Membros Este é um post popular. roberto_tchimb Postado Maio 23, 2018 Membros Este é um post popular. Postado Maio 23, 2018 O calendário marcava 17 de Julho de 2017 quando entrei no grande passáro denominado DT 745 da TAAG Linhas Aéreas de Angola (Boeing 777-300), Linhas Aéreas de Angola, rumo ao país que há muito quis colocar os meus pés. Era o culminar de um processo não tão longo mas que demandava um pilha de documentos para que nesta data tudo corresse ao meu favor. Depois de horas em espera, o voo começou, para minha alegria. Não houve turbulência nem sono capaz de dissipar a ansiedade de aterrar na “Pátria Amada e Idolatrada”, não só pelos nativos mas por muitos povos espalhados mundo a fora. Antes do dia amanhecer, a assistente de bordo anunciava a descida de aproximação à cidade de São Paulo, lugar onde o avião fazia escala. Depois de todos os passagairos que terminariam a viagem naquela cidade terem descidos, seguimos ao ponto final onde os restantes passageiros à bordo desceriam. Quando o sol envergonhadamente aparecia, os altos montes atravessavam as nuvens, denunciando a Cidade Maravilhosa que há muito gostava de conhecer. As 6h, hora local, acabávamos então de diminuir o tempo útil daqueles pnéus que deixavam mais uma vez a sua marca naquele pavimento. “Bem vindos a cidade do Rio de Janeiro”, dizia a assistente que teve sua fala acompanhada de uma salva de palmas. Era perceptível a minha emoção, pelo que, não tirava os olhos da janela do avião para contemplar a cidade que estava a minha inteira disposição. Um aeroporto magnífico me recebera de braços abertos, representando a grande estátua conhecida. Para quem nunca tinha saído do país, era um mundo totalmente novo à minha frente. Junto de um amigo, Bráulio que esperava por mim no aeroporto, nos dirigimos então de taxi ao hotel onde ficaria por três dias. Olhando pela janela do hotel, cumprimentava a cidade com uma viva e emocionante voz: Bom dia, Rio de Janeiro!! O primeiro dia resumiu-se em olhar da sacada do hotel a linda baia de Guanabara, localizada na Ilha do Governador. Uma lugar calmo e gente educada. O dia ganhou destaque quando voltando ao hotel, depois de acompanhar o Bráulio, perdi o caminho, pois as ruelas pareciam totalmente iguais. Não podia me dirigir pelo aplicativo do celular, pois havia deixado no hotel, tampouco pegar um taxi, uma vez que havia também deixado a carteira. Mas como diz o velho adágio, quem tem boca vai China, consegui chegar após 30 minutos andando em cículo. O mau tempo impedia-me de sair daquela porção de terra para conhecer o Rio que via pela televisão. Ventos e chuva se faziam presentes naquele primeiro dia, o que impedia a travessia da ponte que ligava a ilha da grande parte da cidade. No dia seguinte o tempo havia melhorado, mas ainda era notável alguns chuviscos. Como era meu último dia pra curtir a cidade, visto que no dia seguinte partiria pra Anápolis, não pude esperar e liguei de imediato para o amigo pedindo que me levasse pelo menos à Copacabana, no Calçadão mais famoso do país. Ele apareceu e de seguida pegamos o ónibus em direção ao Campus Universitário da UFRJ e de lá um outro para o nosso destino. Enquanto passávamos as ruas do centro da cidade, pude apreciá-las com tremenda emoção. Conheci o Sambódromo, onde desfilam as grandes Escolas de Samba da cidade, o campo do Fluminense Futebol Clube, a orla da praia do Botafogo, linda por sinal, onde pudemos ver de longe o famoso Pão-de-Açúcar, e finalmente chegamos a um dos bairros mais nobres do Rio, locação constante de filmes e novelas. Copacabana! Descendo do ónibus, andamos algumas ruas e logo avistei a magnífica orla daquele bairro. Uma sensação única, indescritível. O concretizar de uma sonho. E para fechar com chave de ouro, não podia deixar de tomar uma água de coco e pisar na areia daquela praia linda. De volta à Ilha, já no hotel, não tirava os olhos do celular para rever as imagens daquele momento ímpar. Era o fim de minha estada na Cidade Maravilhosa. Despedia a cidade enquanto me dirigia à Rodaviária rumo a Anápolis. Passagem e passaporte em mãos, subi no ónibus e começámos a viagem que duraria aproximadamente 24hs pela Companhia Util, com uma paragem em Brasília. Depois de passar em algumas cidades mineiras e goianas, chegamos na capital do Distrito Federal. Já na rodoviária, linda por sinal, desci e comprei do outro lado um lanche, pois a fome batia. Sem saber que teria de pegar um outro ónibus. O ónibus que me trouxera já não estava no local, havia ido com todas as minhas coisas. Fiquei deseperado. Corria de um lado pro outro para tentar resolver os problemas que afinal eram dois. Primeiro é que havia deixado as malas, segundo é que não tinha em mãos o papel da conexão (erro do vendedor lá no RJ). Me dirigi à agência da transportadora e expliquei a situação. Depois de muitos minutos de pura adrenalina, trouxeram as minhas coisas e deram-me a passagem da conexão. Já descansado e dentro do ónibus para a cidade de Anápolis, pude descansar ainda mais e estar em constante comunicação com o André, um amigo brasileiro que aceitou em me pegar em uma BR isolada. Correu tudo como planejado. Mas antes de ir pra casa, fui desviado para um rodízio de todo tipo de comida e sobremesas. Já em casa do Ernesto um outro amigo angolano que abriu as portas de sua casa pra me receber, pude dormir, mas depois de muitas horas de prosa, juntamente com outras pessoas que lá estavam e que pude conhecer. Foi uma semana incrível, cheia de atracções com pessoas mais que especiais. Guardarei bem lá no fundo do coração as marcas positivas que esta cidade deixou em mim. Não era uma cidade grande, como as principais capitais do Brasil, mas fui cativado pela imensurável bondade das pessoas que lá encontrei. Eram amigos já conhecidos e desconhecidos, familiares de amigos e muitos conterrâneos que escolheram aquele país para a sua formação académica. Não podia deixar de citar a Cícera amiga brasileira que saiu de Brasília para passar o final de semana em Anápolis quando eu ali estive. Já no finalzinho da minha estada na cidade, fui levado a conhecer a capital do estado onde me encontrava, Goiânia. Que cidade alta! Edifícios bem maiores que os do Rio de Janeiro. Antes de desfrutar da cidade, fomos recebidos em casa de uma família acolhedora e muita simpática com um almoço delicioso, com uma dose de alegria. Como tínhamos apenas um dia pra estarmos ali, saímos em direcção ao Shopping Flamboyant, onde pudemos passear, saborear alguns sorvetes e fazer amigos em um momento inusitado. Entramos sem qualquer intenção de compra em uma loja de roupas caríssimas. Não compramos peça alguma pelo alto valor, entretanto, fizemos uma festa com os vendedores da loja. Nos apresentamos, contamos nossas histórias e eles as suas, trocamos contatos e criamos um grupo no WhatsApp, onde por algumas semanas trocamos mensagens e partilhamos momentos divertidos. Que momento! Aquelas pessoas puderam muito bem representar o povo daquela cidade. Ainda no Shopping, tiramos algumas fotos e de seguida partimos para o parque próximo do lugar onde estávamos. Deu pra passear e apreciar a linda Goiânia. Era então o fim daquela visita. Voltamos pra humilde Anápolis, mas a capital de Goiás ainda reservava algo a mais pra mim. Dia depois, voltei sozinho pra Goiânia para pegar o ónibus pra cidade de Joinville (Santa Catarina), a convite de um amigo angolano que lá mora. Estando já Rodoviária de Goiânia, esperava sentado o meu ónibus pra a cidade destino. Sem saber que os ónibus da Kaissara e Itapemirim fossem da mesma empresa, eu esperava pela Kaissara, que era o nome que constava na minha passagem e pelo fato de que o vendedor lá em Anápolis afirmou que deveria eu esperar pelo mesmo. Cinco minutos depois do horário previsto, estacionou o ónibus da Itapemirim na plataforma 26 onde deveria estar o esperado. Como a organização era o que caracterizava o Brasil, pelo menos o que me parecia, achei o que não fosse o meu ónibus e esperei mais um pouco até que chegasse o Kaissara. Nada! Esperei tanto que tive de perguntar pra quase todos os trabalhadores da Rodoviária para que alguma informação concreta me fosse dada, pois já eram quase meia-noite, e o horário da viagem seria 22h:40. Foi então que um moço me disse que o ónibus já tinha saído. Não conseguia acreditar, pois não tinha cochilado em nenhum instante. O guiché da empresa já havia encerrado e quase todos já tinham embarcado para seus inúmeros destinos. Fiquei desesperado, mas consegui manter a calma. Rs. Entrei em contacto com uma amiga, Eufrásia (que seria de mim sem ela), que depois de uns momentos de risos, não acreditando no que ouvia, ligou pra Ana, amiga dela angolana que prontamente aceitou em me receber em sua casa para passar a noite. Chamei um Uber (saudades do Uber) e fui pra casa dela. A Ana foi super gente boa comigo. No dia seguinte, junto de um amigo dela fomos a Rodoviária pra resolver a situação. Foi então que o vendedor da Itapemirim nos explicou que os dois ónibus eram da mesma companhia. Nem querer fazer confusão ou processar a mesma, paguei uma multa por não ter embarcado e remarquei para a noite do mesmo dia. Desta vez mais atento, subi no ónibus e seguimos viagem. Pude ver algumas cidadezinhas ao longo da viagem, como Lins, Jacarezinho, Marília. Horas depois chegamos em Curitiba. Achei que não iria conhecer a cidade, mas mais uma vez o futuro me reservava algo que mais pra frente será explicado (rs). Era apenas uma paragem de escala, pois pra mim, o destino era a charmosa cidade de Joinville. Era uma noite fria quando cheguei a Santa Catarina. Já na paragem, me dirigi a um posto de gasolina onde deveria ser pego pelo amigo. Coloco crédito no celular e ligo para o amigo que me convidara, o Pármenas. Houve uma confusão no endereço. Ele não sabia em que posto eu me encontrava. Para piorar, o celular ficou sem bateria. Dava pra piorar mais? Dava sim. Era a hora de encerrar o Posto. Desligaram tudo, fecharam a loja de conveniência e por fim apagaram todas as luzes. Já se fazia tarde e na rua só passava carros e motos. Só não me apavorei pois dois funcionários não haviam deixado ainda o local até eu ser pego pelo Pármenas e sua linda namorada, a Nicole. Isso alguns minutos depois. Mais de 40 minutos pra ser mais preciso. E lá fomos nós à casa. Pude descansar confortavelmente. Muitas horas depois acordei com uma linda vista do centro da cidade holandesa no Brasil. Cinco dias à inteira disposição para apreciar a lindeza de cidade. Como não podia deixar de fazer, revi amigos, conheci gente fantástica e visitei o Mirante de Joinville, lugar incrível onde pode-se observar do alto a grande cidade e experimentar a sensação de pisar sob uma grelha montada no alto do mirante e ter as árvores bem debaixo dos pés. Momentos iguais aqueles eu preciso sempre. Rs Não podia deixar de conhecer uma das praias mais lindas do Brasil, situada na cidade vizinha. Balneário Camboriú. Era a sétima cidade grande que eu colocava os meus pés. Orla fascinante, prédios altíssimos e paisagens de tirar o fôlego. Pena que tivemos de voltar à Joinville no mesmo dia. Não seria nada mal se passássemos por lá a noite só pra ter o gostinho de amanhecer e dar um mergulho naquele mar. Mas antes de voltarmos, visitamos o luxuoso Balneário Shopping. Tinha mais dois dias para dizer adeus à Joinville, uma cidade que há muito via passar pelos canais brasileiros. A despedida não foi assim tão fácil. Houve problema financeiro gravíssimo que quase me impedira de sair. Tudo resolvido a última da hora. Passagem em mãos em direção a Curitiba, onde pegaria outro ónibus para o primeiro amor, Rio de Janeiro, onde a partir de lá pegaria o Avião de volta a Angola. Enquanto saíamos da cidade a caminho de Curitiba, eis que nosso motorista embate ligeiramente no veículo de uma senhora. Ficamos parados mais de uma hora. Mesmo desesperado, pelo facto de perder a conexão, nada podia fazer, visto que estávamos relativamente longe da Rodoviária de Joinville. Não sei o que resolveram, seguimos viagem com o mesmo ónibus e chegamos a Curitiba muito atrasados, e como já era esperado, perdi a conexão. Que desespero!! Parecia que esta palavra era uma acompanhante fiel nas viagens Brasil a dentro. Peguei nos últimos trocados e paguei novamente a multa por não embarcar e remarquei a viagem para o dia seguinte no final da tarde. E o que faria em Curitiba das 20h:30 até as 17h do dia seguinte? Eis que a Eufrásia, que conseguira um lugar pra eu passar a noite em Goiânia entrou novamente em operação e conseguiu mais uma vez um local para eu dormir em Curitiba. Quase meia-noite, me pegaram na rodoviária e fui levado pra casa de um casal que jamais me esquecerei. Ruth e Manuel Catala. Parecia até que eu era uma visita muito aguardada. Me senti constrangido com tamanha hospitalidade que as palavras de agradecimento eram e ainda são insuficientes para expressar o que sentia. Já de manhã, visto que a viagem pro Rio seria no final da tarde, fui levado pelo Moisés a conhecer a cidade onde é a sede da Polícia Federal, aquela que tem trabalhado para colocar o Brasil aos eixos. A admiração por aquela cidade era notória. Tudo bem organizado. As ruas, os parques, as faixas especiais para ónibus, os Shoppings. Pena que não conheci o famoso Jardim Botânico por falta de tempo, mas ainda assim, valeu a pena ter perdido o ónibus, pois posso já dizer que conheço a cidade de Curitiba. Malas prontas, Uber chegando, me despedi daquela família e segui pra Rodoviária. 25 Minutos depois do horário previsto, a Penha chega para ser nossa moradia por mais de 12 horas até ao Rio de Janeiro. Quando eram 8 horas da manhã, já me encontrava na Rodoviária Novo Rio, esperando o Bráulio pra juntos seguirmos ao Aeroporto. Não queria ir sozinho pra não correr o risco de pegar o ónibus errado até ao aeroporto. Chegando no final daquela linha, descemos e pegamos um BRT até ao aeroporto. Era um misto de alegria e tristeza. Alegria porque conseguira chegar a tempo para o Check-in, e tristeza por não querer que aquela viagem terminasse. Momento depois, começava a longa viagem de regresso à casa. Dentro do Avião a saudade já doía, como se uma parte de mim ficasse naquele belo país. Obrigado, Brasil! 7 Citar
Membros tamiresbrasil Postado Junho 14, 2018 Membros Postado Junho 14, 2018 Adorei a forma como enxerga a vida, amigo. Volte sempre! Citar
Membros Thiago Moresqui Postado Dezembro 8, 2018 Membros Postado Dezembro 8, 2018 Quando voltar ao Brasil, vai para a Praia de Bombinhas, é muito linda e fica em Santa Catarina. Você economiza em hospedagem alugando um imóvel de Temporada, acesse o site https://casatemporada.com/imoveis-aluguel-temporada/imoveis-temporada/santa-catarina/bombinhas Citar
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