Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) [t1]FINALMENTE!!![/t1] Tava parecendo uma gestação. [align=justify]Mochileiros, esse é o relato da viagem que fiz pela Argentina, Paraguai e Chile. De 28 de novembro de 2009 a 02 de fevereiro de 2010. Foram 67 dias fora de casa - 63 no estrangeiro. Não sei se vão ter paciêcia pra ler. É uma relato ponto a ponto de todos os dias da extensa expedição. Quem chegar ao final e sobreviver está de parabéns hehehe. 0º - Antes de tudo gostaria de fazer um acordo: mesmo que goste do relato e mesmo que ajude em uma eventual viagem, por favor não coloque pontos de reputação. Certo? Pode ser? Obrigado :'> . 1º - Não sei se vai ajudar muito, mas se ajudar um único viajante já estará bom. 2º - Qualquer dúvida é só perguntar aqui no tópico. "Ouviu"? No tópico. 3º - Peço UM MILHÃO de desculpas pela demora. Já deveria ter contado essa estória faz tempo. Mas fatores como problemas eternos de disponibilidade de tempo com computador e/ou internet e uma doença grave de empurrar com a barriga não deixaram. Além disso, decidi colocar todo o relato de uma só vez para não ocorrer o mesmo com outras pessoas que iniciaram e não chegaram ao fim. Isso demorou ainda mais, porque primeiro tive que digitar tudo que escrevi no caderno para depois fazer uma revisão e só agora publicar. Para terem idéia, no 1º semestre só tinha 3:30h (1:30h durante a copa) de segunda a sexta com computador disponível para fazer todo o trabalho da empresa e resolver assuntos pessoais. Além dos recessos de carnaval, semana santa e são joão. Agora, como vocês não estão nem aí pra isso (com toda a razão rs), vamos começar a contar estória que é o que interessa. 4º - Esses desenhozinhos são demais... vou tentar usar todos . ANTES DA VIAGEM: Comecei a planejar a viagem com meses de antecedência, tanto, que comprei as passagens aéreas para São Paulo em setembro de 2009. Muita pesquisa aqui no mochileiros e em outras páginas, trocas de emeios, ligações, etc. Compra de itens básicos como máquina fotográfica. Tudo para ficar o melhor possível preparado. Tentei convencer algum viajante com idéia parecida, porém ninguém se habilitou . O INÍCIO: 27/11/2009 – SENHOR DO BONFIM Chegou a hora. Último dia de trabalho e primeiro de viagem. Pesquisas com horários dos ônibus, mapas das províncias e países e guia do viajante. Tudo pronto. Fim do expediente, 19h. Últimos detalhes e aguardar a hora do ônibus para Salvador. Saída prevista: 23:30h. 28/11/2009 – SALVADOR - SÃO PAULO Exatamente a meia-noite o ônibus da São Luiz sai da rodoviária de Senhor do Bonfim com destino a Salvador. Um pouco de conversa com o chefe e sono. Cedinho desembarcamos na capital soteropolitana. INÍCIO SINISTRAMENTE SINISTRO! Programação: fazer tranças no cabelo e comprar uma camisa do meu BAHÊA . Peguei carona com o pai do chefe até o elevador Lacerda. Fiquei, com mochila e tudo, numa parada de ônibus esperando o comércio abrir para fazer as tranças no pelourinho. Muito trabalhador indo e voltando do trabalho, como também muitos doidões bêbados e drogados, daqueles que ficam indagando o dia todo. Uma merda! Resolvi subir o elevador, fazia tudo sem nenhuma pressa. Fui ao pelourinho me saindo de uns 3 pedintes (Salvador é campeã mundial). Sem maiores problemas. Até que na primeira praça, um doidão metido a artista veio correndo da casa da porra e ficou pedindo R$0,50. Não é nada, claro, o problema é o risco de levar tudo quando você for pegar as moedas. Disse que não tinha, tentei me sair e o cara não largava do pé. Chegou um amigo dele e achei espaço para voltar ao elevador. Algum tempo, ainda inocentemente esperando o comércio abrir, resolvi descer de novo. Comprei o bilhete e lá vem o filho da puta todo apressado com outro amigo fazendo sinal disfarçadamente que eu era o otário que devia se lascar. Gelei na hora, mas me fiz que não tinha percebido a armação. Fiquei na fila do elevador, eles nem pagam nada. Quando abriu a porta esperei todos entrarem, inclusive os dois bandidos. Aí fiquei parado esperando a porta fechar, o filho da puta ainda perguntou se eu não ia descer. Aqui está bom, respondi (filho da puta - pensei). Quando a porta fechou, disse para as vendedoras que queriam me roubar e perguntei como sair urgente dali. Indicaram um terminal de ônibus próximo. Fui voando. Foi por pouco. Isso tudo aconteceu antes de 8 horas da manhã. Puta que pariu, o cara começar a viagem já com um aperreio desses. Engraçado é que meus pais (e outros) quase morrem de preocupação quando se fala em viajar para outros países. Esse país é que é uma desgraça . Depois dessa merda toda, passei na loja do Bahia para adquirir minha mais nova camisa e fui ao aeroporto. As tranças no pelourinho tinham ido pro ralo. Cheguei em São Paulo no inicio da noite. Fiquei na casa de meus tios . 29/11/2009 - SÃO PAULO Aproveitei a disposição de meu primo e fui com ele na decathlon comprar roupas técnicas para o frio . Talvez equipamentos. Tinha acertado ficar com o saco de dormir e as polainas de segunda mão de Adam Tavares, que na última hora parou de responder . Comprei só as roupas, deixei o restante para Santiago. No fim da tarde meu primo me deixou na rodoviária para aguardar o ônibus para Cascavel.[/align] Editado Maio 21, 2016 por Visitante Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) SAÍDA DO BRASIL, QUE ALEGRIA! 30/11/2009 – CASCAVEL - CIUDAD DEL ESTE - PUERTO IGUAZÚ [align=justify]Desembarque em Cascavel. Pouco depois, fui com meu irmão e os amigos para Ciudad del Este. Aproveitei para comprar umas miudezas – mp3, cartão e bateria reserva para a máquina, relógio de R$8,00 rs e uma mochila pequena. Eles me deixaram em Puerto Iguazú. No albergue descobri que as botas que meu irmão emprestou tinham ficado no carro. Uma merda! Já havia encomendado dois pares dos EUA a meu cunhado, que por causa do visto não conseguiu chegar a tempo. Bom início de viagem . Fiz amizade com um peruano que tinha voltado das cataratas já planejando retornar no dia seguinte (tem 50% de desconto). Achei excelente, já tinha alguém para tirar fotos. Pena que esqueci o nome. Estava lamentando por ter esquecido as botas e ele disse que era melhor ir de sandálias mesmo. 01/12/2009 – PARQUE NACIONAL IGUAZÚ Pegamos um dos primeiros ônibus. Como ele já estava experiente, sabia os locais para visitar primeiro. O parque é sensacional. As cataratas são massa. É muita água, tem mais água que o rio são Francisco . Impressionante! Excelente passeio. O primeiro e um dos melhores da viagem. De vez em quando o peruano parava pra fumar um baseado e viajar nas cataratas rs. Quanto a ir de sandálias, foi tranquilo, tomei vários banhos mesmo. O problema é que tinha dois meses de pernadas pela frente. Retornei, entrei na internet e procurei meu irmão. Por sorte, ele estava conectado e voltaria com os amigos ao Paraguai. Marcamos na rodoviária de Foz do Iguaçú “amanhã”. Ir no primeiro ônibus (7:10h) e ficar o dia todo. Sendero Macuco fecha às 16h, programe-se, pois os circuitos funcionam até mais tarde. Dica do peruano: Ir primeiro no circuito inferior e fazer o passeio de barco. É mais vazio porque muita gente vai logo pra garganta profunda... ops! Garganta do diabo rs. Ônibus para o parque: $10 (ida e volta) Entrada no parque: $30 para o mercosur. Meu amigo peruano teve que pagar $60 ($30 no 2º dia). Barco para tomar banho nas cataratas: $100 02/12/2009 - CIUDAD DEL ESTE - PUERTO IGUAZÚ Novamente cruzamos a ponte da amizade. Tudo beleza, comprei mais umas miudezas. No fim da tarde me deixaram na parada de ônibus para Argentina. Peguei minhas coisas no albergue e fui pra rodoviária. Tem um milhão de ônibus para San Ignácio e Posadas, mais do que o plataforma apresenta, não precisa se preocupar. Enquanto esperava, conheci um coroa italiano que viajava a baixo custo. Carona, banco de rodoviária e entradas grátis nas atrações porque trabalhava com turismo na Itália. O cara descia o pau em Berlusconi e eu descia o pau em todos os políticos brasileiros. Ficamos conversando até de madrugada, dei até um roteiro completo para visitar Bolívia, Atacama e Machu Picchu. Nos despedimos quando meu ônibus para San Ignácio chegou. Ele iria ao parque. Foz do Iguaçú - Puerto Iguazú: $5 Passagem para San Ignácio: $40 Hostel Irupé: $50 (2 noites) Internet: $5/h 03/12/2009 - SAN IGNÁCIO Cheguei em San Ignácio ainda escuro, fiquei esperando amanhecer no banco da praça. Não tem rodoviária. Amanheceu, abriu a secretaria de informações turísticas. Um rapaz bem prestativo; mostrou uma foto da família no Brasil – imigrantes alemães. Deixei as coisas no albergue e fui visitar as ruínas fora da cidade. Um ônibus antigo (nada turístico) faz a linha. Deixa a alguns quilômetros da entrada da ruína Santa Ana. Tem que complementar no pé mesmo. Deixa na entrada ruína Loreto porque fica vizinha a um vilarejo. O guia dessa era muito mala, ao contrário da 1ª. Perguntou se tinha ido a outra ruína, explicou a maquete e mandou-me fazer o “recurrido”. Você não vai, perguntei. "No, no. Si quieres, pero no es necesário". Quando voltei o cara tinha sumido. Ainda conversei um pouco com o porteiro e nada do outro. Enquanto esperava o ônibus fiquei conversando com dois gurizinhos (irmãos) que procuravam chicharras (cigarras). Como demorou, caminhei 3 km (22 min) até a estrada principal. Acabei pegando um ônibus que vinha de Posadas. Almocei e fui visitar a ruína de San Ignácio. Fiquei esperando o guia, uma funcionária disse que estavam todos guiando. Os que chegavam não esperavam pelo tal guia. Percebi que um deles estava um pouco afastado esperando juntar mais turistas, depois de uns dez minutos e vários turistas “independentes”, a funcionária fez um sinal pro cara. Resultado: deixou todos irem sozinhos e teve que ir comigo como personal guia . Essa é a ruína mais preservada. A noite tem uma apresentação espetacular com som e imagens. Vale muito a pena. Eu, minha querida suiçinha e um atrapalhador francês chegamos atrasados e só entramos na segunda sessão porque vieram duas famílias e completou o número necessário para a apresentação adicional. Noite de conversa e, porquê não, beijo no albergue. Pegar o ônibus que chegue em San Ignácio umas 8h, se hospeda no albergue Adventure e vai na secretaria de turismo. Para aproveitar o melhor em pouco tempo: Ruínas na própria cidade, a tarde ir ao parque de bicicleta e a noite outra vez nas ruínas para a apresentação espetacular com luzes e som. Albergue: $30 Entrada para as ruínas: $20 (serve para as 3) Entrada noturna: $20 Ônibus é baratinho,: $1,5 - $2 04/12/2009 - SAN IGNÁCIO - TRINIDAD DEL PARANÁ Pela manhã aluguei uma bicicleta no albergue e fui ao parque Teyú-Cuaré *. Uma caminhada leve pela mata, sozinho. No meio do mato tem uma casa antiga de Borman, um nazista fugido da 2ª guerra. De repente, fui atacado por abelhas e sai correndo desesperado pela trilha. Felizmente já tinha tirado fotos da casa e só conseguiram pegar as pernas. Passado o susto, continuei no restante do parque. Não é um parque extra-ordinário, mas vale a visita. É gratuito, tem uma boa vista do rio Paraná (se não me engano) e já passo a vida toda nas cidades. * O informante turístico que mudou minha cabeça. Eu não sabia que esse parque existia e pretendia ir pra Posadas. Ele disse que seria melhor ficar mais um dia, pois, Posadas é apenas uma cidade grande. Voltei, paguei as 3 horas de bicicleta ($5/h) e peguei o ônibus para Posadas. Na rodoviária, ônibus para Encarnación por $4. Sorte, eu só tinha $4,5. Superlotado. Uns 230 passageiros e eu com 2 mochilas rs. Pior é que tivemos que parar antes da ponte porque havia um protesto. Resultado: desce todo mundo e caminha até a migração argentina, aproveitei pra trocar dinheiro. Ônibus até a migração paraguaia. Informações turísticas. Aproveite, pois só existem 3 no país. Mais um ônibus superlotado até a rodoviária de Encarnación. Uma nojeira. Suja, velha e a cada piscada de olho aparece um vendedor oferecendo alguma coisa. Cheguei às ruínas de Trinidad já no fim da tarde. Não tem guia próprio do governo e sim particulares, negociei com uma jovem guia (bela). Terminamos o recorrido já escuro, fui informado que haveria uma apresentação noturna. Como havia acabado de pagar a entrada, a administradora não cobrou. Chegou uma excursão escolar e vários turistas. A apresentação é bem abaixo da argentina, uma iluminação básica, slides projetados nas imensas paredes e um guia contando a história. Voltei para Encarnación de carona com o pessoal da excursão :'> . O motorista aproveitou para me deixar rodoviária... é funcionário de uma empresa que faz linha para Assunção. Perguntei ao balconista se seria o mesmo ônibus da foto. Disse que sim, mas era mentira. Um pouco pior. “Pero es bueno, semicama” disse o vendedor. Bandido tem em todo lugar . Quase todas as empresas fazem a linha para Assunção, variando em qualidade dos ônibus, horários e preços. Se não quiser economizar, viaje com a empresa NSA. As empresas "Beato Roque González" e "Pastoreo" fazem a linha para Trinidad. São 32 km em 1 hora, desce na estrada e anda entre 5 e 10 minutos. Passagem para Posadas: $8 Posadas - Encarnación: $4 Guarda volume em Encarnación: G$4.000 por até 24 horas. Encarnación - Trinidad: G$5.000 Encarnación - Assunção: G$40.000 (NSA é G$60.000) Entrada em Trinidad: G$25.000 Guia: Acertei G$15.000, mas como ninguém tinha troco paguei G$20.000. Ela merecia :'> . 05/12/2009 - ASSUNÇÃO Chegamos em Assunção pela manhã, desci na rodoviária e fiquei no primeiro hotel que entrei. Não sei o que aconteceu comigo, não pesquisei outro e nem pedi para ver o quarto. Grande erro, uma merda. Hotel Royal é una mierda. Só se for da Royaleza Paraguaya. Era como se fossem dois quartos (antes tinha uma divisória), um lado tinha luz e o outro funcionava o ventilador de teto. No banheiro fora de uso tinha até uma camisinha jogada. Três computadores sem internet e uma piscina suja. Eu merecia apanhar por ficar nessa porra. Comecei bem, perguntei qual o valor da passagem, o motorista-cobrador falou um valor, entendi errado, dei uma nota de G$20.000 e o mala deu o troco todo de moeda. Quando vi o troco, percebi o real valor da passagem. Aí lembrei que tinha moedas suficientes e pedi por favor para que ele trocasse. O cara totalmente ignorante se negou e me mandou ir para trás. Fiquei indagando por várias paradas. Amigo, por favor, aceite as moedas e devolva os G$20.000 o que custa? Mas o cara não se comoveu. Também bati o pé, estava disposto a ficar até o fim fazendo raiva . Depois de muita indaga, uma senhora percebeu que nenhum cederia e quis trocar G$10.000 em moedas por uma nota. Agradeci e só assim deixei o motorista em paz rs. Vi quase todas as atrações do centro e ainda fui ao museu do barro (Centro de Artes Visuais). Vale a pena visitar. Ônibus 28 ou 30 na calle Oliva. Disseram para descer no shopping del sol, pero é bem melhor descer depois, no prédio da petrobrás, na avenida Aviadoers del Chaco. Vejam as fotos dos pontos de referência: [mostrar-esconder][/mostrar-esconder][mostrar-esconder][/mostrar-esconder] Paraguai: eles dão muito valor à sua história, tem bonitos prédios históricos, bons museus e gratuitos, o pessoal que trabalha nos locais turísticos é prestativo, mas a infra-estrutura é precária. Informações, transportes, limpeza de algumas cidades, tem muita gente enrolada, etc. A rodoviária de Assunção merece elogio, tem vários zeladores e apesar do grande movimento é bem limpa :'>. Hotel Royal Imundisse: G$50.000 Ônibus urbano: agora sei que é, ou era, G$2.100 06/12/2009 – ASSUNÇÃO - ESTRADA NA ARGENTINA Iria ao jardim botânico ou ao estádio Defensoes del Chaco, mas caiu uma chuva desgraçada. Desisti. Hilário, precisava de só G$5.000 para completar a passagem para Formosa. A empresa só aceita guaraní. Uns dez cambistas se negaram a cambiar US$2 hehe . Finalmente um deles trocou A$6 rs. Enquanto esperava, um viajante doidão todo molhado, sem a menor cerimônia, trocou de roupa na frente de todos. Só via o povo rindo (em guaraní para o cara não entender rs). Graças a uma caixa, só vi a troca de camisa. Ainda bem! OBS: Estava tudo certo para visitar o Chaco paraguaio. Porém, quando tava prestes a sair do Brasil, meu agente disse que a região estava na maior seca da história e teria que cuidar da fazenda. Uma pena! Previsão de chegada em Formosa 19h, após 2:30h nas migrações, chegamos 20h. Por azar, só sairia ônibus para Jujuy no outro dia às 17h. Corri e entrei novamente no ônibus que já manobrava para ir à Resistência (A$25). Mais 2hs de viagem, chegamos às 22:30h. Por sorte sairia um ônibus para Salta em 30 minutos. Comprei para Güemes (A$114). Para minha surpresa o ônibus contava com serviço de bordo. Tinha jantar e as porras. Passagem para Formosa-ARG: G$30.000 (é melhor comprar para Resistência-ARG)[/align] Editado Setembro 10, 2010 por Visitante Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) 07/12/2009 - S. S. DE JUJUY - PURMAMARCA [align=justify]De manhã, quando acabei de comer, lá vem o cara com o lanche matinal. Guardei pro futuro rs. Chegamos em Güemes 10:30h. Quase 12 horas de estrada. Saída para Jujuy às 12:30h. Aproveitei para revisar sobre a quebrada de Humahuaca. Como muitos haviam dito que não tem nada em Jujuy, procurei logo o balcão de informações turísticas e comprei a passagem para Purmamarca para 14:45h. Já estava em cima da hora, deixei a mochila no guarda volume e peguei o beco. Na viagem, conheci um casal francês. Nos bateríamos por toda a quebrada e no albergue em Salta. Estava nublado, mas melhorou muito em Purmamarca. Albergue confirmado. Fui dar uma volta, voltei na estrada para apreciar o visual do cerro de siete colores. O sol não estava 100%, mas no dia seguinte poderia piorar. Dei um rolê pela cidade e fiz o passeio colorado que dá a volta por trás da montanha. Escureceu, comi uma pizza sozinho e dormi. Purmamarca é sem dúvida uma cidadezinha encravada nas montanhas. Güemes – Jujuy: $13 Flecha bus. Jujuy - Purmamarca: $8,5 Hotel Makacha: $25 Pizza: $17 08/12/2009 – PURMAMARCA - MAIMARÁ - TILCARA - HUMAHUACA “Amanheceu, peguei a viola e fui viajar”. Não exatamente... parecido. Como sempre, uma preguiça pra levantar. Cerca de 7h, 95% de sol. Resolvi dar mais uma volta pelos “miradores”, inclusive o da estrada. Já tinha passado do horário de saída do ônibus para Tilcara, voltei no hotel (Makacha), peguei minhas coisas e fui viajar. Primeiro uma caminhada de 3 km até a estrada principal, uns 40 minutos. Pelas informações do escritório de turismo, só teria ônibus às 11:20 h. Quando caminhava na estrada, o ônibus de 9:30h passa em direção a Purmamarca. Decidi esperá-lo no contorno. Apareceu um carro e o motorista oferece “carona”. Tinha um casal também. Descobri que era um remís. Queria cobrar A$4 até Maimará, pago A$2, feito. O balcão de turismo estava fechado, fui ao guichê de ônibus e a moça deu todas as informações e até um mapa da cidade. Não tem nada distante, fui caminhando para tirar fotos da paleta del pintor (pintor não muito talentoso). Volta pela cidade, depois subi no monolito que dá uma visão do alto. Atrações terminadas, desci do monolito, passei protetor e fui em direção à Tilcara. Caminhando claro. No guia do viajante são 4 km de distância, para o motorista do remís é algo como: “são 7 km, mas pode ser 9. É 7 e 9” . Ainda poderia ser 8 km rsrs. Fui mesmo assim, 55 minutos e avisto o que poderia ser o pucara, umas pedras no alto do monte. Atravessei o rio, saltei uma cerca, desviei de uns 500 cactos, escalei uma parte do monte. Estava me sentindo uma mistura de Rambo, Bradock e Chapolin . Consegui chegar arriba, tinha poucos turistas. Ao final, sai pela entrada do pucara para pessoas normais rs (onde fica o jardim botânico). Mais 10 minutos e entro de fato na cidade. Quando me dirigia para o albergue, lembrei que já tinha visto a maior atração da cidade e retornei à praça, ainda era 13:30h. A oficina de turismo também estava fechada. No museu perguntei se havia mais alguma coisa interessante. A funcionária disse que o pucara, o jardim botânico e o museu são os mais famosos e tinha uma tal de garganta do diablo (mais uma!) a 2 horas de caminhada. Desisti na hora, depois de 3 km de Purmamarca e mais "7 km e 9 km" até Tilcara, não tava disposto a andar. Peguei o ônibus de 14:45h para Humahuaca. Procurei o HI da cidade, fica numa entoca da porra, 1 km do centro. Como quase tudo, parecia deserto. O pior é que existe um hostal em frente pra concorrer. Perguntei o que tinha para compensar a distância – “Tranquilidade”. Porra nenhuma! Voltei pro centro. Bati em vários locais, muitos fechados. Achei o Samay que fica atrás da rodoviária. Perto de tudo. Bem cuidado, duas camas por quarto. Informações turísticas mais uma vez fechada. Só então descobri que era feriado na Argentina por causa de uma tal virgem não sei das quantas. Visitei as atrações da cidade. Hotel Samay: $20 Passagem para Humahuaca: $5 09/12/2009 – HUMAHUACA - IRUYA - COCTACA Viagem para Iruya 10:30h. Um trajeto altamente cansativo, uma poeira miserável. Várias fotos. Chegamos um pouco antes do previsto, passei 20 minutos na cidade e voltei no ônibus de 13:45h. Estava doido para voltar porque queria visitar as ruínas de Coctaca. Mais uma vez uma controvérsia na distância. Na placa são 9 km, no mapa de turismo, são 12 km. Após 1 hora de pevete, o tempo começou a fechar. E agora? Continuei. Na última bifurcação, todo perdido , por sorte encontrei uma senhora que ensinou o caminho: “segue por aquela estrada, passa na frente da igreja e anda mais um pouco”. Fácil, né? Isso se eu não tivesse pegado um atalho e entrado por um “bairro” sem saída. Que merda! O pior é que não existe ninguém naquele lugar. Apenas dois cachorros, um velho e bravo e outro jovem e gente boa. Se fosse o contrário eu tinha tomado no "cachorro-quente" e não estaria contando essa estória . Voltei à estradinha, quase desisti de tanta raiva . Já nas ditas ruínas, não dava pra saber o que tava mais abandonado, se as ruínas ou o povoado. Só vi um pastor de ovelhas. De repente, um pingo. Agora tenho que correr, coloquei a roupa impermeável e comecei a andar. Andava e corria um pouco porque tava escurecendo. Passou um carro, mas não pedi carona. Cheguei em Humahuaca já pelas luzes da cidade às 20:45h, 4 horas após sair. Ainda bem que não choveu, não queria testar a roupa rs. Passagem para Jujuy $13. (Direto para Salta $50. Sai mais barato quebrar o trecho.) Passagem para Iruya: $25 (ida e volta). Se informar com a empresa Panamericano, mais confortável. Pevete para Coctaca: DE GRAÇA! 10/12/2009 – RODOVIÁRIA DE JUJUY - SALTA Madrugada em Jujuy, coçada de ovo para esperar o ônibus. Salta começou bem . A rodoviária parece um aeroporto, diferente da nojeira de Jujuy. Fui caminhando para o centro. Outra boa impressão, a avenida San Martín é cheia de praças bem arborizadas e no momento não havia muito trânsito. Perguntei o preço em alguns lugares, andei que só a porra até o Backpackers da rua Buenos Aires. Estava lotado (ainda bem). Fui ao Backpackers City que fica no centro, perto de tudo. Ainda peguei o desayuno. Pretendia deixar as coisas e dar uma volta. Fui pro quarto, deitei para uma breve soneca. Acordava e dormia – dormia e acordava, só de tardezinha saí para pegar informações e talvez contratar passeios. Na rua Buenos Aires tem uma agência a cada passo. Vi alguns pacotes para Cachi e Cafayate. O melhor foi na La Posada Turismo, os dois por $190 (na agência do alberque uma pechincha de $255). Tudo acertado, achei um centro cultural que passaria o filme Decameron . Além de bom filme, completaria o tempo até a janta. Guarda volume: $12 por 3 dias Albergue Backpackers City: $32 sócio HI ($37 não sócio) Passagem para Salta: $23 Passeios para Cafayate e Cachi: $190 11/12/2009 – CAFAYATE Bem cedo, sai o passeio para para Cafayate. Passa por várias formações interessantes nas montanhas. Em Cafayate, visita-se uma bodega para o povo compar vinho e depois um restaurante. Aí dão 2 horas para você ficar coçando pela cidade, com museus fechados. Aliás, tem um museu que supostamente funciona no horário de almoço. Porta fechada, um aviso diz para tocar a campinha. Toquei. Lá dentro tinha uns 15 cachorros latindo, torcendo que abrissem a porta para devorarem o visitante. Uma voz pergunta: “o que quer?”. Toco para entrar no museu e não sei o que quero, talvez cinco pães e um litro de suco. É demais! Fui embora antes que os dóceis cachorros pudessem me alcançar. No regresso, pára na “garganta do diabo”... ô povo pra gostar de diabo. Retornamos a Salta por volta de 20 h. Cheguei no quarto e descobri o primeiro brasileiro da viagem, aquela conversa em espanhol até perguntar de que país é. Rudá de S. Catarina, além de um japonês engraçado. Conversamos um pouco e fomos rangar. Estava tendo um festival de música. Vimos uma grande apresentação no teatro. Mais uma "garganta do diabo" ! 12/12/2009 – CACHI Antes de sair, outro brasileiro – Breno. O passeio para Cachi começou com muita chuva, mas, como as atrações ficam distantes de Salta, o tempo melhorou. Atrações pelo caminho também. Antes de chegar em Cachi, param num restaurante no meio da estrada com preços bem mais caros que Salta. E não poderá escolher, não têm nada perto. Passeio de natureza, com condores distantes. Voltamos 19h, fui fazer as tranças que não fiz em Salvador. Cheguei 20:40h no alberque e adivinhem... mais um brasileiro. Para quem não encontrava nenhum, coincidiu de quatro estarem no mesmo lugar. Após o jantar fomos a uma boate com Fernando, o “gerente” do departamento de festa do alberque que faz umas ligações e coloca todo mundo de graça. Boate massa. Festa massa. 13/12/2009 – SALTA Dormi às 6h. Talvez fosse embora nesse dia, mas resolvi ficar mais um dia. Salta tem isso mesmo, muitos que conheci saíram depois do planejado. Levantei tarde e perdi o café-da-manhã, sem problemas. Fui subir no cerro, teleférico $10 para subir e $10 para descer. Só subida. Algumas fotos depois, sentei num banco à beira de umas cascatas e fiquei relaxando. Aí aparece uma mulher do nada dizendo que me conhecia, peguntando se estava na boate, sobe e desce para fazer execícios (hum), etc. Minutos depois... estavamos nos “apretando” . Horas depois... . Parece coisa de filme pornô. Descemos pelas escadarias. Disse que havia comprado a descida mas fazia questão de acompanhá-la . Corri para colocar meu nome na lista do jantar. Um dos brasileiros, cansado de viajar, já havia pegado o beco. Breno e Rudá, multi-instrumentistas, estavam empolgados tocando. Rango de novo e nada de festa (coletiva), encontro marcado. O cerro é massa. Apesar de muita gente, é tranquilo e bem cuidado. 14/12/2009 – SALTA Acordei pensando em visitar os museus. A “banda” estava inspirada e acabou me contagiando. Demos uma rodada, fizemos câmbio e fomos almoçar. Parrilla. Estávamos em 4 e pedimos duas. É MUITA carne. Dois cansaram de comer. Pedi para embalar o que sobrou, seria minha bóia-fria para jantar rs. Deixamos Ferran (espanhol) na rodoviária e comprei minha passagem para Patquía. Voltei com Breno para o comércio e o monumento Güemes. Não visitei nenhum museu, o das múmias estava fechado segunda. Despedi-me dos brasileiros e fui caminhando até a rodoviária. Cheguei às 20:25h, 5 minutos depois chega o ônibus. Quando estava saindo, perguntei ao motorista se não havia mais passageiros. Fui sozinho. Na verdade, é como se fosse uma carona até um posto na estrada para fazer conexão.[/align] Albergue: $128 (4 noites) Passagem para Patquía: $128 Editado Setembro 12, 2010 por Visitante 1 Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) 15/12/2009 – PATQUÍA - SAN AGUSTÍN DEL VALLE FÉRTIL [align=justify]Patquía, mais uma cidade semi-abandonada. 8h da manhã de terça-feira. Descobri que só tem ônibus direto para Valle Fértil lunes, miércoles e viernes às 13h. Manhã coçando e escrevendo. Peguei um ônibus que passa em Los Baldecitos. Quase 2 horas depois, o motorista pára na estrada, no meio do nada e diz para eu descer. Pergunto onde está a cidade e ele - “tem que caminhar por ali”. Mais 3 km para chegar ao nada propriamente dito. Um povoadozinho (zinhozinho), mais um no meu caminho. Após 30 minutos na estrada, uma família de jegues começou a encarar, desviei na hora para o mato e saí uns 500 metros à frente. Continuavam olhando. Pelo que entendi, ser humano é coisa rara para eles rsrs. Fui até a entrada do parque Ischigualasto para tentar carona. Relatório parcial: Duas horas, pouquissímos carros retornando e dois cachorros que só não atacaram porque o dono chamou e eles obedeceram. Até que um casal de belgas ajudou. Deixaram-me na porta do albergue campo base. Para não esquecê-los, tirei uma foto. Fui caminhar e pegar informações, a secretaria de turismo funciona até 24h. O museu fica distante, mas vale a visita ($5). Aberto até 22h. Mais controvérsia nas distâncias, andei 3 km para uma cidade e 11 km pra outra: Averiguei sobre o ônibus ter me deixado na estrada. Disseram que é assim mesmo. Agora imaginem uma velhinha caminhando 3 km no solzão. De La Rioja para San Agustín del Valle Fértil: seg/qua/sex às 12:15h - $30. Horários de Valle Fértil para San Juan: 3h/14h/17h - $32 16/12/2009 – ISCHIGUALASTO - TALAMPAYA Saímos 7:45h e voltamos 20h. É um passeio bem cansativo, mas para quem gosta de formações naturais, erosão, etc, vale a pena. Passamos a manhã em Talampaya e a tarde toda em Ischigualasto. Não tem nada a ver com vale da lua. Tem um museu com fósseis e a história dos dinossauros da região. Ao retornar, reencontrei minha querida suiçinha que conheci em San Ignácio . Ficamos, com outros hóspedes, conversando por um tempão, parecia prova de resistência. Para mim estava tudo beleza, pois, o ônibus para San Juan sairia somente às 3 horas da madrugada. Albergue Campo Base: $30 Passeio para os parques: $100 (nas 2 agências) Entrada Talampaya: $4 Passeio do parque: $65 (é obrigatório usar o carro do parque) Entrada Ischigualasto: $40 17/12/2009 – MENDOZA Entrei no ônibus e apaguei, nem vi saindo da rodoviária. 7:30h em San Juan, 30 minutos depois ônibus para Mendoza. Mais 2 horas de viagem. Meia-hora caminhando até o albergue (o Campo Base estava lotado) fui pro Internacional. No mochileiros não tem o motivo, mas está como não recomendado. Não vi nenhum problema. O câmbio ficava cada vez melhor. Uma andada pela cidade, uma cochilada, uma janta e uma dormida. Não muito para o primeiro dia. Valle Fértil - San Juan: $32 San Juan - Mendoza: $22 Albergue Internacional: $37 (para sócios HI.) 18/12/2009 – MENDOZA Resolvi contratar uns passeios – alta montanha para ver de “perto” o Aconcágua; e rafting de 12km para um possível suicídio rs. Passeios contratos, outra volta pela cidade. Fui a chamada Área Fundacional, no museu que conta a história da cidade e na ruína da igreja que foi destruída pelo terremoto de mil oitocentos e alguma coisa. Como estava próximo, passei pelo parque O’hings, Tetro Gabriela Mistral, Aquário Municipal e Serpentuário. Aliás, coitados dos animais presos nesses lugares. Não concordo com a prisão de animais para os humanos se deleitarem, mas acabei visitando os dois . Voltei pro albergue. Aproveitei que ainda havia sol e entrei na piscina. Enquanto isso, dois brasileiros preparavam os equipamentos para escalarem o Tupungato. A noite teve uma festa com o pessoal dos outros albergues do grupo campo base. Como não se concretizou a idéia de um “cafetão” colombiano de irmos a um brega, fui dormir às 1:30h, pois o passeio pro Aconcágua sairia bem cedo. Apresentação emocionante Museu Fundacional: $4 Aquário municipal: $3 Serpentuário: $7 19/12/2009 – MENDOZA Acordei todo atrasado. Coloquei o alarme para 6:20h, mas deu uma merda e só levantei às 7h. Correria da porra. Foi o jeito escovar os dentes no microônibus rs. Sono da porra, comecei o passeio semi-acordado, até que paramos num tal de Potrerillos. Não tem nada. Uma lago não interessante na beira da montanha. Mais a frente, a pior parte do passeio, uma hora em Uspallata para os turistas comerem e comprar. O pior é que tem gente que cai nessa. Toma café-da-manhã 7h e de novo às 9:30h. Na sequência, Ponte del Inca – legal. É interessante pensar como aprovaram uma construção daquela numa formação natural. Simples resposta: dinheiro. Um empreendimento de ricos para ricos. No Brasil há muitos casos assim; praias privadas, construções gigantescas para ricos apreciarem belas paisagens em áreas que deveriam ser protegidas, etc. Dinheiro, nada mais. Ainda bem que no caso argentino, uma avalanche destruiu quase tudo. Desabafo ! Aconcágua, imponente! Pensei, um dia eu subo esse porra. Almoço. Para quem não tinha pão e suco na mochila rs. A guia deu duas opções: Las Cuevas e Penitentes. O pessoal escolheu a 1ª, mas, após uma breve ligação, mudou tudo. Fomos ao albergue/restaurante do grupo campo base. Retorno a Mendoza, banhoso e paciência para usar o computador. Saímos para um bar que tocava blues. Excelente. Não conhecia nenhum bar nesse estilo, foram 3 boas bandas que tocaram até 4 horas. Foi muito massa . San Juan Bar - Rua San Juan, 456. Entrada: $15 ou $20 20/12/2009 – MENDOZA Rafting marcado para sair 8:30h. Acordei 9h, por sorte, como no dia anterior, o carro atrasou. Tive tempo para comer. Mais uns minutos e a barriga deu sinal de vida rs. De repente o cara bate na porta do banheiro. Que merda. Literalmente rs. O mesmo havia acontecido em Valle Fértil. Uma hora depois, chegamos ao local que serve de base para o rafting. Troca-se de roupa e sube até o local da descida. Muitas instruções. Dá um pouco de medo, 120% das instruções são para o caso de cair na água gelada. No dia anterior, uma chica do albergue havia caído. Como frequentemente me dou mal em aventuras, parecia que todas as instruções eram para mim . A maior parte do percurso é tranquila, só às vezes passa-se por umas áreas mal-assombradas . Ninguém caiu. No final algumas pessoas vão fazer trekking e rapel. Quem só pagou pelo rafting fica no complexo com restaurante e piscina. Recomendo o rafting ($105). Chegou um grupo de 6 caras de João Pessoa para subir o Aconcágua. 21/12/2009 – MENDOZA Preguiça da porra para acordar. Acabei levantando mais de 9h. Café-da-manhã e uma breve coçada de ovos. Demorei muito para voltar a escrever. Apenas 1º de janeiro, vou tentar lembrar do que aconteceu. Acho que saí 3h para caminhar pela cidade. Estava nublado e começou a chover. Passei por algumas atrações no centro e fui ver o teatro da universidade de Cuyo. Em 10 minutos começaria o filme “Las viudas de los Jueves” ($. Uma boa crítica ao modo de vida de aparências. 22/12/2009 – MENDOZA Mais um dia com dificuldade para sair. Adiei várias vezes a visita ao parque San Martín. Não podia deixar passar, Mendoza estava massa mas a viagem tinha que continuar. Andei muito nesse dia. Fui ao centro resolver umas coisas, depois, finalmente fui ao parque. Uma boa caminhada. Peguei o passeio de micro ônibus que passa pelos principais atrativos e sobe o morro para uma vista do alto. Ao voltar, fiquei mais um tempo contemplando o belo parque. Até passou pela cabeça me mudar para Mendoza rs. Visitei o museu à beira do lago – sobre dinossauros. Saí do parque e atravessei a cidade para comprar a passagem para Santiago.[/align] Museu: $4 Parque tour: $8 Passagem para Santiago: $110 Albergue Internacional: $222 (6 noites) Editado Setembro 12, 2010 por Visitante Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) 23/12/2009 – MENDOZA - SANTIAGO [align=justify]Dormi entre 4 e 5 da manhã e pedi pro recepcionista me chamar 7h. O ônibus sairia 8:30h. Rango e pernada para a rodoviária. Finalmente consegui sair de Mendoza, bom para seguir com a viagem e ruim porque gostei e vou sentir saudade. Comecei a travessia dormindo um pouco. É engraçado, o povo comendo tudo que tem no ônibus com medo da migração. O Chile é cheio de fescura para entrada de produtos. Um tempo na migração. Outro tempo na migração. Estrada impressionante! Pena que tinha pouca neve. 16h chego em Santiago. A empresa deu previsão de 13:30h. A cidade me deu um desespero, um monte de gente pra lá e pra cá, parecia São Paulo. O balcão de informações turísticas fica fora da rodoviária, na calçada, num sol desgraçado. O turista não pode entrar, tem que ficar queimando mesmo . Aumentou o desespero. Porra de Santiago! Peguei o metrô pro centro, desci, subi as escadas e sentei na parada de ônibus. Fiquei paralisado por quase 1 hora. Sempre pensando em passar o mínino de tempo naquela cidade. Para completar, tentei perguntar a uma mulher que passava em qual rua eu estava. Talvez um cachorro latindo recebesse mais atenção. Aconteceu uma briga de trânsito na minha frente entre um motoqueiro e um motorista de ônibus. Só faltava o povo falar “meu” e “mano” para ter certeza que estava em São Paulo. Mais uma vez: porra de Santiago! No fim da estadia, estaria quase convencido que eu tinha chegado numa época ruim. Afinal, natal é uma merda em qualquer lugar. Depois de pensar em ir embora no mesmo dia, resolvi procurar os albergues. Fiquei no Che Lagarto pelo melhor custo-benefício. Fui para o quarto, estava muito cansado, poucas horas de sono em Mendoza, viagem e uma cidade da porra. Estrada impressionante 24/12/2009 – SANTIAGO Nesse dia, tentei comprar uns equipamentos na Doite. Só existem lojas distantes do centro. Metrô e ônibus LOTADO. Passei direto na parada . Uma senhora percebeu que estava perdido, perguntou para onde eu iria e falou com o motorista. Aí, quando não tinha mais ninguém, ele ficou mangando... "perdido, perdido". É foda . O ônibus vai e volta pelo mesmo caminho. Entrei na loja e fui ver umas mochilas. Tranquilo, passei 20 minutos analisando as muitas opções, de repente o cara disse que iria fechar, não tinha mais tempo. Puta que pariu, porque não disse quando entrei? “Fiiiiii de rapariga” . No albergue, encontrei um casal "de amigos" de Cotia, ficamos conversando, fizemos o rango, mais conversa, apareceu uma família de SC e o recepcionista Gustavo, que já morou no Brasil e namora com uma brasileira. Gente boa. Um natal amigável . 2010 - Os dois lados do Bicentenário do Chile 25/12/2009 – SANTIAGO Vamos subir o morro... ou melhor, o "cerro". Subi o pequeno, cerro Santa Lúcia, admirei a vista, dei um tempo lá em cima, é bem agradável, desci e fui dar mais uma volta. Avistei o cerro grande, San Cristóbal. Não estava nos planos subir, mas mudei de idéia. Já era 18:30h. Foram 40 minutos subindo. Há um santuário para uma tal santa no topo. Muitos brasileiros. Passei um tempão vendo a cidade. Quando descia, pedi para uma mulher que tirava foto do marido/namorado, tirar uma foto minha. Nem deu ousadia , o cara ainda falou com ela, até perceber que foi intencional. Síndrome de Santiago! Desci tranquilo, pois escurece tarde, consegui me perder na tentativa de cortar caminho rs. Aproveitei a volta para passar por outras atrações da cidade, plaza de armas. O cerro Santa Lúcia é melhor, de certa forma é mais aconchegante. Albergue Che Lagarto: U$39 (3 noites) Santiago - Viña del Mar: $3.100 26/12/2009 – SANTIAGO - VIÑA DEL MAR Segunda tentativa para comprar equipamentos. Desta vez fui em outra loja, que inclusive é mais fácil de chegar. Não poderia perder tempo porque a passagem para Viña del Mar estava comprada. Fui a uma das rodoviárias da cidade (tem 15 rs). Num instante chega em Viña del Mar, o céu estava muito feio, completamente escuro e a “bola” do sol no meio. Perguntei se era normal. Sei lá, poderia ser algum fenômeno típico da região. Que nada, havia acontecido um incêndio gigantesco no parque da cidade, nem dava mais para ver a fumaça subindo. Dei uma pedalada para encontrar o albergue. Uma volta da porra . Passei ao lado do relógio de flores. Pronto, Che Lagarto de novo. Melhor que o de Santiago e com desconto (U$10), ficou por um bom preço. Uma galera muito, muito gente boa. 27/12/2009 – VIÑA DEL MAR - VALPARAÍSO A 1ª atração estava fechada por causa do incêndio. Lembram? Atração seguinte - museu Fonk, demorei na seção da Ilha de Páscua. Interessante. Não vi todas as seções, pois, o museu fecha 14h. Vê se pode, domingo o museu fechar 14h. Vá pra porra! E mais uma vez só avisa na hora de fechar. Passei por outras atrações, pela praia – área bem movimentada. Quando estava caminhando pela orla sem nenhuma pressa, aparecem umas ciganas descraçadas para fazer raiva (pedir dinheiro). Para quê lê a mão se sei que vou morrer? Me saí delas e continuei contemplando a praia. Tem um restaurante no formato de navio e alguns castelos. Para finalizar Viña del Mar, o relógio de flores – agora realmente como turista. Ônibus para Valparaíso. Como o recepcionista do albergue havia dito, fui direto para o ascensor (o do museu naval, do lado da aduana - esqueci o nome) $300 para subir. Boa vista de cima, inclusive a fumaça do incêndio, mas o céu estava aberto. Um rolê lá por cima, visita ao museu naval. Desci a pé para ir ao outro ascensor interessante (Sebastián do albergue indicou os 2 principais). Nem todos funcionam e nem todos têm uma boa vista. Passa-se por uma importante praça e o prédio da polícia, grande e histórico. Subi uma escadaria gigante e lá em cima, descobri que não chegaria a lugar nenhum, muito menos a um ascensor. Desci e achei o rumo. Outro ascensor (esqueci o nome). Outra bela vista da cidade e do porto. Desci correndo, com muita pressa para não perder o ônibus a Puerto Varas. Vai logo micro ônibus, desci e saí correndo para o albergue. Mochila nas costas e correria para rodoviária. O ônibus atrasou. É foda para pegá-lo. Perguntei em qual plataforma seria o embarque. Entre 7 e 15 respondeu a atendente. Excelente, você tem que ficar que nem um mané para lá e pra cá no meio de uma multidão e com mochila pesada nas costas. Uma merda! Para Santiago é legal. Pode escolher se vai 19:45/19:48/19:50/19:55/20:00 e etc. Haja horário amigo:!: A empresa é miserável. Paga-se caro pela viagem e temos que pedir para ligar o ar condicionado. Ligam por 15 minutos e desligam. Não se intimidem, peça de novo. Faça raiva a quem lhe faz raiva . Feche o olho e "imagine" um castelo Museu Fonk: $1.800 Museu Naval: $700 Viña del Mar - Valparaíso: $400 - $450 Viña del Mar - Puerto Varas: $28.100[/align] Editado Setembro 2, 2010 por Visitante Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) 28/12/2009 – PUERTO VARAS [align=justify]Puerto Varas com chuva. Mau dia. Procurei um lugar bom e barato para ficar. A cidade um circuito que percorre as principais construções históricas. As calçadas são sinalizadas indicando a direção a seguir. Estava nublado com chuvisco. Desisti de ir ao parque Vicente Rosáles. Tentei subir um morro, mas meus inimigos cachorros não deixaram. Se tem uma coisa de que tenho é uma "manada" de cachorros me encarando hehe. Comprei a passagem para Bariloche para 9h do dia seguinte. Albergue: $4.000 Internet: $300 Passagem para Bariloche: $13.500 29/12/2009 – PUERTO VARAS - BARILOCHE Em um trecho da viagem começou a nevar. Muito bonito, as árvores e a própria estrada brancas. Em Bariloche, Diágoras (daqui do mochileiros) me aguardava porque coincidiriam alguns dias dos nossos roteiros. Todos os albergues llenos ou com disponibilidade limitada. No marcopolo Inn um péssimo atendimento. Entramos, havia três mulheres no balcão conversando. Perguntamos se havia vaga, uma respondendeu que talvez e ficou mexendo no computador. Parecia ver a disponibilidade. Depois de minutos esperando no balcão, percebi que ninguém dava a menor atenção. Falei com Diágoras e fomos saindo. Só então as abestalhadas perceberam que havia alguém. Incrível, estávamos na frente do balcão e com as mochilas enormes. Uma vergonha! Continuamos a cansativa procura. Pedimos no centro de informações para ligar pra um albergue meio longe e barato. Havia vaga. Um bom local, o único problema é que fica a cerca de 10 minutos do centro. Os donos são muito gente boa. Um jovem casal de namorados empreendedores. 30/12/2009 – BARILOCHE Cerro Campanário. Ônibus de linha por $6. Lotado. Uma subida tranquila, muita gente fazendo o mesmo. No topo tem-se uma bela vista dos lagos e das montanhas. Tentamos pegar carona para o início da estrada que vai até o cerro Catedral. Nada de carona, ônibus mesmo. Havia duas israelenses e um colombiano com o mesmo destino. As duas esperaram um tempo, mas, como o transporte não é tão frequente, foram andando -10 km. "Soubemos" que fechava cedo e decidimos ir ao cerro Otto, 3 km. Informação: 2 horas para subir. Não é tanto, porém se somar a subida e descida do Campanário mais a caminhada até o Otto. Missão abortada. De volta a Bariloche para um passeio pelo centro e praia. Há sempre um monte de estudante. São os formandos do 3º ano. Parece que todas as escolas do país fazem a mesma excursão. É praticamente impossível tirar foto sem ninguém por perto. 31/12/2009 – BARILOCHE Missão do dia: escalar o Cerro Catedral. É uma estação de esqui, mas no verão muitos negócios ficam desativados. Começamos a subir, tem um caminho pela estrada e outro meio improvisado. Usamos os dois. Grande parte por um bem improvisado abaixo da aerosilla. A cada segundo um “hola”, "de onde são" e “vocês são loucos” dos famosos estudantes. O catedral é diferente do Campanário, não se encontra muita gente que não paga para subir. Passamos pelo local de descida do teleférico e continuamos subindo em direção à neve. Diágoras ficou feliz demais. Só conhecia neve pela TV. Seguimos para um parte com mais neve. O tempo fechou rapidamente, começou a chover com rajadas de vento, a temperatura baixou para uns 10º negativos . Nariz e dedos iniciaram o processo de congelamento. Tiramos algumas fotos com urgência (não prestaram rs) e descemos correndo para escapar do trágico fim dos nordestinos na montanha. Paramos numa cabana para organizar as roupas, colocamos tudo que tínhamos (que não era muito para a ocasião surpresa). Agora parece brincadeira, mas na hora foi desesperador . Tava um clima ameno até chegarmos ao cerro e durante a subida. Às vezes chuviscava, mas em 85% do dia fez sol. Acredito que a natureza não gosta muito de turista. Na parada de ônibus conhecemos uma mulher que deu mais do que bola, deu até o endereço. Por isso, fiquei mais do que o planejado em Bariloche . No albergue houve um jantar para comemorar o ano novo ($25). Um banquete. Todos comiam, mas nunca diminuía a quantidade de comida. Fogos de artifício, conversa e lona por algum tempo. Acho que essa foi a foto que ficou melhor quando estávamos morrendo de . 01/01/2010 – BARILOCHE Comecei o ano novo literalmente na merda. De madrugada acordei com uma terrível dor de barriga. Passando mal... cagando e vomitando. Um pouco mais de sono para novamente visitar el baño. Isso aconteceu umas 4 vezes durante a noite. De manhã, ainda com o corpo debilitado, Diágoras deu o diagnóstico: “deve ter sido desidratação. Andou muito para subir e descer a montanha e bebeu pouca água”. Receitou soro caseiro. Aos poucos fui me recuperando. Tika ofereceu pastilha de carvão. Essa eu não conhecia. Fiquei bem preocupado nesse dia, os sintomas pareciam de uma infecção intestinal. Ou seja, hospital, farmácia e vários dias para se recuperar. Já pensaram, perder uma semana de viagem por causa de merda? hehehe Comecei bem o ano. À tarde, o companheiro de escaladas e médico eventual, Doutor Diágoras, pegou o beco para Santiago. Fiquei relativamente sozinho e com medo comer . 02/01/2010 – BARILOCHE Volta grande pela cidade. Não tinha mais nenhum sintoma do mal do ano novo, mas ainda não estava muito seguro do meu estado de saúde. Visita à mulher da parada do cerro Catedral . 03/01/2010 – BARILOCHE Domingão. Acordei tarde. Queria fazer um passeio de bicicleta, mas acabei desistindo. Outra volta pela cidade e espera pela namorada. À noite sairia o ônibus para El Chaltén, sempre atrasado, fui correndo para a rodoviária. Cheguei faltando 5 minutos, desta vez a empresa que atrasou. Só havia mochileiros. Um ônibus péssimo! O pior da Argentina para a pior estrada da Argentina. Não tem paisagem, não tem porra nenhuma, a estrada é uma merda. O engraçado é que quando perguntei por que a passagem era tão cara, a vendedora disse que era justamente porque passava por “La Ruta 40”. Grande merda! [/align] Albergue San Antônio: $175 (5 noites) Lavanderia do albergue: $15 Passagem para El Chaltén: $370 Editado Setembro 3, 2010 por Visitante Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) 04/01/2010 – LA RUTA 40 [align=justify]Poeira da porra dentro do ônibus. Descobri 4 brasileiros. Um deles, Tácio*, por coincidência de roteiros, seguiria comigo até o Torres del Paine. Os outros, eram 3 guerreiros de São Paulo. Os caras comiam até miojo cru, só não dispensavam o tempero . Nesse dia, às 12 horas, paramos em posto na cidade de Perito Moreno, que (pra variar) não tem nada. Por 5 horas ficamos parados. Todo mundo tem que tirar suas mochilas e ficar que nem abestalhado esperando. Pelo menos a mulher da informação turística é gente boa, tem material de El Chaltén e El Calafate. Após 5 horas, o ônibus que viajávamos volta para pegar os bestas e seguir a cansativa viagem. Hipóteses: 1 – Deixam todos sem terem para onde ir e fazem alguma viagem extra pelas redondezas. 2 – Deixam os manés na rodoviária e vão comer e dormir despreocupados. 3 – Deixam os bocós coçando os ovos e vão fazer uma revisão no ônibus. 4 – Deixam os otários, por lobby da prefeitura e/ou do posto, para gastarem um pouco na cidade. O fato é obscuro, os motoristas não dão satisfação, só dizem para descermos e esperar outro ônibus. * Viajante profissional: cheio de camisas de botão, sem luvas, sem gorro, de calça jeans, tênis e colchonete básico como isolante térmico. Ainda dizia que toda barraca agüenta chuva. 05/01/2010 – EL CHALTÉN Desembarcamos às 6h da manhã. Todos procurando albergues. Quase todos cheios. Os guerreiros de SP seguiram para El Calafate. Fiquei no Pioneiros del valle... sem café-da-manhã. Aliás, esse item não existe no povoado. Uma soneca para recuperar as forças. À tarde fomos para a primeira caminhada. Previsão: 4 horas de ida. Realizado em 2 horas e meia. Começamos tarde, inclusive a guardaparque disse que não era mais hora. Acabamos convencendo-a de que faríamos em menos tempo. Não havia ninguém indo, só algumas pessoas retornando. No fim da caminhada tem mais uma subida de 30 minutos num monte. A vista lá de cima é massa. Também há neve perto do topo. Tácio ficou emocionado. Pela 2ª vez tive a sorte de ver alguém extremamente feliz por conhecer neve. Foi a 1ª vez que salvei Tácio. A câmera dele deu problema e emprestei a minha. 06/01/2010 – EL CHALTÉN Trabalho da porra pra levantar. Comprar comida, Tácio ligando pra família, comprar passagem pra El Calafate, tudo demorava muito. Missão: Fitz Roy – Previsão: (Alguém sabe?) Realizado em 3:30h. A última parte é uma subida muito íngreme, cansativa demais. Mas todo esforço é recompensado quando chega lá em cima. Uma beleza de vista. A lagoa como espelho das montanhas. Sensacional. Caminhadas e escorregadas na neve. Tudo muito massa :'> . Pela 2ª vez salvei o doidão, acabaram as pilhas da câmera dele. Voltamos já escurecendo, ventos bem fortes. Decidimos acampar em alguma área perto da cidade. Seria um treino para Torres del Paine e uma economia de $50 rs. Tácio viu um bom lugar, no início da trilha para o Fitz Roy tem uma pedra gigantesca. Ele quase desistiu por causa da tremenda ventania. Incentivei-o falando que em Torres del Paine seria sempre assim. Eu estava decidido a ir sozinho. Convencido, pegamos só o necessário no albergue, compramos comida e fomos ao local. Já havia escurecido. Quase meia-noite, armamos a barraca sob fortes ventos. A pedra é gigante o suficiente para caber a barraca embaixo e proteger do vento, senão estaríamos perdidos. Albergue: $50 Passagem para El Calafate: $70 07/01/2010 – EL CALAFATE Acordamos cedo, para desarmar a barraca e pegar o ônibus para El Calafate que sairia às 8h. Na rodoviária de El Calafate resolve-se tudo antes mesmo de procurar um albergue. Pega as informações, compra as passagens pra Puerto Natales e para o Glaciar Perito Moreno. O ônibus vai 14h e volta 19:30h. No parque tem um passeio de barco. Tava decidido a não ir. Quando tava para encerrar a venda, decidi navegar. Corrí, comprei o bilhete e embarquei. Encontrei Tácio, ele não sabia, mas salvaria sua vida fotográfica pela 3ª vez. A câmera pifou de novo . O passeio é massa, navega por 1 hora e chega o mais próximo possível do glaciar. Volta ao porto, o ônibus leva às passarelas. A todo instante dá uns estalos no glaciar, a qualquer momento pode cair um pedação de gelo. Filmei umas quedas de gelo. É bom pra ver, mas ruim porque o glaciar está se deteriorando. Albergue Che Lagarto: $39 (sócio) Entrada no parque: $75 (facada - Alguém sabe como se calcula o preço das entradas nos parques ) Transporte para o glaciar: $80 (facada) Passagem para Puerto Natales: $60 Passeio de barco: $45 08/01/2010 – EL CALAFATE - PUERTO NATALES Sem coragem, passei o tempo todo dormindo e na internet. O povo do albergue já tava de cara feia, liberamos 10h e ficamos até quase 16h rs. Ônibus, imigração, mais imigração e desembarque no Chile mais de 22h. Albergue-couchsurfing. Um rango para comer e repetir. 09/01/2010 – PUERTO NATALES Dia da preparação. Saque, câmbio, compras, banho (muito importante), comer, passagem, informações, avisar aos parentes e amigos que pode não voltar e dormir. Encontramos um mineiro que desistiu de subir desde Ushuaia por causa dos fortes ventos. Transporte para o parque: $12.000 <->. Tácio tinha um plano audacioso de fazer o circuito completo em 4-5 dias. É tão difícil chegar ao extremo sul que preferi desfrutar o parque com muita calma. Resultado: cada um com sua barraca.[/align] Editado Setembro 3, 2010 por Visitante Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) [t3]PARQUE TORRES DEL PAINE[/t3] 1º DIA: 10/01/2010 [align=justify]Ônibus na porta às 7:30h, passa em cada hospedagem para pegar todos, um tempão rodando a cidade. Estrada e parada “técnica” num povoado pro povo gastar dinheiro, 3 vezes mais caro que em Puerto Natales. Aproveitei para fazer novas amizades: Pode comprar a passagem pro povoado ($800) e tentar carona para o parque. Entrada $15.000. Mapa, informação, conversa e alongamento. Iniciamos a longa caminhada. Pouco depois da entrada pro lago Dickson começaram as despedidas. Um rápido, um normal e um devagar. Tácio saiu literalmente correndo na tentativa de terminar antes de começar. Depois me despedi de Cristiano porque tinha planos de chegar ao 2º acampamento ainda "hoje". Cheguei no Seron, reencontrei uma alemão que tava no mesmo albergue em Salta. Aproveitei para descansar. O "devagar" chegou. Adiantei e acampei no Acampamento Taciano, que fica um pouquinho antes do famoso acampamento Dickson. Já estava quase escuro e tinha 1 bilhão (sério!) de mosquito azucrinando, tive que colocar luvas, gorro e óculos escuros para me proteger. Imagine! Acredite se quiser! Montanhas, vocês nunca mais vão fugir! 2º DIA: 11/01/2010 5 minutos de caminhada e recebo uma reclamação por acampar fora dos acampamentos oficiais. O cara tava fumaçando . Tentei adiantar para chegar ao Paso. Entrei por um caminho errado (que vocação), acabei encontrando Tácio voltando da “caverna” de gelo. Combinamos que eu continuaria e ele voltaria para pegar a mochila e seguiríamos ao acampamento Paso. Começou a chover forte, esperava e nada do cara aparecer. Achei que deixaram seguir por ser um trecho perigoso com chuva. Estava perdido, voltei para tentar encontrar o caminho. Parou de chover e parecia que o tempo ia abrir. Fui seguindo uns sinais nas pedras e cheguei até a “caverna” de gelo. A partir daqui não tinha mais sinais e o tempo fechou completamente. Se fosse São Paulo teria inundado rs. Decidi voltar ao acampamento e só então descobri que estava no caminho errado. Além disso, o cara disse que Tácio tinha ido tentar me acompanhar. Eram 18:30h, estava todo ensopado e a travessia pelo paso Gardner é de umas 6 horas. Dormir era o melhor a fazer. Acampamento Taciano Meu vizinho - Acampamento Dickson A "caverna" 3º DIA: 12/01/2010 Acordei tarde. Não havia mais ninguém acampado. Em certo momento, percebi que a capa da mochila tinha se desprendido. Puta que pariu! O pior era que não sabia quando. Mesmo assim, deixei a mochila encostada e voltei para procurá-la... por sorte, estava presa numa pedra. Depois a máquina fotográfica parou de funcionar, talvez por causa do frio. Puta que pariu de novo! A travessia pelo paso John Gardner é foda. Tive medo pra porra. Lá em cima tem uma espécie de espantalho cheio de roupas e equipamentos. Gelei, imaginei que fossem objetos de pessoas que morreram tentando atravessar e fiquei pensando o que eles iriam escolher para colocar se eu morresse ali. Depois soube que são apenas objetos perdidos . Peguei uma tempestade de neve. Cheguei ao acampamento Paso com os dedos dos pés quase congelando. INFELIZMENTE NÃO PUDE TIRAR NENHUMA FOTO DO PASO JOHN GARDNER! 4º DIA: 13/08/2010 Acordei tarde de novo. Preocupado porque os dedos continuavam mal. Dormi e acordei com medo de perder algum dedo congelado. Quando tava perto de sair, chega o devagar Cristiano (lembram?). Mais um pouco e fomos ao “los guardas”. Bom lugar. Tomei um excelente mini banho num cano furado rs. Que água fria da porra . Tem um mirador massa do Glaciar Grey a 3 minutos. Vale a pena conferir. Jantamos e ficamos conversando com os outros caminhantes. Coloquei as roupas pra secar ao vento e fui dormir. Esse foi o menor trecho que fiz em um dia. Que porra é essa? É de comer? Glaciar Grey 5º DIA: 14/01/2010 Dia chuvoso. Muita estrada pela frente, de “los guardas” para “las carretas”. Já comecei me perdendo (de novo) na saída do acampamento ãã2::'> rs. Tem que prestar atenção porque parece mesmo ter outro caminho, talvez um antigo. Voltei para achar o correto. Encontrei umas chilenas e caminhamos até o “grey” onde ficaram. Segui até “Pehoé” sob uma chuva chata. Lá parei para descansar e comer. Conversei com o guardaparque e peguei o beco para o “las carretas”. Muito pasto no caminho. Se gostasse tava feito rs. Achei que não tivesse ninguém por ser fora de rota, mas tava cheio porque quem entra pela portaria da administração passa por aqui. Ninguém tira foto de mim Discos voadores 6º DIA: 15/01/2010 Do “las Carretas” tentaria chegar ao acampamento totalmente fora de rota Zapata, saí 12:15h e cheguei 21:45h. Isso porque ainda contei com uma carona de 20 minutos até a guarderia Lago Grey. O que me fez escapar de uma longa caminhada contra o vento. Passei por uma prainha pra conferir um mirador. Não é dos melhores, vê-se bem longe o glaciar Grey. É mais visitado por pessoas com mais idade e por quem faz o passeio de um dia. Continuei em direção ao Zapata sem encontrar ninguém. Por fim, veio um casal na direção oposta. Disseram que eu era o 1º que encontravam, que não havia “nadie” acampado e não tinha água, mas que era bonito. Qualquer pessoa normal pensaria 3 vezes antes de continuar. Fiz isso. Como já tava no meio do caminho, fui até o fim. Cheguei no acampamento, montei a barraca e ainda tive força para ir correndo (e andando) ao mirador. Ida e volta em 1:15h. Fui voando. Voltei já escurecendo, mais de 23h, ouvi um barulho estranho que saia do mato . Corri mais ainda segurando o gorro numa mão e uma pedra na outra . Dormi sozinho, a 4 horas da pessoa mais próxima. De madrugada ainda apareceu um bicho para mexer na barraca. Imagine! Talvez algum pequeno pássaro noturno, pelo barulho não parecia ser grande. Ainda bem. Vai que aparece um puma lá hehehe. O Zapata é abandonado. O mato já tomou conta, só tem dois locais com mato baixo. Deve ser onde os poucos que vão lá colocam a barraca. Acampamento Zapata superlotado! 7º DIA: 16/01/2010 Acordei relativamente cedo, dia ensolarado. Olhei no mapa e pensei que tivesse perdido a visão do glaciar Zapata. Decidi voltar correndo ao mirador. Pausa no riacho para a higiene matinal e passar protetor. Tava enganado, mas a visão é melhor no início do que no fim do dia. Saí do Zapata às 12:30h com um objetivo audacioso: chegar ao Italiano. Quando comecei a andar mudei de idéia, chegar ao las Carretas. Já cansado e ainda no meio da floresta comecei a pensar que se conseguisse sair dessa trilha já estaria bom demais rs. Um riacho! Puta que pariu! Que alegria da porra. 1º banho 100% da missão Torres del Paine. Banho excelente - congelante. Muito relaxante . 5 horas após, consegui chegar a guarderia. O tempo estava querendo fechar. Botei as impermeáveis e fui andando sob forte vento. No 1º pedido de carona um casal de Córdoba ajudou. Alguns quilômetros e algumas horas economizadas. Por volta de 1:30h com um vento desgraçado na cara... mi querido “las carretas”, ufa! Barraca, rango, água, caderno e lona. Armei a barraca num lugar plano, esqueci do quesito proteção contra o vento. Mas ela aguentou firme mesmo com o vento forte. Era cada rajada. 8º DIA: 17/01/2010 De “las carretas” até o Italiano. Dia nublado com chuviscos esporádicos e vento médio de frente. O sol conseguiu aparecer também. Um pequeno descanso na guarderia Lago Pehoé e direto ao destino. Armei a barraca mais uma vez, já tava cansado de fazer isso. Os pés machucados pelas inimigas botas. Eram 18:30h, dei uma olhada no mapa e num surto de loucura tentei chegar ao mirador do francês. Fiz uns cálculos doidos de tempo/distância. Achei que se fosse muito rápido, retornaria antes de meia-noite. Comecei a subir. Fiquei meio atrapalhado com as marcações de pedras, a todo momento tinha que procurar a próxima indicação da trilha. Resultado: 30 ou 40 minutos e a sensação que não tinha saído do lugar. O melhor era voltar e dormir para subir no outro dia com calma. 9º DIA: 18/01/2010 Descansado e com calma, mas com os pés muito doloridos, subi até o mirador. Na verdade, subi muito mais. Não havia ninguém quando cheguei (incrível, 13:30h e o povo já tava voltando). Cada vez que eu olhava tinha umas pedras amontoadas indicando o caminho. Mesmo com medo de morrer, fui subindo como se o vale ficasse do outro lado da montanha. Vê se pode. Cansado e calculando o tempo de volta, como nunca chegava do outro lado, pensei que talvez fosse uma rota para escaladores. Estava começando a esfriar. Tirei fotos e voltei. Encontrei 3 chilenas e 1 francês que estavam no verdadeiro mirador. Descemos juntos. Os pés foram massacrados, as botas não perdoaram. Deixei tudo pronto para sair assim que acordasse, pois, tinha um grande objetivo: encerrar o percurso pelo parque e o final fica bem distante de onde eu estava. Vale do francês do outro lado? Só se for da Guyana Francesa. Perdido, perdido Agora sim 10º DIA: 19/01/2010 Acordei cedo, aliás, dormi muito mal. As 2 noites no acampamento Italiano foram as piores. A barraca ficou inclinada, o que fez o saco ficar deslizando. Saí 7:45h, pra variar, as botas continuavam inimigas dos pés. Mancava que só a porra, pensei até que não conseguiria chegar ao fim. O que seria um problemão. A comida racionada não resistiria a mais um dia. Felizmente parece que os pés reclamam muito no início, mas depois se acostuma rs. Chuva desgraçada! Não era forte, era incessante. Contava cada passo e cada placa a menos. Muito cansado, cheguei ao acampamento Chileno. Péssima notícia, todos que voltavam diziam que não dava pra ver nada. Descansei 30 minutos. Subi devagar e sempre até o acampamento Torres. Barraca armada debaixo da chata e desgraçada chuva. Objetivo final: Mirador. O sol duelava com o chuvisco e sempre perdia. Máquina que não funcionava. QUE MERDA! No mirador, sentei, admirei a paisagem e tentei fazer a máquina funcionar. Não é que em 10 minutos o tempo abriu parcialmente e a máquina funcionou. QUE SORTE! Tirei logo várias fotos pra aproveitar. Acabou a bateria, deixei ligada com medo que parasse de novo. Agora não podia fazer mais nada, ainda bem que consegui aproveitar. Sentei novamente e contemplei a paisagem que milhares de pessoas vêem todos os anos. Durante uns 30 minutos. Retornei ao acampamento, meus pés estavam molhados e congelando e por mais tempo que passasse lá, as torres não iriam se mexer. Portanto, tem limite para admirá-las rs. O trecho até o mirador está bem deteriorado pela erosão humana. Depois do mirador, pode-se caminhar mais, mas com cuidado porque algumas pedras não estão firmes. Última noite como acampado. 10 noites socado num saco de dormir e dentro de uma barraca. Depois de um dia com uma gigantesca caminhada e ter visto uma das partes principais do parque (que dá o nome), só restava dormir. 11º DIA: 20/01/2010 Acordei 7:30h. Dia bonito, sem chuva. Na verdade, só deu tempo de desarmar a barraca rs. Deixei o acampamento às 9:15h em direção a Laguna Amarga, enquanto muita gente desarmava suas barracas e comiam. Todos acabaram passando por mim. Os pés não melhoram em uma noite, principalmente se continuar as mesmas botas assassinas. Passo a passo, descendo com cuidado. Uma manhã de caminhada. A última dentro do parque, estava triste e alegre ao mesmo tempo. Não parei pra descansar. Laguna Amarga, 13:30h. Por favor, onde começa o sendero interpretativo de avifauna? “Por trás da guarderia” respondeu o guardaparque. Calma pessoal, foi só uma pergunta. Sem comida, sem tempo e principalmente sem pés. Impossível caminhar mais 5 minutos. Ônibus de volta. A família da casa-albergue em Puerto Natales estava preocupada (pelo menos disseram isso rs). Não é comum passar 10 noites acampado. COMIDA, CAMA E BANHO DE VERDADE. Para ter idéia de tempo e distância: Laguna Amarga Acamp. Seron: 3:45H Acamp. Seron Refúgio Dickson: 5h Dickson (acamp. Taciano) Los Perros: 3:30h Acamp. Los Perros Acamp. Paso: 5:45h Acamp. Paso Acamp. Los Guardas: 2:10h Acampamento Los Guardas Refúgio Grey: 2h Refúgio Grey Refúgio Pehoé: 3h Refúgio Pehoé Las Carretas: 2:20h Las Carretas Acampamento Zapata: 8:30h Acampamento Zapata Mirador (<-->): 1:15h Acampamento Zapata Las Carretas: 7:15h Las Carretas Refúgio Pehoé: 2:30h Refúgio Pehoé Acampamento Italiano: 2:15h Acamp. Italiano Acampamento Britânico: 2:45h Acampamento Italiano Los Cuernos: 1:45h Los Cuernos Acampamento Chileno: 4:35h Acamp. Chileno Acampamento Torres: 1:20h Acamp. Torres Hostería Las Torres: 2:45h Hostería Las Torres Laguna Amarga: 1:30h Relatório animal: 1 raposa 3 veados 2 papagaios Poucas aves de rapina 1 escorpião 1 baleia 1 bilhão de mosquitos 1 coelho Muitos passarinhos Condores - fizeram até dança do acasalamento em laguna amarga. Vários pardais. É foda! Andar 600 mil quilômetros pra ver pardal. Torres del Paine é bem globalizado. Tem acampamento chileno, italiano, britânico, japonês, tem vale do francês. Tinha até um acampamento brasileiro. Mas o tráfico de drogas, milhares de ladrões e a fundação de uma sede do PT fizeram a administração do parque acabar com tudo. [/align] Editado Setembro 19, 2010 por Visitante 1 Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) 21/01/2010 – PUERTO NATALES [align=justify]Dei $1000 para a senhora do albergue comprar peixe. Ficou excelente. Passei muitos dias no parque, por isso estava preocupado com a sequência da viagem. Ainda queria ir na “cueva del Milodón”, em Punta Arenas e Ushuaia. Puerto Madryn foi excluída do roteiro por dois motivos: tempo para subir de Ushuaia até o Brasil e a passagem de avião que talvez saísse pelo preço dos ônibus. Passei quase a tarde toda pesquisando vôos. Enviei tudo para meu irmão no Brasil. No fim da noite recebi a má notícia de que ele não tinha conseguido. A LADE faz você seguir todo o processo de compra para só no fim enviar uma mensagem que não tem vaga. 22/01/2010 – PUERTO NATALES Nova pesquisa de madrugada e novo envio de informações. Pela manhã tudo certo, recebi os emeios de confirmação de compra. Tranquilo. Fui ao centro caminhar e ver alguma alternativa para ir a “cueva del Milódon”. De bicicleta é possível. Enquanto almoçava, a chuva me fazia desistir. Depois de 11 dias no parque, muitos debaixo de chuva, não estava mais disposto a ficar encharcado. Museu, volta pela cidade. Aluguei uma bicicleta por 1 hora ($1500) e fui até a entrada da cidade onde tem uns feios dedos gigantes na calçada e uma estátua do famoso Milódon. Recomeçou a chover, devolvi a bicicleta e continuei caminhando pela cidade, área costeira, supermercado e parque dos aborígenes que também serve como mirador. Virei a noite novamente, na internet e arrumando a mochila. O ônibus para Punta Arenas sairia às 7h. 23/01/2010 – PUNTA ARENAS O ônibus quebrou na estrada . Tivemos que esperar o do horário anterior retornar para pegar os passageiros. Fiquei no albergue da Nena (que já morreu). Passeio para “pinguinera” comprado. Sobrava tempo para girar pelo centro. Entrei na mansão de Sara pensando ser o museu, depois de um tempo na praça, percebi que não era o museu. Então fui ao verdadeiro. Na primeira parte a guia acompanha o visitante, depois “abandona”. Saí do museu e fiquei na parada esperando o “colectivo”. Tinha calculado o tempo do transporte até o porto. Por enquanto estava tranquilo, mas o tempo foi passando e nada de passar o tal “colectivo”, a hora começava a complicar. Percebi que os táxis eram os tais “colectivos”. Tem números indicando a linha que fazem, saem deixando e pegando passageiros nas paradas. Estava desesperado, iria perder o barco e o investimento de $25.000. Finalmente passa um para o porto. A passagem era $350, dei $500 para a motorista ir voando. Ela não foi voando claro, mas foi bem depressa. Em cima da hora mais uma vez, a empresa ainda esperou pelas pessoas que compravam o ingresso. A navegação demora 2 horas para chegar a “isla Magdalena”, passamos pouco mais de 1 hora atrapalhando a vida, inclusive sexual, dos inocentes pingüins e retornamos a cidade. Foi a primeira vez que cheguei perto de pingüins, eles são muito engraçados. Passeio massa. Por coincidência, voltei com a mesma motorista que havia me levado ao porto. Museu: $1.000 Mansão Sara Braun: $1.000 Albergue da "Nena": $5.000 Passeio para pingüinera: $25.000 Passagem para Ushuaia: $30.000 24/01/2010 – ESTRADA E ESTREITO DE MAGALHÃES Ônibus para Ushuaia. Tentei ir caminhando pelo porto, mas boa parte estava interditada para reforma das ruas. Chegamos ao local de travessia do estreito de Magal antes de 12h. Não podia cruzar, os ventos estavam muito fortes. Previsão de 2 horas de espera. Todos descemos para tirar fotos e quase sermos arrastados pelos ventos de 120km/h. 2ª previsão: poderá atravessar 19h. O motorista queria voltar para Punta Arenas, mas a empresa não deixou. A capitania assegurou que os ventos diminuiriam. Fomos a um modesto restaurante na beira da estrada. Tive uma excelente idéia, ir ao parque nacional Pali Aike que fica a apenas 30 km do restaurante. Falei com 2 brasileiros (loucos*) e com a guia de um grupo holandês. A maioria gostou da idéia, claro, mas quando falei com motorista, ele botou toda a má vontade pra fora. Eu disse que pagaríamos o deslocamento adicional e pedi que ligasse para pedir autorização pra empresa. “No, no puede”, “se os ventos acabarem cedo?”, “se estourar um pneu?”, "etc". Só faltou dizer que o ônibus podia explodir. É foda! O jeito foi ficar coçando o ovo mesmo. Teve gente que perguntou se o parque era interessante. Essa foi boa. Sinceramente nunca vou saber. Mas de qualquer forma, mesmo que o parque fosse uma merda, seria melhor do que ficar a tarde toda dentro do ônibus parado. Voltamos e esperamos no porto. 6:30h a capitania deu autorização para as balsas atravessarem. Já havia uma fila gigantesca de carros. Sorte que o ônibus não precisou esperar muito. 30 minutos de travessia com a balsa balançando. Finalmente chegamos a Tierra del Fuego. Poucos quilômetros por estrada asfaltada e depois estrada de tierra. Uma paisagem triste. Não tem nada além de pasto e ovelhas. Me fez lembrar a miserável “ruta 40” até El Chaltén. Tardão, a migração chilena, mais um pouco e a migração argentina. Curioso é que pelos carimbos no passaporte, entrei na Argentina antes de sair do Chile. Em Río Grande troca-se o ônibus por vans. Pode comprar a passagem até essa cidade e depois até Ushuaia, tem vários horários, sai um pouco mais barato, mas é arriscado. Engraçado, um vento desgraçado e na beira do estreito de Magalhães tem um daqueles parquinhos de criança, com escorregador e etc. Importante: na migração argentina tem um painel interativo, com informações turísticas das três principais cidades da região. Hospedagem, restaurantes, tudo mostrando um mapa para localização. Cuidado: Hostel Los Lupinos informa que cobra $60 por 1 dia, $140 por 3 dias e $180 por 4 dias. Opa, promoção! É nesse que eu vou. Na chegada ao albergue o atendente diz que desconhece essa promoção, para você pagar a noite e falar com o dono no dia seguinte. Tá na cara que é estelionato. Como é que pode o atendente não saber? Ou tem a promoção ou não. Deve dar uma desculpa qualquer e é provável que a pessoas não saia mais, os outros provavelmente estarão todos lotados mesmo.[/align] Editado Setembro 9, 2010 por Visitante Citar
Membros Taciano Bahia Postado Setembro 1, 2010 Autor Membros Postado Setembro 1, 2010 (editado) 25/01/2010 – USHUAIA [align=justify]Madrugada. Estrada de Río Grande pra Ushuaia. Chegamos 3:30h em Ushuaia. Procuramos vários albergues, quase todos lotados. Havia vaga no Los Lupinos e no Cruz del Sur. Os brasileiros (loucos*) e um casal francês ficaram logo no segundo. Fui até o credenciado HI. Longe pra porra e sem nenhuma vaga. Voltei no 1º por causa da suposta promoção, quando já estava preenchendo a ficha descobri que cobrariam pela noite, sendo que no Cruz del Sur não. Voltei no Cruz del Sur, o atendente já tinha voltado a dormir e só tinha uns hóspedes bêbados, pedi que o chamassem e depois de uma pequena confusão, chamaram. O cara é gente boa, nem fez cara feia com a segunda acordada . O ambiente no albergue é massa. O dono já viajou o mundo todo, tem fotos, postais e mapas de todas as partes do mundo nas paredes. Também tem fotos de Pablo, o atendente gente boa. Não dormi, pois, não queria perder a manhã. Desayuno e informações sobre os passeios de barco. Estava com problema na conta bancária, esperava uma transferência que nunca chegava. Tinha dinheiro para o início, mas queria fazer apenas um saque. Dei sorte, fui a LADE, reservei um vôo para Río Gallegos. De ônibus passaria o dia todo viajando, e talvez a noite se demorar a atravessar o estreito de Magal rs. Ganhei mais um dia. Além disso, Luka (o dono do albergue) fez o passeio de barco por $185 (na agência era $200) e ainda para pagar depois. O barco sai 15:30h para um passeio de 4:30h de duração. Uma sueca e uma norueguesa também iriam nesse passeio. Tinha que fazer uns contatos por emeio e disse que as encontraria na embarcação. No guichê da empresa, a (ir)responsável me deu o cartão para o passeio curto quando deveria ser do longo - até a pinguinera. O problema é que só o pessoal da empresa sabe a diferença. Só percebi porque não encontrei as meninas na parte de baixo e fui à cobertura procurá-las. Elas estavam na parte de cima, só que no barco ao lado. Até esse momento eu nem sabia que os barcos fariam passeios diferentes, só queria ir com as gatinhas que já conhecia. Aí corri pra explicar tudo, ligaram pra central até que vasculharam e confirmaram a embarcação certa. Incrível, passa por dentro do barco que eu estava para chegar ao correto. Em 5 minutos começa a navegação pelo canal de Beagle. Foi por pouco. Expliquei a situação às meninas, que ficaram com peninha de mim . Enfim a navegação. Na ida, um cruzeiro gigantesco (redundância) passa por nós em direção a Ushuaia. Gostei do passeio, achei massa. Brisa no rosto. O dia estava semi-nublado, clima agradável. Chega-se perto da ilha dos lobos-marinhos, do farol do fim do mundo e da ilha dos pingüins. Os lobos-marinhos são desinibidos, fazem sexo na frente de qualquer um rs. 20h voltamos ao porto. O cruzeiro é tão grande que o telão é maior que a minha casa rsrsrs. 1ª vez que vi de perto. Eita vida ruim que eu acho boa! * Brasileiros loucos: merecem um capítulo a parte. Conheci os dois paulistas na viagem para Ushuaia, enquanto esperávamos para atravessar o estreito de Magal. Contaram que estavam numa viagem para conhecer o máximo de lugares em pouco tempo. Já tinham passado por vários lugares da Argentina e do Chile, sempre “voando”. Inclusive, foram totalmente despreparados ao Torres del Paine, no refúgio não tinha mais vaga nem barraca para alugar. Acabaram apelando com os guardaparques e dormiram no depósito de equipamentos. Chegaram de madrugada, dormiram a manhã toda, acordaram e reservaram o vôo pra 21h. Falei para deixar Buenos Aires e Montevidéu pra outra viagem e aproveitar Ushuaia, já que é muito mais longe. Não adiantou. Quando voltei do passeio já tinham ido embora. Até Luka ficou dizendo que eram doidos, chegar aqui num dia e ir no mesmo. Quando perguntei o que fizeram de tarde, disse brincando que foram ao aeroporto pagar as passagens . Vôo para Río Gallegos: $210 (ônibus: $200) Albergue Cruz del Sur: U$32 (2 noites) 26/01/2010 – USHUAIA Problema financeiro resolvido. Paguei o passeio de barco, o albergue e a passagem da LADE. Visita ao Glaciar Martial que na verdade não é glaciar. Caminhando ora pela floresta, ora pela estrada até um ponto que descobri a verdadeira trilha. Estava meio perdido no início ãã2::'> . Dia quase todo de sol. Subi, tirei várias fotos e vários filmes para registrar tudo. Lá de cima tem uma vista massa do canal de Beagle e da cidade. Coloquei quase 1 kg de algodão no calcanhar para amenizar a dor. Durante a subida até que deu resultado. Na volta, nas primeiras ruas a dor estava insuportável. Voltaria caminhando e estava escurecendo. Parei num parquinho, tirei as botas, as meias e voltei descalço . 27/01/2010 – USHUAIA Das principais coisas a fazer em Ushuaia só faltava visitar o parque. Indecisão se dormia lá ou voltava pro albergue. Queria conhecê-lo que nem fiz com o Torres del Paine, mas os equipamentos estavam já bem guardados, além disso, estava cansado de acampar. Mesmo assim levei barraca, saco de dormir, isolante, pão e biscoito. Tudo que precisava para acampar. Transporte passa a cada hora pelo albergue. A princípio achei caro, depois nem tanto. É a cidade mais cara da Argentina, não tem outro transporte mais barato nessa rota e cada vez que a van entra no parque paga $14. Entrada regularizada. Desci no início, perto da estação do trem do fim do mundo. Lá vem o trem, pequeno e com quantidade de passageiros reduzida. Vamos começar a andar. Fiz praticamente todo o parque. Fui a uma pequena cascata (pequena mesmo). Sendero a “pampa alta”, aqui teria uma boa vista da região se não fosse quase por completo tomada pela vegetação. Bahía Enseñada com um mini porto e uma agência dos correios. Muito legal, tem uma vista do canal de Beagle que não se vê de Ushuaia. Dá pra deitar e ficar viajando . A trilha beira o canal em alguns trechos. Dei uma errada da porra, não vi uma marcação que estava atrás do arbusto, caminhei por uma praia de pedras até um ponto que só passa pro outro lado se tiver disposto a se molhar até a cintura. Voltei e achei a trilha certa, inclusive coloquei a marcação em uma posição mais fácil de ver. A essa altura já tava cansado das botas e continuei de sandálias. Imagine, na trilha com sandálias! Não vou dizer que é inédito, mas com certeza é inusitado. Além disso, uma das recomendações do parque é usar calçado reforçado. Às vezes eu corria para recuperar o tempo perdido. Queria fazer o trecho até o Chile (Hito XXIV) ainda nesse dia. Cheguei ao lago Roca 20h, atendimento péssimo. Só aqui descobri que tinha refúgio, senão nem teria levado nada. Banho quente só de 18h às 21h. Precisava de um, desisti do Chile para tomar um demorado e regenerador banho quente. Com essa troca, ficaram 2 trechos ao invés de 1 para o dia seguinte. Tentei dormir cedo, mas 1 hora depois acordo. Optei por dormir sem saco de dormir e o frio “esquentou” rs. Perguntei ao “simpático” atendente se iria acender o aquecedor a lenha. Ele disse que era pra ter pedido mais cedo, que já tava escuro e ficou resmungando. Como se precisasse pedir. Nem lanterna o cara tinha, tive que improvisar com a câmera. Voltei a dormir, mas acordei algumas vezes preocupado com a correria do próximo dia. Traslado: $50 (<-->) Entrada no parque: $50 Passeio no trem: $95 (não fiz) Refúgio: $40 (Acampamento: $18) 28/01/2010 – USHUAIA Último dia. Amanheceu chovendo. Que merda! Imaginem se tivesse acampado. Atrasei minha saída por causa da chuva. Mas não dava pra reclamar, de 4 dias em Ushuaia, apenas esse ficou com clima ruim. Comi pão e fui em direção ao Chile pela 3ª vez na viagem. Comecei com as botas porque pensei que a trilha estaria encharcada. Minutos depois troquei os calçados. Já estava experiente em fazer trilhas com sandálias, um calçado bem reforçado. Saí correndo muito, queria fazer a Bahia de Lapataia e voltar cedo por causa do avião. Essa trilha também vai beirando a água em alguns trechos. Cheguei ao Chile, no meio da floresta e da praia tem um marco no limite dos países. Cruzei a fronteira e cogitei adentrar mais na floresta, mas desisti quando me lembrei das horas perdidas nas migrações hehehe. Em duas horas estava de volta ao lago Roca, passei direto para Lapataia. Tudo correndo e de sandálias. Fiz todas as trilhas dessa região do parque. As castoreiras ativas pareciam estar de vacaciones. Não consegui ver nenhum castor, só a destruição deles. Os bichos fazem uma destruição da porra para sobreviver. Se o Greenpeace descobrir isso, estarão perdidos rsrs. Voltei correndo MUITO para o acampamento Lago Roca, parecia Usain Bolt das trilhas. O carro sairia 15h. Era o último que chegaria a tempo de pegar o avião. Peguei a mochila no refúgio e em 10 minutos saímos pra cidade. No albergue, arrumei as 2 mochilas fazendo compensação pra não pagar excesso de peso. Por fim, despedida do pessoal do albergue (Pablo e Leandro), táxi pro aeroporto ($19) e vôo pra Río Gallegos. Passei a noite no aeroporto com mais alguns mochileiros que chegaram depois. 29/01/2010 – BUENOS AIRES Vôo para Buenos Aires 3h da madrugada. Desci de manhãnzinha, pedi informações, guardei a mochila grande no guarda volume e fui ao centro. Informações turísticas, uma correria desgraçada por vários pontos turísticos principais e secundários. Andei que só a porra, as botas deram trégua (os pés já estavam anestesiados) e não precisei colocar as reforçadas sandálias. Almocei no restaurante La Vaca, passei mal e acabei perdendo o vôo pra Porto Alegre. Cheguei no aeroporto, o avião já estava chequeado, ainda conversei com o pessoal e disseram que se não tivesse mala para despachar poderia ir. Mas quando viram minha “mochilinha” gigantesca... Resultado: paguei a multa e peguei outro vôo, mas só tinha uma nova conexão em Montevidéu no domingo. Foi o jeito. Passei em Porto Alegre para rever amizades e em São Paulo para rever minha irmã. Cheguei de volta em casa no dia 03 de fevereiro. VIAGEM EXCELENTE!!! Qualquer é só mandar aqui no tópico que responderei com prazer. Abraços ( para as meninas) e vão viajar! Para terminar... BORA BAHÊA MINHA PORRA!!! [/align] Editado Setembro 9, 2010 por Visitante 1 Citar
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