Colaboradores digoabordo Postado Novembro 1, 2010 Colaboradores Postado Novembro 1, 2010 Obs: Mesmo Relato com fotos e vídeos em http://digoabordo.blogspot.com/2010/10/espanha-costa-da-morte.html Vocês me conhecem: eu me aventuro onde os anjos receiam pisar. A próxima parada é a Costa da Morte, na Espanha. Tem esse nome por que lá acontecem muitos naufrágios ao longo de sua costa perigosamente rochosa, somada as inúmeras tempestades que avassalam a região. Marinheiros desavisados rapidamente são destruídos. A Costa da Morte é parte da costa da Galícia, que fica na região Noroeste da Espanha, banhada pelo Oceano Atlântico. Começa em La Coruña, onde morei e que ganhará post exclusivo futuramente, e termina em Fisterra. Nossa ideia era fazer um bate e volta no mesmo dia. Para conhecer todas as praias da Costa da Morte seriam necessários uns 3 a 4 dias. Começamos nosso trajeto em la Coruña e de lá, com uma minivan alugada, partimos rumo ao nosso primeiro ponto: Playa de Razo. Um point dos surfistas. Eu estava com uma saudade tão grande das praias cariocas que, mesmo com um frio da porra, me aventurei a dar um mergulho. Dos 8, fui o único corajoso! No caminho para Malpica, nossa próxima parada, passamos por praias intocadas! Malpica é uma cidade bem pequena, mas bem aconchegante. De Malpica partimos para Cabo Santo Hadrián e Islas Sisargas. Ainda pudemos conhecer Laxe, com seus moinhos de energia eólica e sua areia repleta de algas. Depois, fora do nosso roteiro original, avistamos uma praia maravilhosa e fomos lá para conhecer. Playa Trece, uma das praias mais bonitas que já vi na minha vida, somente atrás de uma em Portugal, que brevemente aparecerá aqui. O mais interessante de todos esses lugares é que a maioria ainda é totalmente preservado e inabitado. Pelo menos foi essa sensação que tive. Como fomos ainda na primavera européia, pode ser que a falta de seres humanos nas praias se justifique. Vai saber. Nosso ponto final era Fisterra. Seu nome deriva da lenda romana que acreditava que ali, por ser o ponto mais oeste da Europa, era o fim do mundo, ou Finis-terrae. A região foi cristianizada pela Igreja Católica, e não é a toa que ali é ponto de encontro de milhares de peregrinos, pois é onde realmente termina o Caminho de Santiago (muita gente acha que o Caminho de Santiago termina na Catedral de Santiago, mas não!). A vista lá de cima é deslumbrante: mar, mar e mar. A vontade de descer aquele imenso paredão e chegar até a água beirava a loucura. Eu queria chegar realmente no ponto mais Oeste da Europa! E iria? [Continua] Obs: Mesmo Relato com fotos e vídeos em http://digoabordo.blogspot.com/2010/10/espanha-costa-da-morte.html Citar
Colaboradores digoabordo Postado Novembro 1, 2010 Autor Colaboradores Postado Novembro 1, 2010 Obs: Mesmo Relato com fotos e vídeos em http://digoabordo.blogspot.com/2010/11/espanha-costa-da-morte-continuacao.html O paredão se mostrava pra gente, como que fazendo um convite: vem! E fui! Por sorte encontrei companhia, a Renata, uma das meninas que morava comigo. Detalhe: eu não tenho experiência nenhuma em descer paredões e ainda por cima estava com roupas totalmente inadequadas: calça jeans, que não te dá nenhuma mobilidade, e chinelo Havaianas, que dispensa comentários. Começamos a descida ainda imaginando que não conseguiríamos chegar até o final, mas fomos para ver até onde dava. Fomos descendo e as pedras começaram a ficar mais úmidas, e escorregadias, mais afiadas e maiores. Quanto mais descíamos, mas queríamos descer. -Re, e ai? Descemos mais? -Vambora! As pernas tremiam, eu suava frio. Tinha horas que não tinha onde se apoiar para descer e eu ficava ali, parado, pensando no que eu iria fazer. Mas, mesmo assim, com extrema dificuldade, conseguimos chegar lá! Ficamos em um estado de euforia que não tinha tamanho. Adrenalina despejando nas veias. Vocês lembram do tamanho do paredão?? Nunca mais vou esquecer essa cena, eu, em pleno “fim do mundo”, na Costa da Morte! A noite começou a cair e nos lembramos que tínhamos que subir. Naquele momento tudo que eu mais queria era um elevador. A subida, se não foi mais difícil que a descida, foi tête-à-tête. Já estava escuro e as vezes “descer” um muro é mais fácil que subir né! Com certeza o pessoal lá em cima estava entrando em desespero. Ficamos sem dar sinal de vida por umas 2 horas! Descemos e subimos aquele paredão sem nenhum arranhão. Acho que dessa vez algum anjo metido a aventureiro me acompanhou. P.s: Existe uma grande rivalidade entre Fisterra e o Cabo da Roca, em Portugal, sobre ser o ponte mais Oeste da Europa. O importante é que, na época romana, Fisterra era sim o ponto mais Oeste. Hoje em dia Cabo da Roca ganhou a fama, comprovada geograficamente. Mas pra mim, tanto faz, pois tive a honra de conhecer os dois lugares! Obs: Mesmo Relato com fotos e vídeos em http://digoabordo.blogspot.com/2010/11/espanha-costa-da-morte-continuacao.html Mais informações: www.costadelamuerte.com Citar
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