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Com 4 dias para o Réveillon 18/19, tínhamos várias opções em mãos. Uma delas era rever Quito, mas dependia de uma promoção, ou ao menos de uma tarifa razoável da Copa. Que rolou, enfim. Meses depois a Gol começou a voar direto para lá, mas partindo de São Paulo e nem todos os dias da semana.

Para os dias em Quito, a ideia era fazer alguns passeios nos arredores. Sobretudo Cotopaxi. Tentei muito um tour para Cotopaxi para a 2ª feira dia 31. Ninguém saía naquela data. Dadas as condições (frio, altitude, caminhada), Katia também começou a dar pra trás e não querer ir. Então deixamos de lado. Mas rolaria Quilotoa.

Chegamos e logo pegamos o taxi para a cidade. Preço fixo de 25 USD. Chegamos rápido a Mariscal, largamos as coisas na pousada e partimos para rever a cidade. Primeira parada, Plaza Foch. Aproveitamos para perguntar algumas coisas na banquinha de informações turísticas que tem lá, e fomos muito bem atendidos. Muita simpatia, tanto da moça quanto do segurança/policial da área. Ela deu dicas do réveillon, de como chegar a alguns pontos que tínhamos mapeado, e tal.

Logo fomos então conhecer a Olga Fisch Folklore, que é na verdade uma loja de design, mas que pode ser encarado também como um museu. Muito bacana, e bem caro – as coisas são visivelmente de alta qualidade.

Dali pegamos o busum para perto da Capilla del Hombre. Descemos e pegamos um taxi baratinho, tudo conforme a moça das informações tinha nos sugerido. A Capilla del Hombre faz parte de um complexo onde morou o artista Oswaldo Guayasamín. Fizemos primeiro um tour bem bacana pela casa dele, hoje Fundação Guayasamín, e depois um outro tour no anexo, a própria Capilla, que é um enorme espaço dedicado à arte dele. Ambos espaços muito legais, repletos de obras de arte.

 

 

 

Encerrado o passeio, não conseguimos taxi para voltar. Voltamos andando e pegamos o busum em direção ao centro. Ideia foi rever aquelas praças e igrejas históricas da cidade. Não entramos em todas as igrejas novamente (algumas são pagas), apreciamos de fora mesmo. Quito tem um centro histórico muito bacana. 

 

 

 

Encerramos o passeio já de noite por La Ronda. Dessa vez estava bem cheio. Rodamos bastante por lá, demos uma pausa, tomamos alguns canelazos. Divertido ver a galera chamando para os restaurantes, e depois pegamos taxi de volta pra Mariscal. 

 

Domingo foi o dia de tour a Quilotoa. Saímos cedo para o ônibus, que parte de perto da Plaza Foch. Vários ônibus partem daquela região de manhã cedo, basta vc identificar em qual lista vc está. Fomos praticamente os últimos a chegar – mas dentro do horário --, então ficamos lá no fundão. Tem um guia, que faz apresentações gerais e tal, e vimos que a maioria da galera era americana. 

Primeira parada do tour é num mercado enorme que eu tinha anotado como sendo o de Saquisili, mas... que agora tenho dúvidas se não foi o de Pujili. Seja lá qual tenha sido, foi bacana. Circulamos um pouco para aquele people-watch inicial. Depois fomos às compras. Compramos morangos, amora, banana, chocolate e rapadura. Tudo muito barato. Tudo custa 1 dólar, e ainda pedíamos apenas meia porção. E as frutas bem bonitas e saborosas.

 

Parada seguinte foi numa casa indígena no meio da estrada. Eu fico meio constrangido com essas visitas, me remete diretamente à mesma atividade turística que se faz na Amazônia (“visita à comunidade indígena”), de modo que deixei o tempo passar. Fiquei vendo a criançada parando os carros na estrada e cobrando pedágio (para o réveillon, e isso ocorria em diversos locais).

E, enfim, Quilotoa. Previsão para aquele dia era de chuva. E de 4 graus de temperatura. Chegamos a pegar cerração pesada no caminho. No local, o céu estalava de azul. Fazia algum frio, mas muito acima de 4 graus. Amem. Logo do alto se tem a melhor visão do espetáculo que é a lagoa de Quilotoa. É de babar. De não querer sair dali, de não retirar os olhos daquele cenário. E, claro, fotos e mais fotos.

 

 

 

 

Mas é chegada a hora de descer até a lagoa. Sob tempo contado, porque depois tem de subir tudo de volta. Com a altitude para somar, galera recomenda reservar o dobro, ou mais, do tempo de descida. É justo. Ou subir de mula, coisa que não faríamos – e não fizemos.  Descer é, de fato, muito fácil. Apenas ter cuidado com alguma eventual escorregada (é bem inclinado) e com as mulas subindo eventualmente em velocidade acima do razoável. Além, claro, das inúmeras pausas para fotos e para contemplar novos perfis daquele lugar. Fora isso vc desce pulando e correndo, se quiser. Nós demoramos a descer, por conta das paradas para fotos e contemplação. Levamos um pouco mais de meia hora.

Lá embaixo curtimos um pouco a lagoa, contemplamos ainda mais o visual e aproveitamos para comer um pouco das frutas que compramos. Tem camping por lá, havia uma galera meio “local”. E havia caiaques também.

E logo voltamos inclinação acima. Já disse, mas repito: é bem inclinado. Estava seco, fazia muita poeira. Mas muita mesmo. Roupas (e narinas, e até a boca) sofreram. Fomos subindo aos poucos, evitando parar, mas paramos algumas vezes, pra descansar mesmo. Altitude tem seu peso. E nesse ritmo levamos 50 minutos para subir, com uma ou outro parada para fotos.

Chegamos +- na hora programada, mas o local de almoço ainda não estava disponível, atrasou um pouco. Almoço foi bom, e logo depois partimos de volta. São 180 kms de distância, coisa de 3 horas. Depois da caminhada + almoço, bateu aquele bode bacana no busum e chapei.

Dependendo da disponibilidade, acho que valeria uma noite no lugar. Tem pousadas por lá, acho que não tem outras atrações que não a lagoa em si (e nem precisa!), mas curtiria contemplar aquele lugar por mais tempo. E evitar as horas de estrada num único dia.

De volta a Mariscal, fomos direto para a pousada tirar, e isolar, nossas roupas entorpecidas de poeira e tomar um banho merecido. Na janta, vimos que Mariscal simplesmente morre nos domingos à noite. Quase nada aberto, completamente diferente do dia anterior. Mas felizmente encontramos um bar mexicano, que salvou a noite.

Segunda-feira dia 31 foi dia de finalmente conhecer La Mitad del Mundo. Fomos procurar o transporte que teoricamente sairia da Plaza Foch a cada hora pela manhã, mas não vimos nenhum. Talvez porque fosse dia 31. Então fomos de esquema busum mesmo, andando até a Av. Amazônia. Foi dica da simpaticíssima moça da banca de informações turísticas na Plaza Foch. O transporte custaria 5 USD para cada. O esquema busum custou 40 centavos. É muito barato.

No caminho passamos pela Av. Amazônia, palco das festividades do dia 31. Estavam armando diversos palcos alegóricos. Pareceu bacana, ficamos no pique de voltar para ver como era.

O esquema busum (precisa descer num terminal e pegar outro ônibus, e as pessoas são muito solicitas ao informar) leva 1,5 hora e larga vc a várias quadras da Mitad. Ao menos o busum que pegamos. Mas é tranquilo andar. Ficamos quase 4 horas curtindo a Mitad. É meio que um shopping (pago) a céu aberto, com algumas atrações (inclusas no preço). Tudo isso, claro, além do barato de estar na suporta metade do mundo. O perfeccionismo mais recente identificou que a metade fica a alguns metros de lá. Mas... e daí? Vale pelo barato de estar lá.

 

 

 

 

 

 

Além do monumento na dita metade do mundo e de diversas lojas, o lugar tem alguns pequenos museus e salas de exposições. É bacaninha, curtimos. Na volta pegamos o tal transporte dedicado de 5 USD, que levou metade do tempo para nos levar de volta. Vimos muitos homens fantasiados de mulher pelo caminho, pedindo pedágio nos sinais de trânsito. O motorista negava e ficava numa boa. 

Mariscal estava cheia. Fomos direto para a Av. Amazônia. Estava lotaaaaaaada. Muito bacana, maior galera fantasiada. Alguns cobravam de meio a 1 USD para tirar foto, outros pediam contribuição voluntária, e outros apenas curtiam que vc tirasse foto com e/ou deles. Parecia na verdade um grande Halloween em pleno dia 31. Muitas famílias com crianças. E três palcos ao longo da longa avenida. Mesmo lotado, era possível caminhar – devagar e com as massas. Fomos de ponta a ponta ida e volta, um barato. Sol a pino.

 


Em contraste com o que habitualmente vemos no Brasil, vi muito pouca gente com cerveja na mão. Mas recebi oferta, em alto e bom tom, de cocaína (!!) por um cidadão. Nem olhei para o meliante. A área era bastante policiada – cheguei até a fotografar um grupo de guardas que perceberam a foto e sorriram.

Outra coisa que vimos muito nessa época por lá eram carros levando um boneco amarrado no capô. Esses chamavam mais a atenção, mas na realidade havia outros tantos bonecos espalhados aqui e ali. Acho que seriam posteriormente queimados na virada de ano, representando deixar para trás o que foi de ruim. Veríamos essa queima mais tarde. Além desses, havia homens vestidos de mulher espalhados pelas ruas. Meio tipo Carnaval, mas alguns deles pediam pedágio nos sinais. Era bacana identificar essas coisas que não temos por aqui, ao menos não no réveillon.

Depois de algumas horas curtindo a avenida indo e voltando, fomos dar uma pausa para recarga em algum lugar mais afastado, mas logo retornamos para a festa. Escolhemos ficar perto do palco (cheio pacas) curtindo os shows locais. Galera tava empolgada. 

 

Jantamos, voltamos para a pousada, e saímos de volta umas 23hs para ver o que rola na virada de ano. Fomos novamente até a Av. Amazônia para ver o agito e... um breu! Toda aquela galera, toda aquela festa se esvaiu. Galera curte de dia, de noite vai para casa, pelo visto. Maior contraste!

Então ficamos na Plaza Foch, que era onde efetivamente havia gente. Reveillon da turistada rolou por lá mesmo. Muitos “Globos del Deseo”, que eram balões que a galera tentava levantar – não vi nenhum subir direito. Ainda tinha gente fantasiada, algumas mulheres com arco de unicórnio e outras paradas. A Plaza tava bastante policiada, bem tranquila. Havia espaço de sobra para circular (tudo indica que os locais curtem a virada de ano em casa mesmo). À meia-noite a galera começa a queimar os bonecos. Taca álcool e taca fogo. Um deles era o indefectível Maduro, que foi muito homenageado com palavras de baixo calão. E, em meio ao fogaréu dos bonecos, galera começa a pular a fogueira. O fundamento é pular o que se está deixando para trás. Mas acaba virando uma grande diversão geral. 

 

 

No dia 1 fomos no teleférico. Curtimos novamente, estava mais aberto dessa vez. Chegando cedo, muito pouca fila. Tentamos uma trilha, mas acabamos desviando muito do alvo e voltamos. Curtimos a caminhada e o visual. O esforço naquela altitude é evidentemente redobrado.

 

Descemos e paramos no parque La Carolina. Fomos caminhando e conhecendo o parque, que estava cheio naquele 1º de janeiro. Uma pista de atletismo (pública) me parecia excelente, do tipo que nunca vi parecida no Brasil. 

Fomos andando em direção a Mariscal, passamos pelo Jardim Botânico e... estava aberto! Sempre acho que tudo vai estar fechado no dia 1º (teleférico não!), e eis que o jb nos surpreende. Então vamos, claro. E o lugar é bem bacana, curtimos bastante. Com destaque para uma belíssima área de bonsais, mas que infelizmente acabamos tendo de acelerar para seguir para o aeroporto. 

 

E assim foi mais um Réveillon e algum canto do mundo!

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