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Alone in Floripa

              Fala galera, fiz uma trip solo barateza para Floripa esse mês e gostaria de compartilhar com vocês essa experiência, foi tudo meio que de última hora e improviso, mas são dessas viagens que vêm as melhores experiências. Vou aqui separar pelos dias em que fiquei por lá, qualquer nova informação sobre passeios ou valores vocês podem solicitar aqui ou no meu Instagram, que terá o link ao final e terei prazer em responder. Minha ideia era fazer mais trekking do que visitar praias visto que a previsão do tempo não estava muito ao meu favor, apesar da chuva e dos incríveis 5 minutos de sol nos 4 dias em que estive lá, aproveitei cada segundo da viagem, o lado bom é que voltei com meu protetor solar praticamente cheio.

 

31/10- Dia 1 (Muita chuva e amizades inesperadas)

                  Cheguei bem cedo na ilha e fui para o Mercado Municipal comer alguma coisa, pois estava no ônibus há bastante tempo e a essa hora já estava morrendo de fome. Eu nunca tinha ido em um Mercado Municipal, mas não me impressionei não, porém o lugar é bem organizado, vale a pena visitar se você estiver nas redondezas, pois a rodoviária, o mercado e o TICEN (terminal central dos ônibus) ficam praticamente juntos. Comi uma coxinha de massa de mandioca muito boa, cara pra cacete e sumi, já serviu para desgrudar as paredes do meu estômago e sobreviver até o miojão do almoço.

                   Peguei um busão e segui rumo a Lagoa da Conceição onde ficaria hospedado. Eu costumo sempre andar de ônibus onde vou viajar, Uber é muito bom mas só uso em caso de extrema necessidade, sem contar a economia, e o sistema de ônibus de Floripa é muito bom e fácil de se localizar. Fiquei hospedado no Geckos Hostel,  recomendo muito pois o ambiente é agradável e o povo que trabalha lá é extremamente prestativo, eu o escolhi principalmente pela ótima localização, fica a uns 5 minutos de caminhada do centro da lagoa, deu R$41 por dia sem café da manhã, se quiser o café tem um custo adicional de R$12 se não me engano, eu achei melhor não pegar e fazer o meu próprio café nesse caso.

                  Como cheguei um pouco antes do horário de check-in, resolvi deixar minhas coisas por ali e procurar uma trilha pequena e por perto para fazer já que a chuvinha deu uma trégua. A moça da recepção me indicou a trilha da “Costa da Lagoa”, disse que era pertinho e tranquila. Pois bem, fiz meu banquete (miojão, banana e umas bolachas), peguei minha mochila, minha bota e na saída encontrei outra hospede do hostel querendo sair, convidei ela e fomos juntos. Duas quadras depois do hostel encontrei uma cachorrinha toda molhada e andando sem rumo, como eu adoro cachorro fui lá brincar um pouco com ela e ela resolveu me seguir, pensei que apenas por uns quarteirões mas para a minha surpresa ela não nos abandonou até o final da trilha, como não sabia seu nome comecei a chamá-la de Luna. A costa da lagoa é um bairro que realmente fica na costa da lagoa (ah sério?) então você vai andar com a lagoa de um lado e na maioria do tempo um penhasco do outro, e o único jeito de se chegar lá é pelos barcos que passam de 1 em 1 hora ou então por esta trilha, a maioria do pessoal vai até o fim da trilha andando e volta de barco, era o que eu planejava fazer mas acabou não dando muito certo, mas logo chegamos lá. No caminho tem várias casas e paisagens bem diferentes, como uma floresta de bambu onde fazia um barulho que até dava medo devido ao vento forte, mas para mim que adoro a natureza foi bom demais ficar um tempo ali aproveitando essa beleza, as paisagens são lindas e tem uma cachoeira bem bonita quase no fim da trilha, se estivesse um pouco mais calor eu me jogaria nela mas com o frio que estava achei melhor seguir em frente. 

                    O caminho parece ser decorado pelos moradores que ali residem, as vezes a trilha meio que parece acabar e temos que passar pela casa de alguém, mas isso é tranquilo pois os moradores, pelo menos todos os que eu encontrei, ajudam os turistas perdidos por ali. Então eu fui até o final, eu acho que era o Ponto 23, os barcos paravam nestes pontos para pegar o povo. Chegando no final, depois de quase 3 horas e 11km de caminhada, fui esperar o barco e lá fui informado que cachorros não podem embarcar. Isso já era quase 5 da tarde e nesse dia anoitecia perto das 6 h. Eu não poderia deixar minha companheirinha lá. Ela podia se virar e voltar embora, como também poderia se perder, e no caminho tinham muitos cachorros que poderiam assustar ela. Me senti responsável pelo que cativei, como diz o "Pequeno Príncipe", então sentei no chão, descansei um pouco, comi o que eu ainda tinha de comida, consegui um pouco de ração e água para a Luninha e voltamos, um pouco mais rápidos desta vez. Eu tenho um pouco de medo de ficar na trilha quando anoitece, e para ajudar, meu celular ficou sem bateria e das 2 lanternas que eu havia levado para a viagem, nenhuma delas eu tinha trazido para a trilha. Um pouco de falta de planejamento e de experiência que poderiam ter custado bem caro, pois virar um pé ou se perder na trilha (não neste caso pois era bem sinalizado) por estar sem luz podem acabar se tornando problemas bem sérios em situações como esta.

                   Mas apertei o passo e voltamos bem rápido, com sorte acabamos chegando ao começo da trilha com o sol já se pondo (a última foto mostra a vista de quando saí da trilha), tive muita sorte, mas isso serviu como um aprendizado para as próximas. Por isso uma dica: por menor que seja a trilha tente se planejar antes com o horário, no meio do mato acaba anoitecendo mais cedo por conta das árvores e se você se desesperar ao ver que está longe do fim e com a luz diminuindo, pode acabar se machucando pela pressa ou pela falta de visibilidade e o que era para ser uma aventura acaba se transformando em um pesadelo. Pelo menos eu não estava sozinho dessa vez, diferente do próximo dia que foi outro sufoco, mas depois eu chego lá. Chegamos no hostel, mais exaustos do que o planejado, e veio a parte ruim: me despedir da Luninha. Eu acabo me apegando demais aos cachorros de rua, eles gostam de estar perto de nós, apenas por gostar de nossa companhia, pelo carinho, sem pedir nada em troca e eu valorizo muito isso, me sinto melhor com um cachorro me acompanhando. Depois me disseram que os cachorros da ilha são assim, saem atrás do povo e rodam a ilha caminhando, mas de qualquer jeito foi um pouco triste ver ela indo embora depois de todo esse tempo juntos.

                  Então, depois desse primeiro dia regado de fortes e diferentes emoções, tomei um merecido banho saí para dar uma volta, a Lagoa da Conceição é um lugar muito bom, tem opções para todos os gostos, desde barzinhos, baladas de todos os tipos, restaurantes ou a própria lagoa no meu caso que gosto de andar e tomar uma cervejinha pra rua mesmo, e foi aí que terminei meu dia, apreciando as belezas da Lagoa da Conceição.

                Bom pessoal, esse foi o relato do primeiro dia, seguem as fotos deste dia e posteriormente digo como foram os outros.

 

Forte abraço.

 

 

 

 

https://www.instagram.com/edu_penteado/  

 

 

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01/11- Dia 2 (Um dia bem heterogêneo)

              Então, depois do aperto no dia anterior acordei cedo, mas não tão cedo assim, e resolvi fazer algo mais leve e também inédito para mim: andar de caiaque. A lagoa é um lugar muito calmo e tranquilo tanto para caiaque quanto para SUP, e como o hostel fica pertinho dela fui ver se valia a pena esse negócio aí, peguei o bicho e o levei nas costas mesmo, outro erro, aquela parada é pesada pra cacete, mas tudo bem, vim ao mundo para errar o máximo que puder e nessa viagem eu estava ficando bom nisso. O passeio foi ótimo, apesar do vento e da chuvinha que caiu deu para aproveitar bem, foram cerca de duas horas de passeio. O aluguel do caiaque era R$ 10,00 a hora ou R$30,00 o dia todo, como nunca tinha andado senti muito cansaço nos braços, então voltei meio rápido para devolvê-lo e tentar ir para a Barra da Lagoa andar pro mato, que é isso que nóis gosta de verdade. Outra coisa, acabei molhando um pouco, bem pouco mesmo minhas roupas e tive que lavá-las no mesmo dia, a água da lagoa tem um cheiro muito forte de peixe morto misturado com... seilá, pensem em algo bem fedido, em alguns pontos mais do que em outros, por isso tem tão pouca gente na água por lá (na 3ª foto da pra ver que não é tão limpinha assim).

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              Então, por volta de meio dia saí do hostel, já sem o cheiro de peixe morto, arrumei minha mochilinha agora com lanterna, uma calça estilo do exército – pois ela é extremamente resistente, e comida, muitas frutas e bastante água. Peguei um latão até a Barra e assim, eu sou do interior do Paraná, não estou acostumado com essas coisas então, qualquer passeio de ônibus pela ilha e eu ficava bestificado com as paisagens, ficava feito uma criança sendo levada para passear, olhava pra um lado, para o outro, tirava foto de tudo e sorria para qualquer morro ou clareira onde via o mar ou lagoa , um completo idiota apaixonado pela natureza e pelas coisas simples que a vida nos trás, e estas ,completamente de graça. Bom, cheguei ao ponto final e fui em direção ao Projeto Tamar ver umas tartaruguinhas, é pertinho, dá uns 10 minutos a pé. A entrada também é barateza, se não me engano não chegava a R$10,00 a meia. Entrei, dei uma volta, tirei umas fotos e vazei, pois meu objetivo não era turismo de turista e sim entrar no mato pra sofrer um pouco.

              A Barra é bem bonita, praia limpa, e tem a entrada da Lagoa que tem uma água em um azul belíssimo. Passei a ponte e segui para as “piscinas naturais” que praticamente é uma barreira de pedras que fazem com que o mar fique menos agitado nessa região, porém o mar tava meio agitado demais e não deu para entrar, pouco antes disso tem como se fosse um mirante, umas pedras bem altas que dá pra ver até algumas praias mais ao norte da ilha, muito bonito e também foi onde eu vi um golfinho nadando não muito longe de uma tartaruga. Fiquei novamente bestificado, gritei avisando umas meninas que estavam saindo dali e talvez não tivessem visto essa cena, então uma delas me disse “– pois é, eles sempre estão aí.” virou as costas e foi embora. Novamente me senti um completo idiota do interior. Bom, na minha cidade não tem golfinho, então me sentei e fiquei ali os observando por mais algum tempo.

 

 

 

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               Agora a trilha, para chegar desde a ponte até as piscinas é uma caminhada de cerca de 20 minutos bem tranquila, mas depois, bem, depois eu não sei pois entrei na trilha errada. Isso mesmo, consegui me perder antes mesmo de começar. A trilha começa nas piscinas naturais, dá a volta no morro, sobe a Pedra Da Boa Vista e termina na praia da Galheta. Mas como a única trilha que encontrei foi um carreirinho pelo meio do mato, resolvi segui-lo, e ao invés de dar a volta no morro eu acabei subindo ele, quando eu vi, já não tinha mais trilha na minha frente e eu estava no meio do mato sem saber onde estava, e desta vez eu só estava acompanhado da minha mochila. Pois bem, quando vi que estava completamente perdido sentei no chão, botei minha calça, aquela calça que só estava fazendo peso na mochila, vesti minha camiseta, que nesse dia tava muito quente mas eu precisava vestir ela, pois ia ter que praticamente abrir uma trilha, peguei meu celular e por sorte o GPS funcionou bem. Então eu tentei seguir uma linha reta onde eu achava que a trilha ia passar e fui, mais ou menos 1 hora abrindo trilha no chute e cagado de medo, que não foram poucas as vezes em que pisei no mato e vi ou ouvi uma cobra saindo dele. Mas na primeira vez eu já peguei um galho e ia batendo antes de pisar para tentar assustá-las e caso fossem morder que mordessem o pau e não meu pé.

                Então, quando já tava quase desistindo de encontrar e pensando em voltar, mesmo também não tendo certeza do caminho de volta, encontrei a trilha principal, e isso foi uma alegria enorme. Eu estava no alto de um morro, saindo do mato em uma clareira que tinha uma vista linda para o mar e para as pedras lá em baixo. Fiquei muito feliz pela minha estratégia ter dado certo pois não saberia o que fazer se tivesse que tentar voltar de onde estava. Segui então para a Pedra da Boa Vista, e o nome realmente faz jus à sua reputação, a vista é sensacional, tanto do mar de fora quanto da lagoa, do mar e das praias no lado de dentro, eu acho que foi a vista mais bonita que eu tive em toda a ilha. É nessas horas que eu vejo que cada arranhão, cada sufoco, cada gota de suor que eu via caindo do meu rosto, riscado pelos galhos enquanto eu abria um caminho no meio do mato, valeram a pena. Você não pode ignorar as dificuldades que a vida te trás, talvez ter ficado lá em cima sentado e fazendo meu lanche não tivesse sido tão prazeroso se eu não tivesse passado ralado tanto pra chegar lá, nós valorizamos bem mais as coisas na dificuldade, a dificuldade nos fortalece. E como eu adoro sentar e comer qualquer coisa olhando para um lugar belo, fiquei lá por alguns minutos, as fotos pelo celular não conseguem trazer a completa beleza do lugar, só estando lá para perceber.

 

(nestas duas primeiras fotos dá pra ver parte da trilha do dia anterior, começa do outro lado, no meio da foto, naquele aglomerado de casas e termina, olha, eu não sei onde termina, mas pelo que eu vi no mapa, é pra frente daquela pequena vila no canto direito da segunda foto)

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                   Depois do merecido descanso era hora de descer, a descida é um pouco longa mas com o visual sensacional de sempre, visual este que eu não me cansava de apreciar, a saída fica na Praia da Galheta, linda demais mas não tirei muitas fotos, pois por ser uma praia de nudismo é melhor não arriscar aparecer uma gereba no meio dos arbustos, e também que é proibido, eu acho. Como estava um pouco frio e a praia quase deserta eu resolvi me molhar um pouco, não havia levado roupa para isso, mas também, nem precisava. Mergulhar pelado é bom demais, e o melhor de tudo é que das poucas pessoas que estavam ali, ninguém tava nem aí pra mim naquele, estado natural. Atravessei a Galheta, e no final dela tem uma pequena trilha para a Praia Mole, depois disso fui a pé mesmo para o hostel, bem longe por sinal, dá uns 6 km, mas eu não ia pegar 4 pila em um ônibus quando eu podia andar.

 

 

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                  Depois do banho resolvi que ia conhecer um lugar chamado The Wine Pub no centro da cidade, quando estava saindo conheci um pessoal e fomos todos juntos, eu já tinha ouvido falar bem do lugar, mas não imaginava que a experiência seria tão boa assim. A recepção, o lugar, o sistema, as companhias, tudo foi sensacional. Para quem não conhece vou falar um pouco sobre: eles utilizam maquinas chamadas “WineStation” onde eles botam a garrafa e vendem pequenas porções com preços proporcionais a garrafa dela, então vão ter doses de 30 até 150ml onde você pode pagar de R$9,00 até R$ 250,00 a dose. É uma ótima oportunidade para quem aprecia vinhos diferentes, ou para pessoas como eu, que não entendem absolutamente nada mas gostam de um vinhozinho. De qualquer jeito foi uma ótima experiência, bem diferente da próxima, onde vimos uma placa bem grande escrito “Rodízio de Pizza por R$25,00” e caímos feito um lambari vendo uma minhoca no anzol kkkkk. Mas vamos falar de coisas boas e não deixar essas experiências ruins atrapalharem um lindo dia.

 

 

 

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                   Depois disso, novamente terminei meu dia na Lagoa, tomando uma cervejinha e caminhando por lá, porém, agora com meus 5 novos amigos. Bom esse foi o segundo dia e quase que o mais cansativo, se alguém quiser informações sobre coisas boas, ruins, valores ou qualquer coisa é só dar um grito.

 

Obrigado por lerem até aqui, acho que amanhã eu posto como foi o último dia,

Abraço.

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@Edu1379 Que fofa a Luna. 

Em 18/11/2018 em 21:12, Edu1379 disse:

Alone in Floripa

              Fala galera, fiz uma trip solo barateza para Floripa esse mês e gostaria de compartilhar com vocês essa experiência, foi tudo meio que de última hora e improviso, mas são dessas viagens que vêm as melhores experiências. Vou aqui separar pelos dias em que fiquei por lá, qualquer nova informação sobre passeios ou valores vocês podem solicitar aqui ou no meu Instagram, que terá o link ao final e terei prazer em responder. Minha ideia era fazer mais trekking do que visitar praias visto que a previsão do tempo não estava muito ao meu favor, apesar da chuva e dos incríveis 5 minutos de sol nos 4 dias em que estive lá, aproveitei cada segundo da viagem, o lado bom é que voltei com meu protetor solar praticamente cheio.

 

31/10- Dia 1 (Muita chuva e amizades inesperadas)

                  Cheguei bem cedo na ilha e fui para o Mercado Municipal comer alguma coisa, pois estava no ônibus há bastante tempo e a essa hora já estava morrendo de fome. Eu nunca tinha ido em um Mercado Municipal, mas não me impressionei não, porém o lugar é bem organizado, vale a pena visitar se você estiver nas redondezas, pois a rodoviária, o mercado e o TICEN (terminal central dos ônibus) ficam praticamente juntos. Comi uma coxinha de massa de mandioca muito boa, cara pra cacete e sumi, já serviu para desgrudar as paredes do meu estômago e sobreviver até o miojão do almoço.

                   Peguei um busão e segui rumo a Lagoa da Conceição onde ficaria hospedado. Eu costumo sempre andar de ônibus onde vou viajar, Uber é muito bom mas só uso em caso de extrema necessidade, sem contar a economia, e o sistema de ônibus de Floripa é muito bom e fácil de se localizar. Fiquei hospedado no Geckos Hostel,  recomendo muito pois o ambiente é agradável e o povo que trabalha lá é extremamente prestativo, eu o escolhi principalmente pela ótima localização, fica a uns 5 minutos de caminhada do centro da lagoa, deu R$41 por dia sem café da manhã, se quiser o café tem um custo adicional de R$12 se não me engano, eu achei melhor não pegar e fazer o meu próprio café nesse caso.

                  Como cheguei um pouco antes do horário de check-in, resolvi deixar minhas coisas por ali e procurar uma trilha pequena e por perto para fazer já que a chuvinha deu uma trégua. A moça da recepção me indicou a trilha da “Costa da Lagoa”, disse que era pertinho e tranquila. Pois bem, fiz meu banquete (miojão, banana e umas bolachas), peguei minha mochila, minha bota e na saída encontrei outra hospede do hostel querendo sair, convidei ela e fomos juntos. Duas quadras depois do hostel encontrei uma cachorrinha toda molhada e andando sem rumo, como eu adoro cachorro fui lá brincar um pouco com ela e ela resolveu me seguir, pensei que apenas por uns quarteirões mas para a minha surpresa ela não nos abandonou até o final da trilha, como não sabia seu nome comecei a chamá-la de Luna. A costa da lagoa é um bairro que realmente fica na costa da lagoa (ah sério?) então você vai andar com a lagoa de um lado e na maioria do tempo um penhasco do outro, e o único jeito de se chegar lá é pelos barcos que passam de 1 em 1 hora ou então por esta trilha, a maioria do pessoal vai até o fim da trilha andando e volta de barco, era o que eu planejava fazer mas acabou não dando muito certo, mas logo chegamos lá. No caminho tem várias casas e paisagens bem diferentes, como uma floresta de bambu onde fazia um barulho que até dava medo devido ao vento forte, mas para mim que adoro a natureza foi bom demais ficar um tempo ali aproveitando essa beleza, as paisagens são lindas e tem uma cachoeira bem bonita quase no fim da trilha, se estivesse um pouco mais calor eu me jogaria nela mas com o frio que estava achei melhor seguir em frente. 

                    O caminho parece ser decorado pelos moradores que ali residem, as vezes a trilha meio que parece acabar e temos que passar pela casa de alguém, mas isso é tranquilo pois os moradores, pelo menos todos os que eu encontrei, ajudam os turistas perdidos por ali. Então eu fui até o final, eu acho que era o Ponto 23, os barcos paravam nestes pontos para pegar o povo. Chegando no final, depois de quase 3 horas e 11km de caminhada, fui esperar o barco e lá fui informado que cachorros não podem embarcar. Isso já era quase 5 da tarde e nesse dia anoitecia perto das 6 h. Eu não poderia deixar minha companheirinha lá. Ela podia se virar e voltar embora, como também poderia se perder, e no caminho tinham muitos cachorros que poderiam assustar ela. Me senti responsável pelo que cativei, como diz o "Pequeno Príncipe", então sentei no chão, descansei um pouco, comi o que eu ainda tinha de comida, consegui um pouco de ração e água para a Luninha e voltamos, um pouco mais rápidos desta vez. Eu tenho um pouco de medo de ficar na trilha quando anoitece, e para ajudar, meu celular ficou sem bateria e das 2 lanternas que eu havia levado para a viagem, nenhuma delas eu tinha trazido para a trilha. Um pouco de falta de planejamento e de experiência que poderiam ter custado bem caro, pois virar um pé ou se perder na trilha (não neste caso pois era bem sinalizado) por estar sem luz podem acabar se tornando problemas bem sérios em situações como esta.

                   Mas apertei o passo e voltamos bem rápido, com sorte acabamos chegando ao começo da trilha com o sol já se pondo (a última foto mostra a vista de quando saí da trilha), tive muita sorte, mas isso serviu como um aprendizado para as próximas. Por isso uma dica: por menor que seja a trilha tente se planejar antes com o horário, no meio do mato acaba anoitecendo mais cedo por conta das árvores e se você se desesperar ao ver que está longe do fim e com a luz diminuindo, pode acabar se machucando pela pressa ou pela falta de visibilidade e o que era para ser uma aventura acaba se transformando em um pesadelo. Pelo menos eu não estava sozinho dessa vez, diferente do próximo dia que foi outro sufoco, mas depois eu chego lá. Chegamos no hostel, mais exaustos do que o planejado, e veio a parte ruim: me despedir da Luninha. Eu acabo me apegando demais aos cachorros de rua, eles gostam de estar perto de nós, apenas por gostar de nossa companhia, pelo carinho, sem pedir nada em troca e eu valorizo muito isso, me sinto melhor com um cachorro me acompanhando. Depois me disseram que os cachorros da ilha são assim, saem atrás do povo e rodam a ilha caminhando, mas de qualquer jeito foi um pouco triste ver ela indo embora depois de todo esse tempo juntos.

                  Então, depois desse primeiro dia regado de fortes e diferentes emoções, tomei um merecido banho saí para dar uma volta, a Lagoa da Conceição é um lugar muito bom, tem opções para todos os gostos, desde barzinhos, baladas de todos os tipos, restaurantes ou a própria lagoa no meu caso que gosto de andar e tomar uma cervejinha pra rua mesmo, e foi aí que terminei meu dia, apreciando as belezas da Lagoa da Conceição.

                Bom pessoal, esse foi o relato do primeiro dia, seguem as fotos deste dia e posteriormente digo como foram os outros.

 

Forte abraço.

 

 

 

 

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