Colaboradores Paty Senatore Grillo Postado Outubro 23, 2018 Colaboradores Postado Outubro 23, 2018 Olá, pessoal! Depois de 5 meses e meio morando em Invercargill e algumas viagens pela ilha sul da Nova Zelândia já compartilhadas com vocês, em agosto chegou a hora de voltar ao Brasil. O post de hoje é para contar sobre a road trip que fizemos pelo país nas duas semanas que antecederam nosso retorno. PLANEJANDO A VIAGEM: Definir nosso plano de viagem não foi tarefa fácil. Mesmo já tendo feito alguns dos destinos imperdíveis da NZ, o que nos pouparia tempo, o fato é que o país não economiza em paisagens maravilhosas e foi difícil decidir o que entraria em nossa viagem e o que deixaríamos de fora. Decidimos rodar uma semana pela ilha sul e outra pela ilha norte e tentamos ajustar o roteiro de modo que o tempo de estrada não fosse tão pesado. * AS ESTRADAS: Como já disse em relatos anteriores, as estradas por lá (principalmente na ilha sul) são estreitas, de mão dupla, precisam de atenção e no inverno podem formar o black ice, o que em minha opinião torna imprudente viajar à noite. Além disso, as estradas tem um visual magnífico e viajar durante o dia permite que você pare em diversos pontos pelo caminho (spoiler: as estradas da ilha norte não chegam nem aos dedinhos do pé da ilha sul! 🤭). * O TRANSPORTE: Embora conheça gente que tenha escolhido viajar de ônibus (com a Intercity ou Kiwi Experience), eu particularmente acho que essa opção é cara e ainda te tira um bocado de oportunidades. Pela Nova Zelândia é muito comum o pessoal alugar campervans ou motorhome e o país tem uma estrutura legal para isso, com lugares especiais e gratuitos para pernoite (que podem ser consultados nos i-Sites ou por aplicativo) e banheiros públicos (limpos!) em tudo que é canto. Até cogitamos inicialmente cotar o aluguel de um destes, mas a real é que viajaríamos no inverno e ficamos com bastante cagaço preocupação de não aguentar o frio à noite. E falando em aluguel de carro, um meio de baratear uma road trip é procurar por realocações das agências de carro. Funciona assim: muitas pessoas alugam carro em uma cidade para devolver em outra, certo? Isso faz com que a agência de devolução tenha que enviar o carro de volta para a agência de origem e aí entra o pulo do gato: para não arcar com os custos desse retorno, é comum que as agências ofereçam condições especiais para que você faça isso por elas. Geralmente elas não cobram as diárias (ou cobram um valor simbólico) e, em contrapartida, você arca com os custos do combustível. Na ilha sul, o melhor site que achei foi o Transfercar. Os pontos negativos: geralmente a disponibilidade não é anunciada com tanta antecedência e as locadoras estipulam um limite de tempo para o trajeto (por exemplo: se a viagem do ponto A ao ponto B leva 5h, você vai ter 2 dias para entregar o carro no destino final). Esse limite, que sempre tem uma folguinha, é sucesso para viagens mais curtas, mas no nosso caso era uma pedra no sapato. Explico: no caso da NZ, essas realocações são comuns entre Queenstown, Christchurch, Wellington e Auckland. O prazo mais longo é entre Queenstown e Auckland ou entre Christchurch e Auckland, quando as agências disponibilizam uma média de 6 dias. Nós queríamos mais tempo livre até chegar na ilha norte e, de tanto fuçar, acabei achando uma agência de locação, a Omega Rental, com um preço beeeeeem legal para locações de mais de 5 dias e que não cobrava taxa para devolver o carro em um lugar diferente. Sucesso! * A TRAVESSIA DAS ILHAS: Outro nó no roteiro foi a travessia entre as ilhas. Há uma balsa que faz o trajeto em torno de 3h e você paga por cabeça e por automóvel. No nosso caso (2 adultos e um carro pequeno) ficaria em NZD 273. Dizem que a travessia é bem bonita, mas o problema para nós era o que fazer em seguida. Se fossemos pela balsa, conheceríamos Wellington e o Castlepoint (a 2h30 da capital), mas nosso próximo ponto de interesse (região de Taupo) ficaria a mais ou menos 5h30 de lá o que tornaria a viagem longa e nos mataria um dia. Procurei muito alguma opção de parada no meio do trajeto, mas não encontrei nada que fosse do nosso interesse - se tívessemos mais dias isso não seria um problema, mas esse dia “perdido” estava fazendo falta no nosso cronograma geral. Decidimos pegar um vôo de Nelson para Auckland, pela JetStar (NZD 142 para nós 2, já comprando a franquia de bagagem). Dessa forma ganharíamos o dia, poderíamos viajar à noite e ainda economizaríamos um pouco na balsa e no combustível. Na ilha norte locamos o carro pela Omega novamente. * OS PASSEIOS: Na ilha sul, a maioria dos lugares é gratuito e não requer grandes planejamentos. Já na ilha norte… praticamente tudo se paga! 🙄 No relato sobre Milford eu já havia falado a respeito de um site chamado BookMe, que oferece uma série de passeios e experiências a preços especiais. Acabamos comprando com antecedência três diferentes passeios: o boat cruise por Abel Tasman (pela Wilsons Abel Tasman, NZD 52/cd), o passeio de barco para ver as Maori Rock Carvins em Taupo (pela Ernest Kemp, NZD 22/cd) e as entradas para um dos parques em Rotorua, o Waimangu Volcanic Valley (NZD 20/cd). * O ROTEIRO: Depois de muita pesquisa e muitos ajustes, tivemos que tomar algumas decisões. A grande (gigantesca) frustração da viagem foi que não faríamos a Tongariro Alpino Crossing, uma das travessias mais famosas da NZ ☹️. Por ser inverno, a opção self-guided só é permitida se você tiver experiência com equipamentos de alpinismo na neve. Se não é o seu caso, é necessário contratar guia (morrem em torno de NZD 165 a NZD 200 por pessoa) e ainda assim a travessia será permitida somente em condições meteorológicas muito específicas no dia. Como não tínhamos tempo (leia-se principalmente dinheiro 🤑) e ir até Tongariro matariam praticamente 2 dias do nosso roteiro, desistimos da idéia (com dor no coração). Também decidimos excluir a região de Northland e Bay of Islands, mas essa foi por falta de tempo mesmo. Não foi dessa vez que vimos Cape Reinga. Nosso roteiro ficou assim: Dia 1: Viagem de Invercargill a Fox Glacier Village Dia 2: West Coast até Hokitika Dia 3: Arthur’s Pass Dia 4: West Coast até Motueka Dia 5: Golden Bay Dia 6: Abel Tasman National Park Dia 7: Nelson e vôo para Auckland Dia 8: Coromandel Peninsula Dia 9: Mount Maunganui e Rotorua Dia 10: Rotorua Dia 11: Taupo e Waitomo Dia 12: Auckland Dia 13: Auckland West Coast Dia 14: Retorno ao Brasil ➡️ Dia 1: de Invercargill a Fox Glacier Village Nossa road trip começou com uma carona do ônibus da faculdade de Invercargill até Queenstown, onde pegaríamos nosso carro. Por ser inverno, sabíamos que algumas estradas da iha sul poderiam estar com neve e alugamos as correntes dos pneus, por garantia. O Diego havia assistido uns vídeos no YouTube sobre como colocá-las, mas se fosse possível evitá-las, melhor e o atendente da agência de carro nos indicou que fôssemos para Wanaka (caminho obrigatório para a West Coast) via Cromwell, evitando pegar a Crown Range Road, a estrada que vai para Cardrona (e que passamos quando fomos de Wanaka para Arrowtown na viagem de abril). Seguimos seu conselho e partimos. Passamos pelo Kawarau Bungy (o famoso bungee jump de Queenstown que você mergulha na água) no caminho e paramos em Kawarau Gorge mais a frente. Para variar, a cor da água é um desbunde. Chegamos em Cromwell pelo outro lado do Lake Dunstan (que já havíamos conhecido em nossa viagem durante a Holiday Week) e nossa primeira parada seguinte foi em Lowburn. O tempo não estava muito animador, mas o contraste das nuvens escuras com a cor viva do lago fazia a paisagem ficar incrível. Tocamos em frente e chegando em Wanaka a chuva nos alcançou. Atravessamos toda a extensão do Mt. Aspiring National Park embaixo d’água, mas ouso dizer que deve ser muuuuito bonito quando o dia ajuda - não tivemos a melhor vista do pedaço, mas deu pra ver diversas cachoeiras e vales no caminho. A estrada é bem chata (ou bem NZ? 🤔), cheeeeia de curvas e alguns pontos mais estreitos, mas você se habitua! Esse trecho de Queenstown até Fox Glacier Village é longo, em torno de 4h30 sem contar as paradas, e com a tensão da chuva ficamos felizes em passar pelo perímetro do Mt. Aspiring e parar para tomar um café em Haast. O primeiro lugar que vimos para parar foi o Hard Antler, um café bem pitoresco e com várias cabeças de caças e chifres de veados pelo salão. Mais uma rápida parada em Knights Point Lookout, na estrada, e finalmente chegamos na vilazinha de Fox Glacier. Já era bem final de tarde e fomos direto pro Ivory Lodge, nosso hostel. Não tínhamos grande planos para o resto do dia, mas a recepcionista do hotel nos falou de uma trilha a 10 minutos de distância do hostel onde era possível ver glowworms à noite (bem, glowworms são insetos endêmicos da Nova Zelândia – Arachnocampa luminosa – e extremamente famosos graças à sua fase de larva, quando a reação entre um composto químico que eles produzem e o ar cria uma bioluminiscência. Sim, glowworms são larvas brilhantes! 🤩 Falarei mais sobre eles quando contar sobre Waitomo). A trilha é a Minnehaha Walk e tem 1.2 km de extensão. Por ser no meio de um bosque você precisa de uma lanterna para se localizar, mas ela também vai impedir que você enxergue os glowworms. O grande truque é parar ao longo da trilha e apagar a luz: seus olhos levam alguns segundos para se acostumar à escuridão e de repente você percebe que os glowworms estão em vários lugares por ali, parecendo estrelinhas! É bem bacana de ver! Com a chuva aumentando, voltamos rapidinho ao hostel. * Sobre o Ivory Lodge: o quarto privativo é bem estilosinho, aquecido e confortável. O banheiro é compartilhado, de tamanho suficiente e limpo. Cozinha pequena, mas com o necessário. NZD 68/casal. ➡️ Dia 2: West Coast até Hokitika Saímos do hostel em direção ao Fox Glacier, entretanto a estrada que dá acesso ao estacionamento abriria somente às 9h, após verificação pela equipe do Departamento de Conservação Ambiental das condições da trilha (parece que isso é feito diariamente, especialmente no inverno, e há um mural no início da trilha com boletins diários). Seguimos então para o Lake Matheson, apenas uns 5 minutos (de carro) de distância. Lá, você pode fazer a trilha até algum dos mirantes do caminho ou dar a volta no lago. Fizemos a volta completa, o que nos tomou pouco mais de 1 hora. O Lake Matheson é famosão por suas águas espelhadas (desde que o tempo colabore e não esteja ventando) nas quais você pode ver o reflexo do Mount Cook (desde que o clima esteja favorável e ele não esteja coberto por nuvens! 😛). Não pegamos a melhor combinação climática, mas ainda assim ele era bem bonitão. Retornamos em seguida ao Fox Glacier e dessa vez a estrada já estava aberta e a trilha liberada, mas o tempo estava bem nublado e a chuva daria o ar do graça durante o trajeto de volta. A Fox Glacier Valley Walk leva em média 1 hora (return) e tem algumas subidas mais discretas no início e uma subida caprichadona no final. Essa subidona se estende pelos 400m finais e é nessa parte da trilha que você vai encontrar uma série de placas com avisos de que não se deve parar no trajeto devido ao risco de pedras rolarem (bem, tente convencer seus pulmões...🤭). Uma das coisas mais impressionantes no Fox Glacier são as placas que sinalizam o tamanho que o glaciar tinha há alguns anos atrás. Perceber o quanto ele recuou em pouco tempo é um exemplo concreto e assustador dos efeitos da mudança climática na Terra 😳. O mirante fica bem distante do glaciar e a aproximação só é possível com guias ou via aérea (não faltam opções – caríssimas – de passeios de helicópteros para ambos os glaciares, o Fox e o Franz Joseph). Ah, e para quem já esteve na Patagônia e teve a possibilidade de se maravilhar com o Perito Moreno, não espere encontrar aquele glaciar azulzinho e clarinho – os glaciares na NZ em geral apresentam grande quantidade de rochas junto a eles, o que faz com que eles fiquem em grande parte cinzas. Ainda assim é bonito. De Fox Glacier seguimos para seu irmão mais famoso (spoiler: e mais bonito! Se só houver tempo para fazer um, definitivamente façam este!), o Franz Joseph. A distância entre eles é de cerca de 30 minutos e a trilha mais famosa e acessível do Franz Joseph Glacier leva em torno de 1h30 (return). Pensa num lugar bonito, bicho . O cenário é pedregoso, com um visual incrível do vale e em poucos minutos de caminhada você alcança as famosas Trident Falls, três cachoeiras que despencam lado a lado vindas da mesma origem (lembram um tridente, daí o nome!). Para variar, tinha um arco-íris para coroar o conjunto da obra (já falei que na Nova Zelândia vi mais arco-íris do que já havia visto na minha vida inteira? Praticamente uma vez por dia surge um. É, isso também significa que chove um monte. 😅 Hahaha). A trilha é muito tranquila e a subida no final não é nem 1/3 da do Fox Glacier. Lá o mirante também fica distante do glaciar, mas achei mais bonito! Terminada a trilha do Franz Joseph era hora de seguir rumo Hokitika, onde passaríamos a noite. Como ainda tínhamos tempo, tocamos direto para Hokitika Gorge, o famoso rio turquesa da ilha sul. Bem… a trilha é curta (uns 15 minutos) e o lugar é lindo, mas tenho que admitir a minha frutração de não encontrá-lo com aquela cor incrível das fotos. Na realidade encontramos ele leitoso, meio cinza, meio verde – era bonito de qualquer forma (e tinha outro arco-íris!). À noite, conversando com o Bett, nosso anfitrião, ele nos explicou que embora as águas se originem nos glaciares, por ser um rio e não um lago as cores mudam de acordo com a quantidade de chuvas e minerais que a água carrega consigo. Às vezes essa mudança acontece em questão de horas! Assim, ele varia do cinza total, passa pelo verde leitoso que vimos e pode ficar azul turquesa, como em suas famosas fotos. De acordo com ele, para o rio ter essa coloração turquesa é imprescindível que não tenha chovido por vários dias. É, não foi dessa vez! * Sobre o AirBnb escolhido: Janice e Bett foram extremamente atenciosos e nos deram várias dicas locais, inclusive sobre o melhor caminho a seguir no dia seguinte, rumo ao Arthur’s Pass. A casa é mais antiga e o quarto simples e sem aquecedor, mas foi suficiente. NZD 58/casal. Obs: na noite em que estivemos por lá eles estavam assistindo Senhor dos Anéis e conforme as paisagens apareciam, eles iam reconhecendo e nomeando. 😁 ➡️ Dia 3: Arthur’s Pass Esse foi certamente o dia de maior indecisão da viagem. Arthur’s Pass é conhecido como os alpes neozelandeses e o parque fica bem no meio da ilha sul. Ele era nosso plano original, mas na noite anterior a estrada havia sido fechada por causa da neve e bem no início da manhã o uso de correntes estava sendo obrigatório (é possível acompanhar os boletins atualizados com as situações das estradas federais da NZ através desse site). Como disse antes, tínhamos as correntes, mas também tínhamos o receio de usá-las. Decidimos ir mesmo assim e seguir até onde desse e, se fosse o caso, abortaríamos a missão. Saindo da West Coast sentido parque nacional a estrada começa bem tranquila e plana, começando a ter curvas mais tensas e uma subida caprichada a partir da cidadezinha de Otira. Foi quando começamos a subir, ao final de uma curva, que ficamos com o queixo caído: de repente estava TUDO branquinho, MUITO bonito! 😍 Logo no início da serra há um mirante, onde paramos para tirar fotos e ver alguns keas de pertinho (uma espécie de papagaio alpino lindo, grande, desengonçado e muito esperto. Eles são endêmicos da Nova Zelândia e a região de Arthur’s Pass tem vários deles!). A neve da estrada já havia sido limpa e, embora fosse preciso muita cautela, subimos sem precisar das correntes. Chegamos até a vilazinha de Arthur’s Pass, onde estacionamos e fomos até o i-Site pegar algumas informações. Como Arthur’s Pass era uma grande incógnita na nossa viagem, não tínhamos decidido exatamente o que fazer por lá. Há algumas trilhas bem longas no parque e outras nem tanto, como a Temple Basin, que leva em torno de 3-4h return. Mas com neve as opções para nós, meros mortais, eram reduzidas – e como nossa passagem por ali seria curta, a moça do i-Site nos indicou fazer a Devil’s Punchbowl Track, um bate-e-volta de uns 40 minutos até a plataforma onde se vê a queda de 131 metros da cachoeira que dá nome à trilha. Bem, há algo interessante pra se dizer sobre isso: em nossas pesquisas anteriores à viagem, havíamos visto algumas fotos dela sem que nos chamasse muito a atenção, mas como parecia ser a melhor opção para nós devido à quantidade de neve, seguimos o conselho. Bem… façam essa trilha no inverno. Façam muito essa trilha no inverno! 😁 Foi infinitamente mais bonito do que as fotos que havíamos visto. De lá trilhamos a parte inicial da Arthur’s Pass Walking Track até o primeiro lookout (que não era tããão lookout assim) e voltamos para nos divertir um pouco com a neve fofa que cobria a vilazinha. No caminho de volta, paramos no mirante do Otira Viaduct para admirar a clássica ponte de 440m que permite que a SH-73 se estenda entre as íngremes montanhas da região. Deixamos Arthur’s Pass rumo à Greymouth e vimos no mapa um caminho alternativo até lá. Se tem uma coisa que aprendemos na Nova Zelândia (especificamente na ilha sul) é que as estradas não decepcionam e que se você tiver oportunidade de fazer um caminho diferente, você deve fazê-lo! Assim, seguimos para nosso destino de pernoite via Lake Brunner. Voilà! 😎 Mais um lugar lindo pelo caminho! Após uma passeada em suas margens, tocamos em frente e chegamos na cidade de Greymouth. Ainda faltavam algumas horas para o sol se por e decidimos fazer uma trilha curtinha chamada Coal Creek Falls, há uns 20 minutos da cidade. A trilhazinha para a cachoeira começa no fim de uma rua asfaltada, entre as casas do bairro, e foi a cachoeira mais “urbana” da NZ, hehe! Em 20 minutinhos você chega nela e, embora não seja imperdível, tinha mais água que a famosa Purakaunui, em Catlins 😛! Com a tarde chegando ao fim, fomos no famoso Southern Breakwater Viewing Platform ver o espetáculo do astro rei. Fez um por-do-sol lindo, mas o que mais nos impressionou foi a força das ondas que quebravam por ali. * Sobre o Duke Hostel: o sobrado é uma construção antiga, com reformas acontecendo. O quarto é simples e o aquecedor desligava sozinho (além de ser barulhento). Os banheiros compartilhados são minúsculos, mas limpos. A diária inclui sopa à noite e café da manhã, simples. NZD 55/casal. ➡️ Dia 4: West Coast até Motueka Nos despedimos de Greymouth e em apenas 40 minutinhos chegamos em Punakaiki, Paparoa National Park, para conhecer as famosas Pancake Rocks. Um circuito de apenas 15-20 minutos (e totalmente acessível, exceto por um único pedacinho que tem meia dúzia de degraus) te apresenta as estranhas camadas de rochas que lembram torres de panquecas. A menos de 5 minutos de distância dali, nossa próxima parada foi a Truman Track, uma trilhazinha de 15 minutos que leva a uma bela prainha escondida. Não nos estendemos muito lá devido à chuva (e também é bem pequenininha de qualquer forma). A parada seguinte foi o Cape Foulwind, já mais ao norte da costa oeste, onde a idéia era fazer uma trilha entre Tauranga Bay e o farol que dá nome ao lugar (cerca de 2h return). Não tínhamos quase nenhuma informação sobre esse lugar e chegando lá descobrimos que havia um estacionamento em cada ponta. Como estava chovendo e ventando horrores 🌪️, desistimos da trilha e decidimos ir de carro nas duas extremidades. Começamos por Tauranga Bay e do estacionamento até a colônia de leões marinhos que tem ali são apenas 15 minutinhos. E tinha um mooooooonte deles, com vários babies (e alguns adultos briguentos!). Depois de várias fotos pegamos novamente o carro e fomos sentido farol – a vista é bem ok, o farol é bem ok e poderíamos muito bem ter pulado essa parte. 😬 A estrada em seguida foi bem longa, sentido Motueka, já ao norte da ilha sul. Não havia encontrado muita informação a respeito desse trecho, mas a estrada acompanha o Buller River por um bom trecho e também é bem bonita. Fomos fazendo algumas paradas no caminho (com destaque para o Kilkenny Lookout e o Hope Saddle Lookout) e chegamos em Motueka. Já era bem final de tarde e seguimos direto para o escritório do Wilsons Abel Tasman, para trocar o voucher do passeio no Abel Tasman pelo bilhete de embarque. Originalmente nosso voucher seria para o dia seguinte e como tivemos o dia inteiro de chuva, estávamos algo preocupados em pegar um tempo ruim. Compartilhamos nosso receio com a moça da agência, que verificou a previsão do tempo e sugeriu que adiássemos um dia. Embora a política de compra no BookMe deixasse claro que não seria possível reagendar o passeio, a moça foi extremamente simpática e atenciosa – lembrando que estávamos no inverno, não sei dizer como é a lotação desses passeios no verão, quando bomba de turista em Abel Tasman! * Sobre o AirBnb escolhido: nas duas noites que ficamos em Motueka nos hospedamos no studio da Kal e do Andy. É um espaço privado, no mesmo terreno da casa deles, com quarto, banheiro, frigobar e microondas. A decoração é uma lindeza e o quarto é mega aconchegante. Vale muito a pena! NZD 69/casal a diária. ➡️ Dia 5: a região de Golden Bay Esse foi o dia de explorar a região de Golden Bay. Saímos de Motueka e pegamos sentido Takaka, não sem antes parar no Hawkes Lookout, bem no alto da serra. Nossa primeira parada foi em Te Waikoropupu Springs. Esse é um local extremamente importante para a cultura maori, com suas águas e seu entorno considerados sagrados (é proibido encostar na água, em sinal de respeito!). Ali você encontra uma das águas mais límpidas do mundo – já foi registrada uma visibilidade de 63 metros de profundidade! 😱 Para mim, especialmente, esse lugar foi uma excelente surpresa. Não havia praticamente ninguém quando chegamos e o caminho no bosque para chegar até às águas já trazia uma paz impressionante. Além disso, o caminho era todo rodeado de silver ferns, a planta símbolo da Nova Zelândia. A transparência da água e as cores que se formam em conjunto com as plantas, algas e céu é incrível e muito muito muito bonito. Não conseguia sair dali e não conseguia parar de olhar, Diego teve que me resgatar para continuarmos a viagem, heheheh. Continuamos a atravessar a costa da Golden Bay rumo ao Cape Farewell, em Puponga Farm Park. Para variar, tínhamos apenas informações básicas quanto ao lugar. Estacionamos um pouco antes do final da Wharariki Road, acompanhados de muuuuuitas ovelhas 🐑 🐑 🐑 e fomos até o mirante do Cape Farewell, há uns 200m de distância. Já falei o quanto a NZ é linda? Já falei da cor da água? Das formações rochosas? 🤗 Dali víamos várias estacas demarcando o caminho e também entendemos os anúncios de passeio a cavalo na estradinha de terra antes do estacionamento: é possível chegar até o Pillar Point Lighthouse, mas o caminho é no meio de um pasto lamacento. Seguimos a pé mesmo apenas um trecho, com vários quase-escorregões na lama, mas conseguimos ver o outro lado do penhasco e a pontinha de areia que marca o ponto mais ao norte da ilha sul, o Farewell Spit. Voltamos para o carro e fomos para o estacionamento seguinte que daria acesso à Wharariki Beach, o lugar mais famoso dali graças às Archways Islands, suas curiosas formações no meio do mar. Do estacionamento até à praia a distância é de aproximadamente 1km, mas a trilha dessa vez é bem marcada, sem lama (e cocôs de ovelha 😅). No final da trilha você segue pelas dunas. Acho que não conseguirei descrever a beleza e a variedade de paisagens desse lugar. A Archway Island (para mim vai ser sempre a pedra do elefante) leva a fama toda, mas a praia inteira é maravilhosa, com pedras, cavernas, leões marinhos. Ficamos várias horas ali, e se eu fiquei boba com a Waikoropupu Springs, em Wharariki Beach era o Diego que parecia criança olhando pra um bolo de chocolate. Voltamos para Motueka, na expectativa do dia seguinte. ➡️ Dia 6: Abel Tasman National Park Saímos cedinho de Motueka rumo à Kaiteriteri, a cidadezinha vizinha de onde sairia o barco para o Abel Tasman. A praia de onde os barcos saem é uma belezinha, com a areia dourada e muuuuuitas conchas. Sobre o Abel Tasman National Park, vale lembrar que não há acesso às praias via estrada, sendo possível chegar de carro apenas em Marahau (a cidade onde o parque começa) ou no camping em Totaranui (a última praia que os barcos acessam) – lembrando que para chegar em Totaranui a estrada é de terra. Entre esses dois pontos há a Abel Tasman Great Walk, uma travessia de 3 dias. Para quem não tem disposição (ou não tem tempo, como nós), os passeios de barco são a melhor forma de conhecer um pouco mais da região. Os barcos geralmente saem de Kaiteriteri e ao comprar o ticket você escolhe o ponto final (em qual praia vai desembarcar) e escolhe se deseja fazer algum trecho da great walk. Como só teríamos um dia por ali, optamos por conciliar o maior trecho possível e escolhemos o passeio que iria até Totaranui, junto com um trecho de aproximadamente 1h30 de caminhada. Para quem desejar, também tem como casar passeios de kayak. Logo no início do cruzeiro foi possível avistar a Split Apple Rock, a famosa formação rochosa cortada ao meio. O barco passa relativamente perto, mas devido ao horário o sol ainda não está batendo por ali e ela fica imersa em sombra. Seguimos pela costa e pelas famosas Anchorage e Torrent Bay e fomos para Tonga Island, com sua colônia de leões marinhos. Dali continuamos margeando a costa até chegar à Totaranui. A costa do Abel Tasman é linda, mas somos brasileiros e se tem uma coisa que sabemos muito bem é como é ter praias lindas 😉. O que realmente nos chamou atenção não foram as praias em si, mas o tom de verde da água. De Totaranui o barco começou o caminho de volta, até nos deixar em Tonga Quarry Beach, onde faríamos um pedaço da trilha. O tempo que eles disponibilizam é mais que suficiente e dá pra aproveitar cada pedaço do caminho. O trecho que fizemos passava por Bark Bay, a praia das conchas mais conchas que existe, e terminava em Medlands Beach, onde pegamos o barco novamente rumo à Kaiteriteri. O passeio termina por volta de 16h. Ah, e se forem para lá no inverno, como nós, não esqueçam do agasalho. Apesar do céu azul e das praias lindas, é um frio do cão no barco! Saímos de Kaiteriteri direto para Nelson, nosso último destino da ilha sul. A região de Nelson é famosa pela produção de cerveja e vinho, mas não espere bares super badalados que se estendam pela madrugada. Após jantarmos no hostel, fomos para a The Free House, uma das cervejarias locais. É um lugar meio escondido e quando entramos já estava quase fechando, com o pessoal limpando o salão enquanto os últimos clientes ainda estavam por lá. Digamos que a idade média dos frequentadores também era um tanto alta. 😛 Seguimos para uma das Sprig&Fern Tavern (existem várias pela cidade) e, embora tivesse uma ou duas mesas ocupadas apenas, estava aberta e com cerveja e música boa. * Sobre o Nelson Bridge Backpakers: quando pesquisávamos hospedagem em Nelson a avaliação desse hostel era excelente e havíamos criado uma baita expectativa. O quarto era confortável e tinha banheiro privativo, mas a porta estava quebrada e o chuveiro era bem ruim. Mas a experiência pior foram com os hóspedes em si e aí não é culpa do hostel. Havia um grupo enorme hospedado lá e a cozinha e os espaços em comum estavam impraticáveis. Não sobrou uma louça limpa para usar e tava o caos. Por favor, não sejam esse tipo de hóspede 😡. NZD 70/casal. ➡️ Dia 7: Nelson e vôo para Auckland Pegaríamos o vôo para Auckland no final do dia e decidimos explorar a região central de Nelson. Fomos conhecer o Queen’s Gardens e seguimos pelo Botanical Hill até o Centre of New Zealand Monument. A caminhada de 20-30 minutos morro acima te leva até o ponto geográfico central da NZ, que também é um lookout para a cidade. De volta ao centro, seguimos para a Trafalgar Square até a famosa Nelson Cathedral, a igreja de pedra do século 19. Algumas andanças a mais e sem muitas outras opções (free, hehehe) por ali, seguimos direto pro aeroporto. Em Auckland já tínhamos o carro reservado e dormiríamos em um AirBnb perto do aeroporto, para seguir direto para Coromandel Peninsula no dia seguinte. * Sobre o AirBnb escolhido: havíamos reservado um quarto de casal na casa da Nikki. Antes de nossa chegada a comunicação havia sido tranquila e fácil e deixamos tudo combinado devido ao horário que chegaríamos. Bem, na real Nikki não estava lá e embora não tenhamos tido problemas para entrar na casa e seguir suas orientações, o quarto estava ocupado e não conseguíamos contato com ela. Conseguimos falar com uma outra moça, que estava em um studio no mesmo terreno, que nos informou que Nikki estava fora do país e que tentaria descobrir o que tinha acontecido. Enfim, nos colocaram em um outro quarto com camas de solteiro beeeem desconfortáveis. Definitivamente não foi nossa melhor experiência em AirBnb, mas era bem barato e bem perto do aeroporto. NZD 40/casal. ➡️ Dia 8: Coromandel Peninsula Partimos cedinho com destino a Coromandel Peninsula. Tínhamos somente a Cathedral Cove, em Hahei, na nossa lista de certezas, bem como o local de pernoite em Hikuai, na casa da Susan (AirBnb). O caminho mais curto de Auckland para Hahei vai direto para a costa leste de Coromandel Peninsula, mas como tínhamos o dia livre e queríamos explorar a região, decidimos pelo caminho mais longo, via Whakatete Bay, para conhecer o lugar. Devo admitir, aqui, uma certa frustração com as estradas. 🙄 Elas são muito bem conservadas, mas estávamos muito (bem) mal acostumados com a Nova Zelândia. Todo o trajeto dirigido na ilha sul era ma-ra-vi-lho-so enquanto na ilha norte, bem… você até passa por alguns lugares bonitos, mas a sensação é de dirigir no interior de SP… Ok 😒. E você volta a ver gado, em vez de ovelhas. Triste. ☹️ Voltando à viagem, paramos no i-Site de Thames para tentar descobrir possíveis pontos de interesse e pegar um mapa da região. Seguimos de lá até Whitianga parando algumas vezes pelas baías no caminho e depois para a Cathedral Cove. A Cathedral Cove é um dos lugares mais conhecidos da Nova Zelândia, especialmente por ter sido cenário de Nárnia. Ao chegar na cidade de Hahei você vê um estacionamento imenso (o que dá a entender que deve ser o caos em alguns momentos) e várias placas dizendo ser o único lugar para se estacionar. Apesar de ser um sábado não tinha quase ninguém estacionado e ao sair do carro descobrimos que teríamos que andar 2km até o início da trilha. Pelas informações das placas por ali, há a possibilidade de pegar um ônibus que te deixa mais perto (neste caso, você inicia a trilha pela Hahei Beach), mas considerando o quão deserto estava tudo, não botamos fé de que o ônibus estivesse funcionando aquele dia (e realmente não vimos nenhum sinal dele). Decidimos então arriscar e procurar algum lugar mais perto para estacionar e, bingo! Tem um carpark no final da Grand Road, porém ele é minúsculo. Como não pegamos o lugar com taaanto movimento assim, conseguimos estacionar (e ficamos bem felizes, por que é uma subida do cão se a gente tivesse começado a trilha lá da praia). Dali do lado há a última entrada para a trilha principal – e o visual dali já é bem incrível. A trilha até a Cathedral Cove leva em torno de 45 minutos (é descida… já sabe como vai ser a volta! 😅) e pelo caminho tem outras duas baías que se pode ir, a Gemstone e a Stingray. Fomos direto para a cereja do bolo, porque o tempo não estava dos melhores e achamos prudente garantir a Cathedral antes que a chuva caísse. Como você faz a maior parte da trilha pelo alto, há lookouts maravilhosos pelo caminho. Finalmente chegamos na Cathedral Cove e… descobrimos que ela estava interditada. Yey! 🤨 Havia uma faixa de plástico que impedia a passagem pela pedra e nada que avisasse sobre isso em nenhum lugar do caminho (e nem a moça do i-Site nos havia passado essa informação). Foi bem frustrante. Fomos descobrir depois, conversando com a nossa anfitriã do AirBnb, que de tempos em tempos a passagem é interditada por conta do número de visitantes e da instabilidade do pedaço, que faz com que algumas pedras caiam do “teto” em alguns momentos. No caminho de volta paramos primeiro em Stingray Bay, uma baíazinha minúscula, mas belezinha – com a água verdinha! Gemstone Bay, por sua vez, é ainda menor, cheia de pedras e é considerada uma reserva marinha. Seguimos de carro até Hahei Beach e a praia era tão linda que decidimos comer nosso lanche por ali. O azul do mar era impressionante! Continuamos a viagem até um pouco mais ao sul e passamos o final da tarde em Onemana Beach, uma grata surpresa. De lá voltamos para Hikuai, para o AirBnb onde ficaríamos. * Sobre o AirBnb escolhido: a casa de Susan fica em uma área rural e a rua de terra é bem escondida – mas ela passa todas as orientações antes e isso facilita um monte! O quarto foi um dos melhores que ficamos, bastante aconchegante e com uma decoração bem bonita. Não é uma suíte, mas há um banheiro de uso privativo para os hóspedes. A casa é linda! Como chegamos a noite, só fomos vislumbrar a vista que ela tem da janela da sala na manhã seguinte – e uau! 😍 A Susan é simpatissíssima. Só se organize para não precisar comprar nada por ali, porque você não vai ter onde ir! NZD 60/casal. ➡️ Dia 9: Mount Maunganui e Rotorua Saímos cedinho de Hikuai e seguimos sentido Mount Maunganui, passando por Whangamata e parando para caminhar na praia de Whiritoa. Eu havia lido um pouco sobre o Mount Maunganui e um amigo em Invercargill havia falado dele pra gente também, mas confesso que ainda assim eu não estava botando tanta fé e ele só entrou no roteiro porque queríamos dar uma quebrada na viagem direto para Rotorua. Ainda bem que paramos ali! A cidade é uma graça, a vista do monte é incrível e a cor da água, maravilhosa. É uma cidade pequena, bem pertinho de Tauranga (que é um pouco maior) e super movimentada. Tudo bem que era domingo e não sei como é em dia de semana, mas o fato é que tinha muito mais movimento do que eu havia visto em 5 meses de Invercargill. A cidade tem várias opções de restaurantes, um calçadão bacana e os destaques ficam por conta de Motukiri Island (também conhecida como Leisure Island) e do próprio Mt. Maunganui, claro. Fomos primeiro para Motukiri Island que, apesar de ser uma ilha, é tão pertinho da costa que tem um acesso de areia/pedra feito pelo homem (sim, você chega na ilha andando! 😎). Aquele pedaço de terra já foi um (uma?) Pā (uma espécie de forte do povo maori), depois foi tomado pela coroa inglesa que estabeleceu uma pedreira, com o objetivo de extrair matéria-prima para a construção da estrada férrea de Bay of Plenty. Depois de 12 anos de extração, o espaço foi tomado por espaços de lazer, com aquário e piscinas (daí o apelido de Leisure Island) até 1990. Hoje, voltou ao seu estado natural e tem uma pequena trilha com belas vistas para o oceano. De lá decidimos subir o Mount Maunganui. Sua área faz parte da Mauao Reserve e as terras pertencem aos maoris, mas a reserva é aberta ao público e administrada pela prefeitura. Você pode optar por dar a volta em sua base ou subir ao topo, com seus 232m. Claro que a gente subiu! 🙂 Existem algumas trilhas diferentes que você pode optar: nós começamos a subir pela Oruahine Track até pegar a Waikorire Track e voltamos pela 4WD Track (mais longa). Foram uns 30 minutos subindo, com vários degraus em algumas partes. A característica do Mount Maunganui é bem ímpar, visto que a cidade é toda plana com um monte de terra (ele é literalmente um Mount, hehehe) na ponta da península (que vista dele parece super estreita!). Deixamos a cidade e continuamos a viagem sentido Rotorua. Ainda tínhamos o final da tarde e decidimos ir direto aos Tikitapu e Rotokakahi Lakes, também conhecidos como Green & Blue Lakes. Bem, não sei se a culpa foi toda do tempo, mas eles eram bem cinzas. E se, com muuuuuuuito esforço, você insistisse em identificar alguma cor, o Blue Lake era um verde-musgo-escuro-nublado… e o Green Lake era cinza mesmo… 🤔 Vai saber. Voltamos para o centrinho de Rotorua e ficamos encantados com a cidade. Bem, Rotorua é conhecida por sua itensa atividade geotermal, com todos os seus geysers, fumarolas, lagoas de lama quente e nascentes termais. Tudo isso dá à Rotorua, além do cheiro de enxofre, uma característica única – acreditem, sai fumaça de todos os cantos da cidade: de lagos, lagoas, buracos, bueiros, muros… é bizarro – e incrível! 🤩 Pela região você encontra vários parques cuja visitação é paga, mas bem no centro de Rotorua tem o Kuirau Park, um parque gratuito com poços de lamas, umas “piscinas” termais nas quais você pode por os pés e sua principal atração: o antigo Taokahu Lake. A lenda maori diz que, no passado, uma bonita jovem, Kuiarau, se aproximou do lago para se banhar quando a Taniwha (uma espécie de dragão) a atraiu para o fundo do lago. Os deuses, então, se enfureceram e fizeram com que o lago fervesse para que a Taniwha fosse destruída para sempre. A partir de então o lago ficou conhecido pelo nome da jovem, adaptado para Kuirau. É possível caminhar pela beirada do lago, bem como passar por uma passarela sobre ele. É MUITO legal. 😁 É tanta fumaça e tanto cheiro de enxofre que parece um filme mal assombrado. Além do Kuirau Park, em nossas primeiras horas em Rotorua também fomos ao Government Gardens, às margens do Rotorua Lake e demos uma circulada pela cidade, que é cheia de opções de bares e restaurantes. A noite foi no Rock Solid Backpackers. * Sobre o Rock Solid Bakpackers: é um hostel de excelente localização e quarto privativo bem amplo, com banheiro. A cozinha é bem pequena e sem ventilação. NZD 68/casal. Compramos o ingresso para o Wai-o-Tapu Thermal Wonderland lá mesmo, pelo valor oficial (NZD 32,50/pessoa). ➡️ Dia 10: Rotorua Nosso ingresso para o Waimangu Volcanic Valley havia sido comprado para o primeiro horário (8h30) e saímos cedinho do hostel – o parque fica há 25 minutos de carro da cidade. Como o próprio nome diz, Waimangu fica em um vale de origem vulcânica e é considerado um dos vales mais jovens do mundo com essas características. Sua paisagem foi moldada pela erupção do vulcão Mt. Tarawera, em junho de 1886. Esta erupção dividiu o Mt. Tarawera em duas partes, acabou com todas as formas de vida em um raio de 6km (inclusive 120 pessoas que viviam nas redondezas) e destruiu o Pink and White Terraces, terraços de sílica de importância mundial que existiam naquela região. Esta erupção também fez com que o Lake Rotomahana se tornasse 20 vezes maior e 170m mais profundo. Crateras com águas quentes surgiram ao sul do lago e ficaram conhecidas por Okaro Craters. Em 1900, o maior geyser do mundo entrou em atividade e foi chamado de Waimangu, rebatizando o local - as erupções desse geyser cessaram em 1904 e não se sabe ao certo o motivo. Ainda neste parque vale destacar o Frying Pan Lake – a maior nascente de água quente do mundo em termos de área e a segunda maior em termos de volume de descarga (parece um enorme caldeirão fervente). Outro destaque é o Inferno Crater Lake, outra nascente de água quente cujo volume tem uma interessante variação que lembra o movimento das marés (de cheias e baixas). Ao entrar no parque você recebe um mapa com todos os pontos de interesse e as explicações. O passeio pelo Waimangu Volcanic Valley é feito a pé, e existe a opção de pegar um ônibus (já incluso no valor da entrada) para voltar à portaria (ou você tem a opção de voltar com esse ônibus até a metade e fazer uma outra trilha, a Mt. Haszard Trail – foi o que fizemos). Também é possível fazer um passeio de barco pelo Lake Rotomahana, pago à parte (não fizemos). No dia em que fomos, parte da trilha estava interditada devido estragos causados por uma forte chuva algum tempo antes – por conta disso, perdemos alguns pontos que estavam nesse trecho e tivemos que pegar o ônibus para continuar a trilha mais pra frente. (Enquanto esperávamos o ônibus, que passa a cada hora, nos perguntávamos por que não fazíamos o mesmo trajeto do ônibus a pé mesmo… depois descobrimos que alguns pontos são beeeeem estreitos e se tivesse algum pedestre não haveria chances do ônibus passar…). O passeio pelo parque leva umas 2h. Saímos de lá sentido Wai-o-Tapu e, antes, paramos na Rainbow Mountain Scenic Reserve e fizemos a curtinha Crater Lakes Track (500m). Pela primeira vez na Nova Zelândia o Google Maps não achou o estacionamento e o início da trilha, mas como é bem na beira da estrada o encontramos mais à frente. A trilha é bem curtinha, mas cheia cheia cheia de lama. Em Wai-o-Tapu nós gastamos umas boas horas pelo local, que é IMPERDÍVEL . Existem 3 diferentes circuitos, que podem ser feitos de modo contínuo, totalizando 3km. Embora você seja capaz de fazer o circuito completo em pouco mais de 1h, eu duvido que você não gaste muito mais tempo admirando tudo. Considerado o parque geotermal mais colorido e com a maior diversidade de atrações, fica difícil escolher o que mais nos impressionou. Destaque para a Artist’s Pallette e os famosíssimos The Champagne Pool e Devil’s Cave. 😍 Uma outra atração do parque é a Lady Knox Geyser, com erupções que atingem entre 10 e 20 metros e podem se estender por quase 1h. Para quem queira vê-la, é preciso estar no parque antes das 10h15 da manhã. Na realidade, a erupção é induzida – o que pra gente tirou a graça – e como estávamos no outro parque pela manhã, não chegamos a conhecer essa atração. Já no final da tarde, decidimos passar algumas horinhas em Waikite Valley Thermal Pools, com suas piscinas de águas termais em torno de 35-40°. Depois de 10 dias de viagem, confesso que esse tempinho relax caiu muitíssimo bem 😎. NZD 18/pessoa. (Importante: por se tratar de água de origem vulcânica, há a orientação de manter a cabeça para fora da água. Embora rara, existe a possibiidade de haver um tipo de ameba – amoebic meningitis – nessas águas). Em torno de 45 minutos depois de Waikite Valley, chegamos em Taupo, onde passamos a noite no Bob’s Hostel. * Sobre o Bob’s Hostel: começa que quando você joga o endereço dele no Google Maps, ele te manda para um hostel de nome diferente. Sem entender nada, fui perguntar na recepção e o mocinho me disse que isso sempre acontecia, mas que o hostel correto ficava do outro lado da rua. Era uma portinha que quase não se via e o hostel fica em cima de um bar. Construção bem velha, quarto sem aquecimento e meio mofado, banheiro privativo péssimo. Não acho que vale a pena não! NZD 50/casal. * Outras considerações sobre Rotorua: outro parque extremamente famoso por lá é o Te Whakarewarewa Geothermal Valley. Além das atrações geotermais, seu destaque é a existência de uma vila maori, onde se é possível ter uma imersão na cultura, ver o Haka e comer um típico Hangi, uma comida maori com carne e vegetais cozida nas águas termais. O ingresso mais barato é NZD 45, com variações de acordo com as experiências que você adicionar. Não fomos nele. ➡️ Dia 11: Taupo e Waitomo O primeiro compromisso do dia foi o passeio de barco para ver a enorme escultura maori cravada em uma pedra na beira do Lake Taupo. Como disse lá no começo, havíamos comprado pelo BookMe e o passeio saía 10h30. Antes do horário, demos uma caminhadinha de leve na beira do lago. Bem… eu diria que Taupo é bem normal 😬. E o passeio de barco só tem de legal a própria escultura, o que fez com que achássemos ele bem pouco proveitoso (dá quase 1h de barco até chegar nela…). A empresa era boa, pessoal simpático, tinha café, chocolate quente e bolachinhas de brinde… mas era o passeio mesmo que era bem… blé. Nosso próximo compromisso já seria em Waitomo ao final da tarde – havíamos comprado pela internet os ingressos para Waitomo Glowworm Caves para às 17h00 (NZD 45,90/pessoa). Decidimos passar em Huka Falls antes de deixar Taupo para trás. Havíamos lido que Huka Falls era uma das cachoeiras mais bonitas da Nova Zelândia, mas sinceramente não estava botando muita fé nas fotos. Vou te falar… foi ela quem salvou a ida para Taupo! A cor da água é um turquesa maravilhoso e a quantidade de água é absurda. Dizem que a vazão de água de Huka Falls permitiria encher uma piscina olímpica em 11 segundos! 😲 O estacionamento é bem próximo aos mirantes e bem acessível (mas lá foi o único lugar que vimos na NZ que o banheiro era cobrado!). Seguimos para Waitomo, há mais ou menos 2h de distância. Chegamos antes das 17h e conseguimos antecipar a nossa visita. Waitomo Glowworm Caves é definitivamente um lugar que não deve ficar de fora em um roteiro pela Nova Zelândia. Embora soubessem da existência da caverna, os maoris nunca haviam explorado amplamente seu subsolo até 1887, quando um chefe maori chamado Tane Tinorau, acompanhado pelo pesquisador inglês Fred Mace, adentraram o local – eles foram os primeiros a alcançar a Glowworm Grotto e a ver as incríveis criaturinhas brilhantes transformando o teto da caverna em um céu 🌟. A entrada que é usada hoje por milhares de visitantes foi descoberta por eles várias visitas após o início das expedições. Atualmente a área pertence aos maoris e boa parte das pessoas que ali trabalham são descendentes diretos do chefe Tane Tinorau e de sua esposa Huti. A visita é guiada e não é permitido fotografar dentro da caverna. Começa com uma interessante explicação sobre a formação das estalactites e estalagmites e um passeio em meio aos enormes salões subterrâneos. É MUITO bonito. 🤩 A guia apresenta então as criaturinhas estrelas do lugar e nos mostra como elas se parecem quando há luz: são como fios de nylon pendurados no teto. O passeio segue para Waitomo Grotto, onde pegamos um barquinho para explorar o local – e é ali o palco principal do show dos glowworms. Completamente na escuridão, surge uma galáxia inteira no alto da caverna e não há outra forma de descrever a experiência que não seja MÁGICO. O tour dura em torno de 45 minutos. De Waitomo seguimos para Hamilton, onde passamos a noite no Backpackers Central Hamilton. * Sobre o Backpackers Central Hamilton: fica em um região bem central e talvez seja bem localizado para quem queira explorar Hamilton (o que não fizemos). O quarto privativo com banheiro era suficientemente confortável e bem limpo e ficava no prédio ao lado da recepção. Havia uma cozinha pequena neste prédio que era limpa e estava vazia, o que foi ótimo. O hostel oferece café da manhã, que é servido na cozinha do outro prédio, onde ficam os quartos coletivos – além do café ser bem fraquinho, a cozinha era pequena e praticamente não tinha lugar pra sentar, o que deixava tudo bem caótico. NZD 67,50/casal. ➡️ Dia 12: Auckland Saímos cedo de Hamilton rumo à Auckland. Embora tivéssemos chegado ao país por lá e tivéssemos voltado à Auckland após o período da ilha sul, não conhecíamos nada além da redondeza do aeroporto. Fechamos um AirBnb bem próximo ao centro e fomos direto tentar estacionar por ali. Bem-vindo à cidade grande: estacionar foi o caos. 😒 Não haviam vagas perto do AirBnb e muito menos no centro – e os estacionamentos de Auckland cobram (e muito bem!) por cada 30 minutos. O esquema de diária, como conhecemos em São Paulo e no Brasil, só funciona se você estacionar seu carro antes das 9h da manhã. Ficamos bem mais de 1h rodando até conseguir achar uma vaga – já perto do AirBnb novamente. Já era próximo ao meio dia e fomos conhecer a cidade à pé. Nosso trajeto passou pela Sky Tower, Viaduct Harbour, Wynyard Quarter, Albert Park, Merchant House e a algumas das ruas mais importantes de Auckland, com uma parada para uma cervejinha artesanal na The Brewers Co-Operative NZ 🍻. Uma vez que Auckland é conhecida como City of Sails, os lugares mais bonitos beiravam as baías, com suas marinas recheadas de veleiros. Explorar Auckland, como toda cidade grande, é se embranhar pelas ruas, descobrir a arquitetura do lugar e andar muito. 🙂 À noite, decidimos ficar por perto do AirBnb e jantamos comida tailandesa no Thai House Restaurant, que estava divino. A sobremesa ficou por conta do rolled ice cream do Bangkok, ambos na Ponsonby Road. (O sorvete de rolo não tinha gosto de nada, mas ver o carinha fazendo é bem legal!). * Sobre o AirBnb escolhido: todas as noites em Auckland ficamos no apartamento do Karan. Quarto privativo super confortável e estiloso, com banheiro compartilhado. Fica em um prédio bem moderno e é bem localizado. Só a cozinha que é pequena, sem muitos utensílios e a pia sempre estava com alguma louça suja, não dá pra contar muito. Fora isso, é uma excelente opção! (NZD 49/casal a diária). ➡️ Dia 13: Auckland West Coast Em nosso último dia inteiramente livre na Nova Zelândia, decidimos explorar as praias ao oeste de Auckland – mesmo com o tempo não tão promissor. O primeiro destino foi Piha Beach, distante cerca de 40km, e um dos destinos mais procurados da região, especialmente para o surf. Piha é um vilarejo que você alcança após descer uma serrinha – a praia é dividida em 3 pequenas partes e, devido aos minerais de origem vulcânica, a areia da praia é escura. É um lugar legal, mas havíamos visto tantos outros lugares lindos pela NZ que Piha não nos prendeu. De lá seguimos para Bethells Beach, cerca de 37km de Piha. A idéia inicial era fazer parte da Te Henga Walkway, uma trilha que liga Bethells Beach a Muriwai e que faz parte da Hillary Trail. Esse trecho tem em torno de 10.3km e leva 3h20 one-way. Sabíamos que a parte final da trilha estava fechada na época devido ao risco de uma praga que estava colocando em risco uma árvore nativa do país chamada kauri – por isso, faríamos apenas uma parte dessa trilha. Do estacionamento até a praia é preciso contornar um rio e já foi meio difícil achar um caminho que nos levasse até ela sem ter que entrar na água. Há umas dunas para atravessar e diversas cordas e marcações, mas um tanto confusos. A praia é extensa e achei mais bonita que Piha. A trilha seria feita pelo alto do morro, mas não conseguimos encontrar o começo dela - por fim desistimos e ficamos apenas explorando a praia. No caminho de volta acabamos encontrando a entrada da trilha, em um carpark pequeno e quase sem identificação, distante cerca de 1km da praia. Como o horário já estava adiantado e queríamos ir até Muriwai, passamos reto. Foram mais 35km até chegarmos em Muriwai. O destaque de lá é a colônia de Gannet – pássaros marinhos de corpo branco, cabeça amarela e uma faixa preta nas asas, que vêm para Muriwai fazer seus ninhos entre agosto e março de cada ano – após esse período vão para a Austrália. A trilha que permite vê-los é curta e sai do carpark que fica na ponta esquerda de Muriwai Beach. São algumas plataformas diferentes para vê-los e eles são muitos! E são lindos! 😁 Vale muito a pena e não parece ser um destino tão conhecido pelos turistas em geral. Uma dica por ali é comer um fish & chips no Sand Dunz Beach Cafe. De Muriwai seguimos direto para Devonport, uma vilazinha que fica do outro lado de Waitemata Harbour. O Mount Victoria (ou Takarunga para os maoris) é um extinto vulcão e o principal destaque de Devonport, já tendo sido usado como Pā pelos maoris e como base militar pelos europeus. Dali há uma vista 360º e uma visão panorâmica privilegiada de Auckland. Já de volta à Auckland, saímos para curtir a noite da cidade. Nossa primeira parada foi no Dr. Rudi’s Rooftop Brewing 🍻, que estava lotado. As cervejas são gostosas e a porção que pedimos também estava ótima, mas era minúscula. Decidimos comer mais depois que saíssemos de lá e pensávamos em alguma hamburgueria. Bem, saímos pouco depois das 23h e… as hamburguerias pelo caminho já estavam todas fechadas. Com fome e sem querer gastar horrores, a noite terminou em Pizza Hut. Oooooba. 😒 ➡️ Dia 14: Retorno ao Brasil Depois de 6 meses havia chegado nosso último dia de Nova Zelândia. Como a viagem é longa e bem cansativa, decidimos ficar de boa até a hora de ir pro aeroporto. No caminho, passamos apenas no Dress-Smart Outlet Shopping, um dos outlets que havíamos lido a respeito. Sinceramente? Não vale a visita. São poucas opções de lojas e com a conversão do dólar o preço é similar ao que você pagaria por aqui. O destino seguinte foi o aeroporto. Partiu, Brasil (não sem um chá de cadeira monstro da Aerolíneas Argentinas na escala em Buenos Aires). * * * * Para essa viagem, gastamos em torno de NZD 340 de gasolina, no total. A Nova Zelândia só tem 3 rodovias com pedágio (2 em Bay of Plenty e 1 em Auckland Northern Gateway). Vale destacar que não existem as praças de pedágio como por aqui: todo o controle, fiscalização e pagamento é online, por este site. As estradas têm sinalização a respeito e você pode pagar antes ou em até 5 dias úteis após ter rodado pela estrada. Os preços variam de NZD 1,80 a 2,30. Ah, e lembrem-se que na Nova Zelândia é mão inglesa de direção (prepare-se para ligar o limpador de para-brisa a cada tentativa de dar seta. 😅) * Foram 6 meses incríveis e a experiência de ter visto paisagens tão distintas e tão lindas sempre terá um lugar muito especial em nossas lembranças. Se tem uma coisa que a Nova Zelândia sabe muito bem, é como ser maravilhosa. * Muitas outras fotos, de lá e de outros cantos, eu compartilho no Instagram, no @paty.grillo. Espia lá! 😉 Citar
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