Colaboradores Este é um post popular. ekundera Postado Julho 1, 2018 Colaboradores Este é um post popular. Postado Julho 1, 2018 Minha viagem ao México foi de três semanas em maio de 2018, período distribuído entre seis cidades, de onde fiz alguns bate-volta essenciais para conhecer algumas atrações imperdíveis no país. Chegando no aeroporto da Cidade do México, fui cuidar de três providências para o meu tempo de estadia no país. 1. Câmbio: como eu havia pesquisado antes de embarcar, o câmbio feito pelas financeiras do aeroporto da Cidade do México é equiparado ao que a gente encontra em outros lugares da cidade. A moeda que levei foi o dólar, mas as casas de câmbio trocam também euros. Já fui com o propósito de trocar boa parte do valor que eu usaria por um bom tempo, de forma a evitar fazer isso novamente, a menos que eu fosse muito gastador. 2. Chip para celular: também comprei no aeroporto o chip que eu usaria durante todo o período. No próprio aeroporto me indicaram uma lojinha chamada Mobo, onde vendem chips de diversas operadoras, além de acessórios para telefonia. Escolhi um da AT&T com 2GB de internet com validade para um mês ao preço equivalente a 40 reais. Funcionou muito bem em todos os lugares e foi muito útil quando eu não tinha wifi disponível. 3. Passagens de ônibus: como o meu roteiro já estava todo planejado e eu já sabia o dia certo que eu ia sair de uma cidade para outra, já fui no guichê da empresa de ônibus ADO no aeroporto para comprar os trechos. Comprar as passagens com antecedência proporciona descontos, enquanto que comprando no dia da viagem, o valor acaba sendo maior. Eu havia tentado emitir os tíquetes pela internet no Brasil, mas o site não aceita pagamento com cartão que não seja do México, informação que foi confirmada no guichê durante a compra. Na Cidade do México usei metrô o tempo todo e achei muito prático, já que tem uma boa malha que leva à maioria das atrações. Os vagões são estreitos e meio abafados, além de sempre cheios praticamente o dia todo. Como o valor da passagem é o equivalente a 1 real, é uma forma de deslocamento que vale muito a pena. Desde o dia que cheguei na cidade, saindo do aeroporto, até o dia em que parti, usei sempre o metrô. Um inconveniente é que as estações possuem muitas escadas (nem sempre rolantes), daí carregar mala não é muito fácil. Além do metrô, usei ônibus e vans na cidade e achei os motoristas de transporte público sempre muito mal educados e imprudentes no trânsito, ouvindo música alta, falando ao celular, discutindo com passageiros. Até mesmo nos ônibus intermunicipais da ADO os motoristas gostavam de colocar música alta e eu desisti de sentar na frente e fui pro fundo. Foi uma experiência que podia ter sido melhor. Por outro lado, os moradores locais foram receptivos e educados nas vezes que eu precisei de informações na rua. Teve uma mulher que insistiu em pagar minha passagem quando eu não tinha moedas trocadas suficientes para dar ao motorista do ônibus. Foi uma experiência gratificante. Quanto à comida, experimentei muitos pratos do país e de modo geral são bem apimentados, e ainda colocam umas tigelinhas de molho na mesa para quem gosta de elevar a picância. E a pimenta acompanha a comida a qualquer hora do dia, mesmo no café da manhã os cardápios já trazem muitas opções de ‘desayuno’ que têm mais cara de almoço ou jantar. Na maioria das vezes, comida com molho tem grande chance de ser bem apimentada. Quando eu não queria pimenta, eu escolhia comer ‘tacos’, que são simples e saborosos e o molho vem à parte. Cidade do México – 5 dias/6 noites Dia 1 Museu Nacional de Antropologia: o lugar é imenso e é dividido em uma quantidade sem fim de salas em dois andares. A indicação é conhecer o museu antes de partir para as demais atrações da cidade, porque assim a gente se contextualiza sobre as histórias dos lugares e suas peculiaridades, permitindo que os passeios sejam mais fluidos por causa das referências. Já na entrada do museu há uma escultura monumental, com uma grande coluna central decorada sustentando todo o teto do pátio, chamada ‘el paraguas’ (o guarda-chuva). Em um lugar tão rico de informações como esse, acaba que passamos muitas horas por lá. No entanto, senti falta de bebedouros com água, já que não é permitido entrar com garrafa de água ou mochilas, devendo ser deixados nos guarda-volumes próximo da entrada. A região onde fica o Museu de Antropologia é no Bosque de Chapultepec, um espaço bem cuidado e bem popular para os mexicanos. Eu fui em um domingo e nesse dia a rua principal (Paseo de la Reforma) fecha uma parte para permitir que as pessoas possam andar de bicicleta, patins, fazer caminhadas, levar animais, enfim, se divertir no parque. Do lado de fora do museu, acontecia uma feirinha com diversas barracas de comida e artigos variados. No meio do gramado, pessoas faziam piquenique, esquilos roubavam alguns tecos de comida, crianças corriam em meio à apresentação dos ‘Voladores de Papantla’, que consiste em um grupo de homens tipicamente vestidos e girando de cabeça para baixo, pendurados por cordas presas a um poste muito alto, enquanto vão gradualmente soltando a corda e se aproximando do chão. A contribuição do público na compra das lembrancinhas vendidas ou em ‘proprina’ aos ‘voladores’ é o que sustenta os seus espetáculos. Andando um pouco mais pelo Paseo de la Reforma, chegamos ao ‘Monumento a la Independencia’, conhecido como ‘El Angel’, erguido em comemoração ao centenário da independência mexicana. O monumento fica no meio de um cruzamento com diversas ruas, numa região com bastante policiamento, com ruas bem cuidadas, calçadas largas e prédios enormes e bonitos. Dia 2 Pirâmides de Teotihuacán: como muitas das atrações na Cidade do México são fechadas na segunda-feira, este dia é ideal para ir ao sítio arqueológico. Sendo um lugar longe e descampado, com muita exposição ao sol, melhor ir logo cedo, ainda mais porque a turistada vai chegando e enchendo o lugar à medida que o dia avança. É bom levar bastante água, um lanchinho e protetor solar. As distâncias entre uma pirâmide e outra são grandes e tudo embaixo de sol forte, nada de sombra. Para chegar lá, é necessário ir para o Terminal Norte, comprar a passagem (ida e volta) para a Zona Arqueológica de Teotihuacán e pegar um ônibus que faz o trajeto em cerca de 1h15min. Após andar um pouco e passar pela entrada, já se avista a imensidão de construções pré-colombianas ligadas por um caminho chamado de ‘Calzada de los Muertos’, cheio de sobe e desce de escadas, iniciando na Cidadela, passando pela Pirâmide do Sol e terminando na Pirâmide da Lua. Há vários vendedores de lembranças no caminho entre os monumentos e também em barracas próximas da entrada/saída e da Pirâmide da Lua. A maior construção do complexo é a Pirâmide do Sol, que dizem revigorar as energias positivas. Para chegar ao topo, é necessário fazer várias paradas para tomar fôlego, enxugar o suor e, claro, tirar as fotos do alto. Os degraus são difíceis e bem irregulares, mas só ter cuidado e calma. São vários níveis da base ao topo e o patamar mais alto, bem em cima, é bem desgastado e não tem os encaixes perfeitos de pedras que é possível ver mais abaixo. Mais adiante, a Pirâmide da Lua se destaca como a segunda maior do sítio arqueológico, mas ainda assim um monumento imponente por ter sido construído em uma posição um pouco mais alta do terreno. Segundo a crença, a Pirâmide da Lua descarrega as energias negativas das pessoas. Ao lado dela há várias outras pirâmides em tamanho menor e de frente para um altar numa praça central, onde se acredita que eram realizadas cerimônias religiosas. Andando um pouco além da Pirâmide da Lua, um pouco além do estacionamento, existe um museu que pode ser acessado usando o mesmo ingresso do complexo, onde existem várias informações e objetos preservados de Teotihuacán, mas tendo passado um tempo subindo e descendo monumentos tão imponentes, fica um pouco mais difícil se impressionar com um pequeno museu. Para retornar, basta voltar ao início e esperar o ônibus no mesmo lugar da chegada. O retorno pode ser mais demorado porque o trânsito chegando na Cidade do México não é tão fluido. Dia 3 Dia de explorar a região central da Cidade do México. El Zócalo: a grande praça principal da cidade é onde está o centro político e religioso, com uma enorme área aberta disponível para os transeuntes contemplarem os prédios majestosos ao seu redor. Ali está a Catedral da cidade, construção do século 16 logo após a conquista espanhola. A Cidade do México foi construída sobre uma região pantanosa que foi aterrada anteriormente à chegada dos espanhóis. Com o tempo, alguns prédios e monumentos foram apresentando sinais que estão afundando pouco a pouco. A Catedral é um deles, e em seu interior há registros das mudanças de posições que a torre da igreja foi tomando com o passar dos séculos. Templo Mayor: ao lado da Catedral está o sítio arqueológico que já teve dimensões gigantescas, inclusive ocupando em outra época a área hoje ocupada pela igreja, onde estão os vestígios de um templo asteca. O templo foi quase totalmente destruído pelos espanhóis e ficou por muito tempo soterrado. A sua nova descoberta só ocorreu no final dos anos 1970, com muitas áreas perdidas para várias construções próximas devido à sua localização central, onde sempre funcionou o poder político. Após percorrer as fundações do Templo Mayor, visita-se um rico e bem organizado museu com vários andares. Um destaque é a parede de crânios dos vários sacrifícios humanos feitos pelos astecas. Palácio de Belas Artes: alguns minutos andando pela rua de pedestres que inicia em frente ao Zócalo, chega-se a esse belíssimo edifício de Art Nouveau em mármore branco. Ali está o Museu do Palácio de Belas Artes, com exposições diversas, mas o que chama a atenção, além da beleza do prédio, são os murais enormes nas paredes internas dos vários andares que é possível percorrer. Torre Latinoamericana: a torre está quase em frente do Palácio de Belas Artes e é um arranha-céu que, por fora, não tem atrativo, mas lá do alto tem uma bela visão por cima do Palácio de Belas Artes e dos prédios vizinhos, além de avistar vários outros pontos importantes da cidade. O ingresso pode ser usado para subir de dia e voltar à noite no mesmo dia para contemplar a cidade em diferentes momentos. Museu Mural Diego Rivera: pouco adiante está a mais famosa obra do marido de Frida Kahlo, um pequeno museu com o mural que ocupa uma parede enorme trazendo ilustres e outros tantos personagens da cultura mexicana. Quando fui, não havia mais nenhuma exposição, somente o mural mesmo, então é uma visita relâmpago. Praça da República: próximo dali, está uma grande praça com fontes de águas orquestradas em um balé contínuo, abrigando um enorme arco. O governo da época queria erguer uma obra inspirada no Capitólio de Washington, mas a Revolução Mexicana interrompeu a continuidade da obra. No subsolo do arco há algumas exposições, além de um elevador que leva até a sacada lá no alto, onde é possível dar uma volta completa ao redor da cúpula. É também possível percorrer o interior da cúpula através de escadas vazadas, que dão um pouco de medo porque a gente consegue ver tudo embaixo. Em horários definidos (verifique com os funcionários lá em cima), o mesmo ingresso dá direito a uma visita guiada pelo interior da cúpula. Há muitas informações, detalhes, objetos de arte e personagens históricos que fazem essa visita valer muito a pena. Dia 4 Castelo de Chapultepéc: depois que se desce do metrô para o Castelo de Chapultepéc, o próprio caminho é uma atração – o lugar está localizado no agradável bosque onde as pessoas se reúnem. Para acessar o castelo, há uma longa ladeira pavimentada somente para pedestres que vai subindo em volta da colina. No início da subida, os guardas revistam os pertencem e impedem levar garrafa de água. Há armários onde podem ser deixados objetos mediante o pagamento de alguns poucos pesos. O caminho não é difícil, sempre há praticantes de atividades físicas passando, bem arborizado e com bebedouros em vários pontos. Recomendo não chegar tarde, porque quando eu já estava saindo tinha bastante fila. Eu cheguei pouco depois do horário que abriu (9h) e não esperei nada para entrar. O castelo é onde funciona o Museu Nacional de História. O espaço é cercado de jardins com fontes e terraços, com exposição de acervo de diversas obras da cultura mexicana, sobretudo os vários belos murais que ocupam cômodos inteiros, retratando importantes passagens históricas. Como também já foi usado como palácio imperial e residência presidencial, podemos ver ambientes preservados retratando outras épocas, com seus móveis, utensílios, decoração finamente expostos para o público visitante (algo como o Grand Trianon de Maria Antonieta em Versailles). Basílica de Guadalupe: no santuário há algumas igrejas e capelas, tendo destaque as duas basílicas: uma mais antiga, do século 17, pequena por dentro e, portanto, sem tanto espaço para um grande público; e outra mais ampla e moderna, de meados dos anos 1970, sendo a basílica mais visitada das Américas. Dia 5 Museu Frida Kahlo: comprei o ingresso pela internet porque havia lido que sempre há filas. O museu abre às 10h, mas o ingresso online só libera a entrada a partir de 10h30, então quem compra lá na hora acaba entrando antes. Sacanagem! Outro absurdo é ser preciso pagar uma taxa para poder tirar fotos. O museu na verdade é a casa onde a artista viveu e morreu, então pode ser percorrido em pouco tempo. A ‘Casa Azul’, como é conhecida, mostra obras de Frida Kahlo, algumas inacabadas, além de móveis e objetos de uso pessoal usados pelo casal de artistas. O quintal do terreno é bem espaçoso e possui jardins, uma lojinha de souvenir, além de algumas esculturas de arte pré-colombiana que pertenceram aos famosos moradores da casa. Não muito longe (a pé), está a Casa Museu de León Trotsky, onde se refugiou o russo. Ele foi perseguido e assassinado a mando de Stalin e a sala onde ele foi morto é preservada exatamente igual ao dia desse acontecimento. O museu é bem pequeno e pode ser interessante percorrer os cômodos se houver uma contextualização da vida do líder russo refugiado. Do contrário, pode não ser muito proveitoso. Mercado de Coyoacán: no mesmo bairro onde estão as duas casas museus, recomendo visitar o Mercado Coyoacán, onde se pode comer pratos mexicanos, além de encontrar produtos locais e ‘regalos’ com bons preços. Após andar um pouco pelo mercado, chamei um Uber (já que não tem metrô) para o museu diferentão do ilustre senhor Frida Kahlo, Diego Rivera. O prédio do museu Anahuacalli é inspirado em uma pirâmide pré-colombiana, todo construído em pedras, com um acervo de peças pré-hispânicas reunidas pelo pintor. No último andar, há alguns esboços de murais que o artista não chegou a concluir. Canais de Xochimilco: numa região bem mais distante, ao sul da cidade, cheguei as canais ‘estilo Veneza’, com barcos super coloridos, as ‘trajineras’, que levam turistas em um passeio diferente. Vários vendedores flutuantes oferecem desde comida a ‘regalos’ e acoplam os seus barcos com os turísticos para os interessados em consumir os seus produtos. Como é uma região um tanto afastada, acabei contemplando rapidamente os canais e voltando em seguida. Puebla – 2 dias/2 noites A cidade de Puebla fica a apenas duas horas de ônibus da Cidade do México. Da rodoviária peguei uma van para a região próxima do centro histórico. Fiquei hospedado perto do Zócalo, a grande praça principal e melhor região para turistar pela cidade. Achei tudo uma graça, um lugar muito gostoso de andar e com muitas opções de roteiro para fazer. Centro histórico: o Zócalo é o coração da cidade e o ponto de partida para conhecer tudo ali. Ao redor da praça estão a prefeitura, a grande catedral, prédios administrativos e um comércio bem organizado. A partir dali, começa a Avenida 5 de Mayo, uma rua somente para pedestres muito agradável de percorrer, mesma rua onde está localizada a Igreja de Santo Domingo e o seu anexo, a majestosa Capilla del Rosario, com sua bela cúpula abundantemente decorada em ouro. Outros pontos próximos são: Museo Amparo, bem grande e com um ótimo acervo, além de um terraço no último andar de onde se tem uma boa visão da cidade; Plazuela de los Sapos, uma feira de antiguidades e souvenirs no fim de semana, além de barzinhos bem agradáveis; Mercado de Sabores Poblanos, pequeno e organizado, onde se pode experimentar a culinária local. Eu tinha intenção de ir a um parque chamado Paseo Bravo, mas o recepcionista do hotel não recomendou, por ser mais afastado e ter sempre ocorrências de roubos. No segundo dia, peguei um ônibus próximo ao Mercado de Sabores para ir à cidade vizinha Cholula (cerca de 30min). Ali existe uma igreja no alto de uma montanha, em uma subida cansativa mas com uma linda vista da cidade. A igreja é pequena, mas linda por dentro, e lá do alto podemos ver ao longe um vulcão que ainda está ativo. Ao longo do dia o vulcão fica coberto pelas nuvens, então se chegar cedo é mais fácil para vê-lo. Descendo a extensa escadaria da igreja, ao pé da montanha está a entrada para o sítio arqueológico de Cholula. A grande montanha na verdade se trata de uma pirâmide de proporções gigantescas, que havia sido coberta por mato e terra com o tempo. Na impossibilidade de escavar sem trazer danos à igreja, apenas algumas partes da pirâmide estão visíveis, com acesso por um longo e estreito túnel, por onde os visitantes entram para explorar o lugar. Já perto da saída, há uma pequena amostra da pirâmide que foi restaurada e onde se pode subir até o alto. O mercado de artesanato está bem em frente e, entrando pela cidade de casas coloridas pela rua principal, ainda tem o Zócalo e um comércio bem agradável para um almoço. Na parte da tarde, incluí uma atração indicada pelo educado recepcionista do hotel: a ‘Feria de Puebla’, que é um grande parque de diversões localizado bem no alto da cidade. Mas a intenção não era de entrar nos brinquedos, e sim subir o teleférico para completar a experiência de ver a cidade por um outro ângulo e me maravilhar ainda mais com o lugar. Além de uma quantidade enorme de brinquedos, a ‘Feria’ ainda tem jardins lindos e cheio de esculturas, palco com dança caribenha, comidas, bares, em um lugar com segurança e organizado. No teleférico é possível comprar o tíquete de ida e volta, mas eu comprei só de ida para descer mais próximo da cidade e fazer o caminho de volta ao centro a pé (cerca de 30min). Oaxaca – 3 dias/3 noites De Puebla para Oaxaca de ônibus são cerca de 5h. Peguei táxi de madrugada para ir ao terminal de ônibus. Como nas outras cidades, o ponto de partida é o Zócalo, onde está a catedral, uma feirinha de artesanato, o comércio mais arrumadinho, com restaurantes e turistas transitando. Em um dia é possível conhecer as atrações do centro histórico, como o Mercado 20 de Noviembre, onde se encontra a culinária local; Mercado Benito Juárez, onde há bastante artesanato; Calle Macedônio Alcalá, rua para pedestres com opções de restaurantes; Igreja e Templo de Santo Domingo, que tem o convento onde funciona um museu com bom acervo e com vista para o jardim botânico; Museo Rufino Tamayo, que é pequeno mas bem simpático; Museo de Arte Contemporaneo de Oaxaca (Maco), que achei uma perda de tempo porque o que estava exposto parecia trabalhos de alunos na escola. Para o segundo dia, reservei um passeio diretamente na recepção do hotel e a van me pegou pela manhã. O ‘recorrido’ consistia em: Árbol del Tule, uma árvore de mais de 2 mil anos e com o caule gigantesco que fica numa cidade vizinha; Mitla, um sítio arqueológico com construções pré-colombianas que ainda preservam muitos detalhes apesar do tempo; Hierve el Agua, piscinas naturais no alto de uma montanha que ficam bem na borda do precipício e foram sedimentando e formando um desenho como cascatas de pedras nas suas bordas. Aproveitei as barracas de comida ali e já comi uns tacos, que foi uma decisão acertada porque a van parou para o almoço cerca de 15h e num lugar caro e com comida nada demais. O passeio passou ainda por uma fábrica de tapetes, mantas e roupas artesanais e terminou em uma fábrica de ‘mezcal’, que é uma bebida parente da tequila, só que um pouco mais forte e com uma larva dentro da garrafa para consumir quem bebe o último gole. Como os lugares são distantes um do outro, achei que vale a pena contratar o transporte (equivalente a cerca de 50 reais), além de ter um guia turístico para auxiliar com informações. No terceiro dia, fui por conta própria ao Monte Albán. Para ir é bem simples: compra-se o ingresso em um escritório um tanto decadente na Calle Mina 518, mesmo lugar de onde sai o ônibus a cada hora a partir de 8h30. Cerca de meia hora é o tempo para chegar ao Monte, em caminho que vai serpenteando a montanha com um pouco de emoção por causa do precipício a poucos centímetros das rodas do veículo. Comecei pelo museu, que é bem pequeno e dá pra ver em poucos minutos, para depois ir para o complexo arqueológico, que é enorme e debaixo de muito sol e calor, por isso é bom não esquecer de levar água, lanchinho e protetor solar. São muitas construções em lugares altos, onde é possível chegar por enormes escadarias de pedras e ter uma bonita vista de todo o lugar, além de ser possível ver a cidade do alto. Mérida – 3 dias/4 noites De Oaxaca para Mérida, peguei um voo pela Volaris com conexão na Cidade do México. Viajar pela companhia é parecido com viajar dentro do Brasil, nada demais, nada de diferencial. Finalmente chegando em Mérida, pude voltar a usar o Uber saindo do aeroporto, já que não tinha essa opção nas duas cidades anteriores, somente táxi. O que diferencia a cidade das anteriores é o excesso de calor e umidade que incomodam bastante. Da mesma forma, o ponto de partida é o Zócalo, com uma praça simpática, a catedral em frente e um comércio intenso ao redor. Os museus da cidade são bem pequenos e dá pra ver tudo em poucas horas, não achei muito interessante. O bom é que não cobram entrada. Os passeios dentro da cidade incluem o Museu de Montejo, Museu Macay, Museu da Cidade, Palácio do Governo, Paseo Montejo. Já no dia em que cheguei, fui providenciar no terminal de ônibus (TAME) a compra das passagens para os passeios nos dias seguintes. O interessante em se hospedar na cidade é poder visitar alguns sítios arqueológicos normalmente cheios de turistas que vêm de Cancún, mas sem pagar os preços vultuosos que cobram em Cancún. Uxmal: sítio arqueológico que fica a cerca de 80km de Mérida. Ao chegar, o lugar em que o ônibus para é no meio da estrada, sem dar muita pista de que é ali o meu destino final. Mas como há algumas placas, a gente vai andando e avistando a entrada. Bem próximo da entrada há um restaurante e hotel, além de barraquinhas de souvenir, água e lanches, mas tudo muito caro. Por isso é bom levar bastante água e algum lanche para o tempo em que estiver lá, e prepare-se para muito calor. Depois de passar pela bilheteria e andar um pouco na direção do sítio arqueológico, a bonita ‘Pirâmide do Adivinho’ vai se revelando. Não é permitido subir, mas o complexo arqueológico é tão grande e tem tantas construções, que dá para explorar bastante as demais estruturas espalhadas por lá. Uma delas é a ‘Grande Pirâmide’, que fica mais distante e num ponto mais alto do terreno, onde se pode subir as escadas muito íngremes e contemplar a beleza do local. Para retornar à cidade, basta esperar o ônibus do outro lado da pista, que passa em alguns horários específicos. O que eu esperava era o das 15h, mas ele só foi passar cerca de meia hora depois disso, enquanto o ponto ia enchendo de gente, mas acho que ninguém fez a viagem em pé no caminho de volta. Campeche: saí bem cedo para conhecer e ainda tomar café em Campeche, cidade a 180km de Mérida. Trata-se de uma cidade litorânea, onde os espanhóis se instalaram pela facilidade de escoamento de mercadorias. O intenso comércio na região portuária passou a chamar atenção de piratas, por isso foi construída uma muralha ao redor da cidade para proteção dos saqueadores dos mares. Ainda hoje existe parte dessa estrutura de pé, e as casas coloniais dentro da cidade murada estão perfeitamente conservadas. Da rodoviária para o centro histórico, peguei uma van que passa próximo da muralha. Como o calor é intenso, quando vai se aproximando do meio do dia, é um pouco difícil andar pelas ruas. Por isso, logo depois de almoçar, procurei pegar o ônibus de volta para Mérida. Chichén Itzá: a 120km de Mérida e 200km de Cancún, este é o sítio arqueológico mais cheio de turistas, com muita gente vinda de Cancún para conhecê-lo. Por esse motivo, se chegar mais cedo, fica mais fácil perambular com tranquilidade. Considerada uma das 7 maravilhas do mundo moderno, Chichén Itzá envolve um grande terreno com uma série de construções pré-colombianas, com destaque para uma grande pirâmide que chama atenção logo na entrada, ‘El Castillo’, muito bem conservada e onde não é permitido subir. Eu comparei um pouco o lugar com Uxmal e tive a impressão que Uxmal é maior e com mais construções espalhadas no terreno. Há uma quantidade sem fim de vendedores ambulantes oferecendo as mais diversas lembranças com um preço bem parecido. Se pechinchar um pouco, dá pra levar alguns artigos que valem a pena. O discurso dos vendedores é sempre o mesmo: ‘Como é a primeira venda do dia, então pra você eu vou fazer esse preço.’ Ao sair de Chichén, se estiver sozinho, dá pra compartilhar com algum outro turista a corrida de um táxi até o 'Cenote Ik-Kil', distante menos de 10min. Os cenotes são piscinas naturais formadas em cavernas ou em buracos bem abaixo da superfície do solo. O lugar é lindo e profundo e dá até pra aliviar o calor entrando na água. Para isso, há aluguel de armários para guardar os pertences e, se preferir, pode também alugar coletes de flutuação na água. Antes de entrar na água, é necessário usar os chuveiros do lado de fora. Na volta para Mérida, o ônibus do meio da tarde estava cheio e tinha muita gente em pé, mas ao longo do caminho alguns vão descendo e deu pra todos sentarem um tempo antes de chegar. Playa del Carmen – 3 dias/3 noites Fiquei hospedado do lado da 5ª Avenida, que é onde acontece tudo na cidade, uma rua só para pedestres com intenso comércio de todo tipo e uma quantidade enorme de turistas de todo o mundo. Cidade de praia com muito turista = preço altos. Comparado ao interior do país, a Riviera Maya (região caribenha) explora bastante o turista e nivela tudo a dólar e euro, precisando de uma quantidade enorme da desvalorizada moeda local. Cobá: pela manhã, peguei a van no terminal de ‘colectivos’ da cidade, para Tulum, onde peguei outra van para Cobá (50km). Acho que dei sorte, porque parece que os ‘colectivos’ que vão para Cobá passam em horário muito específico. Por causa dessa restrição de horário, é mais comum ver gente visitando o local de carro. As ruínas de Cobá estão bem espalhadas no meio da floresta, por isso é vantajoso alugar uma bicicleta por lá. Há também opção de ‘bicitaxi’, que é uma bicicleta adaptada com um banquinho para até duas pessoas na frente, guiada por um funcionário do local. Também é possível conhecer o lugar a pé, sem problema, só vai levar mais tempo e suar mais, porque o calor ali é muito forte. O principal templo de Cobá é a Pirâmide de Nohoch Mul, onde se pode subir seus inclinados degraus até o topo, que é bem alto. Lá de cima, tem-se uma bela vista da floresta, coisa totalmente diferente dos demais lugares que visitei, porque ficavam em terrenos sem tanta vegetação. Como cerca de 13h eu já estava pronto para sair, mas a van só partia às 15h para Tulum, me juntei a um grupo de pessoas para diluir o valor de um táxi. Tulum: almocei em Tulum e peguei o ‘colectivo’ para a zona arqueológica da cidade, que fica bem próxima. Um pouco antes da entrada, existe um serviço pago de transporte em um trenzinho que leva até a bilheteria. Acabei pegando para evitar o sol intenso do caminho, mas achei a distância pequena e perfeitamente possível a pé. As ruínas de Tulum estão espalhadas na beira do mar do Caribe e isso é o seu diferencial, um pano de fundo muito fotogênico. A maioria das construções ali estão bem desgastadas pelo tempo e ainda há algumas que sobrevivem de pé, mas não se pode aproximar muito, apenas contemplar à distância, sem interagir. Para entrar no mar, normalmente há bandeiras que indicam se é ou não recomendável, e nesse dia a bandeira vermelha estava levantada, com a água um tanto agitada e cheia de algas, infelizmente. Para o último dia na cidade, eu havia comprado pela internet um ingresso para o parque Xcaret para passar o dia. Peguei o ‘colectivo’ no terminal e desci na rodovia entre Playa del Carmen e Tulum, onde há um ponto de espera para o ônibus oficial (grátis) do parque. Para quem comprou o ingresso pela internet, a fila para trocar o voucher é diferente da fila geral, mas parece que levou o mesmo tempo para ser atendido. A vantagem é apenas o desconto por antecipação da compra. O Xcaret é um parque aquático que oferece diversas formas de entretenimento, muitas delas pagas à parte, como mergulho, passeio de balão, nadar com golfinhos ou tubarões, mas eu fiquei só com o ingresso básico mesmo e até que achei divertido, mas ainda assim superfaturado. Dentro do parque há vários caminhos para seguir com um mapa em mãos ou usando as placas espalhadas. Há aquário, borboletário, aviário, apresentações cinematográficas de cerimônias pré-hispânicas, e, claro, um mar lindo ao fundo. O passeio que eu curti muito e repeti foi o do rio subterrâneo. Dá pra guardar os pertences em uma bolsa, que depois eles levam na saída do rio pra gente pegar de volta, e também ganhamos um colete flutuante para o percurso, que é bem cansativo. Às 19h é apresentado o show de encerramento ‘México Espectacular’ em um ginásio, mostrando vários elementos da história e da cultura, grandioso, bem feito, organizado, demorado, pra família toda se divertir. Cancún – 3 dias/3 noites De Playa del Carmen para Cancún é cerca de 1h30 de ônibus, rápido e tranquilo. Fiquei hospedado no Ibis no Centro, que fica próximo a um shopping com bastantes opções de compras e refeições. Há também vários ônibus e vans que param na frente do shopping e levam para todo lugar. Um dos passeios que escolhi fazer na cidade foi atravessar a balsa para Isla Mujeres. Peguei uma van para Crucero e depois outra para Puerto Juarez, de onde sai a balsa. Deixei comprada a ida e a volta, podendo escolher na hora da compra se prefere voltar para outro porto, que foi o que fiz, voltando por Playa Tortugas. Partindo de Puerto Juarez, a travessia é rápida, cerca de 20min, deslizando sobre uma água em vários tons de azul muito límpida. Isla Mujeres tem praias muito gostosas, água com temperatura agradável e mar calmo e raso. Muita gente aluga carrinhos de golfe para percorrer a ilha toda, mas há praias ali pertinho da balsa que já compensam. Em Cancún, existe uma torre panorâmica giratória que revela uma linda vista da cidade do alto. Para quem visita o Xcaret, o ingresso na torre é gratuito, basta guardar a pulseira utilizada no parque e apresentá-la para ter direito ao ingresso. Dali se avistam as mais bonitas praias da cidade, com destaque para a mais famosa, Playa Delfines, praia pública com mar cristalino e com ondas. Nesta praia está o letreiro colorido de Cancún, onde sempre há uma fila imensa de turistas para tirar fotos. As praias em Cancún de modo geral são de propriedade particular. São poucas faixas de areia aberta ao público, a maioria é explorada exclusivamente pelos hotéis instalados em cada área. Por isso acaba sendo mais difícil para o turista encontrar muitos passeios para fazer na cidade, e muitos pagam o preço de ficar em resorts para terem disponível para si uma ‘praia particular’. Mas a beleza do lugar, a mistura do calor com aquele mar infinito que chama para um mergulho são capazes de hipnotizar o visitante, que fica exigente com outras praias depois de uma experiência como essa. 5 1 Citar
Membros Anton Postado Julho 1, 2018 Membros Postado Julho 1, 2018 Em que época você esteve lá? E quanto aos custos da viagem? Abraço Citar
Membros D FABIANO Postado Julho 2, 2018 Membros Postado Julho 2, 2018 Voce esteve na região do terremoto do ano passado.Como ela está hoje? Parabéns pelo excelente relato. 1 Citar
Membros Pedro Fogar Postado Julho 2, 2018 Membros Postado Julho 2, 2018 Que relato top , se o dólar ajudar pretendo fazer esse roteiro 1 Citar
Colaboradores ekundera Postado Julho 2, 2018 Autor Colaboradores Postado Julho 2, 2018 @D FABIANO Pelas regiões onde passei, não percebi diferença na rotina causada pelos terremotos, por isso não sei dizer se ele afetou de algum modo o turismo nesses lugares contidos no relato. Citar
Membros L'Brazx Postado Julho 2, 2018 Membros Postado Julho 2, 2018 Muito bom o seu relato. Ótimas dicas. Me ajudou muito. Obrigado. Daqui a 10 dias estou embarcando para o México e pretendo fazer um roteiro parecido. Difícil é decidir entre um caminho ou outro. Você falou pouco de Campeche. Achou que valeu a pena pela distância? e Cobá? O que te surpreendeu positiva e negativamente na viagem? Mais uma vez obrigado. 1 Citar
Colaboradores ekundera Postado Julho 3, 2018 Autor Colaboradores Postado Julho 3, 2018 @L'Brazx Haha, o texto tava muito grande pra eu estender muito sobre alguns lugares. Mas vamos lá. Campeche eu tinha vontade de conhecer por ter pesquisado e lido sobre a história do lugar, que me pareceu fazer dessa uma cidade com muitos atrativos. Mas achei a distância muito grande e o dia muito cansativo, por ser necessário madrugar para tirar o melhor proveito da viagem. A cidade tem o seu charme, mas o calor foi um empecilho muito grande pra mim. Andando um pouco, eu até entrei um um museu do lado da igreja dentro da muralha, mas achei muito resumido e diminuto, apesar de ter algumas peças pré-hispânicas de muito valor histórico e que dão certa curiosidade em conhecer o lugar de onde foram tiradas. Segundo as informações dentro desse pequeno museu, há um sítio arqueológico próximo da cidade que me instigou, mas eu não sabia como visitar. Acabou que o que eu mais gostei da cidade foi a história por trás, do que exatamente atrações para gente passar o tempo e conhecer bem sobre ela, entende? Eu não quero te desencorajar, porque você pode encontrar algo além do que eu encontrei, então minha opinião é apenas uma fração de outras coisas que você pode considerar. 😉 Cobá eu voltaria de novo sem pestanejar. Achei que vale a pena conhecer porque, apesar de ser mais um sítio arqueológico dentre tantos, poder subir na pirâmide principal e passar um tempo lá em cima, observar a floresta lá embaixo, guardar o momento na memória (e na câmera), estar nas alturas e superar aquela escadaria enorme, enfim, ter um monumento como esse disponível para o vaiajante interagir com ele traz uma maior conexão com o lugar. De novo: essa foi a minha sensação, mas não quer dizer que todos apreciarão da mesma forma. Será que ajudei ou atrapalhei? 😉 1 1 Citar
Membros alexandresfcpg Postado Julho 3, 2018 Membros Postado Julho 3, 2018 Em 02/07/2018 em 01:30, D FABIANO disse: Voce esteve na região do terremoto do ano passado.Como ela está hoje? Parabéns pelo excelente relato. Completando a resposta do Ekundera, estive lá na época do terremoto e na CDMX só a semana do ocorrido é que tudo ficou fechado (no sábado, a maioria dos lugares reabriu), quando voltei pra lá no dia de ir embora tudo estava normal, os museus abertos, inclusive um amigo meu foi para o México agora em julho e tava de boa. 1 Citar
Membros femelo22 Postado Julho 24, 2018 Membros Postado Julho 24, 2018 Otimas dicas. Quanto a moeda voce trocou real por peso, dolar por peso ou utilizou o dolar? Citar
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