Membros Alexander Supertramp Postado Julho 31, 2018 Membros Postado Julho 31, 2018 Resumo do mochilão ROOTS em Atenas Grécia. Ao realizar o Check out no hostel, como eu não havia feito reserva, fui informado de que possivelmente não teria uma cama disponível no dia. Fui explorar a cidade em busca de um local para expor meus artesanatos. No caminho, enquanto tirava fotos da biblioteca de Atenas, uma moça muito simpática me pediu para tirar uma foto dela tendo como fundo a biblioteca. (Biblioteca de Atenas) Depois de alguns minutos de uma boa conversa em portuinglês com turkinglês (ela é da Turkia), em que contei a ela que tinha acabado de chegar de Israel, e estava planejando seguir em direção a Santiago de Compostela de carona passando ou pelos países ao norte da Grécia, ou de ferry até a Itália, e que a grana da minha viagem seria adquirida com a venda dos artesanatos que eu estava fazendo, e ainda, que naquele exato momento eu procurava um lugar para expor os meus trampos, ela me perguntou se eu havia visitado o templo de Zeus. Eu disse que não, e ela gentilmente se ofereceu a ser minha "guia" até o local. (Templo de Zeus) Após a visita ao templo, ela me perguntou se eu queria tomar um café, e eu com aquele jeito sem graça que só mochileiro ROOTS quebrado na estrada sabe como é, fiquei uns 4 segundos sem saber como responder, até o momento em que eu realmente nao pude mais resistir a doçura levemente desajeitada daquela linda pessoa. Escolhido o local e a mesa sentamos. O garçom ao ver meu canudo de artesanatos, se mostrou um tanto resistente em atender a mesa, o que a deixou levemente incomodada. Não era constrangimento, mas uma forma quase tangível de indignação com a situação. Ao ler o menu na parede, percebi que o item mais barato era um sorvete. Na boa, eu sei que o convite foi pra um café, mas pagar 2 euros a mais para tomar um café no lugar de um sorvete naquele calor pra mim era uma imposição que eu não estava disposto a ceder. Depois de uma agradável conversa em que ela me explicou como a situação na Turkia estava se tornando muito desagradável para as mulheres, pois seu presidente está tentando aprovar uma lei que obriga as mulheres a cobrir o rosto seguindo alguns preceitos do alcorão, eu nem havia terminado de tomar meu sorvete quando ela se levantou e foi pagar a conta. Ela estava na cidade com um grupo de turistas da Turquia, e tinha que se encontrar com o grupo em um local e horário específico. Nos despedimos e eu segui meu caminho em busca de um local para expor minhas pulseiras. Infelizmente como eu sou meio desligado, (quem me conhece sabe) acabei nem trocando contato com a Mervia para continuarmos nos falando. Uma pena. Bola que segue. Na minha busca por um local, cheguei em um comércio em que a proprietária (Claudia) foi um amor de pessoa. Perguntei se teria algum problema em expor meus trabalhos próximo ao seu comércio e ela até me mostrou um lugar legal. Ainda me deu uma sugestão (e essa foi a sacada do dia), disse que próximo a Acrópole, existia um número considerável de pessoas fazendo o a mesma coisa que eu pretendia fazer naquele local devido ao grande fluxo de pessoas, e me explicou como eu poderia chegar lá. Consegui chegar lá em torno das 15:00 o problema é que eu demorei um pouquinho até conseguir entender como funciona a dinâmica da coisa. (Meu escritório ao lado da Acrópolis) (Minha vista para a Acrópole de onde eu estava expondo os artesanatos) Mas tudo bem, depois de aproximadamente 3 horas (saí de lá bem antes das 19) consegui atender dois casais muito simpáticos, um dos USA e outro da Bélgica, vendendo 5 pulseiras pelo total de €14,50 (eu poderia ter cobrado mais, mas minha inexperiência falou mais alto no momento e eu acabei cedendo a tentação de acreditar que poderia perder a venda por escolher um preço mais justo. (Casal norte americano) (Casal belga) Até aqui tudo bem, vocês se lembram que eu não tinha um lugar pra ficar? Quando eu estava voltando para o hostel para pegar minha mochila (alguns hostels permitem que os hóspedes deixem as mochilas no local mesmo após o check out), me deparei com uma construção linda. Perguntei a duas pessoas que passavam pela rua do que se tratava, e eles me disseram que aquela era a Saint Dionysios Cathedral, se tratava portanto, de uma igreja católica apostólica romana. Ambos frequentavam aquela igreja, Isarel como membro do coral e Benjamim como mestre regente do coral. Naquele momento eu me lembrei que possivelmente estaria sem lugar para passar a noite. Falei sobre a minha viagem, perguntei se eles saberiam informar sobre a possibilidade de eu acampar nas dependências da igreja. Eles me disseram que provavelmente não. Israel me perguntou por quanto tempo pretendia ficar, respondi que por uns 3 dias. Ele imediatamente me ofereceu sua casa para que eu tivesse um lugar para ficar. (Irael, nigeriano refugiado que vive em Atenas tentando obter residência legal, me ofereceu sua casa por uns dias) Dá pra acreditar numa coisa dessas? Pra finalizar, chegando no hostel pra pegar minha mochila, ainda ganhei uma prancheta (ela serve de base para fazer as pulseiras) de uma alemã muito gente fina que estava no hostel comigo, inacreditável. Quando eu disse a ela sobre o meu dia, ela ficou super feliz e disse que eu poderia fazer uma boa grana se conseguisse fazer várias pulseiras por hora. Eu disse a ela que até sou rápido, mas que estava sem uma prancheta, e isso dificultava um pouco. Ela na hora sacou uma lá das profundezas da sua cargueira e me deu. Haha! Só pode ser uma conspiração universal a meu favor. Nunca me esquecerei desse povo amigável, sempre com um sorriso fácil no rosto, que luta contra a pobreza e a indigência, mas que sabendo de sua história, deve sempre ter em mente que nada jamais vai abalar a beleza de sua majestosa cidade se continuarem a manter o foco nas relações humanas como bem experimentei. Atenas obrigado! Citar
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