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Rum - Dicas e Sugestões


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[align=justify]Não são apenas os piratas que bebem rum, conforme a tradição diz. Vejamos um pouquinho sobre isso.

 

[t1]Rum, Esta bebida Nordestina[/t1]

por Celso Nogueira

 

Sem pieguice ou nacionalismo tacanho do tipo o rum é nosso, podemos considerar o rum um filho mal-agradecido da cachaça. Ou, pelo menos, que as duas bebidas foram gêmeos separados algum tempo após o nascimento, no século dezesseis, no Nordeste e no Caribe.

A diferença atual, de que o rum é destilado do melaço e a cachaça do caldo de cana, não existia na época. Ambos derivavam do melaço, sobras do caldo de cana cozido lentamente para obtenção do açúcar. Hoje contam para a distinção de sabor o fermento usado na produção, a destilação em si e o envelhecimento. Para os apreciadores de charutos, o rum (ou ron) faz parte da santíssima trindade tradicional das bebidas alcoólicas que combinam com uma fumada, ao lado do Cognac e do vinho do Porto. Talvez não haja melhor companheiro para um puro cubano que um rum Havana Club Añejo. De Cuba saem outras marcas, como Varadero e Palmas.

 

E até 2001, pelo menos, ainda era possível encontrar o lendário Matusalem cubano no país. Destacam-se também como países produtores de qualidade Porto Rico, Jamaica, República Dominicana, Barbados e Martinica. Em alguns lugares a matéria-prima, o melaço, é importado... do Brasil! Infelizmente, não há um rum premium brasileiro que faça jus à qualidade dos melhores charutos baianos. Apesar de irmão da cachaça, e de vir da época do Brasil colônia, o rum produzido hoje em nosso país dá apenas para o gasto, serve para preparar drinques como mojito e daiquiri, mas não pode ser classificado como premium. Falta qualidade na produção e envelhecimento adequado. Para acompanhar charutos o ideal é um rum envelhecido – em espanhol, añejo – escuro, encorpado. Deve ser tomado puro em temperatura ambiente. Mas vem do rum um dos raros coquetéis que ornam com charuto, o Mojito, que desbancou a maioria dos drinques à base de rum na preferência dos charuteiros.

 

 

[t3]Montilla Premium[/t3]

A maioria das marcas de rum depende do Nordeste para seu sucesso comercial. Na terra mãe da cachaça concentra-se o consumo da bebida, principalmente nas festas juninas do sertão. Tanto que uma marca tradicional, o Ron Merino, voltou ao mercado recentemente, e só é comercializado nesta região. Quer disputar com o Bacardi o segundo lugar. O rum Montilla, senhor absoluto na categoria, tem mais de 70% das vendas. Sua fatia no Nordeste chega a 90%. O rum Merino é a aposta popular da Diageo, que lidera o mercado das vodcas, com a Smirnoff e o de uísques com o Johnny Walker. Para apreciadores do rum nobre, a empresa anuncia o rum Montilla Premium. A bebida é feita com runs envelhecidos de 3 a 18 anos. Vai competir com o rum Negrita, outra marca tradicional que voltou pelas mãos da vinícola gaúcha Piagentini. Mas o Negrita é um rum ao estilo francês (Bardinet), menos apreciado no Brasil.

 

A Pernod Ricard é vice-líder no mercado mundial de destilados e bebidas finas, atrás da Diageo. Possui três unidades no Brasil: vinícola no Rio Grande do Sul (Santana do Livramento), destilaria no Rio de Janeiro (Resende), e a mais recente unidade em Pernambuco (Suape), onde são produzidos e engarrafados a maioria dos destilados. Entre os produtos da Pernod Ricard Brasil estão whiskies como Royal Salute, Chivas Regal e Passport, as vodkas Orloff e Wyborowa, os runs da linha Havana Club, os vinhos Almadén, Forestier, Jacob´s Creek e Etchart. O endereço é http://www.pernod-ricard.com.br

 

[t1]A bebida dos piratas[/t1]

Talvez o rum tenha o folclore mais rico de todas as bebidas destiladas. No mínimo, é o mais pitoresco. Nos primórdios do século dezesseis surgiu o primeiro rum. Segundo algumas fontes, a partir da receita da cachaça pernambucana feita na época com melaço de cana, e não seu suco, foram os holandeses expulsos do Brasil. A ocupação holandesa iniciada em 1637 acabou em 1654, e as técnicas de destilação da cachaça foram adaptadas ao Caribe, onde surgiu o rum. Por outro lado, um documento de 1651, de Barbados, dizia que a principal bebida da ilha era “Rumbullion, aliás Kill-Divil, feita de açúcar de cana destilado. É quente, diabólico, terrível.” O mais provável é que as duas bebidas tenham se desenvolvido paralelamente, e que as diferenças sejam maiores hoje do que na época colonial. Existem inúmeras histórias e lendas sobre o rum que envolvem os piratas da época. No século dezoito, o rum estava já muito conhecido, sendo considerado uma bebida. Em 1775 era a bebida mais vendida nos Estados Unidos: o consumo anual per capita chegara a dezoito litros.

 

A manufatura de rum era a principal atividade econômica da Nova Inglaterra, e o rum de lá chegou a ser considerado o melhor do mundo. Com a Lei Seca, a produção se desestruturou, voltando a crescer em qualidade nos anos 1960, com a chegada da família Bacardi. A história do rum como bebida dos piratas tem a ver com o gosto inglês pela bebida, consagrado no clássico A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson. Royal Navy, a marinha real inglesa, continuou a fornecer uma ração diária de rum aos marinheiros, conhecida como tot, até o dia 31 de julho de 1970! Rum com sangue Duas histórias escabrosas, entre as milhares do folclore do rum, merecem registro. Nestes casos, o tempero do rum foi gente: um cadáver ilustre, outro desconhecido. O corpo do almirante Nelson, após sua morte no mar, foi colocado num barril de rum cheio de bebida, para preservá-lo na longa viagem de volta até a Inglaterra. Na chegada, porém, uma inspeção mostrou que o rum havia desaparecido. Os marinheiros haviam feito um buraco no barril e tomado o rum... junto com o sangue do herói da batalha de Trafalgar.

 

Homem é encontrado em barril de rum Segundo o site Terra, construtores húngaros, depois de beber todo o conteúdo de um barril de rum enquanto reformavam uma casa, tiveram a desagradável surpresa de encontrar dentro do tonel vazio um cadáver em conserva. De acordo com a revista online zsaru.hu, trabalhadores de Szeged, no sul da Hungria, tentaram mover o barril depois de vazio, mas continuava muito pesado. Os homens ficaram chocados quando o corpo nu caiu de dentro. O corpo havia sido enviado da Jamaica pela sua mulher, para evitar ter de pagar os custos de uma volta oficial. De acordo com o site, o rum do barril de 300 litros tinha um "sabor especial", que fez com que os trabalhadores guardassem algumas garrafas para levar para casa.

Hoje, a mulher já é falecida, e o homem finalmente recebeu um enterro de verdade, após vinte anos de espera.

 

[t1]O que define o rum[/t1]

O fermento usado para a produção do álcool a partir do melaço é fundamental. Alguns fabricantes preferem fermentação natural, outros desenvolveram cepas específicas, que garantem o sabor desejado. A fonte tradicional de fermento, no rum jamaicano, é o dunder, ou seja, a espuma rica da fermentação anterior. “O fermento determina o perfil do aroma e do sabor final”, afirma o master blender jamaicano Joy Spence.

 

[t1]Rum em drinques[/t1]

Depois do clássico punch de rum, outros drinques se sucederam na preferência popular. Cuba Libre e Daiquiri tiveram seu momento de glória, depois a Piña Colada reinou e atualmente o Mojito é o preferido. Receitas de três clássicos, a seguir:

 

 

[t3]Daiquiri[/t3]

Encha um copo baixo com gelo picado. Na coqueteleira, misture:

1 dose de rum branco

suco de um limão

1 colher (sopa) de açúcar

gelo

Sacuda bem e despeje no copo

 

[t3]Cuba Libre[/t3]

Encha um copo alto com gelo. Acrescente:

1 dose de rum

suco de meio limão

Coca-Cola

 

 

[t3]Mojito[/t3]

1 dose de rum branco

1 colheres (sopa) de açúcar

suco de 1 limão

1/2 copo de água com gás (cerca de 100 ml)

1 ramo de hortelã (cerca de 10 folhas)

gelo picado a gosto

Coloque no copo onde vai ser servido o drink os 4 últimos ingredientes. Amasse bem o hortelã (esse é o segredo do bom mojito). Adicione o rum e o gelo.

 

[t1]O líder mundial[/t1]

 

A Bacardi vende em torno de 240 milhões de garrafas por ano e exporta seus produtos para cerca de 170 países, tendo mais de 60% do mercado mundial de rum. Fatura anualmente mais de três bilhões de dólares. Fundada pelo imigrante catalão Facundo Bacardi Massó em Santiago de Cuba, 1862, a Bacardi se notabilizou pela oposição ao regime de Fidel Castro, que confiscou seus bens. Seus produtos top de linha são o Añejo e o Bacardi 8. No Brasil, porém, a empresa fabrica apenas três tipos básicos em São Bernardo do Campo (SP). O paladar agressivo do rum no restante das Antilhas foi enfrentado por uma fórmula secreta de um rum mais suave e forte, muito mais agradável ao paladar. Em suas origens, Dom Facundo começou a produzir um rum refinado, graças às técnicas de filtragem, para as quais utilizava carvão com o objetivo de reter as impurezas.

 

Sua primeira destilaria possuía alambiques de cobre e ferro, barris de envelhecimento de carvalho e uma colônia de morcegos que explica a presença da figura do animal nas garrafas. O rum Bacardi ganhou impulso com o Daiquiri, inventado pelo norte-americano Jennings S. Cox, e a Cuba Libre, com rum e Coca-Cola. Em 1960, após uma disputa de recursos com o governo cubano, a família deixou o país e passou a atuar nas Bahamas, Canadá, Estados Unidos e Espanha.

 

[t3]Matusalem[/t3]

O rum Matusalem, também originalmente cubano, continuou a ser produzido na ilha depois da revolução. Mas a empresa original deixou o país e hoje tem fábricas espalhadas pelas Américas – Caribe, Peru e Estados Unidos. O melhor é feito na República Dominicana. Trata-se do Matusalem Gran Reserva, envelhecido por 15 anos no sistema de solera. O Clasico também é muito apreciado em coquetéis. Saiba mais em http://www.matusalem.com/home.html#home

 

[t3]Appleton[/t3]

O Rum Jam Appleton Estate V/X Appleton representa o melhor da Appleton Rum. É uma combinação de rum de diferentes tipos e idades, entre 5 ("V") e 10 ("X") anos. A destilação é lenta em alambiques de cobre. Uma vez destilado, o rum é envelhecido em pequenos barris de carvalho. Finalmente o master blender une o rum de várias marcas e idades em grandes tonéis. Depois do período de "casamento", é criado esse estilo diferente de "estate rum". O Appleton Estate V/X, de cor dourada e rico aroma, é macio, encorpado com sabor levemente adocicado.[/align]

 

[creditos]FONTE: http://www.charutosebebidas.com.br/materias[/creditos]

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Os runs venezuelanos não são os melhores e mais famosos (perdem pros cubanos e dominicanos, por exemplo), mas ainda assim são de primeira linha, e de bom preço. Pra quem tiver acesso, recomendo o Pampero Aniversario (numa faixa mais cara; pra tomar puro, bebericando, não em drinques) e os da Santa Teresa (ótimo custo-benefício, melhores pra drinques).

 

Outra curiosidade etílica da Venezuela é o cocuy, que é uma bebida aparentada com a tequila (ambas feitas de agave). Em geral o cocuy que se encontra mais facilmente (em Caracas, p.ex.) é meio vagabaundo; mas em regiões que produzem (como os estados de Falcón e Lara), dá pra achar versões artesanais, leves e excelentes.

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