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Já havíamos feito outras travessias antes. Eu (Nathan) e Diogo decidimos fazer algo diferente dessa vez por estarmos ambos desempregados e termos bastante tempo livre.

A decisão de irmos só nós 2 (Inicialmente éramos 3, mas o Walker não pôde ir por um imprevisto, o que mais tarde se

mostrou a melhor alternativa, pois uma terceira pessoa dificultar ainda mais arrumar carona) nessa travessia veio do

fato de que em Outubro iríamos com toda a equipe fazê-la (cerca de 15 pessoas), mas não era uma área mapeada, o

percurso não havia sido feito por ninguém. Então fomos no peito e na raça mapear nós mesmos para obter informações

e garantir a segurança de toda a turma quando eles fossem.

 

 

1º dia

Faríamos a Travessia + Mochilão raiz. Chegamos á beira da rodovia em Contagem-MG para pedir carona ás 6:30hrs da

manhã de segunda-feira 23/07/2018, com placas de Diamantina e Curvelo em mãos. Mas só conseguimos carona por

volta de 10:30hrs, quando um Professor de Português de Curvelo, enquanto voltava pra casa, nos confundiu com

estudantes e por empatia resolveu nos dar carona. Chegamos á Curvelo por volta de 12:30hrs, onde almoçamos num

ótimo restaurante de comida caseira. Conseguimos outra carona rumo a Diamantina por volta de 14:00hrs, com outro

cara que também nos confundiu com estudantes. Paramos um pouco antes, no trevo que vira pra Serro. Nessa região as

estradas são mais desertas e as pessoas mais desconfiadas, portanto foi mais complicado conseguir carona. Mas

conseguimos mais uma até o trevo que vira para Presidente Kubitschek, cerca de 20km de Serro, ás 16:20hrs.

A partir desse horário, por estar anoitecendo e como já disse, as pessoas são mais desconfiadas, não conseguimos mais

carona, tivemos de subir uma colina na beira da rodovia e montar acampamento por lá mesmo, enquanto

presenciávamos um lindo pôr-do-sol.

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2º dia

Às 7:00hrs da manhã, estávamos de volta à beira da rodovia pedindo carona novamente e um pouco depois chegamos

em Serro, onde decidimos ir pra Milho Verde de ônibus para agilizar. Por só ter ônibus depois às 11hrs, até dar o

horário fomos andar pelo centro histórico, que apesar de pequeno é bem bonito.

Cerca de meio dia já estávamos em Milho Verde, onde almoçamos e tomamos uma cerveja enquanto usávamos o Wi-fi

para dar notícia aos parentes e tentar mandar um e-mail de ultima hora de pedido de permissão de entrada no Parque

Estadual do Rio Preto, mas não deu tempo de obter resposta, então só rezamos para o Diretor do parque nos autorizar e

saímos em direção ao inicio da travessia. Mas não antes de deixar um adesivo da DNA TREKKING colado no mural de

equipes de vários esportes que passaram por aquele local da Estrada Real. Estamos fazendo história!

E finalmente às 15:00hrs começamos nossa jornada rumo ao desconhecido.

Estávamos usando várias trilhas para diferentes destinos na região, como um quebra-cabeça que juntas serviriam de

base o nosso caminho. A primeira era de Milho Verde para Capivari, passando pelo Pico do Raio.

No início planejamos seguir até uma cachoeira perto de Milho Verde, porém no sentido contrário do Parque do Rio

Preto, para tomar banho, dormir e começar a caminhada de fato na manhã seguinte subindo o rio. Andamos cerca e

2,5km rumo à cachoeira quando mudamos de idéia, não iríamos mais tomar banho, demos meia volta e partimos para o

ponto inicial, novamente, encontrar com trilha para Capivari. Em resumo, andamos quase 5 km atoa.

Entramos na trilha às 16:00hrs, estávamos num vale bonito, vegetação baixa e seca que lembrava muito uma savana

africana. O chão de areia branca bem característico da região era difícil de caminhar. Atravessamos o vale até uma placade propriedade privada e uma casa abandonada, onde finalmente viramos para o norte e seguimos um cano de água

que subia a serra. Era impossível não olhar para trás a todo momento para admirar a bela paisagem do vale.

O sol sumiu às 17:30hrs, a lua cheia já estava no alto. Nesse momento já havíamos subido a serra e começamos a

procurar um lugar adequado para montar acampamento, de preferência perto da água para finalmente tomarmos

banho, mas não foi possível. Procuramos até o limite possível de luz que tínhamos, mas acabamos ficando numa área

plana ao pé do Pico do Raio. Noite fria, com muita geada e muita ventania, mas a lua cheia imponente iluminando tudo.

É sempre uma sensação única se sentar na porta da barraca e admirar o céu estrelado que poucos nas cidades tem a

oportunidade de ver.

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3º dia

Combinamos de acordar às 5hrs, mas estava frio e havia muita geada ainda, então só levantamos umas 6:30hrs. Tivemos

o privilégio de ver o sol nascer atrás do Pico Itambé, o mais alto da região. Tomamos café da manhã enquanto

encontrávamos pegadas na areia perto das barracas do que acreditamos ser de Tamanduá e Onça.

Começamos a caminhar cerca de 8:00hrs da manhã rumo ao Pico do Raio.

Às 9:00hrs chegamos no pico, apesar da brisa refrescante, o sol estava muito quente. Lá de cima dava pra ver à oeste

São Gonçalo do Rio das Pedras e ao norte visualizar no horizonte distante a cadeia de montanhas para onde deveríamos

ir. Contornamos o pico, ainda no caminho para Capivari, mas perdemos a trilha que é demarcada com setas amarelas.

Tendo que descer pelas pedras no meio do mato baixo. Mais para baixo reecontramos a trilha e nela seguimos até a

fazenda de um casal de idosos, tendo que passar por dentro. Pedimos licença, conversamos um pouco. Pessoal

simpático, encheram nossas garrafas de água e dali seguimos viagem.

Finalmente encontramos um rio, um lugar adequado para enfim tomar banho após 3 dias! Nada como se sentir limpo de

novo.

Às 11:40 seguimos viagem. Quase chegando em Capivari, por volta de 12:30, era hora de sair da trilha pois ela seguia

para o sul, e nosso destino era o norte. Ali, começaríamos caminhar às cegas, seguindo apenas a bússola e o instinto. O

objetivo era a Cachoeira do Tempo Perdido, onde entraríamos em outra trilha.

Já havíamos andado uns 8km nesse dia, sol fervendo, quando começamos subir uma colina com cerca de 1,5km, o

desgaste ficou evidente. As coxas estavam cansadas, as costas e ombros doendo pelo peso da mochila, o desgaste do

calor e a sede não acabava nunca, não importa quanta água bebia (embora estivesse racionando). Eis que no alto da

colina, surge a primeira bolha no pé causada pelo material da meia que coloquei após tomar banho. Paramos para fazer

o curativo. Curativo feito, rumamos para a cachoeira. Mais 4 km e chegamos, às 15:00hrs. Finalmente hora de almoçar e

o merecido descanso na sombra!

Retomamos a caminhada por volta de 16:00hrs. Acabei esquecendo o canivete do Walker e minha meia no alto de uma

pedra.

Acabamos nos perdendo e seguimos assim mesmo, fazendo nosso próprio caminho. Descendo o rio, subindo e

descendo barrancos e paredões de pedra, calculando os melhores locais pra passar, onde não ficaríamos sem saída. As

vezes um ia na frente para verificar se havia como passar enquanto o outro ficava, sempre nos comunicando pelo rádio.

E assim encontramos o que parecia ser uma trilha naquele lugar aparentemente inóspito, pois haviam pegadas de

alguém descalço. Seguimos até encontrar uma estrada de carro, atravessando um rio. Conversamos se não era uma boa

idéia acampar ali perto da água, tínhamos pouco tempo de luz do dia. Decidimos subir a colina e procurar outro lugar

mais pra cima e longe da estrada, pra evitar surpresas com “visitas indesejadas”. O corpo totalmente desgastado. O

psicológico abalado pelo cansaço. Eu já estava esgotado, andando por pura força de vontade. Já havíamos batido a meta

de 20km do dia, mas não aparecia um lugar adequado para montar acampamento. Quando pensamos ter achado o local

perfeito, o solo era rochoso e não dava pra fincar os grampos no chão, além de ser desconfortável. Voltamos pra

estrada, andando igual zumbis.

Quando finalmente encontramos um lugar arenoso, já não havia mais luz, montamos acampamento de noite logo

depois de arrumar as varetas quebradas da barraca. Jantamos e tomamos uma lata de cerveja que levamos. Aquele dia foi penoso, e eu já estava com 3 bolhas em cada pé. Mais uma noite fria e molhada. Mas naquele cansaço, foi um alívio

sem igual.

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4º dia

Como no dia anterior, acordamos cerca de 5hrs da manhã, porém pelo frio e geada forte, só levantamos por volta de

6:30Hrs. Pelo desgaste do dia anterior, o corpo ainda doía e as pernas ainda estavam desgastadas, e claro, as bolhas.

Ainda estávamos fora da trilha que pretendíamos seguir rumo ao Parque do Rio Preto, então continuamos

improvisando. A trilha estava ao a leste seguindo paralelamente a nós, portanto, seguiríamos para nordeste pra pega-la

mais à frente.

Não havia mais trilhas nem estradas, seguíamos pelo mato, pedras, trilhos de vacas, e por isso nos perdemos algumas

vezes, vários ‘becos sem saída’ onde tínhamos que dar meia volta. Após um tempo encontramos pegadas, e as seguimos

até encontrar o que parecia um trilho. Finalmente encontramos um riacho onde poderíamos escovar os dentes e lavar o

rosto. Ali, começamos a descer a serra novamente. Avistamos uma casa ao longe, e rumamos à ela para pedir

informação.

Quando chegamos havia um menino na horta, demos bom dia, mas quando ele nos viu saiu correndo em direção à casa.

Sem entender nada, o seguimos. Era uma casa simples de pau a pique e estava aberta, mas além de um porco de

estimação que estava na sala, estava vazia. Nem o menino encontramos, seja lá pra onde ele tenha corrido. Esperamos

um tempo, chamamos e nada.

Continuamos a caminhada, seguindo um trilho nos fundos por alguns minutos até que chegamos em outra casa,

igualmente simples. Mas nessa havia um casal e 2 crianças, que nos ofereceu café, batemos um papo e conseguimos

nossas informações para prosseguir na aventura.

A partir dali começamos a subir uma serra de mata fechada e abafada. Uma subida difícil, parecia uma eternidade, tive

que parar para descansar algumas vezes. Alcançar uma área plana no alto da colina foi igualmente ruim, pois o cerrado

era predominante e o sol estava forte, junto ao cansaço e a sede. Mais uma vez nos perdemos, não havia mais trilha pra

seguir, e a essa altura qualquer desgaste inútil de energia era um problemão. Após um tempo procurando separados,

encontramos um trilho de vaca e fomos por ele. O local era preocupante, várias pessoas haviam nos alertado sobre o

risco de queimadas na região, e o lugar onde estávamos passando tinha sido queimado há pouco tempo.

A caminhada já estava penosa. Qualquer 5 minutos de descanso nas poucas sombras que encontrávamos já era

revigorante. Não agüentava mais subir morro.

O alívio veio quando chegamos ao ponto mais alto, sentir a brisa refrescante, finalmente ver o horizonte a nossa frente

e claro, começar a descer!

Mas mais uma vez nos perdemos, andamos atoa até encontrar um lugar pra conseguir descer a serra. E o melhor lugar

era um paredão alto de pedra. Descemos com certa dificuldade, apoiando com as mãos, mas conseguimos chegar lá em

baixo, e o próximo desafio seria descer por uma cachoeira sem água rumo ao mato alto fechado, com milhares de

carrapatos e espinhos.

Chegamos à uma casa, mas não havia ninguém, então pegamos umas mexericas, água e partimos. Mais alguns minutos

andando e finalmente chegamos à trilha! Era uma estrada de carro, e ali, começamos a subir novamente. Eu já estava

beirando a exaustão, as coxas queimavam, parava pra descansar toda hora.

Passamos por mais casas, pastos, uma cachoeira, um rio que corria uns 4 metros abaixo de gigantescas rochas que

rolaram serra abaixo. A esse ponto, o sol já estava sumindo, já havíamos batido a meta dos 20km no dia e nós ainda não

tínhamos conseguido um bom lugar pra acampar. A esperança era conseguir um lugar no alto da serra, mas pra isso,

teríamos que subir 3km de mata atlântica em cerca de 30 minutos. Fomos o mais rápido possível. Quando lá no alto,

pouca luz decidimos cortar caminho pelo meio de uma fazenda, onde havia um senhor . O cumprimentamos, e durante

uma rápida conversa, ele nos ofereceu para que passássemos a noite me sua humilde casa. Foi a salvação!

 

Tomamos banho de mangueira no quintal, já quase sem luz, água geladíssima. Mas novamente, aquela sensação de

limpeza, roupas limpas e uma janta maravilhosa nos esperando. Feijão, arroz, bacon e uma limonada. Muito melhor que

qualquer restaurante fino. E claro, um papo bacana na beira do fogão à lenha. O que mais poderia querer? Uma cama

macia quem sabe? Tinha isso também!

É incrível como quanto mais pobres, mais gentis. Uma casa de pau a pique no meio do nada, sem eletricidade ou nem

mesmo um banheiro. E foi justamente lá que fomos melhor acolhidos. Uma das várias lições que essa aventura nos

proporcionou.

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5ª dia

O combinado era sair às 5:30hrs da manhã pois o senhor dono da casa precisava pegar o transporte para Diamantina.

Mas ele acabou nos acordando acordando as 3hrs. Às 5hrs ainda era noite mas já estávamos na estrada, o senhorzinho

estava nos acompanhando para mostrar o caminho até o Parque do Rio Preto. Em certo ponto onde ele teria que virar

em outra direção, então nos passou as ultimas instruções, nos despedimos e cada um seguiu seu rumo. Faltava cerca de

30km para o destino final, pretendíamos andar mais 20, acampar mais uma noite e terminar de chegar no dia seguinte.

Graças a ajuda ajuda que recebemos do simpático casal, havíamos economizado comida para mais 1 dia, portanto, não

tínhamos pressa .

O dia foi amanhecendo conforme subíamos, mas por causa da altitude estávamos cobertos por nuvens e ventava muito.

A roupa molhada junto com vento forte e frio estava dificultando bastante nossa vida. Mas nas poucas brechas que as

nuvens davam conseguíamos ver a paisagem magnífica a nossa volta, dava pra ver bem ao longe quase sumindo o Pico

do Raio, onde passamos no segundo dia. Perceber o quanto andamos atravessando toda aquela cadeia de montanhas e

os mais variados terrenos, causou alegria e orgulho.

As bolhas nos meus pés estavam piores, estava dando bolha em cima de bolha, nos dedos, na sola do pé, no calcanhar.

E pela dor eu estava com o pé torto, o que só piorava a situação causando mais bolhas e forçando de demais tornozelo e

joelho, fazendo os tendões doerem também. Em resumo, eu já estava um caco. Paramos pelo menos 4 vezes para

refazer os curativos nas bolhas afim de achar um modo que amenizasse a dor, para que parasse de mancar e render

melhor a caminhada. As tentativas foram inúteis.

Já havíamos andando cerca de 10km às 9:20hrs da manhã quando chegamos à fronteira do parque, onde paramos para

apreciar a vista, já com menos nuvens, e fazer um lanche.

Andamos mais uns minutos até encontrarmos uma casa que era usada como base de pesquisas climáticas e um certo

tipo de portaria onde ficam os funcionários do parque, para verificar a autorização de quem entra. Mentimos sobre a

nossa e ele nos deixou passar. Começamos a descer a serra para atravessar o parque rumo a outra portaria, que era o

nosso destino final.

Trilha bem demarcada, cerrado era vegetação predominante, ou seja, pouca sombra. O sol já estava quente novamente,

mas como era maior parte descida, estava mais tranqüilo.

O chão bastante pedroso, estava fazendo com que as bolhas doessem mais. Estava difícil ignorar. Paramos num riacho

novamente para refazer os curativos, trocar a meia e almoçar. Retomamos a caminhada, por causa calor intenso, a exaustão chegou mais rápido que nos dias anteriores. Não via a hora de chegar a acabar com o sofrimento logo. Ainda

faltava cerca de 15km.

Num ponto mais a frente, um dos guias do parque à cavalo nos encontrou e deu um esporro, dizendo que não fomos

autorizados e não poderíamos ter descido naquele horário pois não daria tempo de chegar na outra portaria até às

17hrs, quando o parque fecha. Ele fez questão de nos escoltar, com o cavalo logo atrás da gente para que

caminhássemos num ritmo bem acelerado. O que foi um quase insuportável para quem já estava bem debilitado da

travessia até ali.

Às 14:30 passamos umas rochas altas, onde paramos para descansar um pouco na sombra. Eis a imensa surpresa

quando ao olhar pra cima, nos deparamos com pinturas rupestres!

Depois de mais 7 dolorosos quilômetros onde pensei 1 milhão de vezes em desistir e pedir o carro de resgate do

parque, chegamos à portaria do parque! Neste dia batemos os 30km de caminhada.

Mais uma vez pudemos contar com a bondade das pessoas, e recebemos um desconto para ficar na área de camping

pois não tínhamos mais dinheiro. Finalmente, após 3 longos dias caminhando, exaustos, sujos, desidratados e

desnutridos, teríamos nosso merecido banho quente e descanso! Conseguimos usar o wi-fi para mandar notícias para a

família e amigos que já estavam achando que tínhamos morrido e ainda tivemos o prazer de fazer bons amigos no

camping que nos deram churrasco e até comida japonesa, fora a sensacional troca de experiências numa ótima

conversa.

Para finalizar com chave de ouro, ainda fomos premiados com um eclipse lunar e lua de sangue.

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6º dia

Acordamos cerca de 8 da manhã, levantamos acampamento, tomamos café da manhã e começamos a nos preocupar

com como faríamos para ir embora. Já que a cidade ficava há 20km do Parque. Conseguimos carona até Diamantina com

um bondoso casal que conhecemos na noite anterior no camping. Chegamos à Diamantina por volta de 14hrs.

Voltamos para a rodovia pra pedir carona de volta à BH mas não conseguimos. Tentamos até o sol se pôr.

Não tínhamos mais comida nem lugar para acampar, então resolvemos caminhar até a rodoviária e voltar de ônibus

mesmo.

E pela milésima vez nessa semana, sorte nos encontrou. Só havia ônibus para as 23hrs, ainda era 19hrs. Então na

rodoviária mesmo conhecemos um casal de amigos que não tinham para onde ir, então fomos todos para um bar ao

lado da vesperata no centro de Diamantina, onde enchemos a cara e nos divertimos bastante até a hora de partida do

ônibus.

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Por todas as experiências únicas que vivemos, os aprendizados que tivemos e todos os amigos que fizemos, só tenho a

agradecer. É difícil, é sofrido, enquanto estou lá sempre penso que nunca mais farei outra loucura assim. Mas sempre

voltamos e fazemos tudo novamente. Momentos que levarei para a vida e contarei aos meus filhos.

 

 

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