Membros Este é um post popular. Debora O Postado Maio 29, 2018 Membros Este é um post popular. Postado Maio 29, 2018 Olá, meu nome é Débora, tenho 32 anos, sou servidora pública. Fiz a viagem para Bolívia e Peru com meu namorado, Pedro, 30 anos, advogado. Nós moramos em Campo Grande/MS. Tínhamos o sonho de conhecer Machu Picchu, e queríamos experimentar o jeito mais tradicional (mochileiro). Confesso que eu esperava encontrar muito mais mochileiros nesse trecho, mas eles foram ficando mais frequentes somente após La Paz. Quisemos aproveitar o recesso forense (que são 3 semanas de folga no fim do ano), pois a viagem seria longa. Então saímos de Campo Grande/MS no dia 19/12/17, de ônibus, sentido Corumbá/MS, às 23h (passagem R$ 140). Chegamos em Corumbá às 5:30, tomamos um café na rodoviária e tomamos um táxi até a Polícia Federal brasileira para sair do Brasil e entrar na Bolívia. Esse táxi é caro, custou R$ 50 (uns 15 min de trajeto). Chegamos na Polícia Federal pelas 7h, sendo que ela abriu às 9h. Estava muito quente, Corumbá/MS tem temperaturas altíssimas (quase 40ºC), então trocados a calça pelo shorts. Na fila havia umas 300 pessoas. Desses, uns 20 no máximo eram mochileiros, o restante todos bolivianos. Só tinha 2 pessoas atendendo, então ficamos lá até umas 11h. Passada a fronteira brasileira, você vai a pé uns 100m e para no posto da polícia federal boliviana. Demorou no máximo 1h e então estávamos com nosso permisso para entrar na Bolívia. No Brasil havíamos tomado a vacina da febre amarela e estávamos com nossa carteira internacional de vacinação, mas, na viagem toda, que durou 16 dias, ninguém pediu. Nesse procedimento de saída, usamos somente o RG. Nossos RG’s tinham mais de 10 anos, também não teve problema. Eu levei meu passaporte, mas foi ótimo não ter usado neste dia porque, como contarei depois, na volta estávamos querendo chegar em casa o mais rápido possível e, chegamos na fronteira Bolívia/Brasil à noite, atravessamos de táxi sem passar pela aduana e tomamos o ônibus Corumbá/Campo Grande às 23:30 (algo assim). Depois nos informamos se havia problema nesta situação ocorrida e algum policial federal disse que não. Mas se eu tivesse carimbado o passaporte na ida sem o carimbo da volta, aí provavelmente eu teria mais problemas. Antes de ir ouvimos pessoas dizendo que era muito difícil fazer tudo no mesmo dia (passar pelas aduanas e tomar o trem). Mas dessa vez deu. Após passarmos pela aduana brasileira e boliviana tomamos um táxi para a estação do trem, que vai de Porto Quijarro a Santa Cruz de la Sierra (o antigo trem da morte). Este táxi custou somente uns 20 bolivianos (10 reais), num trajeto que durou uns 10min. Ali a pobreza da cidade já choca. Havíamos assistido à série Narcos e eu brinquei que me sentia na série. Chegamos na estação do trem por volta de meio dia e não havia sequer 1 passageiro lá, só os funcionários (eu imaginava que, por ser fim de ano, estaria agitadíssima). Estávamos nós dois, e mais 2 mineiros que viajavam juntos. O trem funciona assim: um dia sai o mais luxuoso (ferrobus – 35 dólares/140 reais), e no outro o intermediário (oriental? - 10 dólares/35 reais). Neste dia (20/12) era o dia do ferrobus às 18h. Compramos passagens numa boa, deixamos as mochilas aí com os funcionários e fomos almoçar perto. É uma região muito muito muito pobre. Almoçamos perto da estação por 12 bolivianos (6reais – arroz, feijão e carne). Era 14h, já estávamos sujos e, como o trem era somente 18h, fomos a um hostel quase em frente a estação para tentar tomar um banho e descansar um pouco. Cobraram acho que 50 reais pelo quarto duplo. O chuveiro estava caótico, foi difícil tomar banho (20 gotas), mas ok. Compramos água pela redondeza e fomos 17h para a estação. Havia umas 20 pessoas lá. Chegou o trem, era bonito, poltrona confortável (reclinava bastante e era bem larga), mas saiu com atraso de quase 1h. O trem só tinha 2 vagões e estava quase vazio. Tocava Talia no DVD (de uns 15 anos atrás). Todos os ônibus que pegamos daí em diante tinham essa poltrona massa (bem larga, reclina bastante), é o que eles chamam de ônibus 3 filas (2 poltronas de um lado e 1 do outro). E, da mesma forma, todos atrasam para sair (de 30min a 1h), eu ficava superestressada e reclamava bastante com eles. A viagem de trem foi agradável. Serviram um jantar por 20 bls (10 reais) com um frango delicioso (o frango deles é pequeno, tipo um galeto, de pele amarela, tipo frango caipira, é bem macio, nós adoramos), arroz e macarrão. Comemos porque não sabíamos quando comeríamos de novo, foi bom. À noite pessoas vão entrando no trem e fazem barulho, falam alto e ouvem música sem fone. O trem saiu “18h” de Porto Quijarro e chegou umas 10h (21/12) em Santa Cruz de la Sierra (15h de viagem). A estação onde chega o trem já é dentro da rodoviária. Então usamos el banho (banheiro) e já compramos a passagem de ônibus para La Paz, para as 14h. A viagem duraria 20h e já seria a terceira noite viajando, eu estava meio tensa. Tomamos um táxi para o centro de Santa Cruz (foi barato – 20bls), paramos num café, comemos, andamos pela praça, fomos ao mercado comprar água e comida, almoçamos no mesmo café (tipo um PF), pegamos um burguer king para levar e voltamos para a rodoviária. Tomamos o ônibus rumo a La Paz. Nesta viagem eu passei mal à tarde, tive enjoo (acho que almocei meio rápido e sem fome). Tomei remédio, coca, dormi e melhorei à noite. A Coca deles é muito boa, mais forte que a nossa, tomamos muitas na viagem. No meio da noite o ônibus parou num lugar muito feio para banheiro e lanche. Coisa muito simples, chão batido e molhado, comidas estranhas sendo assadas etc. Não compramos nada, fomos ao banheiro e partiu. O ônibus foi MUITO devagar e a viagem durou mesmo umas 20h ou mais. Chegando em La Paz (na parte alta), há muito congestionamento e demorou muito também. Aí já estava muito frio lá fora, mas dentro do ônibus fica super abafado (não ligam o ar), os vidros suam, é um horror (isso serve para todos as viagens lá rsrs). Chegando em La Paz eu senti sensação de sufocamento, falta de ar. Parecia que era o calor que estava me sufocando, até comecei a pedir que abrissem as janelas, mas era a altitude. Quase passei mal. A cidade, no primeiro momento, nos choca. É um buracão, com muitas casinhas sem reboco (ar de favela), de cara achamos feia. Chegamos na rodoviária de La Paz, trocamos dinheiro (toda rodoviária troca. Na época estava 100 dólares para 700 bolivianos, em regra. Levamos todo nosso dinheiro em dólar. Eu levei uns 400 reais também. O Pedro uns 200) e tomamos um táxi para o Hostel Copacabana, que haviam nos indicado, que fica próximo ao mercado das bruxas. Ficamos lá mesmo, era 150 bls o quarto de casal (75 reais – 38 para cada), com desajuno (café da manhã) e banho (banheiro) privativo. Banho é ducha. Aí tomamos um banho e fomos almoçar. A região é turística, há a rua Sagarnaga, que tem restaurantes, agências e hotéis há 2 quadras do hostel. O mercado das bruxas é uma rua cheia de vendinhas que vendem a mesma coisa (roupas e acessórios de frio, lembrancinhas, comprei tocas, luvas, cachecóis e presentinhos – tudo baratão). Almoçamos em um restaurante cubano na famosa rua Sagarnaga (30bls um PF de arroz, feijão, frango e banana – tava bom, feijão com tempero diferente, talvez cominho) e voltamos descansar. Em La Paz (4.300m de altitude) você sobe uma quadra de ladeira e parece que coração e pulmões vão pifar. rsrs Então você vai caminhando e descansando, sempre. Ali perto tem a igreja de São Francisco, que é bonita, e reúne muita gente todo dia em frente. No ano novo assistimos à missa lá. Gostamos de sentar e tomar uma cerveja e, embora a região ali seja muito turística, não há barzinhos lá, só restaurantes. Tomamos cerveja num pub inglês (The Lion King, algo assim). A cerveja é cara (chega a 32 bls), e a comida na Bolívia é muito barata (geralmente você come por 25-30bls). Ao lado do restaurante cubano (Sabor Cubano?) há uma pizzaria muito boa (Italian Pizza?), comemos lá várias vezes. Uma noite fomos ao Sol Y Luna (um restaurante/pub), o atendimento é bom, comemos o tradicional prato boliviano pique a lo macho, que leva carne, batata, cebola, pimentão, ovos, linguiça, e é bem apimentado. Nos primeiros dias eu tive azia, havia levado sachets de ENO e me ajudaram bem. Em La Paz, mesmo sendo verão, estava beeeeem frio (mais frio que La Pa só Cusco). A chuvinha frequente e mansa nunca foi problema na viagem (há muita gente que não recomenda a viagem em dezembro). O quarto do hostel era bem frio, eles têm cobertas boas/pesadas, mas eu passei um tanto de frio lá, em geral. Fomos com um mochilão cada, levamos mais ou menos isso: uma calça no corpo e uma na mochila, 6 camisetas, 2 casacos, boot no pé; tênis e chinelo na mochila, 1 shorts, só. Protetor solar e repelente são importantes, além de medicamentos para digestão, dor de cabeça, antiinflamatório. (Em Cusco lavamos as roupas, foi baratão, tipo 15 reais para cada). Em La Paz começamos a dormir mal por conta da altitude, é deitar e o nariz trancar. Compramos Vick boliviano, passávamos no nariz e boa. Tomamos chá de coca umas 3x na viagem e foi bom. Também tomamos um remédio contra altitude vendido em qualquer farmácia lá (mas não direto, imagino que tomamos somente uns 3 comprimidos na viagem toda). Outro detalhe marcante é que na Bolívia há muitos cachorros nas ruas; cachorros lindos, grandes, peludos, raças que não são muito comuns no Brasil; e eles não têm doenças de pele (acredito que por ser frio lá). No Peru reduz um pouco, mas também há. Na viagem devemos ter visto uns 500 cachorros ou mais. São umas graças, nos seguem. Ficam em frente aos comércios, casas; até os comerciantes têm cachorros ali. É muito comum. Nesta primeira tarde em La Paz fizemos essas coisinhas e fomos a uma agência ver um passeio para o outro dia. Todos falam superbem do passeio de bike; mas era o dia todo e estávamos cansados de 3 dias de viagem, abandonamos a ideia. Depois soube que era só descida. Mas, mesmo assim, não me arrependi de não ter feito. Optamos pelo Monte Chacaltaya e Vale de la Luna (sempre oferecem juntos). Não me lembro se foi 90bls para cada, acho que sim. Compramos em qualquer agência. Passam no hostel pegar, fomos de van, primeiro ao monte, subimos a 5.600 metros. O trecho de ida, que leva uns 40min, é bonito, vemos lagos e lhamas. Lá é muito frio; nesta época neva (tivemos essa sorte; nevou enquanto estávamos lá). Então podemos subir ao pico, que fica a uns 300m da base, acho. Mas é muito difícil, pelo ar rarefeito. Eu dava 10 passos e já precisava sentar. Sugeri ao Pedro de ficarmos só na metade, por sorte ele topou. rsrs Tiramos fotos lindas com a GoPro, apreciamos a paisagem e descemos. Na base há uma estação de esqui abandonada. Curtimos mais um pouco e a van voltou. Talvez 1h30 no Monte Chacaltaya. Aí a van volta para a cidade, atravessa ela toda e vai para o outro lado, para o Vale de la Luna. É um lugar lindo/impressionante, de formações vulcânicas, que antigamente ficava embaixo do mar. Você passeia por ali uns 40 min, tira muitas fotos e está pronto para vazar. Detalhes: no caminho eu cochilei, porque após o Monte Chacaltaya senti bastante estafa. E, ao contrário do frio do monte, o vale é quente e seco (impressionante). Então você deve ir com roupas frescas por baixo e casacos muito quentes por cima, e vai tirando feito uma cebola. rsrs Neste dia me queimei de sol. No caminho entre um e outro começamos a ver umas partes mais bonitas de La Paz. Adoramos o passeio. Na volta a van deixa todos na Igreja de São Francisco. Almoçamos na Italian Pizza e já fomos ver o roteiro do próximo dia, seria 24/12 (véspera de natal). Ao lado do nosso hostel havia um hotel chique com agência, então fomos ali mesmo e uma moça bacana nos vendeu a ida para Copacabana, de ônibus. Acho que foi 40bls para cada. (Detalhe: La Paz no natal e réveillon eles enchem as ruas de vendinhas e ficam trabalhando, tadinhos; senhores de idade, crianças, todos na rua). O ônibus saiu da rua Sagarnaga às 8 e fomos sentido Copacabana, passar o nosso natal. São aproximadamente 4h no total. Saindo de La Paz a paisagem já começa a ficar extraordinária. Vistas MARAVILHOSAS do Lago Titicaca; sem brincadeira, uma das coisas mais lindas que já vi na vida, deslumbrante. Você chega a um vilarejo para tomar uma balsa. Todos descem, o ônibus vai na balsa e as pessoas num barquinho beeeeem simples. A água do lago é azul marinho, mas transparente que você vê as pedras no fundo. Incrível, deslumbrante, perfeito. Então mais uns 40min de busão até Copa. Aí você desce do ônibus e tem umas 30 pessoas oferecendo pousada. Caímos nessa e fomos parar num hostel horripilante. Após dar o sim eu entrei em depressão. rsrs Fiquei com muito medo de falar pro Pedro que havia me arrependido, mas ele topou, avisamos que não gostamos do quarto e vazamos. Nem 30min no local. Ufa. Então precisávamos de outro hostel, almoçar, trocar dinheiro e buscar meu melhor casaco que esqueci no ônibus (socorro!). Uma das maiores lições que tirei dessa viagem foi: quando você já está cansado ainda vai demorar umas 3 horas, no mínimo, para você deitar na sua cama. Affe! Que trabalheira. Casaco recuperado, encontramos outro hostel muito simples (Hostel Sofia) e descansamos. Copacabana é muito simples. A orla é feia, um caos (ao contrário do que imaginávamos). Optamos por não ir à Isla del Sol (passeio quase obrigatório), para descansar e passar um natal tranquilo em Copa. A Igreja de lá é linda (tentamos ir à missa). Então compramos uma cerveja nas conveniências e ficamos andando por ali, conhecendo a cidade e vendo onde íamos cear. Há poucas opções. Encontramos somente uns 2 lugares legais, mas acabamos adorando o que escolhemos. Na Bolívia na noite de Natal comem um prato típico chamado Picana, que é um caldo ralo, com carne e um milho grande por cima. Não apeteceu. Então comemos qualquer outra coisa, bebemos e voltamos para o hostel que fechava às 23h (ninguém avisou, descobrimos na rua por sorte). Esse milho grande que eles têm lá é bem gostoso; comemos algumas vezes, sem medo de ser feliz. Outro prato típico de lá é o lomo saltado (que é carne grelhada com cebola e tomate). O Pedro comeu alpaca no Peru (a aparência é de cordeiro). Outros pratos típicos do Peru são cuy (porquinho da índia – não provamos por pena) e o famoso ceviche (provei e não gostei muito – de truta, nada de mais). Em Copa é tradicional comer truta (trucha), pescada do lago Titicaca. É gostosa como um salmão, mas comemos uma vez só; é meio pequena geralmente no prato. Ah, na Bolívia é tradicional comer saltenha também; nós já conhecíamos porque o MS faz fronteira com a Bolívia e em Corumbá tem muito. Tanto Bolívia quanto Peru possuem muitas variedades de batata (boas); prepare-se para comer muita batata; mas dá uma enjoada. Nessa noite o Pedro achou que ia morrer, não conseguia respirar. Passamos uns momentos de pânico e depois ficou tudo bem. rsrs No outro dia tomamos um ônibus sentido Cusco, com parada em Puno. Saiu de Copa pelas 13h, passa pela fronteira Bolívia/Peru (enroladinha), para em Puno e espera umas 4h e depois vai para Cusco a noite toda. Puno não estava no nosso roteiro, mas muita gente depois falou bem. Chegamos em Cusco de madrugada, tomamos um táxi e fomos a um hostel que haviam me indicado. Estava cheio, indicaram um ao lado, cheio também, então o taxista (espertão) indicou um lugar para ficarmos, a 4 quadras da praça das armas. Acabou sendo bom (Ccoscco House, algo assim). Era uma grande construção e uma das moradas era esse hostel, o lugar era feio, mas o hostel era ok. Com desajuno era uns 70 soles, acho. No Peru eles comem um pão muito fofo. Parece pão sírio, mas melhor. O café da manhã deles é: pão, manteiga, geléia e café preto (o café é muito estranho, um extrato que você mistura com água quente). Prepare-se para comer MUITO carboidrato e pouca proteína. Como a Bolívia é muito pobre e o Peru razoavelmente também, ovos, frios, carne são luxo. A moeda da Bolívia (bolivianos) vale a metade do real, aproximadamente. E a do Peru (soles) vale o mesmo do real, aproximadamente. Logo, o que antes era a metade do preço para nós, agora era preço cheio; logo, no Peru, você começa a gastar mais. Tivemos um choque também porque é raro aceitarem cartão na Bolívia. No Peru aceitavam um pouco mais, mas ainda nesse quesito o Brasil está muito bem, porque lá, em geral, é raro você usar o cartão. Nem passagem de ônibus geralmente você pode pagar com cartão. Logo, ande com dinheiro sempre. Cusco é maravilhosa, linda, charmosa. E muito fria, cruzes. Andamos pela cidade, conhecemos (principalmente ali ao redor da plaza de las armas) e já compramos o próximo passeio rumo ao supra-sumo “Machu Picchu” (S2). Em Cusco você já compra a entrada de MP, que custa, se não me engano, 50 dólares. O trem que leva de Ollantaytambo a Águas Calientes (cidade abaixo de Machu Picchu) geralmente custa 130 dólares. Naquele dia estava em promoção (75 dólares), mas acabou rápido. Então a única opção que nos sobrou foi: ir de van de Cusco até a hidrelétrica (aprox. 5h de van – demorou 6); aí você chega à hidrelétrica, almoça e encara 11km de caminhada até Águas Calientes, pelo trilho de outro trem. Esse é o jeito raiz. (Há um jeito mais raiz ainda de uma caminhada que dura 3 dias. Affe) Resumo: saímos de Cusco às 8h, pegamos muita chuva no trajeto de van (o que atrasa), chegamos à hidrelétrica pelas 14h, almoçamos e encaramos a caminhada. Nossa ida caminhando demorou 4h e me rendeu bolhas enormes nos pés. No restaurante do almoço compramos capas de chuva (5bls) porque garoava. Mas ali não é frio, graças a Deus. O percurso da caminhada é bonito e plano (quanto mais perto de AC, mais bonito). E ali a altitude é tranquila (2.600m). Centenas de pessoas vão caminhando. Se quiséssemos ir de trem da hidrelétrica até AC era 31 dólares o trecho (achamos caro). E a pergunta que todo mundo faz: e se o trem vier e me atropelar? Não acontece. Quando o trem vem todos vão para o lado e ele passa tranquilamente. Havíamos deixado parte da mochila em Cusco (no hostel guardam), mas ainda fomos com mochilas grandes. Detalhe: em Cusco você compra um pacote que inclui a entrada de MP, a van, o almoço na hidrelétrica, a hospedagem em AC com jantar e a van de volta. Isso sai por uns 100 dólares, se não me engano. Mas nós optamos por ir num dia, visitar MP no outro, dormir mais uma noite, e voltar no terceiro dia. Acho que saiu uns 20 dólares a mais, se não me engano. No fim foi uma ótima escolha, senão teríamos que conhecer MP correndo e voltar caminhando na mesma manhã. (Tivemos problema na hospedagem em AC porque a dona da pensão dizia que só havíamos pagado uma noite, quando na verdade havíamos pagado por duas noites. Foi complicado, ela causou algumas vezes – batia na nossa porta à noite, fiquei aterrorizada –, mas nós tínhamos um recibo e batemos o pé que havíamos pagado por tudo e ela que se virasse com o agente de Cusco – Chino – que era um cara bem enrolado. Quase perdeu meu permisso.) Chegamos a Águas Calientes pelas 19:30. Exaustos. A única coisa que queria era ir pro hostel. Mas, Débora, você está muito ingênua. Nos orientaram a chegar a AC e procurar a praça central. Lá fomos. Espera daqui, espera dali, um frio do cão se instalando, e você deve aguardar até seu guia chegar gritando seu nome. Cara, é aventura mesmo. Aproveitamos para tomar umas cusqueñas na praça enquanto isso. A guia chegou, nos levou para jantar e explicou que quem quisesse subir a MP de ônibus deveria comprar já, porque fechava 21:40. Então lá fomos nós. Bolhas nos pés, cansaço, peso, frio, mas ok. Já fomos decididos a não subir a MP à pé. Este ônibus, que sobe e desce várias vezes durante o dia custa 26 dólares o trecho. (É caro. Mas subir à pé é para os fortes. E, conforme um amigo disse, consertar o joelho depois sai mais caro ainda rsrs) De ônibus você leva meia hora; à pé talvez 1h30m (depende do ritmo). Mas não é caminho, é escada, só escada. É a própria escada usada pelos incas que habitaram MP. Quando você vai entrar no parque em MP você vê os pedestres chegando. É emocionante. Estão acabados, suados, vermelhos, exaustos, mas com cara de felicidade. Pedro e eu não aguentaríamos. Outro detalhe: Machu Picchu tem duas visitações durante o dia – ao comprar eles colocam você ou no turno da manhã ou no da tarde. O nosso foi da manhã. Então você precisa entrar em MP com um guia às 6:15. A fila do ônibus começa na rua às 4. O pessoal do micro-ônibus começa a checar os ingressos às 5. O ônibus começa a partir às 5:30. Resultado: nesta noite dormimos da meia noite às 3:20; e eu dormi de cabelo molhado, num frio de rachar (no dia mais importante, óbvio, ele não estava legal). Conseguimos ir no segundo ônibus. Neste dia foi punk pro Pedro; ele só conseguiu acordar de fato ao entrar em MP. É punk mesmo (para mim também foi). Quando entramos no ônibus, o Pedro tirou um cochilo e eu me emocionei. Não acreditava que havíamos conseguido chegar até ali, que enfim eu ia realizar o sonho de conhecer aquele lugar. Foi demais. Entramos em MP e a primeira volta você faz com um guia, que dura umas 2h. MP é impressionante de linda. As montanhas são muitas e altíssimas, e os vales são muito profundos. A paisagem chegando em MP já é muito peculiar e específica. Nesta primeira volta nós tiramos algumas fotos, mas eu quis prestar atenção mais no guia; pois poderíamos retornar em uma segunda volta e tirar mais fotos. Mas acabamos nos arrependendo, porque não queríamos dar uma segunda volta. rsrs Cansa. Eu imaginava que eu ia gostar de passar o dia todo em MP. Mas pelas 11 já estava suficiente e até eu quis ir embora. rsrs Levamos água e lanches, porque lá é precário. Dentro do parque não há banheiros ou estrutura de lanchonete, só antes de entrar no parque, e mesmo assim dizem ser caro pra caramba (o lanche). O banheiro é ótimo lá fora. Em MP estava frio de manhã (na tomada do ônibus etc), mas durante o dia ficou até que calor (daria para ficar de camiseta). Ah, a paisagem fica meio nublada (não são aqueles dias limpos do inverno), mas achamos que isso não interferiu na beleza do lugar e na experiência. Neste dia (apesar de somente visitarmos o parque) andamos uns 5km. No dia anterior uns 15km e no próximo também. Ou seja, nesta viagem anda-se muito. Voltamos a Águas Calientes, almoçamos e descansamos. Em AC você já pode usar mais cartão, há um café expresso aqui e ali (porque antes não havia); mas quiseram nos cobrar (e cobraram) 20% de taxa para usar o cartão. Absurdo. AC é um vilarejo bem charmoso e ali comprei uns colarzinhos de prata para levar de lembrança (colar e pingente saem uns 60 reais cada). Dormimos cedo neste dia porque estávamos exaustos e no outro dia haveria a caminhada de volta. Acordamos 8h, arrumamos a bagagem e vazamos. A caminhada de volta foi bem mais tranquila que a de ida. (Talvez porque já estivéssemos preparados psicologicamente) Fizemos em 2h, porque queriamos acabar logo com aquele sofrimento rsrs. No caminho encontramos um casal conhecido de Campo Grande/MS. É mole? Chegamos na hidrelétrica pelas 11, almoçamos no mesmo restaurante e aguardamos a van para voltar, que só sai umas 15h. Enquanto esperávamos a van fui picada por muitos pernilongos, foi bem ruim, picavam por cima da roupa (meu repelente havia deixado em Cusco). Na região da hidrelétrica é floresta amazônica no Peru, então é meio quente e úmido durante o dia. Tomamos a van e voltamos a Cusco, chegando à noite. No outro dia queríamos tomar o ônibus rumo a La Paz. Cedo arrumamos as coisas e saímos rumo à rodoviária de Cusco. Só havia ônibus para La Paz às 20h. Então deixamos a mochila na empresa do ônibus e voltamos ao centro, almoçamos, andamos, conhecemos uns mercadinhos, ficamos na praça, entramos num Starbucks usar a internet e tomar um café e voltamos tomar o ônibus (não acharam a mochila do Pedro – pensamos que haviam trocado, mas após 5min de tensão achamos). Em Cusco há nos mercadinhos uns produtos bons, importados, como não temos no Brasil. Mas, em geral, os mercadinhos são simples (tanto na Bolívia quanto no Peru). Outro detalhe é que em Cusco, na praça central (das armas), há umas crianças vestidas tradicionalmente carregando filhotes de alpacas para os turistas tirarem fotos. Somos contra essas coisas, mas como passamos muito tempo na praça nesse dia, quando assustei estavam elas perto de nós e colocaram a alpaca no meu colo. Tiramos umas fotos com elas (ficaram lindas) e demos umas moedas. A pobrezinha da alpaca só tinha 1 semana, chupou nosso dedo, morremos de dó. De Cusco a La Paz você passa pela aduana boliviana (umas 3h na fila sob o sol escaldante - sofrido). Chegamos em La Paz para passar o revéillon (31/12) e, para nossa surpresa, não havia ônibus para Santa Cruz no dia 1º, só no dia 2 às 13h e só no dia para comprar a passagem. Ficamos meio tristes porque não estava no roteiro perder um dia em La Paz na volta. E, além de tudo, era um dia em que praticamente nada abre, portanto nem poderíamos fazer um passeio ou algo assim. Mas ok. Fomos à missa na noite de 31/12 na Igreja de São Francisco e depois fomos na nossa pizzaria favorita passar o revéillon (italian pizza). Mas bateu a deprê porque só havia umas duas mesas ocupadas lá (nosso réveillon ia ser uma derrota rsrs). Então pelas 21h uns amigos do Pedro que estavam na cidade nos chamaram para ir no Hostel Lóki para passar a virada, pois lá haveria uma festa aberta a não hospedados no Lóki. Fomos. Estava SUPER legal. Uns 400 estrangeiros, música boa, bebida, animação, foi muito legal. Salvou nossa noite. No dia 1º saímos dar uma andada pela cidade e conhecemos uma parte mais bonita. Na avenida da igreja São Francisco, abaixo, há bastante docerias, gelaterias, fast foods, valeu a pena ter conhecido, porque ficamos um pouco assustados com a pobreza da região em que nos hospedamos (mercado das bruxas). No outro dia o Pedro foi bem cedo à rodoviária garantir as passagens do ônibus de Santa Cruz, que sairia às 13h. Chegamos cedo a Santa Cruz (no outro dia de manhã), tomamos café e já tomamos o ônibus para Porto Quijarro (fomos de trem e voltamos de ônibus, que é bem mais rápido). O trem dura 15h, o ônibus umas 6h. Um amigo teve azar nesta volta e o ônibus quebrou etc. Nós tivemos sorte, foi rápido e no fim da viagem a paisagem é bonita (já é pantanal). Mas não há lanchonetes no caminho (levem lanche/água). Chegamos a Porto Quijarro umas 20h, tomamos um táxi para Corumbá/MS e ao chegar na rodoviária compramos passagem para Campo Grande/MS às 23h acho. Neste ponto que disse que, se tivéssemos que passar pela aduana para sair da Bolívia e entrar no Brasil teríamos que dormir ali e esperar o outro dia. Como eu estava com muita pressa de chegar em casa, assumimos o risco para talvez termos que resolver isso depois, mas acabou não tendo problemas. Chegamos em CG às 6h da manhã, enfim em casa, após 16 dias. No fim das contas acho que gastamos cada um uns R$ 2.500,00 nesta viagem de 16 dias, contando tudo. Todos os preços e nomes de lugares são referentes a dez/2017. Todos os transportes atrasam. Eu dava uma causada. Valeu a pena? Muito. Foi inesquecível. Durante a viagem não tivemos a real noção do quanto foi legal (gostamos ‘médio’), mas hoje nos lembramos de tudo com muito carinho e saudade. Voltaríamos? Provavelmente não. Uma vez na vida está ótimo. Mas ficou a vontade de conhecer o salar Uyuni e o deserto do Atacama, para uma próxima oportunidade. Para os amigos indicaríamos ir de avião conhecer La Paz, Copacabana, Puno (que acabamos não conhecendo), Cusco, Águas Calientes/Machu Picchu. Como fomos pelo meio terrestre, não sentimos tanto a altitude; não sabemos como é quando se vai de avião. Também não conhecemos Sucre, que é a capital política da Bolívia e dizem ser legal. Indicamos que alguns passeios sejam cortados do roteiro sempre que o viajante estiver muito cansado. É bom avaliar as prioridades, caso contrário, fica estressante demais. Esperamos que este relato de viagem seja útil e/ou inspire alguém. =) 5 1 Citar
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