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Montanhismo: Lenda de tragédia no Everest é desvendada


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Tempestade invulgarmente violenta condenou à morte os dois alpinistas da expedição britânica de 1924.

 

Fonte: Diário de Notícias - Portugal

 

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Na história do montanhismo, a expedição britânica de 1924 ao Evereste é uma tragédia clássica. A morte dos alpinistas George Mallory e Andrew Irvine tem sido atribuída a um erro, à lentidão, a roupas erradas ou à tempestade de neve. Mas um estudo agora publicado por cientistas canadianos mostra uma invulgar queda da pressão atmosférica que, àquela altitude, deixou escassas hipóteses de sobrevivência. Mallory e Irvine foram vítimas de falta de oxigénio.

 

Organizada pela Royal Geographical Society, a expedição de 1924 deveria ser o derradeiro triunfo de um império exangue. A expedição contava com meios substanciais, entre os melhores do seu tempo. Isso incluía garrafas de oxigénio, ainda pouco fiáveis e consideradas "pouco desportivas".

 

Após duas tentativas fracassadas de chegar ao topo do Evereste, dois homens tentaram uma terceira vez: George Mallory e Andrew Irvine. Mallory era uma lenda. É o autor de uma frase muito citada; questionado por que subia montanhas, limitou-se a responder "porque estão lá".

 

Mallory e Irvine nunca regressaram e o corpo do segundo, até hoje, não foi encontrado. Os dois alpinistas foram vistos pela última vez a 8 de Junho de 1924 por um geólogo da expedição, cuja observação foi posta em dúvida. Estavam perto do cume. A controvérsia mantém-se até hoje. Segundo alguns autores, os dois alpinistas morreram já depois de terem alcançado o cimo. Há a hipótese de terem morrido na descida, mas sem terem chegado ao topo. A verdade será um segredo eterno.

 

A investigação das medições deixadas pela expedição veio agora esclarecer um pouco melhor a história. Kent Moore e John Sample, da Universidade de Toronto, analisaram os registos barométricos da expedição e encontraram uma descida de 18 mbar na pressão atmosférica medida no campo base, detalhe que tinha escapado aos historiadores. Bastariam 4 mbar para que os alpinistas entrassem em hipoxia, o mal da montanha, que provoca uma desorientação catastrófica. A tempestade enfrentada pelos dois ingleses foi invulgar, mesmo para as condições extremas do Evereste. A pior de que há registo, em 1996, teve queda de 8 mbar. Seriam precisos 29 anos para o Evereste ser conquistado. Edmund Hillary e Tenzing Norgay foram os autores da proeza. E, quem sabe, talvez precedidos por Mallory e Irvine, que subiram à maior montanha porque ela estava ali.

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