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No dia seguinte acordamos moídos e com muito sono... nosso novo quarto do hotel, agora no terceiro andar, ficava de frente para a rua e para o Qoricancha. A vista era linda, mas não dormimos nada com o barulho da rua, muita gente querendo badalar (ainda mais que foi sábado!), fazendo muito barulho de madrugada.

Nos aprontamos, tomei mais chá de coca no café da manhã (e sempre com as balinhas na bolsa) e fomos para o saguão esperar o guia, antes das 8h da manhã. Esperamos, esperamos...  chegou 8:30 e ninguém apareceu. Rodrigo falou para ligarmos para a Condor Travel para saber o que tinha acontecido e pedi para ele falar em espanhol com eles, porque eu já tinha falado no dia anterior. O hotel ligou para a empresa novamente para nós, e após explicar pelo telefone o que tinha acontecido, ele falou que uma senhora (deve ter sido a mesma que me atendeu no dia anterior) ficou brigando com alguma outra pessoa pelo telefone (que a gente acha que era o guia) e depois falou que um rapaz iria nos buscar de táxi no saguão do hotel, pela Condor Travel. Achamos estranho, mas não tinha como ser diferente. Ficamos esperando e depois de alguns longos minutos (já não tinha mais nenhum turista esperando por seus passeios no saguão do hotel, só nós mesmo), apareceu um rapaz bem moreno, com cara de inca... ou melhor, de índio peruano, perguntando pelos nossos nomes. Nos apresentamos, o seguimos e entramos no carro, que tinha uma plaquinha de táxi em cima. O carro seguiu pelas ruas de Cusco, o motorista mudo, ouvindo reggaeton e de vez em quando cantava junto com a música. Ele parou em um sinal de trânsito e saiu do carro e tirou a plaquinha de táxi em cima do carro, guardou na mala... Nos entreolhamos Rodrigo e eu. O carro continuou, motorista mudo, reggaeton tocando no rádio, passou acho que por todas as ruas de Cusco, começou a subir ladeiras, chegou em um lugar muito, mas muito pobre, calçadas de terra, lixo por todo lado, cachorros revirando o lixo, vendinhas de frente para a estrada, casinhas sem acabamento, muita gente simples transitando. Parou no sinal de trânsito. Nos entreolhamos de novo... fiquei olhando os ônibus que passavam e se algum tinha escrito alguma coisa que se parecesse com “centro da cidade”, pra caso a gente ficasse perdido por ali, pedir carona e poder voltar. Rodrigo disse pra mim depois que ficou pensando que se fôssemos largados por ali,poderíamos ser depenados em 1 minuto. Toda a população local tinha face de índio peruano e nós não. O carro continuou e passou por alguns lugares mais rurais e continuamos tensos. Até que entramos em uma localidade mais urbana (Que depois vi que era Chinchero) e o motorista parou o carro e ficou ligando de celular para vários contatos... e nós ainda tensos. Até que ele descobriu que tinha que falar com um tal de Jorge. E aí ele ligou para o Jorge pra perguntar onde o mesmo estava. Descobriu o nome da rua, mas não a encontramos. Fomos para frente e voltamos no retorno umas duas vezes e nada... Ele começou a perguntar para os locais onde ficava a rua e ninguém sabia onde ficava. Foi até engraçado, porque ele chamada todos os senhores de "papi". Até que ele ligou de novo para o Jorge e pediu por uma localização melhor e o Jorge ficou nos acenando na esquina da rua, quando passamos por ali o achamos. O carro entrou na rua, parou perto da van, agradecemos e saímos para entrar na van. O guia, que era o tal do Jorge, ficou brincando que estávamos atrasados e eu não gostei da brincadeira, afinal o erro não foi nosso. Entramos na van e qual não foi nossa surpresa ao ver que quase todas as pessoas do passeio de ontem estavam na van novamente?! Adoramos! Fizeram festa quando entramos e ficamos felizes. Estavam os mexicanos, os colombianos e o casal espanhol. Nos perguntaram o que tinha acontecido e falamos que não sabíamos, tinham nos esquecido no hotel, e foi aí que o casal mexicano comentou que isso também aconteceu com eles no dia anterior, por isso que chegaram atrasados no Qoricancha. Perguntamos o que tínhamos perdido do passeio até ali e o casal colombiano nos informou que eles tinham visitado uma outra comunidade de produção de lã de alpaca, vicunha, etc, parecida com a do dia anterior. Seguimos de van para a próxima parada, passando por paisagens mais rurais. Chegamos em Moray. Chegando lá, o guia nos informou que teríamos que comprar um novo boleto parcial de entradas (com os tickets dos lugares que iríamos visitar naquele dia, diferente do que tinham nos dado no dia anterior) por nossa própria conta e depois a empresa ia reembolsar... O guia nos deixou na fila e entrou com o grupo. Ficamos chateados, mas acabamos aceitando... mas ficamos mais chateados ainda quando descobrimos que após enfrentar toda aquela fila de compra de ingressos, eles só aceitavam a compra em dinheiro vivo (não aceitavam cartão) e tínhamos quase o valor todo em Soles (faltava tipo uns 20 soles pra gente)... sorte que o Rodrigo tinha levado todos os soles que tínhamos e mais alguns dólares. Como iríamos fazer?! A vendedora do guichê falou que poderíamos trocar o dinheiro lá dentro. Entramos, a contragosto do pessoal que fica organizando a entrada, e explicamos que tínhamos que trocar o dinheiro. Nos indicaram uma portinha de uma casa, entramos e o lugar estava meio vazio, com umas cadeiras apenas e entrou também um rapaz com uma pochete que falou que poderia trocar o dinheiro pra gente. Fez um câmbio horrível pra gente, mas não tínhamos outra opção. Trocamos o que estava faltando e voltamos para a bilheteria. Fiquei na fila pra segurar o lugar (a fila estava pior do que antes) e Rodrigo foi direto ao guichê, a moça aceitou que ele furasse a fila e lhe entregou as entradas. Agora sim, entramos direitinho, com os funcionários da entrada fazendo uma cara melhor, furando o ticket referente ao sítio arqueológico visitado.

Avistamos o grupo e fomos nos encontrar com eles. O guia novamente brincou que éramos os “atrasadinhos” e recomeçou a explicar a história do lugar. Fiquei chateada com aquela brincadeira, pois não éramos os culpados por estarmos atrasados.

O guia explicou que Moray tem várias plataformas circulares que a princípio achavam que eram anfiteatros. Mas depois chegaram à conclusão que funcionavam como um centro de pesquisa agrícola, onde cada nível oferecia um ambiente climático diferente e servia para cultivar diferentes plantas de forma experimental. Eles eram regados por meio de complexos sistemas de irrigação. Tudo muito interessante. Nos levou morro abaixo para ver de perto um dos sistemas de plataforma e disse para sentirmos a energia do lugar, respirar profundamente 3 vezes e  nos darmos as mãos para fazermos uma corrente de energia. Infelizmente não é possível mais entrar nessas plataformas... Mas nos contentamos em ver do lado de fora. Subimos novamente morro acima e visitamos mais dois desses complexos de longe, tiramos várias fotos e voltamos para a van. Entre um complexo e outro de plataformas, o guia perguntou se estávamos lá ou tínhamos ficado para trás de novo, brincou novamente que éramos os atrasados, pois às vezes ficávamos tirando fotos e chegávamos por último. Foi aí que não aguentei e falei que a culpa não era nossa, pois estávamos no lugar combinado, na hora certa. O guia deve ter ficado sem graça e ficou brincando com a gente sobre outras coisas e perguntou de onde éramos e ficou falando bem de nossa cidade.. Mas não deixei de ficar chateada com a situação. Seguimos em direção às Salineras de Maras. No meio do caminho, o guia ia explicando o que iríamos visitar, mas diferente do guia do dia anterior, não tinha microfone e era difícil pra nós entendermos o que ele falava com o barulho da estrada, ele lá na frente da van e nós lá atrás porque chegamos por último.  

A caminho de Maras, paramos em um mirante, para olhar de longe e vimos como o lugar é lindo!

Foi nessa hora que o guia explicou que iria nos ressarcir o dinheiro do ticket e depois a empresa pagava pra ele. Foi nos dar o dinheiro no mirante, mas estava ventando muito e até falei pra tomar cuidado para o dinheiro não voar! Ficamos mais tranquilos, mas não menos chateados com toda a situação.

Entramos nas Salineras (não precisava daquele ticket parcial. O guia nos deu um papelzinho, que era como um ingresso, mas ninguém nos pediu nada na entrada) e o guia nos explicou que a água corre pela montanha e vai “coletando” o sal da terra, pra em seguida encher os platôs na montanha e quando a água evapora, o sal fica nos platôs, a comunidade coleta e vende produtos com esse sal. Tudo é perfeitamente posicionado, até quando o sol bate na montanha, ele também ajuda nesse processo. Incrível!

Tiramos várias fotos e, experimentamos alguns produtos da feirinha, o guia nos convidou a experimentar a água que corria na canaleta e ver como era salgada. Falei que tinha dificuldade em me abaixar por causa da coluna e a colombiana me perguntou o que eu tinha... err... ahnnn... como se explica em espanhol hérnia de disco?! Falei em português e ela me entendeu, porque é praticamente igual! Hehehehe. Ela me explicou que também tinha e o tratamento que ela tinha feito e que fazia Pilates... Ih, eu também! Hehehe! Acabou que abaixei e experimentei a água salgada e quentinha e o Rodrigo me “guinchou” pra cima (ahahaha que vergonha!), pois além da dor em abaixar, de tanto evitar abaixar pra coluna não doer, as pernas não estão tão fortes como antes!

Bem, após ficar algum tempo lá nas salinas, voltamos para a van e o guia nos explicou que iríamos almoçar pra depois ir a Ollantaytambo. A van seguiu e entrou no meio da estrada em um restaurante que não lembro o nome, que era como uma grande casa com jardim bonito. É daqueles restaurantes que se paga um preço fixo e pode se servir do que quiser. Estava tudo muito gostoso e comemos muito. As bebidas pagava à parte. Nos serviram Pisco Sour como cortesia e brindamos. Após comer e pagar as bebidas, seguimos para a van e fomos para Ollantaytambo. Pegamos um pouco de trânsito na entrada da cidade, a van estacionou, percorremos um caminho entre uma feirinha e entramos no sítio arqueológico apresentando o ticket parcial novamente para ser furado no lugar da visita.

Eu tinha uma ideia diferente de Ollantaytambo antes de entrarmos. Achei que seria igual a Sacsayhuaman, como uma fortaleza... mas fiquei muito surpresa ao ver que era uma cidade, as pedras eram iguais, mas eram diferentes! Hehehe! E era uma cidade linda! Subimos vários degraus e parávamos em alguns pontos estratégicos para o guia nos explicar sobre a cidade e como ela prosperou e como tudo funcionava. É difícil transmitir tudo o que ele nos falou, só posso aconselhar que vocês vão e sintam, vejam tudo e ouçam todas as explicações com seus próprios olhos e ouvidos. O guia nos explicou que o lugar onde estávamos tinha formato de lhama e nos convidou a subir mais ainda até a suposta cabeça da lhama e eu virei para o Rodrigo e falei “não quero”, fazendo careta. Confesso que tive muito medo de subir aqueles degraus irregulares todos de pedra, com a minha coluna do jeito que está... Mas até que ela se comportou muito bem! E eu já falei que o nosso guia era um senhorzinho?! Pois é... e ele ia com o cajado dele subindo, no ritmo dele, devagar e sempre... E eu aproveitava pra ir atrás, pois o ritmo dele estava bem bom pra mim! Hahaha

Subimos até quase e o céu e eu não cansava de me surpreender com o lugar! Descemos todos os degraus novamente até um outro pedaço do sítio, onde mostrava como eram as casinhas na época dos Incas e nos reunimos novamente e o guia  nos agradeceu a todos por estarmos ali. Voltamos para a van em seguida e voltamos nosso longo caminho de volta para Cusco, primeiramente conversando todos sobre os países de todos nós que lá estávamos, as comidas, as culturas, tudo. E todos anotaram o nome do guia Jorge para ligar para a Condor Travel para pedir para no dia seguinte ser o mesmo guia do grupo novamente. Confesso que não morri de amores pelo guia não e chegamos tão cansados que acabamos não ligando para pedir nada.  A van deixou os colombianos em um ponto no meio do caminho, em ollantaytambo mesmo, onde iriam ficar para no dia seguinte irem a Machu Picchu. Depois deixou os mexicanos e os espanhóis em um hotel bem bonito em Urubamba (outro lugar no meio do caminho), parecendo um sítio, para igualmente irem a Machu Picchu no dia seguinte e voltamos nós (Rodrigo e eu), o guia e o motorista para Cusco, cochilando, cansados, mas satisfeitos com o passeio legal que fizemos (e passamos por todos aqueles lugares de novo que passamos com o rapaz do táxi na ida, agora na volta!).

Voltando para Cusco, seguimos para o restaurante que tínhamos procurado no dia anterior chamado Hanz Homemade Crafts And Beers, um lugar pequenininho, mas muito ajeitadinho e que o dono (um oriental muito simpático) faz questão de mimar os clientes. Ele serve água para purificar, antes da alimentação, e dá um uma frutinha de presente no final. Pedimos sanduíches que estavam bonszinhos, comemos e voltamos para o hotel, com um frio de rachar nas ruas. Descansamos, para no dia seguinte, conhecer a cereja do bolo: Machu Picchu!

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Nós em Moray

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O grupo descendo e subindo morro

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Mais de Moray

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Nós e as Salineras de Maras

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Maras -  quando você olha as fotos e acha que não tem quase nenhum turista...

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Na entrada de Ollantaytambo

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Ollantaytambo

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Subindo atrás do guia (de boné e mochila)

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Vista lá de cima (estão vendo uma "casinha" no meio da montanha que está bem de frente?! Nos explicaram que é como se fosse um refrigerador deles, pra guardar comida e ficar fresquinha

 

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Rodrigo tirando a foto

 

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Subimos mais...

 

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Lá em cima, pedras imensas e de formatos cheios de significado...

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Mais da parte de baixo do sítio arqueológico

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E mais da parte de baixo de Ollantaytambo, como eram as casinhas na época dos Incas.

 

  • 1 mês depois...
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E finalmente estamos chegando ao fim do relato! Desculpem a demora, estávamos passando por alguns problemas com familiares, mas agora tudo está mais tranquilo e posso continuar!

No dia seguinte acordamos muito, mas muito cedo, pois a van da Condor travel iria passar por volta de 5h da manhã no nosso hotel para nos levar a Machu Picchu. No café da manhã do hotel parecia que só tínhamos nós comendo, nos aprontamos na maior velocidade que conseguimos, tendo em vista que estávamos bem cansados, e assim que terminamos de comer, a guia (que falava português) apareceu para nos levar (e mais um outro casal que estava no nosso hotel também) para a van. Fazia um frio daqueles, com direito a usar cachecol, gorro e luvas! Seguimos com a van até outro hotel para pegar um outro casal mais velho que nós e depois seguimos para Ollantaytambo, de onde saía o trem para Machu Picchu. Foram umas 2 horas de viagem até lá. Quando chegamos, a guia pediu para ficarmos com os bilhetes na mão, nos levou até a estação, entramos, seguimos para uma sala de espera e ficamos esperando, sentados em um banco, o horário do nosso trem. No meio do caminho passamos pelo grupo de hispanohablantes dos dias anteriores e cumprimentamos eles, um cumprimento muito alegre, ficamos felizes!

Na sala de espera tinha banheiro e a guia falou que poderíamos ir, mas eu estava um pouco ansiosa, com medo de perder o trem e o Rodrigo não estava ainda com vontade, não fomos. Notamos que tinha uma tela com os horários de saída e os números dos trens. A toda hora vinha alguém da Condor Travel conferir o horário dos nossos tickets, foram acho que uns 3 guias diferentes. Eles orientaram o outro casal que estava conosco a pegar o  trem que estava saindo naquele momento e nós continuamos com o outro casal, que tinha já um pouco de idade, na sala de espera, cheia de gente.

Foi quando percebemos que chegou um novo trem, e era o nosso trem, e ele já ia sair e chegou uma moça da empresa do trem segurando uma placa com o número e falando para todos acompanharem ela. O casal que tinha mais idade não percebeu e já ia ficando para trás, porque nessa hora todo mundo da Condor Travel sumiu e ninguém nos orientou! Sorte que o Rodrigo foi lá falar com eles, para eles irem também, já que o trem deles era o mesmo que o nosso. Seguimos a moça, mostramos o ticket do trem, entramos no trem, procuramos nossos lugares e graças a Deus deu tudo certo. Fiquei meio tensa e chateada com a falta de assistência nesse momento.

A viagem de trem foi muito bonita, não conseguia desgrudar os olhos da janela! A uma certa hora, serviram lanche, que era uma bebida que poderíamos escolher (ou suco, ou chá ou café) e um pedaço de bolo que era bem gordinho.

Chegamos de trem na cidade de Águas Calientes (também conhecida como Machu Picchu Pueblo) e quando saímos do portão, encontramos a nossa guia (Wilma, também muito apaixonada pela história de seu povo) procurando pela gente. Parece que só faltava a gente para completar o nosso grupo. A guia falava português e o nosso grupo todo era de brasileiros. Encontramos nossos amigos hispanohablantes no meio do caminho com um guia falando em espanhol e o Rodrigo ficou chateado, porque queria um guia falando Espanhol também, mas eu fiquei bem tranquila, porque por um momento não teria que fazer tanto esforço pra entender o que era dito!

A guia nos perguntou se queríamos ir ao banheiro e estávamos apertados e acabamos indo ao banheiro e atrasando um pouquinho o grupo, pois a fila estava grande. Depois de atrasar um pouquinho o grupo, este seguiu com a guia explicando como era essa pequena cidade e onde iríamos almoçar, (o almoço já estava incluído no preço). Seguimos por umas ruelas e fomos parar em uma rua mais larga onde tinha o ponto do ônibus para subir para Machu Picchu. Mostramos o ticket do ônibus, pegamos o ônibus (que diga-se de passagem achei que estava bem quente lá dentro e suei, toda encasacada que estava, e arranquei fora o casaco... todo esse passeio foi um tira-e-põe de casaco infinito, pois a gente fazia esforço para subir os degraus e eu ficava com calor e tirava o casaco, ficava parado, eu ficava com frio e colocava o casaco!) e o ônibus seguiu em zigue-zague bem rapidinho até a porta do parque. Vista bem bonita pela janela também. E finalmente chegamos!

Descemos do ônibus e enquanto algumas pessoas foram comprar água e ir ao banheiro, a guia foi carimbar nossos passaportes com o carimbo do Machu Picchu. Nós que não fomos ao banheiro ficamos conversando com umas senhorinhas do grupo que viajaram com o sobrinho e que estavam bem animadas. Confesso que a princípio, muito antes da viagem, achei meio bobo carimbar o passaporte, um documento, com o carimbo do Machu Picchu... mas depois gostei da ideia e fiquei bem feliz em tê-lo no meu passaporte, ele é lindinho! Hehehe

Seguimos para uma pequena porta de entrada e depois de passar pela roleta com os tickets do parque, a guia já seguiu nos explicando a história de Machu Picchu. No início tem uma vista bonita das montanhas ao redor, uma casinha, uns degraus de pedra, uma lhama comendo graminha ao longe e a guia nos levou mais adiante, quando todo mundo subiu os degraus de pedra e aí todos fizeram “uau!” Foi nossa primeira vista panorâmica (e primeira foto da vista) da cidade. E aí a gente pensa de tudo: em como valeu a pena todo o esforço para estar ali, em como a civilização antiga nos surpreende, em como Deus é grandioso... em tudo!

Seguimos o caminho subindo degraus de pedra e a cada momento era um “uau” diferente. E a guia explicando toda a história do lugar. Foi um tanto cansativo todo o trajeto de sobe e desce de escada de pedra, mas valeu a pena! Em outros momentos tivemos mais surpresas com a vista novamente... A vista é magnífica, a história do povo é espetacular e todo o legado é grandioso! Só vimos (e tiramos fotos) das lhamas de longe... eu queria fazer um selfie (sem a lhama cuspir em mim) mas não consegui! Não levei cusparada, mas também não fiz a selfie! O melhor momento é aquele que a gente chega onde tem a vista do tipo “cartão postal”... é sem palavras pra descrever a grandiosidade do lugar! É simplesmente magnífico! Existem milhares de turistas poluindo a foto que você está tirando, do local magnífico, mas afinal de contas, você também não é turista e também não está poluindo a foto dos outros?! Ficamos brincando que iríamos substituir os turistas das fotos por lhamas.

Engraçado foi que eu achei que o sobe e desce iria ser pior... mas não tivemos nenhuma reação com  a altitude, porque Machu Picchu é mais baixo que Cusco, então estávamos no lucro!

Depois de nos maravilhar com a vista da cidade por fora, foi a hora de explorar por dentro. Passamos pela porta e a guia foi nos levando pelo labirinto que é aquilo tudo e nos explicando cada canto que dava pra visitar. Muito legal! Existem alguns lugares que dizem ter energia, por terem sido locais de culto aos deuses, e a gente aproveitava para ficar com as mãos postas, "pegando" a energia do lugar... já que estávamos lá, vamos aproveitar!

Não dá pra descrever tudo o que foi explicado e visto lá, tem que ir para experimentar. Não sei se senti uma energia de outro mundo, só sei que fiquei muito feliz por estar vivendo e conhecendo de perto tudo aquilo!

Eu gostaria de ressaltar também a parte que eu achei incrível como tinha tanto turista da terceira idade lá e todos subindo e descendo aqueles degraus de pedra todos lá na maior disposição... será que é mesmo a energia do lugar que revigora as pessoas?!

Quando terminou a visita, não queria sair... saí com o coração na mão... Pegamos a fila para o ônibus de volta, cansados e com fome... Acho que era perto de 13h... Ah! Levamos alguns biscoitinhos do café da manhã para o caminho e também levei uma garrafa d’água de 700ml (que levei do Brasil e fiquei carregando para cima e para baixo nessa viagem) que enchemos com as garrafinhas menores no hotel, porque li que eles não deixavam entrar com garrafas pet... Mas não se estressem com isso! Eles deixam entrar sim! Não vi lixeiras dentro do parque (só do lado de fora) mas as pessoas respeitam e não vi ninguém jogando lixo pelos cantos, as pessoas guardavam e jogavam nas lixeiras do lado de fora. Também não tem vendas do lado de dentro, então quem estava sem água comprou antes da entrada do parque, no lugar onde é o “ponto final” dos ônibus.

Bem, seguimos de novo em zigue-zague no ônibus até Águas Calientes (que acho o nome mais bonitinho que Machu Picchu Pueblo) e seguimos conversando com o outro casal que estava no mesmo hotel que a gente e no mesmo grupo com a guia que falava português, até o restaurante. O restaurante era self-service e tinha umas comidas muito bonitas e boas. Não lembro agora o nome... Acho que era El Mapi.

O grupo dos hispanohablantes estava lá também, em uma mesa no fundo, mas como já estávamos conversando com o outro casal simpático de brasileiros, de Rondônia, seguimos naquela mesma mesa. Depois do almoço deu uma lombeira, mas nos despedimos e fomos a feirinha que tinha perto, ficar olhando lembrancinhas até a hora do nosso trem partir. Próximo da hora do trem partir, entramos na estação e perguntamos para um funcionário em qual porta tínhamos que entrar e este indicou 4-5. Ficamos em frente ao local indicado, esperando a porta abrir e vimos que a 6-7, que era na lateral esquerda, já estava aberta, com muita gente passando. Vi o casal de mais idade que veio no mesmo trem que a gente nesse mesmo salão sentado em umas cadeiras. O Rodrigo viu que tinha duas moças que não falavam espanhol tentando se comunicar em português com as pessoas mas ninguém entendia elas e fomos ajudar. Era o mesmo trem que o nosso e falamos para elas aguardarem ali também. Até que chegou uma funcionária da Condor Travel, riscou nossos nomes em um papel na prancheta, perguntei pelo nosso trem e ela falou para aguardarmos ali e sumiu. Achamos estranho que a hora estava passando e nada do portão 4-5 abrir. E foi então que passou uma outra funcionária da empresa de trem, conferindo os tickets das pessoas no meio do caminho e falou para seguirmos pelo portão 6-7, pois era aquele mesmo e o trem já ia partir! Falamos correndo com as moças que também estavam perdidas e saímos correndo desembestados para o trem. Quando subimos no trem, dei graças a Deus que deu tempo... Mas o trem ainda demorou quase 1h pra sair em direção a Ollantaytambo! Nem precisava tanta correria!

E ficamos novamente chateados com a Condortravel que nos deixou na mão na orientação quanto à saída do nosso trem!

A vista da volta foi igualmente espetacular! Teve apresentação de dança dentro do trem e também teve lanche. Chegamos em Ollantaytambo mais tarde que o previsto, com o céu já escuro, procuramos e não encontramos ninguém da Condor Travel. Fomos no banheiro, estávamos apertados, e na saída do banheiro, o Rodrigo encontrou um dos guias da Condor Travel., que nos levou até o lado de fora e nos deixou junto com aquele mesmo outro casal simpático do nosso hotel, que ficamos conversando. Ele perguntou se estávamos junto com uma outra pessoa de nome Rogério, se não me engano... Não sabíamos dessa pessoa, mas ficamos imaginando se não era o casal de mais idade que estava com a gente! Coitados! Será que perderam o trem da volta?! E agora?! Na hora de correr, eu nem lembrei que tinha visto eles sentados esperando também! O guia ainda esperou mais um pouco, mas depois resolveu nos levar de van para Cusco e deixou um outro guia, amigo dele, lá esperando mais um pouco. Seguimos de van de volta de Ollantaytambo para Cusco, com o caminho escuro e nós cochilando, por umas 2h. Ao chegar no hotel o tempo já estava frio e nós muito mais cansados!

Procuramos um lugar para comer que ainda estivesse aberto, pois já estava um pouco tarde, pra voltar para o hotel de novo e descansar, pois o dia seguinte seria o da volta. Comemos massa na Trattoria Adriano e reencontramos lá as senhorinhas do passeio, que estavam com o sobrinho, de novo.

No dia seguinte, tinham acabado os passeios e era só nos aprontar para voltar. O problema é que a Avianca mudou o horário do nosso voo e os voos que eram um após o outro ficaram com um tempo grande de conexão e nós iríamos ficar sem fazer nada, uma incrível perda de tempo.  O Check out do hotel era de manhã, tomamos café, arrumamos a mala, saímos e ficamos fazendo hora dando um último passeio na cidade. Depois compramos um lanche e voltamos para o hotel. No hotel, o transfer da Condor Travel nos levou para o aeroporto, pegamos o voo para Lima (que como eu disse, a Avianca fez o favor de mudar o horário e nos deixar mofando no aeroporto de Lima) e no aeroporto de Lima ficamos esperando de 15h até 21h, quando pudemos finalmente voltar para o Brasil, pra chegar só pela manhã aqui, mortinhos! Reencontramos no aeroporto as senhorinhas com o sobrinho de novo e o casal de espanhóis, todo mundo voltando para suas cidades. Foi uma longa espera, mas a viagem toda valeu a pena, voltamos muito mais ricos de conhecimento e experiências fascinantes!  

Nós gastamos em média, por dia, para o casal, em torno de 150 soles (contando deslocamentos, comida, água e souvenirs), em alguns dias gastamos um pouco mais e em outros, um pouco menos. O câmbio estava mais ou menos 1 Sol = 1,22 Reais.

Espero que tenham gostado do meu relato e que eu possa ter ajudado em algum planejamento de viagem! Se quiserem perguntar alguma coisa, é só falar! Então por hoje é só e até a próxima viagem!

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No trem indo a Machu Picchu

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Um pouco da vista do caminho

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Entrada (depois que desce do ônibus)

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Não sabia o que nos esperava

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A vista, no início, era assim

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Subimos um pouco e...

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Uaaaauuu

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Andamos mais um pouco e  mais Uau! A vista tipo cartão Postal! A guia que tirou essa foto legal!

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Mais uma foto tirada pela guia que sabe quais são os "hot spots"

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Mais uma da série expectativa (vazio) X realidade (cheio de turistas)

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Entrada para a cidade... e a lhama fofa fazendo pose!

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Entrada para a cidade

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Passeando...

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Passeando...

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Passeando...

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Passeando...

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Passeando...DSCN5819.thumb.JPG.725db44fcb7f94b1fa8373d108c33dea.JPG

Passeando...

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Conseguimos uma selfie com a lhama láááá longe

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Não existem só as lhamas passeando por lá, vimos também chinchilas!

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É hora de dar tchau...

  • Amei! 1
  • 2 meses depois...

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