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Comecei pesquisando. Pouco sabia da área central da Austrália, somente que se chamava outback, igual ao restaurante!! Achei algumas coisas na internet, mais no YouTube e pouco material em português!

Tinha pensado em ir na coragem, fazendo amigos em hostel, daquele estilo bem mochileiro. Entretanto, após ouvir o conselho de uma amiga, que é agente de viagens, optei por pegar um tour. Essa decisão foi difícil pois gosto da liberdade de poder fazer o que quero na hora que quero, porém o fato de poder encontrar aborígenes pelo caminho, animais mortos na pista e não saber como reagir pesaram muito e optei pela segurança de um tour.

Fechei com a empresa Intrepid, partindo de Alice Spring e chegando em Adelaide! Custou em torno de AU$ 1.000, inclusos alimentação, transporte terrestre, entrada dos parques e pernoite, considerando o tour básico com duração de 7 dias! Sem luxos J

O voo parece normal, até você olhar pela janelinha e ver aquele mar vermelho (Foto1). Dei uma sorte no voo de Sydney para Alice Spring pois sentei do lado de um senhor que me mostrou um campo de foguetes da NASA (Foto2 e Foto3)! Sem ele eu não teria percebido do que se tratavam aquelas “bolas brancas”. Sugestão de sentar na janelinha do lado esquerdo.

A chegada em Alice Spring foi um impacto. O local é dominado pelos aborígenes e eles te olham muito feio. Muito feio mesmo. Eles te intimidam de uma forma que você prefere ficar no hostel. Por ser turístico eu achei que seria tranquilo o local mas não é. Eu me senti o “homem branco”. Valeu a experiência. Dica: não tomar água da torneira pois tem um gosto típico de água dura!

 

Dia 1

O tour saiu logo cedo, de Alice Spring até uma fazenda de Camelos (Foto4). Confesso que esperava tudo vermelho e o que vimos foi verde e até flores (Foto5, 6 e 7). Essa região central se parece bem com o cerrado brasileiro. Foi dia de visitar o parque nacional, ver o The Olgas (Foto8) e o pôr do sol no Uluru (Foto9). Fica o conselho de comprar antes uma telinha, pois lá tem muita mosca atrevida, é item de sobrevivência (Foto10).

Um receio era o local de dormir. Como seria dormir no meio de um deserto? Mas a estrutura é bem bacana, principalmente nessa área central onde é considero turístico. As acomodações são tendas, dentro de cada cabana tem duas camas e até energia elétrica. Na tenda maior fica a cozinha. Tudo legal e bem organizado. Jantamos carne de canguru com vinho!!!:) Fotos 11 e 12.

 

Dia 2

Acordar bem cedinho para ver o nascer do Sol no Uluru e fazer uma caminhada ao redor do mesmo. É muito lindo e difícil de descrever. Pelas fotos eu acreditava em ser uma “superfície regular”, mas não é nem um pouco.

Depois partimos para um centro cultural local, onde pudemos ver os aborígenes pintando e a possibilidade de comprar alguns quadros. Foi legal ver a concentração deles na pintura, entretendo eles também continuam com rostos bravos e não falam nem olham para você.

A estrutura do segundo acampamento já era pior mas ainda contava com água quente e energia elétrica. Tive a curiosidade de perguntar de “onde vinha a água” e o guia me respondeu que do resort próximo partia um cano... Eu acredito que exista um poço artesiano no resort pois não vi nenhuma água superficial.

Dormimos em sacos de dormir gigantes, fornecidos pela agencia, a fim de olhar as estrelas enquanto curtíamos o calor da fogueira. Silêncio Total. Sensação única.

 

Dia 3

Café da manhã simples e a caminhada no Kings Canyon. Confesso que nesse momento eu já estava cansada de entrar e sair do ônibus em um tour com aproximadamente 20 pessoas, sendo cada um de uma nacionalidade de uma cultura diferente. Não tinham brasileiros e nem pessoal da américa latina. Mas o sentimento passou quando descobri que toda essa galera não ia seguir para Adelaide. O grupo de reduziu a 6 Meninas/mulheres mais a guia. Sim!! Tudo mulher!! Nos despedimos do pessoal e partimos para o sul do país! Aí sim começaria o real deserto!!

Dormimos em Erldunda, onde o acampamento já não tinha água quente e dentro das cabanas eram somente colchonetes. Ainda bem que levei meu saco de dormir pois a agencia aluga por AU$50 cada!! A cozinha se restringe a uma pia com mesa e a geladeira passa a ser o cooler.

Nesse dia resolvemos comer no único restaurante local. Um restaurante no outback!! Hahah (Foto 13).

 

Dia 4

Esse era um dia muito esperado. Foi um longo caminho até chegar em Coober Pedy, aproximadamente 5 horas de viagem. E foi uma viagem super legal, o que eu esperada. A vegetação passa a ser rasteira, a pista uma reta sem fim (Foto14), você passa horas no meio do nada!!! Querendo chegar a um local que nunca chega!! Por vezes encontram-se animais próximos a pista (Foto15), outras vezes animais mortos na própria pista, mas nada de humanos!! Aliás, você encontra até tripé de sondagem, claro! (Foto 16).

Você consegue ver a alteração da cor do solo chegando em Coober Pedy, o que era avermelhado passa a ser esbranquiçado, junto a vários montinhos de solo onde ainda existe um pouco da exploração de Opala (Foto17). O calor é imenso... quente... tão quente que a população mora “underground”. Eu achava que teria que descer em profundidade mas na verdade são entradas na superfície na qual iniciam-se morros. Tipo uma entrada de caverna. A ventilação é feita através de chaminés!

O vilarejo gira em torno da mineração e do turismo, onde muitos se interessam para ver as opalas e as pessoas morando no subsolo. Quase tudo é subterrâneo, até a igreja!! Existe uma loja de joias e um museu para explicar como era tudo no passado. No museu pode-se ver as antigas ferramentas utilizadas para a exploração do mineral e como é o ambiente no interior das casas. Fotos 18 a 22.

Ainda em Coober Pedy visitamos a casa de um senhor, que é responsável voluntário por retirar os animais, principalmente os cangurus, machucados, reabilita-los e devolve-los para a natureza. Quando passamos tinha um canguru bebe que perdeu a mamãe! O senhor fez uma bolsinha para simular a barriga da mãe canguru e alimenta o bebe com mamadeira. É um trabalho lindo de se ver. Pode tirar fotos mas não tocar nem carregar os animais. Foto 23. Eu e a guia Suzane.

 

Dia 5

Partindo para sul novamente, é interessante observar que as vezes cruzamos alguns caminhões com várias carretas! Vimos até 5 carretas!! Foto 24.

Foi dia de ver as antigas locomotivas movidas à carvão que ainda encontram-se em exposição e ver a transição de vegetação novamente. Paramos para almoçar em um vilarejo totalmente sem gente. Existem casa, réplicas de foguetes e um museu. Porém a única pessoa que vimos foi a atendente da lanchonete do próprio museu!!!. Passamos pelo lago com o mais longo nome no mundo, Cadibarrawirracanna, Foto 25.

 

Dia 6

Longo dia de direção até Quorn, passando por lagos e pequenos vilarejos. Quorn foi algo diferente. Eu e uma holandesa tentamos sair do hotel para comprar um chocolate. Nada aberto!! Nada!! Somente um bar com 13412 homens. As placas dos estabelecimentos com horários de funcionamento das 10:00 às 2:00 de segunda a sexta!! O posto de combustíveis em funcionamento mas sem ninguém e um barracão da Shell estilo velho oeste! Foto 26 e 27.

 

Dia 7

Rumo a Adelaide. Agora já saímos do deserto e voltamos a ver o “normal” da Austrália. Fizemos também um hiking por Flinders Ranges onde pudemos ver cangurus soltos e dóceis, além de um lindo vale. Passamos por vilarejos bem agradáveis com deliciosos cafés! Para finalizar paramos nas vinícolas do Clare Valley para degustação de vinhos J

 

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