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[t1]Travessia Alsene-Maromba (Serra Negra)[/t1]

 

Também conhecida como Travessia da Serra Negra, Alsene x Maromba é mais uma das tradicionais opções de caminhadas pela Mantiqueira. Oferece largas paisagens do Vale do Rio Aiuruoca e contorna por cima o limite superior do Parque Nacional de Itatiaia pra sair no pequeno mas turístico povoado de Maromba.

 

Partimos de São Paulo na sexta às 23:15 com direção à Itanhandú, viação Cometa. O grupo foi Gibson, Ronald, Roberta e eu. Chegamos na rodoviária da fria Itanhandú perto das 4 da manhã ainda nos festejos finais de sua festa local. Logo em seguida já conseguimos um táxi com o Sr. Odair para nos levar a estrada do Registro, a mesma da entrada da Parte Alta do Itatiaia.

 

A estrada está em precárias condições, tanto que logo após o Km 10 pedimos para saltar do Voyage do Sr. Odair que até ali já tinha nos quebrado um baita galho e continuar a caminhada pelos 3 km restantes até o começo da trilha, próximo ao Alsene. Pelo menos conseguimos nos esquentar já que o frio estava demais, pois andávamos à sombra do maciço do Itatiaia.

 

Começamos a trilha às 7:30, com o visual da Serra do Papagaio ao fundo. Descemos pela estradinha bem escorregadia devido ao orvalho e lama. Logo no começo já abastecemos nossos cantis nos vários pontos de águas que existem no caminho. Em mãos estávamos com o croqui fornecido pelo Guilherme Rocha para eventual dúvida no percurso e também com o relato do Augusto.

 

Ao chegarmos na fazendinha paramos para o café da manhã, continuando logo chegamos à Cabana no Rio Aiuruoca o qual cruzamos por cima da pedras e também paramos pra fotos e curtir o tranquilo local. Passamos pela fazenda (ponto 4 do croqui) a esquerda e logo começamos a subir pra depois descer por voçorocas com cuidado para não escorregar. Neste ponto fomos surpreendidos pelo vôo de um jato (F55 talvez ??) indo e voltando num barulho estridente. Paramos por volta do meio dia pra fazer nosso lanche de almoço.

 

Continuando logo fomos recebido pelos latidos dos cachorros do Sr. Rangel, um morador local muito receptivo que nos ofereceu café e uma boa prosa. Explicou com simplicidade que o parque tenta desocupar sua área onde viveu a vida toda. O lugar possui uma vista linda e infra pra pernoite em chalé. Cruzamos seu sítio e continuamos a descer pela estrada até enfim chegarmos ao Sitio do Sr. Anisio, outro morador local pai do Sr. Rangel, que também faz questão de uma conversa com os visitantes. O lugar é muito agradável para acampar, daqueles que dá vontade de ficar lá de bobeira, apreciando o visual e aproveitando a hospitalidade dos locais, pena que nosso tempo estava curto, abastecemos os cantis e encaramos o subidão da Misericórdia.

 

Não há mais placa no curral (culpa do Kassab??) onde começa o subidão porém as referências são as mesmas, margeamos a cerca e continuamos subindo. Neste ponto é bom prestar bem a atenção, no croqui diz para seguir a trilha mais batida, porém as vezes confunde pois na primeira trifurcação tomamos a trilha que sobe, que na verdade é uma trilha para apicultores, decidimos voltar após o Ronald ser atacado por algumas abelhas.. heheh. A trilha correta era a do meio. Continuamos e logo passamos por um ponto de água, ao contrário do que afirma o croqui, há água na subida sim. Logo mais adiante chegamos em outra trifurcação onde novamente optamos por pegar a trilha da esquerda que sobe, desta vez acertadamente.

 

Após mais um trecho de subida, chegamos na crista e o visual se abriu inteiro do Vale do Aiuruoca, paramos para apreciar e também descansar. Continuamos e logo o caminho se torna plano, avistamos mais um ponto de água em um casebre do outro lado da cerca de arame, onde abastecemos nossos cantis novamente. Atenção é o último ponto de água que encontramos antes do acampamento mais a frente.

 

Chegamos no alto do morro descampado onde montamos acampamento perto das 17:30. Apreciamos o pôr do sol e nos preparamos para o jantar. A Roberta como sempre caprichou na criatividade e mandou ver um Risoto de frango, refogado com seleta de legumes e azeite mais queijo ralado e batata palha pra incrementar. O Gibson também nos serviu com um bom vinho branco. O banquete foi completo !

 

Recebemos visitas ilustres no acampamento, primeiro de tropas locais que voltavam de Maromba após um dia de carregamentos de mel e queijo onde fora bem sucedida pois bem que tentamos comprar um quejinho mas já haviam se esgotado. Após os tropeiros, foi a vez das vacas invadirem nosso pasto aí quem mandou ver foi o Gibson mostrando sua experiência em toca gado.

 

A noite foi um espetáculo a parte, um céu forrado de estrelas, onde podemos afirmar que todas estrelas, astros e planetas visíveis a olho nu neste hemisfério estavam ali. Como disse a Roberta, estávamos praticamente no Planetário do Ibira, claro sem a farofa. Abaixo a iluminada Resende não imaginaria que quatro loucos estariam ali em cima quase congelando, nem tanto pelo vento mais pelo orvalho gelado. A noite anterior mal durmida fez com que nos recolhêssemos mais cedo pra barraca, assim as 19:30 já estávamos domindo entre roncos, flatos e gemidos(??).

 

No dia seguinte, bem que tentei mas não consegui sair da minha toca aconchegante e tirar umas fotos do belo nascer do sol mas lá pelas 7 não teve jeito, ele surgiu mais quente que no dia anterior o que nos obrigou a aprontar as coisas, tomar um café da manhã e voltar a caminhar lá pelas 9hrs.

 

Continuamos andando pela crista até ela virar à direita, onde há uma marcação de uma barra de ferro na cor vermelha. Descendo não vimos o cupim do Ponto 9, porém vimos o desmoronamento a esquerda. Após 2 horas de caminhada paramos numa sombra, um pouco antes de uma bifurcação, a qual decidimos descer a direita. Cruzamos por um grupo a cavalos o qual nos informaram que Maromba estava logo ali. Neste ponto encontramos a bica d' água bem vinda. Sempre descendo já temos vista das casas da vila de Maromba, passamos pelo Chalé e enfim chegamos na porteira do final da trilha, que fica em frente a pousada Tiatim, entre o Escorrega e o Poção de Maromba.

 

Descemos para o Poção da Maromba onde o Gibson, Ronald e eu entramos mesmo com água gelada para nos refrescar, só a Roberta que preferiu molhar os pés. Somente a fome para nos explusar de lá, continuamos descendo até a vila e logo paramos no primeiro restaurante e comemoramos a empreitada com trutas e cervejas lás pelas 13 horas. Como o ônibus de Maromba para Resende só saía às 17 horas, decidimos então descer até Maringá para passar o tempo e dar um pulinho na vila pra Roberta comprar um Bolo Húngaro e eu uns pinhões para levar pro meu pai e claro.. tomar mais uma canjebrinas, dessa vez, o Ronald, vulgo "cavalo doido" mandou ver logo uma pinga com mé e acompanhar o Bota-Fla entre cariocas.

 

Lá pelas 17 o circular que desce para Maromba aparece e em uma viagem nada confortável as 19 horas estávamos em Resende pra pegar o busão das 19 e claro, como não tinhamos passagens reservadas não conseguimos o Cometa, sorte nossa foi ter um ônibus das Viação 1001 que ia pra São Paulo com o preço mais salgado, porém direto, sem o pinga-pinga e assim lá pelas 22:30 chegamos no Tietê para cada um tomar o destino de sua casa.

 

Enfim, Alsene x Maromba é mais do que um prato cheio para um fim de semana, montanhas rochosas imponentes, vales que desfilam até se perderem de vista, o prazer de se acampar nas nuvens, a hospitalidade dos moradores locais, rios e cachoeiras para se refrescar.. tudo isso afim de provar que mesmo as "trilhas batidas" tem seu devido valor, basta somente o trilheiro percorrê-la com a mesma humildade e simplicidade de que a própria Serra Negra tem a lhe oferecer.

 

Fotos da trip aqui neste link: http://diarionamochila.multiply.com/photos/album/49

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