peguei o micro, que me deixou na entrada do parque, em frente ao restaurante, onde experimentei uma sopaipilla (parece um bolinho de chuva) com chocolate quente, tudo por 3.000 pesos. O outro micro chegou e 1hr depois estava de volta a Castro \o/. Tudo isso e o gasto em transporte foi de apenas 7.000 pesos. Nessa noite fui experimentar o curanto. Prato típico de Chiloé. Gente, que comida MARAVILHOSA. Trata-se de um ensopado de ostras, com outras carnes (frango, porco, carneiro), que fica fervendo por horas, junto com muitos vegetais. Sério, descrevendo não parece tão gostoso, mas é. Vai por mim . Eu nunca tinha comido ostras na minha vida e sou meio fiasquenta com legumes. Mas era tipico né, então tinha que provar. Ainda bem que fiz. Bom, como não sabia como comer, quando o prato gigante veio parar na minha frente, perguntei para o garçom, um senhor, chamado Alberto me mostrou como abrir as ostras, comer, lavar os dedinhos com limão e água do bowl da mesa. Tudo isso, mais um vinho indicado por ele, sairam por 11.200 pesos. Achei justos por tudo que comi, aliás, não consegui comer tudo . Quando terminei, o Alberto, super simpático, perguntou de onde eu era, e, assim começou uma conversa de mais de uma hora (o restaurante estava vazio, baixa temporada, lembra?). Ele me contou sua paixão pelo Rio de Janeiro, que havia trabalhado quando jovem no Copacabana Palace (será verdade???), perguntou sobre varias ruas do bairro e outros locais que frequentava quando morou no BR e tals. Me deu o telefone dele e pediu para avisar quando chegasse no hostel, afinal, "a cidade é segura, mas alguém de fora andar por aí, sozinha a noite, pode ser perigoso". Achei bem simpático da parte dele. Como não liguei, veio mensagem no meu telefone, "chegou bem? Estou preocupado." Desde então, vira e mexe tem uma mensagem de, como foi sua viagem, por onde você está passeando hoje? Acho que fiz mais uma amigo pelo mundão 🤩. O restaurante se chama Octávio. Fica na orla, como um palafito mais chiquetoso (da rua não da para ver a palafita). DIA 04 - Um pouco mais da Ilha e deslocamento até Puerto Varas Neste dia, levantei cedinho e fui fazer um tour para conhecer algumas das demais igrejas tombadas pela Unesco. No terminal de buses comprei a passagem para voltar a Puerto Montt e aí mesmo peguei um micro até Achao. Nos micros você paga direto para o motorista, diz onde vai, ele informa o preço. Dei uma volta pela cidade de Achao (literalmente, volta de 15 minutos e acabou) depois fui para Curaco, mesma coisa, outro micro para Dalcahue. Nessa última, além da praça com a igreja, tem também uma feirinha com artesanato local, numa edificação bem peculiar. Infelizmente todas as igrejas estavam fechadas . Tirei fotos das fachadas apenas. Comprei uma lembrancinha e voltei para Castro. Todos estes percursos em micros, custaram 4.200 pesos. Almocei num restaurante excelente, o Q'ili Restobar, por 4.000 pesos o conjunto entrada, principal e sobremesa. Lá em Castro a igreja estava aberta (aleluias) e entrei. Muito lindo e tão diferente daquela visão que estamos acostumados. A madeira brilhando tem um efeito sensacional. Chegando a hora do ônibus peguei minha mochila no hostel e embarquei para Puerto Montt. Essa outra empresa, a buses ETM foi com onibus bem mais confortável e viagem direta, sem paradas. O valor foi de 6.500 pesos, o mesmo da outra, entao vale mais a pena. A barca onde esse onibus faz a travessia também é diferente. A Cruz del Sur possui a frota de ônibus e barca, portanto é propria. Já a ETM viaja na barca do governo. Maior, um café na parte de dentro e mais legal para fotos 🤩. Do terminal de Puerto Montt peguei mais um micro (saem a todo minuto) para Puerto Varas. Foram 900 pesos, desembarquei na quadra do hostel que fiquei. Fiquei no MaPatagonia Hostel, super, hiper, mega recomendado. Excelente. Aconchegante, recepcionistas atenciosos. Limpo, já falei aconchegante??? Enfim, gostaria que todos os hostels do mundo fossem como esse. Foram 16.800 pesos para duas noites em quarto quadruplo misto com banheiro compartilhado. Conheci outra brasileira e um colombiano que estavam no mesmo quarto e fomos jantar num restaurante que nós tres recebemos recomendações para ir: Mesa Tropera. Pizzaria, restaurante italiano, vinho e cervejas de fabricação própria. Excelente ambiente, e localização ótima. Dividimos nossos gastos e a conta fechou em 5.500 pesos para mim (pizza excelente e a cerveja tb, rsrs). DIA 05 - Saltos del Petrohue e Volcán Osorno A brasileira que conheci já tinha fechado dois dias de tour pela região com uma empresa, então, eu e o Colombiano colamos nela, negociamos um precinho melhor com a agência aproveitamos o dia. Foi meu primeiro tour particular da viagem. Confesso que foi um alívio não precisar pensar em tudo . Como de costume, nos pegaram no hostel, por volta das 10hs. O dia tava totalmente nublado (nada animador em viagem pra apreciar natureza, mas é o que temos, nós vamos né). Uns 30 minutos depois, nossa primeira parada, um local com vista para o vulcão. Só que não víamos nada por conta do tempo nublado. Tinha que adivinhar para que lado ele estava . Mais uns quilômetros e paramos nos saltos do Petrohue. Entrada 4.500 pesos. Os saltos na verdade são caminhos feitos pela lava vulcânica que escorreu em erupções anteriores, fazendo com que algumas crateras ficassem aparecendo. A cor da água, as rochas e estas crateras fazem um efeito maravilhoso, tudo muito lindo. Mais ainda com os raios do sol, que estavam começando a aparecer, batendo na água. Perfeição. Uma hora depois e já conseguíamos ver a ponta do vulcão, êêê 🏼. Depois, o guia perguntou quem queria dar uma volta de barco pelo lago. Segundo ele, até chegarmos lá, o tempo estaria aberto. Todos toparam e não é que ele acertou? 40 minutos de volta no lago, 5.000 pesos, e um visual lindo. Depois disso, fomos almoçar. Dica, leve seu lanche se estiver na base econômica. Não tem opções na estrada, é onde o guia resolve parar e provavelmente onde ele tenha convênio com o restaurante pra levar os turistas. Eu, desavisada, tava com uma fome do tamanho do Maracanã, acabei almoçando. Simples, nada de mais, sem bebida, um Salmão com purê de batatas: 11.000 pesos . Metade do rim cortado pra pagar a conta, partimos para a atração principal do roteiro, o vulcão Osorno . Ainda não é época de neve, então ele só está branquinho na ponta, bem em cima. Mas nem por isso menos impressionante. Para subir no teleférico do vulcão, há duas opções. Um percurso, 12.000 pesos, ou dois percursos por 16.000 pesos. Compramos o percurso completo. A primeira parte vai até 1.450 metros e a segunda até 1.700 metros. Meu conselho: comprar os dois percursos. A parte da primeira parada não tem nem muito espaço para caminhar ao redor. Já a segunda é bem melhor. Se vc vai em época de neve, não esquece de óculos escuros. Depois de centenas de milhares de fotos, voltamos apreciando o visual do vale enquanto descíamos no teleférico, aproveitando para agradecer essa chance de vermos algo assim, tão perfeito . Todo esse passeio pela agência foi a um custo de 25.000 pesos. Depois de todo esse gasto, fomos ao mercado, garantir a janta e o café da manhã seguinte. Total de 4.900 pesos. DIA 06 – Região de Puerto Varas e deslocamento a Pucón O dia começou com despedidas do trio formado duas noites antes. Eu decidi adiantar em um dia a viagem a Pucon, já que a previsão era de chuva para os outros dias. Carol, minha xará, iria para Chiloé no dia seguinte e Jorge iria para Santiago, depois Atacama. Assim, os dois foram fazer mais um tour na região de Puerto Varas e eu fui comprar a passagem, que custou 9.500 pesos na Jac Buses. Como tinha a manhã e parte da tarde livres, aproveitei para ir até outras cidades da região na beira do lago. Peguei um micro em frente ao terminal onde comprei a passagem para Pucón e de lá fui para Llanquihue. A cidade tem uma linda orla, a costanera é bem conservada, com várias esculturas feitas em madeira. Passear por lá deixa você com uma paz indescritível. Na praça da cidade, peguei outro micro até Frutillar. Também na beira do lago, a cidade possui influências alemãs e é toda charmosa. Nessa cidade também está o Teatro del Lago. Um teatro construído parte sobre o lago. Nele é realizado o maior festival de música do Chile e, por isso, existem diversas obras de arte em forma de símbolos e órgãos musicais. A costaneira também é um encanto e bem legal ficar um tempo no píer apreciando a vista do lago e vulcão. Lá também há o famoso Kuchen, traduzido como a cuca. Lembra bem a cuca alemã que minha família faz no Rio Grande do Sul. Do sul ou não, vale a pena experimentar. Um lembrete, o pedaço vendido na cidade é enormeeee. Pode pedir para dividir. Depois de voltar a Puerto Varas e pegar a mochila, fui embarcar para Pucón. A viagem durou algumas horas. No caminho entrei em contato com algumas agências que encontrei no instagram e facebook para fazer a subida no vulcão Villarrica. A maioria dizia que não teria passeio, pois havia previsão de mudança no tempo. Entre as que fariam a subida, os preços variavam bastante. Fechei com uma por 75.000 pesos. Acertamos o preço e os horários, por mensagens. Cheguei em Pucon e fui correndo no mercado mais próximo, comprar agua e lanches para a aventura. DIA 07 – Subida no vulcão Villarrica Pra quem ainda não sabe este é o vulcão mais ativo do Chile. Sua última erupção foi em março de 2015. Porém, em setembro de 2018 (07 meses antes da viagem) a região estava em alerta de risco de erupção. Sim, eles controlam muito bem as possibilidades e elas continuam podendo ocorrer qualquer dia destes. Bem, imagina minha expectativa. A ansiedade era tanta que tive dificuldade até de dormir. Chegada a tão esperada hora, as 05 da manhã o guia Waldo foi me buscar no hostel, me levou até o local da agência para experimentar as botas e roupas que eu usaria. No valor do tour, estão inclusos todos os equipamentos necessários, calçados próprios e até casacos corta vento. Descobri que eu era a única turista que o Waldo acompanharia. De início fiquei meio desconfiada, mas ele foi explicando tudo e me deixando bem tranquila. No caminho até o vulcão, fui perguntada se preferia fazer todo o percurso a pé, ou poderia subir a primeira parte em teleférico. Escolhi poupar um pouquinho das pernas e usar o teleférico. Lá se foram mais 10.000 pesos. Enquanto esperávamos o teleférico abrir, outros grupos foram chegando. Grupos grandes, grupos pequenos. Cada um com seu guia acompanhando. O teleférico nos deixa na altura de 2.400 mts. A cratera do vulcão fica a 2.800 mts. Apenas 400 metros Carol... Só que não... com a inclinação da montanha, o terreno arenoso e o ar um pouco mais rarefeito, a subida precisa ser em zigue zague, em passos precisos e pequenos. Não vou mentir aqui, foi tenso, muito. Não sei quantas vezes pensei em desistir. Depois de alguns passos, a bota parecia pesar uns 40 quilos em cada pé. Deu pra perceber que meu preparo físico estava em igual ou menor que zero, né? Acho que tive muita sorte de ser apenas eu e o guia, pois ele me ajudou e muito nessa jornada. Na parte inicial do vulcão, como já falei o terreno é bem arenoso, parece uma enorme duna de cor cinza, então a cada pisada, precisava cravar a ponta da bota para não escorregar. Muitos metros acima, tem a parada para colocar os grampos na bota, pois viria a parte para andar no gelo. Então passos menores ainda, usando estaca em uma das mãos para a cada passo travar o pé e a mão. Nesse momento, bateu o arrependimento de porque não desisti antes. Toda vez que eu ia falar, ou dar uma paradinha para respirar o Waldo dizia, vamos continuar, pensa que você vai conseguir e assim eu seguia um pouco mais. Vou lembrar aqui novamente, a previsão era de chuva para a tarde, e a subida com pessoas em forma leva em torno de 5 hs. Então, tinha que ser tudo muito bem cronometrado e o Waldo não me deixava parar nem por 2 minutos, apenas nas definidas para todos (3 no total). Se ele via que eu ficava um pouco para trás, voltava e me puxava Depois de tudo isso, nossa última parada antes da cratera, para retirar os grampos, pois o terreno era o do vulcão novamente, achei que a pior parte tinha passado. Ah, quanta ingenuidade. Era escalada pura na rocha, fazendo força nos braços e pernas para achar um local onde segurar e colocar os pés. Mas o pior mesmo, era o vento, tão frio e tão forte que não conseguia respirar, faziam desequilibrar quando tava segurando com tudo, cortava a visão... nessa parte tive foi medo, achei mesmo que ia cair e já era. Mas não \o/, passei por esta parte também e finalmente chegamos na cratera. Gente, não há descrição para isso. O sentimento, a mistura de satisfação, alegria, superação. Façam, só digo isso. Vai ser difícil, vai. Se você achar que chegou no limite não precisa continuar, mas chegar lá em cima.... é surreal não tem outra palavra para descrever. Além de toda superação, você tem um visual incrível da cordilheira, do vale e, do vulcão em si. Ficamos uns minutos la, o cheiro de enxofre é fortíssimo. Algumas pessoas usam máscara, mas eu consegui suportar bem. Enquanto estava observando a fumaça saindo pelo buraco, vi umas faíscas de magma saindo. Foi SENSACIONAL. Segundo o Waldo, tinham uns 3 meses que a cratera estava naquela formação, uma pequena abertura e era raro ver o magma daquele jeito. Então, foi outro presente que recebi. Bom, a descida teve uma parte bem legal, fizemos de esquibunda, teve mais umas partes apavorantes, pois morro de medo de altura e no escorrega natural de gelo, algumas partes ficavam só precipício, tipo montanha russa antes da primeira descida. Mas depois de uns minutos o medo passa e fica só a adrenalina de escorregar no gelo em velocidade. Me senti quase os caras do Jamaica abaixo de zero (eu vi na sessão da tarde, tá) ;). Usei o app Relive que me informou que fiz a subida e descida em um total de 5hs e 53 minutos e andei 7.3km (o zigue zague, lembram?). Uma cerveja chilena depois, me despedi do guia e voltei para o hostel. Encontrei os dois ex companheiros de quarto de Puerto Varas me aguardando, pois tinham resolvido ir até Pucon J Agora novamente companheiros de quarto. Estávamos no hostel Pucontours Hostal. 3 noites em quarto quádruplo com banheiro privativo saíram por 28.400 pesos. Achei o hostel Ok. Muito boa localização, mas um pouco frio, sem ambientes propícios para conhecer outras pessoas, as áreas comuns não eram confortáveis e convidativas para sentar e conversar. Enfim, fomos almoçar/jantar por 10.800 pesos e, começou a chover L No centro da cidade há um local para informações turísticas. Nos atenderam muitíssimo bem, ofereceram até alguém em português e nos explicaram tudo que poderíamos fazer sem necessitar de excursões. Passadinha no mercado e voltamos para o hostel (eu para tomar muito dorflex e fazer curativo nos calos que a bota tinha me dado). DIA 08 – Ojos del Caburgua e Caburgua Com as dicas do escritório de informações turísticas, pegamos um micro até a parte mais próxima dos Ojos del Caburgua. Trata-se de um parque no rio Caburgua, com algumas cachoeiras, que formam os “ojos”. Para chegar lá, existem duas entradas, segundo nos informaram, a melhor seria a entrada do Cristo, pois essa daria na parte de baixo das cachoeiras. A outra somente visualiza a parte de cima delas, e estas entradas são separadas em 7km uma da outra. Assim, se você vai de micro como a gente (600 pesos), pede para o motorista, para descer nos ojos, na entrada do Cristo. Assim que descer do micro você vai entender, no lado da estrada tem um crucifixo. Desta estrada, tem sinalização do sentido a seguir. São 2km até a entrada do parque, que custa 1.000 pesos em baixa temporada. O parque é bem bonito e conservado. Tem área para piquenique, os caminhos para os mirantes são em deques de madeira bem mantidos. A cor da água é sensacional. Uma surpresa quando você vê as cachoeiras. Vale a pena. O dia nem estava muito lindo, meio nublado, e mesmo assim, valeu e muito a ida. Voltamos para a estrada e, como não sabíamos ao certo o horário dos micros, íamos continuar caminhando pela estrada mesmo até o Lago Caburgua, onde desagua o rio do mesmo nome. Porém, 5 minutos de caminhada e dois amigos pararam o carro e nos ofereceram carona. São apenas 4km, então em 5 minutos chegamos lá, agradecemos e fomos explorar as praias do lago. É difícil entender como a areia de uma praia para a outra muda de cor, estando lado a lado. Assim, mudam também os nomes: Playa Negra e Playa Blanca, rsrs. Criativos J Esse local é de uma paz fenomenal. A calmaria do lago, as areias extensas, as montanhas ao redor. Vale a pena uma caminhada por lá. Para voltar foi só esperar o micro para Pucon (1.000) e em 40 minutos estávamos na cidade. Tínhamos planejado ir a uma terma, já que a região também é famosa pelas suas aguas termais e existem diversas opções. Porém, depois de gastar um rim para subir o vulcão, eu achei melhor não ir. Assim, fomos passar na cidade mesmo. Lá tem o lago Villarrica, com vista para o vulcão. Também fomos no Monastério Santa Clara, construído no alto de um morro, onde se pode ver toda a cidade e o lago. O frio pedia um cafezinho e assim escolhemos uma das cafeterias mais famosas para conhecer. A café Cassis. Chegamos lá e a fome chegou também então tornou-se um jantar da tarde com café. Comemos pizza, sopa, tabua de carnes, doces e chocolate quente pra terminar com chave de ouro. Tudo maravilhoso e totalizou em 13.900 pesos para cada L. DIA 09 – Deslocamento para Concepción Esse sim foi o dia das despedidas finais. Cada um escolheu um roteiro diferente. Eu iria para Concepcion fazer uma visita muitíssimo rápida a um casal de chilenos que conheci aqui no Rio através do Couchsurfing. Para chegar até lá, paguei a passagem mais cara de ônibus (12.000), mas isso porque a cidade não é tão turística, então saindo de Pucon só tinha uma opção de ônibus. Cheguei a noite, então não vi muito da cidade. Fui apresentada a milhões de snacks típicos chilenos. Gente, não consigo parar de sonhar com as “Ramitas Evercrisp” melhor salgadinho da minha vida. Vocês precisam experimentar. Comprei um pacote de 750 gr que fiz durar um mês depois que voltei, mas a vontade era comer de uma vez só. Se tiver uma cerveja acompanhando, ficam perfeitas. DIA 10 – Concepción e retorno a Santiago Fui conhecer um pouco de Concepción. É bem jovial, foi a sede da primeira universidade federal fora de uma capital de província. O campus universitário é bonito, bem limpo e conservado. Foi lá que iniciaram os primeiros protestos denunciando a ditadura de Pinochet, entre os estudantes e, assim, muitas perseguições e mortes. No campus há diversos monumentos lembrando essa história Chilena. A comida, maravilhosa e a mais barata do Chile. Paguei o almoço de todos, ou seja, 3 pratos, por apenas 4.800 pesos. Depois disso, fui para o aeroporto embarcar de volta para Santiago. Este treche paguei 79,00 reais, com IOF e bagagem despachada. Chegando em Santiago, fui para o Hostel Boutique Merced 88. Paguei 28.000 em um quarto feminino quádruplo para duas noites, mas fiquei sozinha o tempo todo. Gostei muito do hostel, bem limpo, organizado. Café da manhã excelente. Com opção de ovos cozidos já prontos ou você pode pegar os ovos crus e prepara-los como preferir. Melhor localização impossível. Apenas 1 quadra e meia da estação Baquedano, em frente à praza de mesmo nome. Neste dia, fiquei no terraço do hostel conversando com alguns hospedes e jantei as ramitas DIA 11 – Um pouco de Santiago Conferi o calendário e fui até o Palacio La Moneda, onde acontece a troca de guarda. Todo mês muda, é bom checar no calendário. Em abril era nos dias pares e tive sorte de estar por lá. A troca de guarda dura um tempão. Cansei nos 30 minutos. De lá, fui a pé até a Plaza de armas, local onde se vê lado a lado construções modernas e antigas. De lá, fui para o Museu de artes modernas e saí no museu de Belas artes (os prédios são interligados). Saindo, fui direto para o Cerro Santa Lucia. Este, definitivamente vale a subidinha. É um oásis no meio da cidade, além de ser no alto, então no mirante você pode ver os prédios e a cordilheira ao fundo. Ao lado do cerro, fica a heladeria Emporio La Rosa, dizem que é o melhor sorvete de Santiago, não sei, pq não experimentei todos os outros, mas o de lá é muito bom mesmo. Continuando pela famosa calle Lastarria, cheia de restaurantes caros, voltei para a rua do hostel e, um pouco antes de chegar, avistei outra heladeria la Rosa. Fui conferir se lá havia um prato chamado Porotos Granados, recomendado pelo meu amigo chileno. E não é que la eles faziam? Fiz meu pedido e recebi um bowl com um ensopado de grãos delicioso. Vale a pena experimentar. Lá custou 8.900 com bebida. Chegando no hostel descansei um pouco e mais tarde fui em direção ao cerro San Cristobal. Apenas algumas quadras de onde eu tava. Subi no cerro de funicular e desci com teleférico, no outro lado, os tickets custaram 3.550. Há opções de descer a pé, descer no funicular, ir de teleférico só até uma parte... enfim, várias formas de subir e descer. Como voltaria no entardecer, achei que seria legal ver o pôr do sol do teleférico. Foi lindo J DIA 12 – Retorno Transfer para o aeroporto e volta para o BR L Acho que algumas partes ficaram muito detalhadas, tenho dificuldades em ser objetiva, mas espero que ajude quem está indo para lá, de alguma forma . Abraços e qualquer dúvida estou por aqui, ou tb no insta: @Carol.Ribeir0_ 12 Citar
Colaboradores luizh91 Postado Junho 3, 2019 Colaboradores Postado Junho 3, 2019 O Chile é tão lindo, né? Voltei de lá querendo conhecer o resto do país todinho. Parabéns pela viagem e pelo ótimo relato, um dia ainda subo o vulcão Villarica! Citar
Membros MariReis Postado Junho 25, 2021 Membros Postado Junho 25, 2021 Em 01/06/2019 em 00:26, CarolRib disse: Oi pessoal, tudo bem? Minha primeira contribuição aqui. Fico sempre querendo escrever depois de alguma viagem, mas acabo deixando passar o tempo e nunca faço. Como utilizo e muito da ajuda de vocês através dos relatos, achei que estava na hora de colaborar também na esperança de ajudar outro viajante . Minha viagem foi em abril/2019, bem recente ainda. Minha rota foi a seguinte: Dia 01 - Vinã e Valparaíso; Dia 02 - Deslocamento até a Isla de Chiloé; Dia 03 - Isla; Dia 04 - Isla e retorno até Puerto Varas; Dia 05 - Puerto Varas; Dia 06 - Região Puerto Varas e deslocamento até Pucon; Dia 07 - Pucón; Dia 08 - Pucón; Dia 09 - Pucón e deslocamento para Concepción; Dia 10 - Concepcion e deslocamento para Santiago; Dia 11 - Santiago; Dia 12 - Santiago e retorno Brasil. Dia 01 - Chegada em Santiago, Viña del Mar e Valparaíso: Cheguei em Santiago as 2:30 da madrugada. Eu já havia pesquisado sobre transfers do aeroporto e sabia que existiam duas empresas de ônibus que fazem o percurso aeroporto x centro da cidade 24hs. Bem, no site das empresas (Turbus e Centropuerto) há todas as estações de parada que fazem. Escolhi um hostel que ficava próximo de uma das estações. Fiquei no Happy House Hostel, perto do Metrô, estação Los Heroes, paguei 28.000 pesos em quarto misto de 12 camas. Tem piscina e bar (que não estava funcionando ). Achei muito barulhento, todas as camas faziam ruídos e o próprio piso de madeira acordava todo mundo no quarto. Cada trecho no transfer de ônibus está por 1.900 pesos, ou 3.500 ida e volta. Vi operadoras de turismo cobrando 7.000 cada trecho e os executivos do aeroporto cobram 10.000, então acho que já foi uma economia e tanto. Depois do café da manhã, incluso no hostel, fui procurar lugar para fazer câmbio. Era sábado, não tinha lojas abertas e a recepcionista me indicou onde haviam bancos, só que esqueceu de me dizer que os caixas eletrônicos não funcionam. Depois de tentar 3 bancos, nenhum com caixa aberto, pedi ajuda para um gari, e ele me disse que tinha caixa eletrônico dentro da estação do Metrô. Saquei uma graninha e ali mesmo já comprei o cartão do metrô e uma carga, o valor foi de 1.550 pesos pelo cartão (tarjeta bip) e 4.000 pesos para passagens. De metrô, fui até a estação Pajaritos. Eu já tinha comprado on line passagens para Viña del Mar pela Turbus, por 2.300 pesos. Baratíssimo (12 reais com IOF). O problema é que perdi tempo procurando os tais bancos e perdi o ônibus. Precisei comprar nova passagem e esta no balcão, saiu por 6.300 pesos. Chegando em Viña, fiz tudo caminhando, em uma manhã. Fui do terminal rodoviário até o Teatro Municipal, depois ao Palacio Rioja (vale uma volta pelos jardins e pelo casarão), tudo grátis. Continuei até chegar ao Cassino (na praia) e fui caminhando pela orla ate o Castillo Wulff (também gratis e vale a pena entrar). De lá fui ao famoso Relógio das Flores e voltei para o parque Quinta Vergara, onde há jardins, um palácio e ao lado fica a estação de metrô Viña del Mar. Paguei 2.100 pelo cartão + tarifa da viagem. Desta estação, fui de metrô até a última estação em Valparaíso, a estación Puerto. Como o nome diz, é do lado do Porto. Caminhei até o ascensor Artilleria, uma espécie de elevador que leva até a parte mais alta da cidade (existem vários por lá). Alguns são gratuitos, neste, paguei 300 pesos. Lá de cima tem um mirante bonito, onde se pode ver toda a área portuária, inclusive o carregamento de navios. O mirante fica ao lado do Museu Naval, mas não entrei nele. Desci para o centro da cidade a pé, por umas casinhas e ruazinhas pequenas, com diversos grafites interessantes. Chegando no nível baixo, almocei na rua Bustamente, tem varios restaurantes não muito bonitos, mas com pratos apetitosos e muito baratos (paguei 4.500 num prato com entrada, principal e sobremesa). De lá peguei um micro onibus daqueles antigos, o 612, que me levou até a La sebastiana (casa do Pablo Neruda) por apenas 370 pesos. A casa tem um mirante na frente e para entrar nas dependências tem um custo de 7.000 pesos. Depois dessa visita, desci novamente através do Museo a Cielo Abierto, região onde há mais grafites. Fui até a Catedral, parei num barzinho pra beber uma cerveja aproveitando o pôr do sol e, quando meus pés não aguentavam mais, fui para o terminal de ônibus. Assim como a ida, tinha comprado a passagem pela internet por 2.300 pesos, porém comprei para mais tarde, achando que ficaria mais tempo por lá. Comprei uma nova para o horário mais próximo e paguei a diferença 3.300 pesos. A moça que me atendeu, muito simpática, me mostrou a tela do sistema dela, onde os preços variavam e conforme mais próximo do horário de saída, mais caros. Fica o aviso... Chegando em Santiago voltei ao hostel por metrô, com a passagem inclusa no cartão comprado pela manhã. Entre água e alguns biscoitos, gastei mais uns 3500 pesos nesse dia. Dia 02 - Deslocamento à Isla de Chiloé (região dos lagos, sul do Chile): Meu voo era as 10 da manhã, fui até o aeroporto com o transfer que já estava pago (só apresentar o canhoto). Para ir à Ilha, o aeroporto mais próximo é o de Puerto Montt. O voo com a JetSmart (lowcost chilena) custou 25 dólares, somente ida, mas com bagagem despachada. Lembre-se que lá não há bagagem de mão gratuita, você só pode carregar um item de 35x25cm, ou seja, minúsculo. A bagagem de mão deve ter as mesmas medidas que aqui do BR e pesar até 8kg. Como o preço da bagagem de mão e da despachada é o mesmo, achei melhor despachar, pelo peso. Chegando em Puerto Montt, tem transfer na porta do aeroporto indo direto para o terminal de ônibus, custa apenas 2.500 pesos. Transfer de carro estava por 15.000. Lá no terminal de ônibus comprei minha passagem para Castro, capital da Isla Chiloé, por 6.500 pesos na Cruz del Sur. Deixei minha mochila no guarda equipaje e fui caminhar pela orla, simpática, da cidade. Fui até o mercado do peixe, onde tem alguns restaurantes, e almocei lá por 4.100 pesos, com bebida. Voltei ao terminal, entrei no ônibus e curti (só que não) a viagem interminável de 6horas. Para chegar na ilha tem que usar uma balsa, já inclusa no preço da passagem. Durante a travessia é possível descer do ônibus e curtir o visual do mar do alto da balsa. Mais tarde descobri, o ônibus que peguei não era o melhor, já que parava em todos os povoados ou pra qualquer um que fizesse sinal na estrada. Ou seja, não era direto, por isso a demora. Enfim, cheguei a Castro 🏼. A Isla de Chiloé, além das paisagens naturais é conhecida também pelas Igrejas, construídas pelos jesuítas a partir de 1600 em madeira. Hoje já existem 16 delas tombadas pela UNESCO. Já na chegada vc encontra a Catedral de Castro, toda em amarelo (uma cor diferente para igrejas católicas) e encantadora. Castro também é conhecida pelos palafitos, casas de madeira à beira da água, em palafitas, pintadas em cores vibrantes, totalmente coloridas. Depois de umas comprinhas no mercado (Jantar, café e lanche - 11.500 pesos) fui para o hostel. Lá, fiquei no Hospedaje Costanera. Pequeno, aconchegante e o dono super atencioso, custou 16.000 duas noites em quarto compartilhado (triplo), porém só havia eu e mais um casa no hostel, assim, fiquei com o quarto somente para mim. Aliás, descobri que essa época na ilha é super baixa temporada, então, quase nada de turistas. DIA 03 - Muelle de las Almas: Aqui tenho uma confissão, escolhi Chiloé por causa do muelle. Adoro locais da natureza e tinha visto algumas fotos, queria muito conhecer esse local. Este Muelle é na realidade um Pier, construído por um artista chileno, que transformou em arte (um pedaço de madeira) uma lenda indígena local. Diz a lenda, que as almas que morriam, deviam chegar até aquela parte elevada da montanha esperar pelo barco que levava-os para o outro lado, pagando com uma pedra o transporte. Assim, o artista construiu um pier com algumas pedras cravadas, mas estas infelizmente já foram arrancadas por arruaceiros (não podem ser turistas 🤨). Pra chegar lá, não é muito fácil, mas é bem mais fácil do que dizem em muitos blogs. Primeiro, eu só achava recomendações pra ir de carro ou com excursões. Tentei comprar por lá, mas por ser baixa temporada, não haviam tours. Um guia muito gente boa me respondeu no whats e me indicou como ir de ônibus. Pela manhã, cheguei no terminal de buses da cidade (minúsculo por sinal) e la achei a empresa que faz o Muelle (tem cartaz bem grande). Começando as 9:15, tem microonibus saindo de hora em hora. Este micro, leva apenas até a entrada do Parque Nacional Chiloé, lá, precisa pegar outro micro. Mas não precisa se preocupar, os horários são coincidentes para que haja tempo hábil da sua chegada na entrada do parque até a saída do ônibus que vai até o Muelle. Aqui, uma dica : a espera entre os ônibus é de 30 minutos. Eu que sentei na frente do micro, ao lado do motorista, fiz amizade com ele, e, ao chegar na porta do parque, me avisou que o micro iria até um ponto mais a frente e retornaria. Deste ponto eu poderia visitar a praia, antes dele retornar. Tudo isso nos exatos 30 minutos de espera do próximo. Fui, claro. Aproveitei e vi uma praia deserta no Pacifico. Muita areia, muito vento. Adorei a oportunidade. Foi corrido, pq o tempo só tinha 10 minutos na praia, mas valeu cada segundo, ainda mais sabendo que eu era a única com aquela experiência, pelo menos naquele momento. Voltei para o micro, meu amigo me deixou na porta do Parque, que aliás tem um restaurante e banheiros, que eu recomendo usar aí... Quando o outro micro chegou, eu e os demais 5 turistas fomos levados até o outro lado do parque, pagamos a entrada 1.000 pesos (preço de baixa temporada) e seguimos mais um pouco no micro. Ele nos deixa bem na entrada da trilha. A trilha é bem fácil, linda por todo o caminho. Parando para tirar muitas fotos e admirar tudo, levei 40 minutos. Quando cheguei haviam no máximo 15 pessoas pelo local. Vi fotos e relatos na internet que na alta temporada chegam a levar 2 horas de fila para uma foto no pier. Então não recomendo essa época. Porém, em abril, chove a qualquer hora, de um minuto para o outro, é frio e venta pra carambaaaa. Agradeci muito por estar com minha corta vento 🥶. Um calçado mais apropriado para trilha também é indicado, apesar de não ser essencial. Parei por lá, apreciando o visual incrível de montanha e Oceano Pacífico e fiz um piquenique por ali mesmo. Foi sensacional. Na volta, fiz o mesmo, peguei o micro, que me deixou na entrada do parque, em frente ao restaurante, onde experimentei uma sopaipilla (parece um bolinho de chuva) com chocolate quente, tudo por 3.000 pesos. O outro micro chegou e 1hr depois estava de volta a Castro \o/. Tudo isso e o gasto em transporte foi de apenas 7.000 pesos. Nessa noite fui experimentar o curanto. Prato típico de Chiloé. Gente, que comida MARAVILHOSA. Trata-se de um ensopado de ostras, com outras carnes (frango, porco, carneiro), que fica fervendo por horas, junto com muitos vegetais. Sério, descrevendo não parece tão gostoso, mas é. Vai por mim . Eu nunca tinha comido ostras na minha vida e sou meio fiasquenta com legumes. Mas era tipico né, então tinha que provar. Ainda bem que fiz. Bom, como não sabia como comer, quando o prato gigante veio parar na minha frente, perguntei para o garçom, um senhor, chamado Alberto me mostrou como abrir as ostras, comer, lavar os dedinhos com limão e água do bowl da mesa. Tudo isso, mais um vinho indicado por ele, sairam por 11.200 pesos. Achei justos por tudo que comi, aliás, não consegui comer tudo . Quando terminei, o Alberto, super simpático, perguntou de onde eu era, e, assim começou uma conversa de mais de uma hora (o restaurante estava vazio, baixa temporada, lembra?). Ele me contou sua paixão pelo Rio de Janeiro, que havia trabalhado quando jovem no Copacabana Palace (será verdade???), perguntou sobre varias ruas do bairro e outros locais que frequentava quando morou no BR e tals. Me deu o telefone dele e pediu para avisar quando chegasse no hostel, afinal, "a cidade é segura, mas alguém de fora andar por aí, sozinha a noite, pode ser perigoso". Achei bem simpático da parte dele. Como não liguei, veio mensagem no meu telefone, "chegou bem? Estou preocupado." Desde então, vira e mexe tem uma mensagem de, como foi sua viagem, por onde você está passeando hoje? Acho que fiz mais uma amigo pelo mundão 🤩. O restaurante se chama Octávio. Fica na orla, como um palafito mais chiquetoso (da rua não da para ver a palafita). DIA 04 - Um pouco mais da Ilha e deslocamento até Puerto Varas Neste dia, levantei cedinho e fui fazer um tour para conhecer algumas das demais igrejas tombadas pela Unesco. No terminal de buses comprei a passagem para voltar a Puerto Montt e aí mesmo peguei um micro até Achao. Nos micros você paga direto para o motorista, diz onde vai, ele informa o preço. Dei uma volta pela cidade de Achao (literalmente, volta de 15 minutos e acabou) depois fui para Curaco, mesma coisa, outro micro para Dalcahue. Nessa última, além da praça com a igreja, tem também uma feirinha com artesanato local, numa edificação bem peculiar. Infelizmente todas as igrejas estavam fechadas . Tirei fotos das fachadas apenas. Comprei uma lembrancinha e voltei para Castro. Todos estes percursos em micros, custaram 4.200 pesos. Almocei num restaurante excelente, o Q'ili Restobar, por 4.000 pesos o conjunto entrada, principal e sobremesa. Lá em Castro a igreja estava aberta (aleluias) e entrei. Muito lindo e tão diferente daquela visão que estamos acostumados. A madeira brilhando tem um efeito sensacional. Chegando a hora do ônibus peguei minha mochila no hostel e embarquei para Puerto Montt. Essa outra empresa, a buses ETM foi com onibus bem mais confortável e viagem direta, sem paradas. O valor foi de 6.500 pesos, o mesmo da outra, entao vale mais a pena. A barca onde esse onibus faz a travessia também é diferente. A Cruz del Sur possui a frota de ônibus e barca, portanto é propria. Já a ETM viaja na barca do governo. Maior, um café na parte de dentro e mais legal para fotos 🤩. Do terminal de Puerto Montt peguei mais um micro (saem a todo minuto) para Puerto Varas. Foram 900 pesos, desembarquei na quadra do hostel que fiquei. Fiquei no MaPatagonia Hostel, super, hiper, mega recomendado. Excelente. Aconchegante, recepcionistas atenciosos. Limpo, já falei aconchegante??? Enfim, gostaria que todos os hostels do mundo fossem como esse. Foram 16.800 pesos para duas noites em quarto quadruplo misto com banheiro compartilhado. Conheci outra brasileira e um colombiano que estavam no mesmo quarto e fomos jantar num restaurante que nós tres recebemos recomendações para ir: Mesa Tropera. Pizzaria, restaurante italiano, vinho e cervejas de fabricação própria. Excelente ambiente, e localização ótima. Dividimos nossos gastos e a conta fechou em 5.500 pesos para mim (pizza excelente e a cerveja tb, rsrs). DIA 05 - Saltos del Petrohue e Volcán Osorno A brasileira que conheci já tinha fechado dois dias de tour pela região com uma empresa, então, eu e o Colombiano colamos nela, negociamos um precinho melhor com a agência aproveitamos o dia. Foi meu primeiro tour particular da viagem. Confesso que foi um alívio não precisar pensar em tudo . Como de costume, nos pegaram no hostel, por volta das 10hs. O dia tava totalmente nublado (nada animador em viagem pra apreciar natureza, mas é o que temos, nós vamos né). Uns 30 minutos depois, nossa primeira parada, um local com vista para o vulcão. Só que não víamos nada por conta do tempo nublado. Tinha que adivinhar para que lado ele estava . Mais uns quilômetros e paramos nos saltos do Petrohue. Entrada 4.500 pesos. Os saltos na verdade são caminhos feitos pela lava vulcânica que escorreu em erupções anteriores, fazendo com que algumas crateras ficassem aparecendo. A cor da água, as rochas e estas crateras fazem um efeito maravilhoso, tudo muito lindo. Mais ainda com os raios do sol, que estavam começando a aparecer, batendo na água. Perfeição. Uma hora depois e já conseguíamos ver a ponta do vulcão, êêê 🏼. Depois, o guia perguntou quem queria dar uma volta de barco pelo lago. Segundo ele, até chegarmos lá, o tempo estaria aberto. Todos toparam e não é que ele acertou? 40 minutos de volta no lago, 5.000 pesos, e um visual lindo. Depois disso, fomos almoçar. Dica, leve seu lanche se estiver na base econômica. Não tem opções na estrada, é onde o guia resolve parar e provavelmente onde ele tenha convênio com o restaurante pra levar os turistas. Eu, desavisada, tava com uma fome do tamanho do Maracanã, acabei almoçando. Simples, nada de mais, sem bebida, um Salmão com purê de batatas: 11.000 pesos . Metade do rim cortado pra pagar a conta, partimos para a atração principal do roteiro, o vulcão Osorno . Ainda não é época de neve, então ele só está branquinho na ponta, bem em cima. Mas nem por isso menos impressionante. Para subir no teleférico do vulcão, há duas opções. Um percurso, 12.000 pesos, ou dois percursos por 16.000 pesos. Compramos o percurso completo. A primeira parte vai até 1.450 metros e a segunda até 1.700 metros. Meu conselho: comprar os dois percursos. A parte da primeira parada não tem nem muito espaço para caminhar ao redor. Já a segunda é bem melhor. Se vc vai em época de neve, não esquece de óculos escuros. Depois de centenas de milhares de fotos, voltamos apreciando o visual do vale enquanto descíamos no teleférico, aproveitando para agradecer essa chance de vermos algo assim, tão perfeito . Todo esse passeio pela agência foi a um custo de 25.000 pesos. Depois de todo esse gasto, fomos ao mercado, garantir a janta e o café da manhã seguinte. Total de 4.900 pesos. DIA 06 – Região de Puerto Varas e deslocamento a Pucón O dia começou com despedidas do trio formado duas noites antes. Eu decidi adiantar em um dia a viagem a Pucon, já que a previsão era de chuva para os outros dias. Carol, minha xará, iria para Chiloé no dia seguinte e Jorge iria para Santiago, depois Atacama. Assim, os dois foram fazer mais um tour na região de Puerto Varas e eu fui comprar a passagem, que custou 9.500 pesos na Jac Buses. Como tinha a manhã e parte da tarde livres, aproveitei para ir até outras cidades da região na beira do lago. Peguei um micro em frente ao terminal onde comprei a passagem para Pucón e de lá fui para Llanquihue. A cidade tem uma linda orla, a costanera é bem conservada, com várias esculturas feitas em madeira. Passear por lá deixa você com uma paz indescritível. Na praça da cidade, peguei outro micro até Frutillar. Também na beira do lago, a cidade possui influências alemãs e é toda charmosa. Nessa cidade também está o Teatro del Lago. Um teatro construído parte sobre o lago. Nele é realizado o maior festival de música do Chile e, por isso, existem diversas obras de arte em forma de símbolos e órgãos musicais. A costaneira também é um encanto e bem legal ficar um tempo no píer apreciando a vista do lago e vulcão. Lá também há o famoso Kuchen, traduzido como a cuca. Lembra bem a cuca alemã que minha família faz no Rio Grande do Sul. Do sul ou não, vale a pena experimentar. Um lembrete, o pedaço vendido na cidade é enormeeee. Pode pedir para dividir. Depois de voltar a Puerto Varas e pegar a mochila, fui embarcar para Pucón. A viagem durou algumas horas. No caminho entrei em contato com algumas agências que encontrei no instagram e facebook para fazer a subida no vulcão Villarrica. A maioria dizia que não teria passeio, pois havia previsão de mudança no tempo. Entre as que fariam a subida, os preços variavam bastante. Fechei com uma por 75.000 pesos. Acertamos o preço e os horários, por mensagens. Cheguei em Pucon e fui correndo no mercado mais próximo, comprar agua e lanches para a aventura. DIA 07 – Subida no vulcão Villarrica Pra quem ainda não sabe este é o vulcão mais ativo do Chile. Sua última erupção foi em março de 2015. Porém, em setembro de 2018 (07 meses antes da viagem) a região estava em alerta de risco de erupção. Sim, eles controlam muito bem as possibilidades e elas continuam podendo ocorrer qualquer dia destes. Bem, imagina minha expectativa. A ansiedade era tanta que tive dificuldade até de dormir. Chegada a tão esperada hora, as 05 da manhã o guia Waldo foi me buscar no hostel, me levou até o local da agência para experimentar as botas e roupas que eu usaria. No valor do tour, estão inclusos todos os equipamentos necessários, calçados próprios e até casacos corta vento. Descobri que eu era a única turista que o Waldo acompanharia. De início fiquei meio desconfiada, mas ele foi explicando tudo e me deixando bem tranquila. No caminho até o vulcão, fui perguntada se preferia fazer todo o percurso a pé, ou poderia subir a primeira parte em teleférico. Escolhi poupar um pouquinho das pernas e usar o teleférico. Lá se foram mais 10.000 pesos. Enquanto esperávamos o teleférico abrir, outros grupos foram chegando. Grupos grandes, grupos pequenos. Cada um com seu guia acompanhando. O teleférico nos deixa na altura de 2.400 mts. A cratera do vulcão fica a 2.800 mts. Apenas 400 metros Carol... Só que não... com a inclinação da montanha, o terreno arenoso e o ar um pouco mais rarefeito, a subida precisa ser em zigue zague, em passos precisos e pequenos. Não vou mentir aqui, foi tenso, muito. Não sei quantas vezes pensei em desistir. Depois de alguns passos, a bota parecia pesar uns 40 quilos em cada pé. Deu pra perceber que meu preparo físico estava em igual ou menor que zero, né? Acho que tive muita sorte de ser apenas eu e o guia, pois ele me ajudou e muito nessa jornada. Na parte inicial do vulcão, como já falei o terreno é bem arenoso, parece uma enorme duna de cor cinza, então a cada pisada, precisava cravar a ponta da bota para não escorregar. Muitos metros acima, tem a parada para colocar os grampos na bota, pois viria a parte para andar no gelo. Então passos menores ainda, usando estaca em uma das mãos para a cada passo travar o pé e a mão. Nesse momento, bateu o arrependimento de porque não desisti antes. Toda vez que eu ia falar, ou dar uma paradinha para respirar o Waldo dizia, vamos continuar, pensa que você vai conseguir e assim eu seguia um pouco mais. Vou lembrar aqui novamente, a previsão era de chuva para a tarde, e a subida com pessoas em forma leva em torno de 5 hs. Então, tinha que ser tudo muito bem cronometrado e o Waldo não me deixava parar nem por 2 minutos, apenas nas definidas para todos (3 no total). Se ele via que eu ficava um pouco para trás, voltava e me puxava Depois de tudo isso, nossa última parada antes da cratera, para retirar os grampos, pois o terreno era o do vulcão novamente, achei que a pior parte tinha passado. Ah, quanta ingenuidade. Era escalada pura na rocha, fazendo força nos braços e pernas para achar um local onde segurar e colocar os pés. Mas o pior mesmo, era o vento, tão frio e tão forte que não conseguia respirar, faziam desequilibrar quando tava segurando com tudo, cortava a visão... nessa parte tive foi medo, achei mesmo que ia cair e já era. Mas não \o/, passei por esta parte também e finalmente chegamos na cratera. Gente, não há descrição para isso. O sentimento, a mistura de satisfação, alegria, superação. Façam, só digo isso. Vai ser difícil, vai. Se você achar que chegou no limite não precisa continuar, mas chegar lá em cima.... é surreal não tem outra palavra para descrever. Além de toda superação, você tem um visual incrível da cordilheira, do vale e, do vulcão em si. Ficamos uns minutos la, o cheiro de enxofre é fortíssimo. Algumas pessoas usam máscara, mas eu consegui suportar bem. Enquanto estava observando a fumaça saindo pelo buraco, vi umas faíscas de magma saindo. Foi SENSACIONAL. Segundo o Waldo, tinham uns 3 meses que a cratera estava naquela formação, uma pequena abertura e era raro ver o magma daquele jeito. Então, foi outro presente que recebi. Bom, a descida teve uma parte bem legal, fizemos de esquibunda, teve mais umas partes apavorantes, pois morro de medo de altura e no escorrega natural de gelo, algumas partes ficavam só precipício, tipo montanha russa antes da primeira descida. Mas depois de uns minutos o medo passa e fica só a adrenalina de escorregar no gelo em velocidade. Me senti quase os caras do Jamaica abaixo de zero (eu vi na sessão da tarde, tá) ;). Usei o app Relive que me informou que fiz a subida e descida em um total de 5hs e 53 minutos e andei 7.3km (o zigue zague, lembram?). Uma cerveja chilena depois, me despedi do guia e voltei para o hostel. Encontrei os dois ex companheiros de quarto de Puerto Varas me aguardando, pois tinham resolvido ir até Pucon J Agora novamente companheiros de quarto. Estávamos no hostel Pucontours Hostal. 3 noites em quarto quádruplo com banheiro privativo saíram por 28.400 pesos. Achei o hostel Ok. Muito boa localização, mas um pouco frio, sem ambientes propícios para conhecer outras pessoas, as áreas comuns não eram confortáveis e convidativas para sentar e conversar. Enfim, fomos almoçar/jantar por 10.800 pesos e, começou a chover L No centro da cidade há um local para informações turísticas. Nos atenderam muitíssimo bem, ofereceram até alguém em português e nos explicaram tudo que poderíamos fazer sem necessitar de excursões. Passadinha no mercado e voltamos para o hostel (eu para tomar muito dorflex e fazer curativo nos calos que a bota tinha me dado). DIA 08 – Ojos del Caburgua e Caburgua Com as dicas do escritório de informações turísticas, pegamos um micro até a parte mais próxima dos Ojos del Caburgua. Trata-se de um parque no rio Caburgua, com algumas cachoeiras, que formam os “ojos”. Para chegar lá, existem duas entradas, segundo nos informaram, a melhor seria a entrada do Cristo, pois essa daria na parte de baixo das cachoeiras. A outra somente visualiza a parte de cima delas, e estas entradas são separadas em 7km uma da outra. Assim, se você vai de micro como a gente (600 pesos), pede para o motorista, para descer nos ojos, na entrada do Cristo. Assim que descer do micro você vai entender, no lado da estrada tem um crucifixo. Desta estrada, tem sinalização do sentido a seguir. São 2km até a entrada do parque, que custa 1.000 pesos em baixa temporada. O parque é bem bonito e conservado. Tem área para piquenique, os caminhos para os mirantes são em deques de madeira bem mantidos. A cor da água é sensacional. Uma surpresa quando você vê as cachoeiras. Vale a pena. O dia nem estava muito lindo, meio nublado, e mesmo assim, valeu e muito a ida. Voltamos para a estrada e, como não sabíamos ao certo o horário dos micros, íamos continuar caminhando pela estrada mesmo até o Lago Caburgua, onde desagua o rio do mesmo nome. Porém, 5 minutos de caminhada e dois amigos pararam o carro e nos ofereceram carona. São apenas 4km, então em 5 minutos chegamos lá, agradecemos e fomos explorar as praias do lago. É difícil entender como a areia de uma praia para a outra muda de cor, estando lado a lado. Assim, mudam também os nomes: Playa Negra e Playa Blanca, rsrs. Criativos J Esse local é de uma paz fenomenal. A calmaria do lago, as areias extensas, as montanhas ao redor. Vale a pena uma caminhada por lá. Para voltar foi só esperar o micro para Pucon (1.000) e em 40 minutos estávamos na cidade. Tínhamos planejado ir a uma terma, já que a região também é famosa pelas suas aguas termais e existem diversas opções. Porém, depois de gastar um rim para subir o vulcão, eu achei melhor não ir. Assim, fomos passar na cidade mesmo. Lá tem o lago Villarrica, com vista para o vulcão. Também fomos no Monastério Santa Clara, construído no alto de um morro, onde se pode ver toda a cidade e o lago. O frio pedia um cafezinho e assim escolhemos uma das cafeterias mais famosas para conhecer. A café Cassis. Chegamos lá e a fome chegou também então tornou-se um jantar da tarde com café. Comemos pizza, sopa, tabua de carnes, doces e chocolate quente pra terminar com chave de ouro. Tudo maravilhoso e totalizou em 13.900 pesos para cada L. DIA 09 – Deslocamento para Concepción Esse sim foi o dia das despedidas finais. Cada um escolheu um roteiro diferente. Eu iria para Concepcion fazer uma visita muitíssimo rápida a um casal de chilenos que conheci aqui no Rio através do Couchsurfing. Para chegar até lá, paguei a passagem mais cara de ônibus (12.000), mas isso porque a cidade não é tão turística, então saindo de Pucon só tinha uma opção de ônibus. Cheguei a noite, então não vi muito da cidade. Fui apresentada a milhões de snacks típicos chilenos. Gente, não consigo parar de sonhar com as “Ramitas Evercrisp” melhor salgadinho da minha vida. Vocês precisam experimentar. Comprei um pacote de 750 gr que fiz durar um mês depois que voltei, mas a vontade era comer de uma vez só. Se tiver uma cerveja acompanhando, ficam perfeitas. DIA 10 – Concepción e retorno a Santiago Fui conhecer um pouco de Concepción. É bem jovial, foi a sede da primeira universidade federal fora de uma capital de província. O campus universitário é bonito, bem limpo e conservado. Foi lá que iniciaram os primeiros protestos denunciando a ditadura de Pinochet, entre os estudantes e, assim, muitas perseguições e mortes. No campus há diversos monumentos lembrando essa história Chilena. A comida, maravilhosa e a mais barata do Chile. Paguei o almoço de todos, ou seja, 3 pratos, por apenas 4.800 pesos. Depois disso, fui para o aeroporto embarcar de volta para Santiago. Este treche paguei 79,00 reais, com IOF e bagagem despachada. Chegando em Santiago, fui para o Hostel Boutique Merced 88. Paguei 28.000 em um quarto feminino quádruplo para duas noites, mas fiquei sozinha o tempo todo. Gostei muito do hostel, bem limpo, organizado. Café da manhã excelente. Com opção de ovos cozidos já prontos ou você pode pegar os ovos crus e prepara-los como preferir. Melhor localização impossível. Apenas 1 quadra e meia da estação Baquedano, em frente à praza de mesmo nome. Neste dia, fiquei no terraço do hostel conversando com alguns hospedes e jantei as ramitas DIA 11 – Um pouco de Santiago Conferi o calendário e fui até o Palacio La Moneda, onde acontece a troca de guarda. Todo mês muda, é bom checar no calendário. Em abril era nos dias pares e tive sorte de estar por lá. A troca de guarda dura um tempão. Cansei nos 30 minutos. De lá, fui a pé até a Plaza de armas, local onde se vê lado a lado construções modernas e antigas. De lá, fui para o Museu de artes modernas e saí no museu de Belas artes (os prédios são interligados). Saindo, fui direto para o Cerro Santa Lucia. Este, definitivamente vale a subidinha. É um oásis no meio da cidade, além de ser no alto, então no mirante você pode ver os prédios e a cordilheira ao fundo. Ao lado do cerro, fica a heladeria Emporio La Rosa, dizem que é o melhor sorvete de Santiago, não sei, pq não experimentei todos os outros, mas o de lá é muito bom mesmo. Continuando pela famosa calle Lastarria, cheia de restaurantes caros, voltei para a rua do hostel e, um pouco antes de chegar, avistei outra heladeria la Rosa. Fui conferir se lá havia um prato chamado Porotos Granados, recomendado pelo meu amigo chileno. E não é que la eles faziam? Fiz meu pedido e recebi um bowl com um ensopado de grãos delicioso. Vale a pena experimentar. Lá custou 8.900 com bebida. Chegando no hostel descansei um pouco e mais tarde fui em direção ao cerro San Cristobal. Apenas algumas quadras de onde eu tava. Subi no cerro de funicular e desci com teleférico, no outro lado, os tickets custaram 3.550. Há opções de descer a pé, descer no funicular, ir de teleférico só até uma parte... enfim, várias formas de subir e descer. Como voltaria no entardecer, achei que seria legal ver o pôr do sol do teleférico. Foi lindo J DIA 12 – Retorno Transfer para o aeroporto e volta para o BR L Acho que algumas partes ficaram muito detalhadas, tenho dificuldades em ser objetiva, mas espero que ajude quem está indo para lá, de alguma forma . Abraços e qualquer dúvida estou por aqui, ou tb no insta: @Carol.Ribeir0_ Seu relato ficou perfeito! Vai me ajudar muito no planejamento da viagem à região dos Lagos. Obrigada!! P.S. Queria ver suas fotos Citar
Membros renanlouchard Postado Agosto 12, 2022 Membros Postado Agosto 12, 2022 Em 01/06/2019 em 00:26, CarolRib disse: Oi pessoal, tudo bem? Minha primeira contribuição aqui. Fico sempre querendo escrever depois de alguma viagem, mas acabo deixando passar o tempo e nunca faço. Como utilizo e muito da ajuda de vocês através dos relatos, achei que estava na hora de colaborar também na esperança de ajudar outro viajante . Minha viagem foi em abril/2019, bem recente ainda. Minha rota foi a seguinte: Dia 01 - Vinã e Valparaíso; Dia 02 - Deslocamento até a Isla de Chiloé; Dia 03 - Isla; Dia 04 - Isla e retorno até Puerto Varas; Dia 05 - Puerto Varas; Dia 06 - Região Puerto Varas e deslocamento até Pucon; Dia 07 - Pucón; Dia 08 - Pucón; Dia 09 - Pucón e deslocamento para Concepción; Dia 10 - Concepcion e deslocamento para Santiago; Dia 11 - Santiago; Dia 12 - Santiago e retorno Brasil. Dia 01 - Chegada em Santiago, Viña del Mar e Valparaíso: Cheguei em Santiago as 2:30 da madrugada. Eu já havia pesquisado sobre transfers do aeroporto e sabia que existiam duas empresas de ônibus que fazem o percurso aeroporto x centro da cidade 24hs. Bem, no site das empresas (Turbus e Centropuerto) há todas as estações de parada que fazem. Escolhi um hostel que ficava próximo de uma das estações. Fiquei no Happy House Hostel, perto do Metrô, estação Los Heroes, paguei 28.000 pesos em quarto misto de 12 camas. Tem piscina e bar (que não estava funcionando ). Achei muito barulhento, todas as camas faziam ruídos e o próprio piso de madeira acordava todo mundo no quarto. Cada trecho no transfer de ônibus está por 1.900 pesos, ou 3.500 ida e volta. Vi operadoras de turismo cobrando 7.000 cada trecho e os executivos do aeroporto cobram 10.000, então acho que já foi uma economia e tanto. Depois do café da manhã, incluso no hostel, fui procurar lugar para fazer câmbio. Era sábado, não tinha lojas abertas e a recepcionista me indicou onde haviam bancos, só que esqueceu de me dizer que os caixas eletrônicos não funcionam. Depois de tentar 3 bancos, nenhum com caixa aberto, pedi ajuda para um gari, e ele me disse que tinha caixa eletrônico dentro da estação do Metrô. Saquei uma graninha e ali mesmo já comprei o cartão do metrô e uma carga, o valor foi de 1.550 pesos pelo cartão (tarjeta bip) e 4.000 pesos para passagens. De metrô, fui até a estação Pajaritos. Eu já tinha comprado on line passagens para Viña del Mar pela Turbus, por 2.300 pesos. Baratíssimo (12 reais com IOF). O problema é que perdi tempo procurando os tais bancos e perdi o ônibus. Precisei comprar nova passagem e esta no balcão, saiu por 6.300 pesos. Chegando em Viña, fiz tudo caminhando, em uma manhã. Fui do terminal rodoviário até o Teatro Municipal, depois ao Palacio Rioja (vale uma volta pelos jardins e pelo casarão), tudo grátis. Continuei até chegar ao Cassino (na praia) e fui caminhando pela orla ate o Castillo Wulff (também gratis e vale a pena entrar). De lá fui ao famoso Relógio das Flores e voltei para o parque Quinta Vergara, onde há jardins, um palácio e ao lado fica a estação de metrô Viña del Mar. Paguei 2.100 pelo cartão + tarifa da viagem. Desta estação, fui de metrô até a última estação em Valparaíso, a estación Puerto. Como o nome diz, é do lado do Porto. Caminhei até o ascensor Artilleria, uma espécie de elevador que leva até a parte mais alta da cidade (existem vários por lá). Alguns são gratuitos, neste, paguei 300 pesos. Lá de cima tem um mirante bonito, onde se pode ver toda a área portuária, inclusive o carregamento de navios. O mirante fica ao lado do Museu Naval, mas não entrei nele. Desci para o centro da cidade a pé, por umas casinhas e ruazinhas pequenas, com diversos grafites interessantes. Chegando no nível baixo, almocei na rua Bustamente, tem varios restaurantes não muito bonitos, mas com pratos apetitosos e muito baratos (paguei 4.500 num prato com entrada, principal e sobremesa). De lá peguei um micro onibus daqueles antigos, o 612, que me levou até a La sebastiana (casa do Pablo Neruda) por apenas 370 pesos. A casa tem um mirante na frente e para entrar nas dependências tem um custo de 7.000 pesos. Depois dessa visita, desci novamente através do Museo a Cielo Abierto, região onde há mais grafites. Fui até a Catedral, parei num barzinho pra beber uma cerveja aproveitando o pôr do sol e, quando meus pés não aguentavam mais, fui para o terminal de ônibus. Assim como a ida, tinha comprado a passagem pela internet por 2.300 pesos, porém comprei para mais tarde, achando que ficaria mais tempo por lá. Comprei uma nova para o horário mais próximo e paguei a diferença 3.300 pesos. A moça que me atendeu, muito simpática, me mostrou a tela do sistema dela, onde os preços variavam e conforme mais próximo do horário de saída, mais caros. Fica o aviso... Chegando em Santiago voltei ao hostel por metrô, com a passagem inclusa no cartão comprado pela manhã. Entre água e alguns biscoitos, gastei mais uns 3500 pesos nesse dia. Dia 02 - Deslocamento à Isla de Chiloé (região dos lagos, sul do Chile): Meu voo era as 10 da manhã, fui até o aeroporto com o transfer que já estava pago (só apresentar o canhoto). Para ir à Ilha, o aeroporto mais próximo é o de Puerto Montt. O voo com a JetSmart (lowcost chilena) custou 25 dólares, somente ida, mas com bagagem despachada. Lembre-se que lá não há bagagem de mão gratuita, você só pode carregar um item de 35x25cm, ou seja, minúsculo. A bagagem de mão deve ter as mesmas medidas que aqui do BR e pesar até 8kg. Como o preço da bagagem de mão e da despachada é o mesmo, achei melhor despachar, pelo peso. Chegando em Puerto Montt, tem transfer na porta do aeroporto indo direto para o terminal de ônibus, custa apenas 2.500 pesos. Transfer de carro estava por 15.000. Lá no terminal de ônibus comprei minha passagem para Castro, capital da Isla Chiloé, por 6.500 pesos na Cruz del Sur. Deixei minha mochila no guarda equipaje e fui caminhar pela orla, simpática, da cidade. Fui até o mercado do peixe, onde tem alguns restaurantes, e almocei lá por 4.100 pesos, com bebida. Voltei ao terminal, entrei no ônibus e curti (só que não) a viagem interminável de 6horas. Para chegar na ilha tem que usar uma balsa, já inclusa no preço da passagem. Durante a travessia é possível descer do ônibus e curtir o visual do mar do alto da balsa. Mais tarde descobri, o ônibus que peguei não era o melhor, já que parava em todos os povoados ou pra qualquer um que fizesse sinal na estrada. Ou seja, não era direto, por isso a demora. Enfim, cheguei a Castro 🏼. A Isla de Chiloé, além das paisagens naturais é conhecida também pelas Igrejas, construídas pelos jesuítas a partir de 1600 em madeira. Hoje já existem 16 delas tombadas pela UNESCO. Já na chegada vc encontra a Catedral de Castro, toda em amarelo (uma cor diferente para igrejas católicas) e encantadora. Castro também é conhecida pelos palafitos, casas de madeira à beira da água, em palafitas, pintadas em cores vibrantes, totalmente coloridas. Depois de umas comprinhas no mercado (Jantar, café e lanche - 11.500 pesos) fui para o hostel. Lá, fiquei no Hospedaje Costanera. Pequeno, aconchegante e o dono super atencioso, custou 16.000 duas noites em quarto compartilhado (triplo), porém só havia eu e mais um casa no hostel, assim, fiquei com o quarto somente para mim. Aliás, descobri que essa época na ilha é super baixa temporada, então, quase nada de turistas. DIA 03 - Muelle de las Almas: Aqui tenho uma confissão, escolhi Chiloé por causa do muelle. Adoro locais da natureza e tinha visto algumas fotos, queria muito conhecer esse local. Este Muelle é na realidade um Pier, construído por um artista chileno, que transformou em arte (um pedaço de madeira) uma lenda indígena local. Diz a lenda, que as almas que morriam, deviam chegar até aquela parte elevada da montanha esperar pelo barco que levava-os para o outro lado, pagando com uma pedra o transporte. Assim, o artista construiu um pier com algumas pedras cravadas, mas estas infelizmente já foram arrancadas por arruaceiros (não podem ser turistas 🤨). Pra chegar lá, não é muito fácil, mas é bem mais fácil do que dizem em muitos blogs. Primeiro, eu só achava recomendações pra ir de carro ou com excursões. Tentei comprar por lá, mas por ser baixa temporada, não haviam tours. Um guia muito gente boa me respondeu no whats e me indicou como ir de ônibus. Pela manhã, cheguei no terminal de buses da cidade (minúsculo por sinal) e la achei a empresa que faz o Muelle (tem cartaz bem grande). Começando as 9:15, tem microonibus saindo de hora em hora. Este micro, leva apenas até a entrada do Parque Nacional Chiloé, lá, precisa pegar outro micro. Mas não precisa se preocupar, os horários são coincidentes para que haja tempo hábil da sua chegada na entrada do parque até a saída do ônibus que vai até o Muelle. Aqui, uma dica : a espera entre os ônibus é de 30 minutos. Eu que sentei na frente do micro, ao lado do motorista, fiz amizade com ele, e, ao chegar na porta do parque, me avisou que o micro iria até um ponto mais a frente e retornaria. Deste ponto eu poderia visitar a praia, antes dele retornar. Tudo isso nos exatos 30 minutos de espera do próximo. Fui, claro. Aproveitei e vi uma praia deserta no Pacifico. Muita areia, muito vento. Adorei a oportunidade. Foi corrido, pq o tempo só tinha 10 minutos na praia, mas valeu cada segundo, ainda mais sabendo que eu era a única com aquela experiência, pelo menos naquele momento. Voltei para o micro, meu amigo me deixou na porta do Parque, que aliás tem um restaurante e banheiros, que eu recomendo usar aí... Quando o outro micro chegou, eu e os demais 5 turistas fomos levados até o outro lado do parque, pagamos a entrada 1.000 pesos (preço de baixa temporada) e seguimos mais um pouco no micro. Ele nos deixa bem na entrada da trilha. A trilha é bem fácil, linda por todo o caminho. Parando para tirar muitas fotos e admirar tudo, levei 40 minutos. Quando cheguei haviam no máximo 15 pessoas pelo local. Vi fotos e relatos na internet que na alta temporada chegam a levar 2 horas de fila para uma foto no pier. Então não recomendo essa época. Porém, em abril, chove a qualquer hora, de um minuto para o outro, é frio e venta pra carambaaaa. Agradeci muito por estar com minha corta vento 🥶. Um calçado mais apropriado para trilha também é indicado, apesar de não ser essencial. Parei por lá, apreciando o visual incrível de montanha e Oceano Pacífico e fiz um piquenique por ali mesmo. Foi sensacional. Na volta, fiz o mesmo, peguei o micro, que me deixou na entrada do parque, em frente ao restaurante, onde experimentei uma sopaipilla (parece um bolinho de chuva) com chocolate quente, tudo por 3.000 pesos. O outro micro chegou e 1hr depois estava de volta a Castro \o/. Tudo isso e o gasto em transporte foi de apenas 7.000 pesos. Nessa noite fui experimentar o curanto. Prato típico de Chiloé. Gente, que comida MARAVILHOSA. Trata-se de um ensopado de ostras, com outras carnes (frango, porco, carneiro), que fica fervendo por horas, junto com muitos vegetais. Sério, descrevendo não parece tão gostoso, mas é. Vai por mim . Eu nunca tinha comido ostras na minha vida e sou meio fiasquenta com legumes. Mas era tipico né, então tinha que provar. Ainda bem que fiz. Bom, como não sabia como comer, quando o prato gigante veio parar na minha frente, perguntei para o garçom, um senhor, chamado Alberto me mostrou como abrir as ostras, comer, lavar os dedinhos com limão e água do bowl da mesa. Tudo isso, mais um vinho indicado por ele, sairam por 11.200 pesos. Achei justos por tudo que comi, aliás, não consegui comer tudo . Quando terminei, o Alberto, super simpático, perguntou de onde eu era, e, assim começou uma conversa de mais de uma hora (o restaurante estava vazio, baixa temporada, lembra?). Ele me contou sua paixão pelo Rio de Janeiro, que havia trabalhado quando jovem no Copacabana Palace (será verdade???), perguntou sobre varias ruas do bairro e outros locais que frequentava quando morou no BR e tals. Me deu o telefone dele e pediu para avisar quando chegasse no hostel, afinal, "a cidade é segura, mas alguém de fora andar por aí, sozinha a noite, pode ser perigoso". Achei bem simpático da parte dele. Como não liguei, veio mensagem no meu telefone, "chegou bem? Estou preocupado." Desde então, vira e mexe tem uma mensagem de, como foi sua viagem, por onde você está passeando hoje? Acho que fiz mais uma amigo pelo mundão 🤩. O restaurante se chama Octávio. Fica na orla, como um palafito mais chiquetoso (da rua não da para ver a palafita). DIA 04 - Um pouco mais da Ilha e deslocamento até Puerto Varas Neste dia, levantei cedinho e fui fazer um tour para conhecer algumas das demais igrejas tombadas pela Unesco. No terminal de buses comprei a passagem para voltar a Puerto Montt e aí mesmo peguei um micro até Achao. Nos micros você paga direto para o motorista, diz onde vai, ele informa o preço. Dei uma volta pela cidade de Achao (literalmente, volta de 15 minutos e acabou) depois fui para Curaco, mesma coisa, outro micro para Dalcahue. Nessa última, além da praça com a igreja, tem também uma feirinha com artesanato local, numa edificação bem peculiar. Infelizmente todas as igrejas estavam fechadas . Tirei fotos das fachadas apenas. Comprei uma lembrancinha e voltei para Castro. Todos estes percursos em micros, custaram 4.200 pesos. Almocei num restaurante excelente, o Q'ili Restobar, por 4.000 pesos o conjunto entrada, principal e sobremesa. Lá em Castro a igreja estava aberta (aleluias) e entrei. Muito lindo e tão diferente daquela visão que estamos acostumados. A madeira brilhando tem um efeito sensacional. Chegando a hora do ônibus peguei minha mochila no hostel e embarquei para Puerto Montt. Essa outra empresa, a buses ETM foi com onibus bem mais confortável e viagem direta, sem paradas. O valor foi de 6.500 pesos, o mesmo da outra, entao vale mais a pena. A barca onde esse onibus faz a travessia também é diferente. A Cruz del Sur possui a frota de ônibus e barca, portanto é propria. Já a ETM viaja na barca do governo. Maior, um café na parte de dentro e mais legal para fotos 🤩. Do terminal de Puerto Montt peguei mais um micro (saem a todo minuto) para Puerto Varas. Foram 900 pesos, desembarquei na quadra do hostel que fiquei. Fiquei no MaPatagonia Hostel, super, hiper, mega recomendado. Excelente. Aconchegante, recepcionistas atenciosos. Limpo, já falei aconchegante??? Enfim, gostaria que todos os hostels do mundo fossem como esse. Foram 16.800 pesos para duas noites em quarto quadruplo misto com banheiro compartilhado. Conheci outra brasileira e um colombiano que estavam no mesmo quarto e fomos jantar num restaurante que nós tres recebemos recomendações para ir: Mesa Tropera. Pizzaria, restaurante italiano, vinho e cervejas de fabricação própria. Excelente ambiente, e localização ótima. Dividimos nossos gastos e a conta fechou em 5.500 pesos para mim (pizza excelente e a cerveja tb, rsrs). DIA 05 - Saltos del Petrohue e Volcán Osorno A brasileira que conheci já tinha fechado dois dias de tour pela região com uma empresa, então, eu e o Colombiano colamos nela, negociamos um precinho melhor com a agência aproveitamos o dia. Foi meu primeiro tour particular da viagem. Confesso que foi um alívio não precisar pensar em tudo . Como de costume, nos pegaram no hostel, por volta das 10hs. O dia tava totalmente nublado (nada animador em viagem pra apreciar natureza, mas é o que temos, nós vamos né). Uns 30 minutos depois, nossa primeira parada, um local com vista para o vulcão. Só que não víamos nada por conta do tempo nublado. Tinha que adivinhar para que lado ele estava . Mais uns quilômetros e paramos nos saltos do Petrohue. Entrada 4.500 pesos. Os saltos na verdade são caminhos feitos pela lava vulcânica que escorreu em erupções anteriores, fazendo com que algumas crateras ficassem aparecendo. A cor da água, as rochas e estas crateras fazem um efeito maravilhoso, tudo muito lindo. Mais ainda com os raios do sol, que estavam começando a aparecer, batendo na água. Perfeição. Uma hora depois e já conseguíamos ver a ponta do vulcão, êêê 🏼. Depois, o guia perguntou quem queria dar uma volta de barco pelo lago. Segundo ele, até chegarmos lá, o tempo estaria aberto. Todos toparam e não é que ele acertou? 40 minutos de volta no lago, 5.000 pesos, e um visual lindo. Depois disso, fomos almoçar. Dica, leve seu lanche se estiver na base econômica. Não tem opções na estrada, é onde o guia resolve parar e provavelmente onde ele tenha convênio com o restaurante pra levar os turistas. Eu, desavisada, tava com uma fome do tamanho do Maracanã, acabei almoçando. Simples, nada de mais, sem bebida, um Salmão com purê de batatas: 11.000 pesos . Metade do rim cortado pra pagar a conta, partimos para a atração principal do roteiro, o vulcão Osorno . Ainda não é época de neve, então ele só está branquinho na ponta, bem em cima. Mas nem por isso menos impressionante. Para subir no teleférico do vulcão, há duas opções. Um percurso, 12.000 pesos, ou dois percursos por 16.000 pesos. Compramos o percurso completo. A primeira parte vai até 1.450 metros e a segunda até 1.700 metros. Meu conselho: comprar os dois percursos. A parte da primeira parada não tem nem muito espaço para caminhar ao redor. Já a segunda é bem melhor. Se vc vai em época de neve, não esquece de óculos escuros. Depois de centenas de milhares de fotos, voltamos apreciando o visual do vale enquanto descíamos no teleférico, aproveitando para agradecer essa chance de vermos algo assim, tão perfeito . Todo esse passeio pela agência foi a um custo de 25.000 pesos. Depois de todo esse gasto, fomos ao mercado, garantir a janta e o café da manhã seguinte. Total de 4.900 pesos. DIA 06 – Região de Puerto Varas e deslocamento a Pucón O dia começou com despedidas do trio formado duas noites antes. Eu decidi adiantar em um dia a viagem a Pucon, já que a previsão era de chuva para os outros dias. Carol, minha xará, iria para Chiloé no dia seguinte e Jorge iria para Santiago, depois Atacama. Assim, os dois foram fazer mais um tour na região de Puerto Varas e eu fui comprar a passagem, que custou 9.500 pesos na Jac Buses. Como tinha a manhã e parte da tarde livres, aproveitei para ir até outras cidades da região na beira do lago. Peguei um micro em frente ao terminal onde comprei a passagem para Pucón e de lá fui para Llanquihue. A cidade tem uma linda orla, a costanera é bem conservada, com várias esculturas feitas em madeira. Passear por lá deixa você com uma paz indescritível. Na praça da cidade, peguei outro micro até Frutillar. Também na beira do lago, a cidade possui influências alemãs e é toda charmosa. Nessa cidade também está o Teatro del Lago. Um teatro construído parte sobre o lago. Nele é realizado o maior festival de música do Chile e, por isso, existem diversas obras de arte em forma de símbolos e órgãos musicais. A costaneira também é um encanto e bem legal ficar um tempo no píer apreciando a vista do lago e vulcão. Lá também há o famoso Kuchen, traduzido como a cuca. Lembra bem a cuca alemã que minha família faz no Rio Grande do Sul. Do sul ou não, vale a pena experimentar. Um lembrete, o pedaço vendido na cidade é enormeeee. Pode pedir para dividir. Depois de voltar a Puerto Varas e pegar a mochila, fui embarcar para Pucón. A viagem durou algumas horas. No caminho entrei em contato com algumas agências que encontrei no instagram e facebook para fazer a subida no vulcão Villarrica. A maioria dizia que não teria passeio, pois havia previsão de mudança no tempo. Entre as que fariam a subida, os preços variavam bastante. Fechei com uma por 75.000 pesos. Acertamos o preço e os horários, por mensagens. Cheguei em Pucon e fui correndo no mercado mais próximo, comprar agua e lanches para a aventura. DIA 07 – Subida no vulcão Villarrica Pra quem ainda não sabe este é o vulcão mais ativo do Chile. Sua última erupção foi em março de 2015. Porém, em setembro de 2018 (07 meses antes da viagem) a região estava em alerta de risco de erupção. Sim, eles controlam muito bem as possibilidades e elas continuam podendo ocorrer qualquer dia destes. Bem, imagina minha expectativa. A ansiedade era tanta que tive dificuldade até de dormir. Chegada a tão esperada hora, as 05 da manhã o guia Waldo foi me buscar no hostel, me levou até o local da agência para experimentar as botas e roupas que eu usaria. No valor do tour, estão inclusos todos os equipamentos necessários, calçados próprios e até casacos corta vento. Descobri que eu era a única turista que o Waldo acompanharia. De início fiquei meio desconfiada, mas ele foi explicando tudo e me deixando bem tranquila. No caminho até o vulcão, fui perguntada se preferia fazer todo o percurso a pé, ou poderia subir a primeira parte em teleférico. Escolhi poupar um pouquinho das pernas e usar o teleférico. Lá se foram mais 10.000 pesos. Enquanto esperávamos o teleférico abrir, outros grupos foram chegando. Grupos grandes, grupos pequenos. Cada um com seu guia acompanhando. O teleférico nos deixa na altura de 2.400 mts. A cratera do vulcão fica a 2.800 mts. Apenas 400 metros Carol... Só que não... com a inclinação da montanha, o terreno arenoso e o ar um pouco mais rarefeito, a subida precisa ser em zigue zague, em passos precisos e pequenos. Não vou mentir aqui, foi tenso, muito. Não sei quantas vezes pensei em desistir. Depois de alguns passos, a bota parecia pesar uns 40 quilos em cada pé. Deu pra perceber que meu preparo físico estava em igual ou menor que zero, né? Acho que tive muita sorte de ser apenas eu e o guia, pois ele me ajudou e muito nessa jornada. Na parte inicial do vulcão, como já falei o terreno é bem arenoso, parece uma enorme duna de cor cinza, então a cada pisada, precisava cravar a ponta da bota para não escorregar. Muitos metros acima, tem a parada para colocar os grampos na bota, pois viria a parte para andar no gelo. Então passos menores ainda, usando estaca em uma das mãos para a cada passo travar o pé e a mão. Nesse momento, bateu o arrependimento de porque não desisti antes. Toda vez que eu ia falar, ou dar uma paradinha para respirar o Waldo dizia, vamos continuar, pensa que você vai conseguir e assim eu seguia um pouco mais. Vou lembrar aqui novamente, a previsão era de chuva para a tarde, e a subida com pessoas em forma leva em torno de 5 hs. Então, tinha que ser tudo muito bem cronometrado e o Waldo não me deixava parar nem por 2 minutos, apenas nas definidas para todos (3 no total). Se ele via que eu ficava um pouco para trás, voltava e me puxava Depois de tudo isso, nossa última parada antes da cratera, para retirar os grampos, pois o terreno era o do vulcão novamente, achei que a pior parte tinha passado. Ah, quanta ingenuidade. Era escalada pura na rocha, fazendo força nos braços e pernas para achar um local onde segurar e colocar os pés. Mas o pior mesmo, era o vento, tão frio e tão forte que não conseguia respirar, faziam desequilibrar quando tava segurando com tudo, cortava a visão... nessa parte tive foi medo, achei mesmo que ia cair e já era. Mas não \o/, passei por esta parte também e finalmente chegamos na cratera. Gente, não há descrição para isso. O sentimento, a mistura de satisfação, alegria, superação. Façam, só digo isso. Vai ser difícil, vai. Se você achar que chegou no limite não precisa continuar, mas chegar lá em cima.... é surreal não tem outra palavra para descrever. Além de toda superação, você tem um visual incrível da cordilheira, do vale e, do vulcão em si. Ficamos uns minutos la, o cheiro de enxofre é fortíssimo. Algumas pessoas usam máscara, mas eu consegui suportar bem. Enquanto estava observando a fumaça saindo pelo buraco, vi umas faíscas de magma saindo. Foi SENSACIONAL. Segundo o Waldo, tinham uns 3 meses que a cratera estava naquela formação, uma pequena abertura e era raro ver o magma daquele jeito. Então, foi outro presente que recebi. Bom, a descida teve uma parte bem legal, fizemos de esquibunda, teve mais umas partes apavorantes, pois morro de medo de altura e no escorrega natural de gelo, algumas partes ficavam só precipício, tipo montanha russa antes da primeira descida. Mas depois de uns minutos o medo passa e fica só a adrenalina de escorregar no gelo em velocidade. Me senti quase os caras do Jamaica abaixo de zero (eu vi na sessão da tarde, tá) ;). Usei o app Relive que me informou que fiz a subida e descida em um total de 5hs e 53 minutos e andei 7.3km (o zigue zague, lembram?). Uma cerveja chilena depois, me despedi do guia e voltei para o hostel. Encontrei os dois ex companheiros de quarto de Puerto Varas me aguardando, pois tinham resolvido ir até Pucon J Agora novamente companheiros de quarto. Estávamos no hostel Pucontours Hostal. 3 noites em quarto quádruplo com banheiro privativo saíram por 28.400 pesos. Achei o hostel Ok. Muito boa localização, mas um pouco frio, sem ambientes propícios para conhecer outras pessoas, as áreas comuns não eram confortáveis e convidativas para sentar e conversar. Enfim, fomos almoçar/jantar por 10.800 pesos e, começou a chover L No centro da cidade há um local para informações turísticas. Nos atenderam muitíssimo bem, ofereceram até alguém em português e nos explicaram tudo que poderíamos fazer sem necessitar de excursões. Passadinha no mercado e voltamos para o hostel (eu para tomar muito dorflex e fazer curativo nos calos que a bota tinha me dado). DIA 08 – Ojos del Caburgua e Caburgua Com as dicas do escritório de informações turísticas, pegamos um micro até a parte mais próxima dos Ojos del Caburgua. Trata-se de um parque no rio Caburgua, com algumas cachoeiras, que formam os “ojos”. Para chegar lá, existem duas entradas, segundo nos informaram, a melhor seria a entrada do Cristo, pois essa daria na parte de baixo das cachoeiras. A outra somente visualiza a parte de cima delas, e estas entradas são separadas em 7km uma da outra. Assim, se você vai de micro como a gente (600 pesos), pede para o motorista, para descer nos ojos, na entrada do Cristo. Assim que descer do micro você vai entender, no lado da estrada tem um crucifixo. Desta estrada, tem sinalização do sentido a seguir. São 2km até a entrada do parque, que custa 1.000 pesos em baixa temporada. O parque é bem bonito e conservado. Tem área para piquenique, os caminhos para os mirantes são em deques de madeira bem mantidos. A cor da água é sensacional. Uma surpresa quando você vê as cachoeiras. Vale a pena. O dia nem estava muito lindo, meio nublado, e mesmo assim, valeu e muito a ida. Voltamos para a estrada e, como não sabíamos ao certo o horário dos micros, íamos continuar caminhando pela estrada mesmo até o Lago Caburgua, onde desagua o rio do mesmo nome. Porém, 5 minutos de caminhada e dois amigos pararam o carro e nos ofereceram carona. São apenas 4km, então em 5 minutos chegamos lá, agradecemos e fomos explorar as praias do lago. É difícil entender como a areia de uma praia para a outra muda de cor, estando lado a lado. Assim, mudam também os nomes: Playa Negra e Playa Blanca, rsrs. Criativos J Esse local é de uma paz fenomenal. A calmaria do lago, as areias extensas, as montanhas ao redor. Vale a pena uma caminhada por lá. Para voltar foi só esperar o micro para Pucon (1.000) e em 40 minutos estávamos na cidade. Tínhamos planejado ir a uma terma, já que a região também é famosa pelas suas aguas termais e existem diversas opções. Porém, depois de gastar um rim para subir o vulcão, eu achei melhor não ir. Assim, fomos passar na cidade mesmo. Lá tem o lago Villarrica, com vista para o vulcão. Também fomos no Monastério Santa Clara, construído no alto de um morro, onde se pode ver toda a cidade e o lago. O frio pedia um cafezinho e assim escolhemos uma das cafeterias mais famosas para conhecer. A café Cassis. Chegamos lá e a fome chegou também então tornou-se um jantar da tarde com café. Comemos pizza, sopa, tabua de carnes, doces e chocolate quente pra terminar com chave de ouro. Tudo maravilhoso e totalizou em 13.900 pesos para cada L. DIA 09 – Deslocamento para Concepción Esse sim foi o dia das despedidas finais. Cada um escolheu um roteiro diferente. Eu iria para Concepcion fazer uma visita muitíssimo rápida a um casal de chilenos que conheci aqui no Rio através do Couchsurfing. Para chegar até lá, paguei a passagem mais cara de ônibus (12.000), mas isso porque a cidade não é tão turística, então saindo de Pucon só tinha uma opção de ônibus. Cheguei a noite, então não vi muito da cidade. Fui apresentada a milhões de snacks típicos chilenos. Gente, não consigo parar de sonhar com as “Ramitas Evercrisp” melhor salgadinho da minha vida. Vocês precisam experimentar. Comprei um pacote de 750 gr que fiz durar um mês depois que voltei, mas a vontade era comer de uma vez só. Se tiver uma cerveja acompanhando, ficam perfeitas. DIA 10 – Concepción e retorno a Santiago Fui conhecer um pouco de Concepción. É bem jovial, foi a sede da primeira universidade federal fora de uma capital de província. O campus universitário é bonito, bem limpo e conservado. Foi lá que iniciaram os primeiros protestos denunciando a ditadura de Pinochet, entre os estudantes e, assim, muitas perseguições e mortes. No campus há diversos monumentos lembrando essa história Chilena. A comida, maravilhosa e a mais barata do Chile. Paguei o almoço de todos, ou seja, 3 pratos, por apenas 4.800 pesos. Depois disso, fui para o aeroporto embarcar de volta para Santiago. Este treche paguei 79,00 reais, com IOF e bagagem despachada. Chegando em Santiago, fui para o Hostel Boutique Merced 88. Paguei 28.000 em um quarto feminino quádruplo para duas noites, mas fiquei sozinha o tempo todo. Gostei muito do hostel, bem limpo, organizado. Café da manhã excelente. Com opção de ovos cozidos já prontos ou você pode pegar os ovos crus e prepara-los como preferir. Melhor localização impossível. Apenas 1 quadra e meia da estação Baquedano, em frente à praza de mesmo nome. Neste dia, fiquei no terraço do hostel conversando com alguns hospedes e jantei as ramitas DIA 11 – Um pouco de Santiago Conferi o calendário e fui até o Palacio La Moneda, onde acontece a troca de guarda. Todo mês muda, é bom checar no calendário. Em abril era nos dias pares e tive sorte de estar por lá. A troca de guarda dura um tempão. Cansei nos 30 minutos. De lá, fui a pé até a Plaza de armas, local onde se vê lado a lado construções modernas e antigas. De lá, fui para o Museu de artes modernas e saí no museu de Belas artes (os prédios são interligados). Saindo, fui direto para o Cerro Santa Lucia. Este, definitivamente vale a subidinha. É um oásis no meio da cidade, além de ser no alto, então no mirante você pode ver os prédios e a cordilheira ao fundo. Ao lado do cerro, fica a heladeria Emporio La Rosa, dizem que é o melhor sorvete de Santiago, não sei, pq não experimentei todos os outros, mas o de lá é muito bom mesmo. Continuando pela famosa calle Lastarria, cheia de restaurantes caros, voltei para a rua do hostel e, um pouco antes de chegar, avistei outra heladeria la Rosa. Fui conferir se lá havia um prato chamado Porotos Granados, recomendado pelo meu amigo chileno. E não é que la eles faziam? Fiz meu pedido e recebi um bowl com um ensopado de grãos delicioso. Vale a pena experimentar. Lá custou 8.900 com bebida. Chegando no hostel descansei um pouco e mais tarde fui em direção ao cerro San Cristobal. Apenas algumas quadras de onde eu tava. Subi no cerro de funicular e desci com teleférico, no outro lado, os tickets custaram 3.550. Há opções de descer a pé, descer no funicular, ir de teleférico só até uma parte... enfim, várias formas de subir e descer. Como voltaria no entardecer, achei que seria legal ver o pôr do sol do teleférico. Foi lindo J DIA 12 – Retorno Transfer para o aeroporto e volta para o BR L Acho que algumas partes ficaram muito detalhadas, tenho dificuldades em ser objetiva, mas espero que ajude quem está indo para lá, de alguma forma . Abraços e qualquer dúvida estou por aqui, ou tb no insta: @Carol.Ribeir0_ Adorei o relato, parabéns! Vc lembra o nome da agência de pucon? Citar
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