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Europe/Lisbon Abril 17Europe/Lisbon 2018

MANÁGUA, A MARCA DO QUE SE DESMORONA QUANDO O CHÃO TREME (NICARÁGUA)

Nicarágua não estava no nosso roteiro inicial, em que o plano era seguir da Costa Rica para o México. Depois de conhecermos viajantes que tinham passado três meses no México, percebemos que ficar só uns dias, e numa época de chuvas, nos ia saber a pouco, então desistimos, ou melhor, adiámos. A escolha de incluir Manágua nestes cinco meses teve a ver com a ligação mais barata a Miami, cidade de onde regressaríamos a Portugal. Quando decidimos ir sabíamos que havia zonas muitos mais interessantes, como Granada, San Juan del Sur (tínhamos visto um hostel ótimo), a ilha de Ometepe, as Ilhas del Maíz, Léon, entre outras, mas Manágua era a cidade de onde partiríamos e nesta altura não queríamos arriscar grandes aventuras.

Chegámos a Manágua cedo, cansados, e sem muita vontade de aturar taxistas. O terminal era a 800m do hostel, mas os taxistas começaram a dizer que o bairro é perigoso e não recomendam a caminhada. O que se faz? Arrisca-se? Epá, não chegámos até à última semana de viagem pela América para algo correr mal agora. Negociou-se com o taxista (1 USD cada um de nós) e ele lá nos deixou à porta do hostel.

A viagem foi curta e a paisagem é a de uma pequena cidade, com prédios baixos, muito comércio de rua, não a típica capital que estamos habituados.

Depois de descansarmos (já não temos vida para aguentar palmilhar uma cidade quando não descansamos convenientemente), vamos então passear pela cidade. Caminhámos, de dia é seguro, de noite deve-se regressar de táxi. Temos de confessar que a cidade não nos impressionou, não como capital do país. A cidade até tem potencial, fica junto a um lago gigante, onde encontramos alguma vida, mas muito cara para o que oferece. Parece estranho, não é? É cara, estávamos à espera de outros preços.

Manágua fica na margem sul do lago Manágua e dizem que é a capital por ficar entre León e Granada. Foi criada por indígenas como vila de pescadores e o seu nome deriva de mana-ahuac, ou seja, cercado de água. Durante todo o período colonial foi tratada pelos espanhóis com desinteresse. Após a independência do país, em 1821, houve intenções de a tornar capital, mas, só em 1846 é que se tornou cidade e em 1852 finamente foi nomeada capital.

O que fazer?

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Para ter uma vista panorâmica da cidade tem que se entrar no Parque Histórico Nacional “Loma de Tiscapa”. Para estrangeiros custa 1 USD, pode-se entrar de carro/autocarro, mas cada opção tem um preço diferente. Sobe-se a encosta e vai-se até à zona onde era o Palácio Presidencial, inaugurado em janeiro de 1931. Onde era e já não é, porque após o primeiro terramoto (1931) ficou parcialmente destruído, mas foi reconstruído. Após o segundo terramoto (1972) decidiu-se deixar assim e não voltar a reconstruir. Este palácio faz parte da história do país, não só por ter sido usado como palácio, mas porque a sua cave foi utilizada para torturar pessoas. No edifício conhecido como “La Curva” morava o chefe da Guarda Nacional. Também ficava na mesma zona, junto à cratera do vulcão, o lago de Tiscapa.

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Os calabouços onde eram torturados e mantidos os presos eram chamados de “El Chipote”. Em julho de 2017 estavam duas exposições nos calabouços, um pouco confusas para quem não conhece a historia do país. Uma sobre as noites de tortura, outra sobre a história da cidade, principalmente a destruição causada pelo último terramoto.

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O Puerto Salvador Allende é uma zona moderna, junto ao lago, onde cobram 2 USD de entrada, dando acesso a uma zona de restauração, espaço de eventos e pista de karts. É das zonas mais caras para jantar.

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O Tiago pediu uma mechilada em vez de só cerveja e sentiu que tinha estragado a cerveja. Se não sabem o que é, um dia explicamos.

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Passear pela cidade de noite de táxi, passar nas principais ruas para ver as iluminações. Na praça Hugo Chavez há um busto desta personagem, iluminado, e umas árvores gigantes coloridas, também iluminadas, que vão até à margem do lago, dando um efeito engraçado à cidade.

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A Catedral de Santiago, em ruínas desde o terramoto de 1972.

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O Palacio Nacional tem agora no primeiro andar um museu onde exibe a cultura nahuatl. A biblioteca é grátis e o museu custa 5 USD. Fica na mesma praça que a Catedral, a Plaza de La Revolución.

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Junto ao Palácio está La Glorieta (Templo de la Musica) e a estátua homenagem a Ruben Dario, poeta.

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O Museo Sítio Huellas de Acahualinca exibe as marcas deixadas por povos ancestrais na região do lago preservadas por uma erupção (4 USD).

A Catedral Metropolitana de la Puríssima Concepción foi concluída em setembro de 1993 e a visita é gratuita. Agrada a alguns pela diferença.

O Parque La Paz e o Parque Luis Alfonso Velasquez, onde procurámos sombra e descansámos.

Junto aos parques encontra-se o Centro de Convenciones Olof Palme.

Como circular:

 Os táxis não têm taxímetro. Até ao aeroporto são 120 NIO (3,1€) e para sair do centro até ao hostel custou-nos 60 NIO.

De dia percorremos a cidade a pé, ao anoitecer sempre de táxi, os privados. Os collectivos são tipo autocarros, param para apanhar clientes até não haver mais lugares, ou melhor, até não caber mais uma alma lá dentro.

Onde comer:

Comemos a maioria das refeições no Centro Comercial Managua, mesmo o pequeno-almoço. Também fomos ao porto, mas achámos caro, como já referimos. Não temos nenhum sítio que se tenha evidenciado.

Onde dormir:

Casa Liz, era um hostel limpinho, simpático, barato, com quarto particular. Tem um terraço com umas hamacas que dão belas sestas.

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Vale a pena?

É uma cidade nostálgica, onde é evidente a destruição dos terramotos de 1931 e 1972, porque muita coisa não foi reconstruída. Não é das cidades mais seguras onde estivemos, sendo recomendado não abrir os vidros dos táxis, mas não temos razão de queixa, tomando todas as medidas necessárias.

 

365 dias no mundo estiveram 3 dias em Manágua, de 2 a 4 de julho de 2017
Classificação: ♥ ♥
Preços: médio
Categorias: cidade, cultura
Essencial: Catedral, Loma de Tiscapa, Puerto Salvador Allende

Estadia Recomendada: 2 dias

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